quarta-feira, 12 de julho de 2017

JUSTICEIRO MORO CONDENA LULA A 9 ANOS E MEIO E O MANTÉM SOLTO MAS “PENDURADO” PARA AS ELEIÇÕES DE 2018: BURGUESIA DECIDIRÁ NO TRF O DESENLACE ELEITORAL DO PT. NÃO A CONDENAÇÃO DE LULA PELA FARSA DA LAVA JATO! SUPERAR A POLÍTICA DE COLABORAÇÃO DE CLASSES DA FRENTE POPULAR!


O Juiz “Nacional” Sérgio Moro acaba de condenar Lula a 9 anos e seis meses de prisão. Na mesma sentença Moro decidiu por não decretar a prisão do ex-presidente por “cautela”, leia-se que se submete a uma deliberação maior da burguesia nacional sobre o futuro eleitoral do PT para 2018, já que será o TRF a instância jurídica que dará a “palavra final” acerca da inelegibilidade ou não de Lula.  A pena foi baseada nas “delações premiadas contra o PT” que envolve o caso da compra e reforma de um apartamento Rriplex em Guarujá, no litoral de São Paulo. A sentença foi publicada nesta quarta-feira (12). A farsesca “Operação Lava Jato" coordenada diretamente do gabinete do Departamento de Estado dos EUA agora fragilizada se concentra em "fisgar o peixe mais graúdo" do PT, o próprio Lula. Porém Moro já não tem mais o peso de "legislar" sozinho sobre os rumos institucionais do país. A mudança na política do Departamento de Estado da Casa Branca, com a vitória de Trump, fragilizou a operação “Lava Jato” colocando mais um ingrediente de impasse na política nacional. A decisão final das classes dominantes em montar o cenário eleitoral com seus “candidatos preferenciais” para a disputa do Planalto em 2018 deve esperar o próprio desfecho do atual governo golpista, ou seja se Temer terá algum fôlego para concluir as reformas neoliberais iniciadas por Dilma. Para desmoralizar o PT bastou se voltar para a exposição pública dos "pequenos" privilégios materiais de sua burocracia dirigente, como Lula ou Dirceu. São apartamentos, sítios e carros confortáveis de um padrão de classe média alta, que décadas atrás seria impensável a posse para um dirigente da esquerda "socialista". Nada comparável aos suntuosos apartamentos, grandes fazendas e modernos jatinhos da burguesia e seus representantes pemedebistas e tucanos, entretanto a compra de um "triplex" tem o mesmo impacto midiático seja em Guarujá ou na Côte D'azur, sem falar na diferença entre um bote de alumínio e um iate de milhões de dólares. A caçada da Lava Jato tem um prêmio: A cabeça de Lula e a prisão de sua anturragem mais próxima! Os Marxistas sabem muito bem diferenciar os privilégios materiais da burocracia sindical e política da esquerda "chapa branca", da propriedade jurídica dos meios de produção e troca sob controle dos políticos da burguesia. Enquanto a esposa de Alckmin era proprietária da luxuosa Daslu os venais da Globo não abriam o bico, mas quando "dona Marisa" resolveu comprar uma canoa a "indignação" dos fariseus ganha as principais manchetes. O PT está repleto de burocratas que elevaram em mais de cem vezes seu patrimônio pessoal, produto de comissões cobradas pela intermediação de negócios com o Estado, alguns do tipo de um José Guimarães chegam a "parelhar" fortuna com políticos burgueses como o senador pemedebista Eunício Oliveira, porém sequer ameaçam obter 10% do que foi usurpado do Estado no processo da "privataria" tucana na chamada era do "probo" FHC. Desgraçadamente uma parcela da esquerda revisionista também se deixou corromper pelas pequenas "benfeitorias" da Frente Popular, é o caso do liliputiano PCO, que passou a defender os privilégios materiais da burocracia sindical como algo "natural" ao movimento operário. Outros grupos revisionistas, no outro lado da margem, passaram a fazer apologia da Lava Jato endossando a ofensiva imperialista contra a "vacilante" economia nacional.  