quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

DATAFOLHA CONFIRMA QUE O CERCO MIDIÁTICO CONTRA LULA NÃO PROVOCOU O EFEITO DESEJADO PELA "LAVA JATO": PT IRÁ ATÉ O FIM COM SEU "SONHO" ELEITORAL DE VOLTAR AO PLANALTO PELAS URNAS. ESQUERDA DO PSOL "COBRA" DE LULA QUE RESISTA PELA VIA DA "DESOBEDIÊNCIA CIVIL"


A última pesquisa do "Instituto Datafolha" realizada entre os dias 29 e 30 de janeiro, portanto atualizada após a condenação de Lula pelo TRF e do bombardeio midiático sofrido pela liderança petista, confirma que a candidatura oficial do PT ao Planalto continua sendo imbatível se colocada ao crivo das urnas eletrônicas. Ressalvando o fato de que o cenário das candidaturas presidenciais não seja alterado, ou melhor dizendo, que o justiceiro Sérgio Moro não seja incluído na "cédula virtual", Lula teria confirmada sua expectativa de retornar a gerência do Estado Burguês para retomar a política de impulsionar a retomada do crescimento da economia capitalista pela via do pacto social de colaboração de classes. Porém este não é o "desejo" dos setores hegemônicos das classes dominantes tupiniquins e muito menos do imperialismo ianque, agora sob a (des)orientação de um tresloucado Trump. O projeto político contemporâneo da burguesia nacional continua sendo o de aprofundar o golpe parlamentar, iniciando a transição para um regime de exceção bonapartista, onde a formalidade institucional das próprias eleições presidenciais podem ser levadas "as favas", como diria o Ministro (coronel) Jarbas Passarinho diante da promulgação do AI 5 em 1968. A crise estrutural do modo de produção capitalista atravessa uma etapa de retração econômica, bem distinta do curto ciclo virtuoso de crescimento mundial que coincidiu com um período da gestão estatal da Frente Popular entre 2005 e 2012 ("Locomotiva chinesa" e boom internacional do comércio das commodities). Neste quadro de correlação de forças no panorama mundial, a política de "contenção social", não tem muita serventia para a burguesia e muito menos para os rentistas que pretendem "realizar os lucros" em cima da extorsão financeira do Tesouro Nacional. Mas a Democracia Burguesa (regime da Democracia dos Ricos) não pode ser anulada da "noite para o dia", o processo da transição de regimes ainda permanece em sua fase originária, e por isso mesmo as urnas ainda despertam as ilusões e sonhos de uma esquerda reformista, principalmente quando se possui uma "candidatura imbatível" à presidência da república. Mas reivindicar outra postura programática do PT, que não seja a da "institucionalidade republicana" é no mínimo uma tolice criminosa diante do movimento de massas. De nada adianta Lula ser ameaçado de "prisão e tortura", ou no mínimo ser escanteado do processo eleitoral, a essência política da Frente Popular em nada será alterada, em outras situações históricas já ofereceu em "holocausto" a vida de seus dirigentes máximos (Chile 1973 com o próprio "suicídio" de Salvador Allende). Porém a esquerda revisionista do Trotskismo parece que não assinou estas lições históricas, e seus agrupamentos no interior do PSOL (MAIS, Insurgência, LSR etc..) continuam a clamar para o PT "radicalizar", chegando ao extremo ridículo de reeditar a velha política de "exigências" do PSTU, só que desta vez de forma ainda mais rebaixada: "O PT deve chamar a desobediência civil", uma palavra de ordem utilizada pelo MDB de Ulisses Guimarães e Tancredo Neves para se contrapor as ações da esquerda revolucionária no período da Ditadura Militar. Para este "condomínio revisionista" que se aglutina na sombra do PSOL a publicidade da revolução socialista como método de enfrentamento ao golpe de estado que se avizinha no horizonte, passa bem longe de sua plataforma de agitação política. Organizar o proletariado e as massas populares para a Resistencia Revolucionária (construção de uma alternativa de poder) diante do recrudescimento do regime burguês em pleno curso, é uma tarefa elementar para qualquer organização que se reclame Marxista Leninista, desgraçadamente este não é o caso do "bloco" social-democrata que optou por apostar suas "fichas" na dobradinha eleitoral Lula/Boulos...como sendo a melhor trilha para combater a brutal ofensiva neoliberal imperialista contra a classe operária.
HÁ SETE ANOS DO LEVANTE POPULAR NA TUNÍSIA: O INÍCIO DA FALSA “REVOLUÇÃO” NO MAGREB AFRICANO QUE ACABOU EM TRANSIÇÃO ORDENADA PELO IMPERIALISMO


MANIFESTAÇÕES DERRUBAM DITADOR BEN ALI: TUNÍSIA, ENTRE O LEVANTE POPULAR E A AUSÊNCIA DE UMA DIREÇÃO REVOLUCIONÁRIA
(Publicado originalmente no site da LBI, 30 de janeiro de 2011)

Colônia francesa até 1956, a Tunísia foi governada durante 23 anos pelo ditador Ben Ali, que assumiu a presidência em 1987 após comandar um golpe de Estado, instaurando um reacionário regime totalitário contra as massas em um ataque às mais elementares liberdades democráticas no país. No último dia 14 de janeiro, Ben Ali foi obrigado a deixar a presidência depois de um mês de protestos populares contra a pobreza, o desemprego e a corrupção no gabinete, manifestações duramente reprimidas e que deixaram mais de 80 mortos. As radicalizadas manifestações populares na Tunísia, iniciadas com a imolação de um trabalhador em protesto contra o desemprego e as miseráveis condições de vida, repercutiram no chamado mundo árabe e colocaram o imperialismo francês e a Casa Branca em alerta, porque mesmo depois da alas burguesas terem conformado um arremedo de governo de transição na tentativa de estabilizar o país, incluindo no gabinete dirigentes sindicais da UGTT, as mobilizações continuam tendo em vista o ódio popular contra a manobra que visa manter, com novos gerentes, o velho regime e as dramáticas condições de vida neste país localizado no norte da África.

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

GOVERNADOR CAMILO SANTANA: UM "PATROCINADOR" DE CHACINAS FILIADO AO PT, "MAMULENGO" DA OLIGARQUIA GOMES E "AMIGO" POLÍTICO DO PSOL DO CEARÁ. UM "ESTRANHO" CASO DE CONSENSO ENTRE A ESQUERDA REFORMISTA E A DIREITA BURGUESA...


O governador do Ceará Camilo Santana, representa um fenômeno raro na política nacional, conseguiu estabelecer um "consenso", quase uma "unanimidade regional" entre os mais variados grupos políticos, desde o arco da direita burguesa até a chamada "esquerda socialista" como o PSOL. Formalmente filiado ao PT, Camilo é um disciplinado membro da oligarquia dos Ferreira Gomes e conta também com a simpatia política do PSOL no Ceará. Apesar de ser um governador que vem "patrocinando" e acobertando os bandos criminosos e de tráfico de drogas no estado, o que já fez transformar o Ceará na principal rota da cocaína no país (e todos sabem que na região onde existe a maior concentração do "pó" a taxa da criminalidade dispara), Camilo é preservado politicamente de maiores enfrentamentos seja no campo parlamentar ou social. Além do pujante mercado da "coca", o Ceará vem se "notabilizando" pela ocorrência de bárbaras chacinas na periferia pobre de Fortaleza e outras regiões do estado. Chacinas como a de "Messejana" em 2015, Centro socioeducativo de menores em "Sapiranga" ocorrido ainda no mês de novembro do ano passado e a última em "Cajazeiras" neste final de semana, deixaram um trágico "saldo" de aproximadamente 30 de vítimas! Porém Camilo afirma não ter responsabilidade alguma sobre as tragédias, apesar de bancar pessoalmente um comando policial de terroristas na cabeça dos órgãos de (in)segurança do Ceará. A esquerda reformista vem "bajulando" Camilo há décadas, filho de uma oligarquia do sul do estado (Cariri), o atual governador foi militante do antigo PLP (Partido da Libertação Proletária), cujos dirigentes na atualidade estão abrigados no PSOL (Mauro Gurgel, Soraya Tupinambá) ou no PT (Acrísio Sena). Este "currículo" de passagem de Camilo pela esquerda explica o fato de contar com uma "oposição construtiva" por parte do PSOL e de ser acolhido no PT (antes de ser governador foi deputado estadual), apesar de sua posição de destaque no clã dos Gomes. Camilo dispõe de "trânsito livre" também com a direita, com o DEM celebrou uma aliança municipal em Fortaleza, costura uma coligação com o PMDB de Temer e Eunício Oliveira e vários tucanos integram seu secretariado. Diante da covarde chacina contra menores ocorrida em novembro de 2017, no interior de uma unidade do próprio governo estadual, Centro socioeducativo da Sapiranga, o deputado estadual do PSOL (Renato Roseno/Insurgência & MAIS) manteve um silêncio sepulcral, assim como toda a bancada petista na Assembleia Legislativa, somente a "pequena" LBI responsabilizou diretamente Camilo por mais esta omissão criminosa. Agora como a chacina de "Cajazeiras" ganhou notoriedade internacional (15 mortos!), a esquerda reformista "balbucia" tímidas palavras contra o governador petista, filhote dos Gomes e "amigo político" do PSOL. A Social Democracia de "esquerda", espalhada pelas tendências internas do PSOL e PT, não consegue enxergar que não serve de nada levantar a bandeira da "democratização da polícia" (a tal "polícia cidadã"), todo o aparato repressivo do Estado capitalista serve somente aos interesses da burguesia e sua função histórica é preservar a manutenção privada dos meios de produção. Diante da barbárie capitalista é necessário construir nossos próprios organismos de poder revolucionário, estratégica que contempla uma política de segurança e armamento para o proletariado e a população pobre das periferias urbanas. Chega de chacinas! O povo pobre, negro e explorado deve organizar sua própria autodefesa! Nenhuma confiança nos organismos de (in)segurança do Estado Capitalista!