O próprio Lula, o antigo "herói" da burguesia nacional agora é considerado o novo "vilão número 1" do país. A tarefa que se coloca para a vanguarda da classe trabalhadora será abstrair as trágicas lições da política falida da burocracia petista, e forjar a construção do seu próprio poder político para o próximo período histórico. Sabemos muito bem que a corrupção (cobrança de comissões para cada transação comercial) nas empresas estatais e demais instituições republicanas não são criação dos governos da Frente Popular, são um produto sistêmico do modo de produção capitalista, embora o PT tenha dado continuidade a este mecanismo alimentado pelo mercado e a chamada “iniciativa privada”. Não nos parece justo atribuir exclusivamente as gerências petistas as atuais dificuldades da Petrobras (produto da queda artificial da cotação internacional do óleo cru) foi a na era da privataria tucana que a estatal acumulou suas piores perdas, incluindo a perda do monopólio na exploração do óleo em território nacional. Se Moro pretendesse realmente apurar a origem da relação promíscua entre as empreiteiras e a estatal deveria começar por investigar a fundo o período do regime militar, passando por Sarney e tendo como ápice o governo FHC. A tucanalha embolsou bilhões de dólares das multinacionais do petróleo para quebrar o monopólio que fazem das eventuais “propinas” pagas ao PT um “cofrinho infantil de moedas”. Entretanto a questão de fundo não é “monetária” e sim política! A Lava Jato tem um objetivo determinado de criminalizar as lideranças de esquerda, particularmente o PT, impulsionando uma histeria reacionária no país que já provocou o impeachment de Dilma. Sem avalizar por um só momento a política desastrosa do PT, o movimento de massas deve ganhar as ruas para combater a escalada da direita e do fascismo, que mais cedo do que tarde se voltará contra o conjunto da vanguarda operária em nosso país. Entendemos que a defesa política, e não meramente jurídica de Lula, se mantém necessária diante da ofensiva direitista contra o conjunto da esquerda e os movimentos sociais. Nós da LBI não nutrimos nenhuma afinidade programática ou política com Lula e muito menos com os dirigentes do conjunto da Frente Popular. Entretanto os Bolcheviques sabemos muito bem distinguir o fascismo da Frente Popular, o primeiro embrulhado no discurso da moralização e ética da coisa pública e o segundo atolado e refém da sua própria política de colaboração de classes. A defesa política de Lula condenado como em uma vitrine midiática, para dar uma “lição” desmoralizante em qualquer esquerdista que se meta em “negócios” com a burguesia, é um ato de enfrentamento com a brutal ofensiva ideológica da direita e não pode ser confundido com o apoio ou solidariedade ao programa burguês da colaboração de classes levado a cabo pelo PT. Cúmplices diretos da “Lava Jato” PSTU e o MES (corrente interna do PSOL) apostam no prestígio midiático do fascista Moro para tentarem obter algum dividendo eleitoral na velha “caça às bruxas” da direita tupiniquim. Nesta conjuntura de ofensiva reacionária em toda a linha, a tarefa dos Leninistas é denunciar vigorosamente a condenação de Lula assim como a estratégia de colaboração de classes que levou o PT a completa subserviência diante da burguesia mesmo quando seus quadros históricos são perseguidos e presos, tendo o encarceramento de Lula no horizonte próximo como parte da sanha reacionária em curso no país. Esta tarefa necessariamente precisa estar combinada com o chamado à mobilização direta dos trabalhadores contra o ajuste neoliberal que antes era levado a cabo por Dilma e agora está sendo aprofundado por seu vice golpista, o rato Temer. Combater o embuste da Operação “Lava Jato” assim como a LBI combateu o julgamento farsa do “Mensalão” representa neste momento unificar na mesma pauta programática a luta contra a ofensiva neoliberal que pretende subtrair nossos direitos sociais e políticos, tarefa que deve ser combinada com a defesa incondicional de todos os militantes políticos da esquerda que se postam no campo nacional, democrático e popular. A vanguarda classista deve abstrair todas as lições programáticas destes episódios e jamais empunhar a bandeira da “ética e moralidade pública” como fazem os cretinos revisionistas do PSOL e PSTU. Como afirmou Lenin, o Estado burguês não pode ser “democratizado” ou tornar-se “público”, deve ser demolido pela ação violenta e revolucionária da classe operária. A corrupção não é um fenômeno episódico no regime capitalista, faz parte dos seus próprios mecanismos de acumulação privada de mais-valor. Somente a imposição de outra ditadura de classe, desta vez de caráter proletário, será capaz de iniciar a construção de uma nova sociedade e para alcançar esse objetivo estratégico é preciso edificar um partido operário revolucionário em nosso país, que supere o PT e não seja sua reedição piorada como o PSOL. Não defendemos que justiça burguesa julgue Lula e outros dirigentes do PT. Por mais divergências que tenhamos com Lula e o PT sabemos que não são os sinistros órgãos de repressão do Estado burguês que devem julgar o ex-presidente petista, na medida em que como marxistas não reconhecemos nestes organismos capitalistas o poder para perseguir e condenar lideranças oriundas do movimento operário, por mais degeneradas e corrompidas que sejam. Esta tarefa cabe ao movimento de massas e seus organismos políticos, como parte da superação da plataforma de colaboração de classes da Frente Popular. Por esta razão em nenhum momento negamos que o PT é cúmplice desse processo de cerco as organizações políticas como, por exemplo, ao aprovar a Lei Antiterrorista que abriu espaço para criminalizar os movimentos sociais, os sindicatos e as lideranças populares, mas esta constatação não altera nossa orientação principista de denunciar os ataques da MPF ao próprio Lula! Se não podemos depositar confiança política alguma nos dirigentes petistas, artificies da estratégia de colaboração com a burguesia nacional e setores das oligarquias regionais corruptas, também não se pode embarcar na canoa falsamente moralizadora da Lava Jato que abre as portas para o frenesi reacionário das elites racistas contra o conjunto da esquerda. A estratégia adotada pela cúpula do PT consiste em chamar a solidariedade da burguesia nacional contra a caçada humana a Lula promovida pela Lava Jato, acontece que a classe dominante compreende que o ciclo histórico do “neodesenvolvimento” lulista está encerrado. Por isso mesmo não é conveniente e oportuno arriscar a possibilidade de Lula chegar novamente ao Planalto em 2018. Trata-se de uma estratégia suicida, mesmo que Lula seja candidato em 2018 será derrotado por Moro, no marco dessa mesma operação fraudulenta em curso que une urna "roubotrônica", mídia e o grande capital que pavimenta pelo caminho eleitoral o estado de exceção que se gesta no Brasil. Convocamos a militância de base do PT e da CUT para somar forças na ação direta pela liberdade de todos os presos políticos deste autocrático regime democrático-burguês. A classe operária mesmo não reconhecendo o PT como um partido seu, deverá saber diferenciar seus inimigos principais e seus possíveis aliados circunstanciais, que neste caso se materializa na militância de base do partido e da CUT. Somente a mobilização permanente, com os métodos revolucionários da ação direta do proletariado, será capaz de libertar todos os presos políticos das masmorras do Estado capitalista. Ilusões disseminadas na defesa de em um suposto “Estado de Direito” no quadro desta República dos novos “barões” do capital só servirá para o movimento de massas acumular mais derrotas e retrocessos como estes que estamos assistindo agora, por essa razão nosso eixo político deve ser “Não a prisão de Lula pela farsa da Lava Jato! Superar a política de colaboração de classes do PT!”.