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

HÁ QUATRO ANOS ATRÁS NA UCRÂNIA TEVE INÍCIO A BURLESCA "REVOLUÇÃO LARANJA", ORGANIZADA PELA CASA BRANCA & CIA



MOBILIZAR OS TRABALHADORES PARA DERROTAR A REAÇÃO FASCISTIZANTE PRÓ-UNIÃO EUROPEIA! FRENTE ÚNICA COM O GOVERNO YANUKOVICH PARA DERROTAR OS AGENTES DO IMPERIALISMO! EM DEFESA DE UMA UCRÂNIA SOBERANA E SOCIALISTA!
(Artigo originalmente publicado pelo Blog da LBI em 30/01/2014)

Rapidamente os acontecimentos na Ucrânia ganham contornos de guerra civil. A oposição pró-União Europeia (UE) atua em unidade com bandos fascistas para derrubar o governo do presidente Viktor Yanukovich, aliado da Rússia de Putin. Além das barricadas erguidas na Praça da Independência (em referência ao desligamento do país da antiga URSS), hordas de manifestantes ocuparam o Ministério da Justiça e exigiram eleições já, buscando assim dar um verniz democrático à ofensiva reacionária. Na verdade, esses grupos de direita patrocinados pelo imperialismo ianque e europeu desejam de fato a mudança completa do conjunto do regime político, para impor em Kiev uma marionete alinhada servilmente aos interesses dos grandes monopólios. Na defensiva diante da pressão das potências capitalistas ocidentais e da OTAN, Yanukovich tenta nos últimos dias desesperadamente um acordo para formar um gabinete de “unidade nacional”, já que nesta terça-feira, 28 de janeiro, o primeiro-ministro Nicolai Azarov renunciou demonstrando claramente que a oposição pró-imperialista ganhou terreno. Ocorre que os grupos fascistas resistem até mesmo a esta vergonhosa “fórmula de transição” e desejam a queda imediata do governo, no que são alimentados pela Casa Branca e Bruxelas. Como resposta limitada, manifestantes pró-governo cercaram a embaixada dos EUA em Kiev exigindo o fim da violência e a responsabilização dos insufladores do conflito. Desde a LBI, que há dois meses denunciamos as manifestações reacionárias na Ucrânia, chamamos a formação de milícias operárias, camponesas e populares em todo o país para enfrentar a ofensiva fascistizante, atuando em unidade de ação com as forças políticas que apoiam o governo nacional. Viktor Yanukovich vem se mostrando cada vez mais incapaz de levar consequentemente este combate, tanto que colocou nas mãos do parlamento burguês uma saída negociada para a crise, enquanto aguarda de fato o desfecho das negociações de cúpula entre a Rússia e a UE que ocorrem nestes dias. Nossa resposta deve ser o chamado a mobilizar os trabalhadores para derrotar a reação fascistizante pró-União Europeia! Por uma frente única de ação com o governo Viktor Yanukovich! Na barricada desta luta e sem patrocinar ilusões no governo burguês e no próprio apoio da Rússia de Putin a Yanukovich, chamamos os trabalhadores da cidade e do campo que sabem que seus direitos estão com os dias contados se houver a incorporação a UE a defender uma Ucrânia soberana e socialista!

domingo, 28 de janeiro de 2018

CÉLIA ZANETTI UMA GIGANTE INCANSÁVEL DA LUTA PROLETÁRIA: PRESENTE NA MEMÓRIA DE GERAÇÕES DOS COMBATENTES REVOLUCIONÁRIOS!


Podem alguns até pensarem que se trata de mais uma manchete demagógica acerca de uma valorosa companheira de luta que se foi neste início de ano. Afinal conheço o casal Célia e Jorge há quase quarenta anos, e sempre estivemos no campo da esquerda em trincheiras opostas. Posto este preâmbulo quero dizer que quando os conheci em 1981, eu não passava de um jovem "calouro" na esquerda diante de dois ícones do movimento comunista, ambos vindos da clandestinidade produto do corajoso enfrentamento com o regime militar. Célia logo se transformou para mim em um exemplo de dedicação e disciplina revolucionária, uma conspiradora e organizadora nata e que pouco ou nada se preocupava em colher os "louros" de suas empreitadas, muitas vezes estóicas. Uma valente combatente de suas posições políticas e de sua organização, mas que sempre respeitou seus adversários de esquerda. Nunca poderia esquecer quando logo após campanha eleitoral do padre Haroldo ao governo do estado do Ceará em 1987, eu ainda um dirigente muito jovem exigi que o PT expulsasse de seus quadros o grupo de Jorge, Célia e da prefeita Maria Luiza das fileiras partidárias. O PRO (Partido da Revolução Operária), em conjunto com a "Articulação dos 113" aceitou receber financiamento do PFL para cobrir os custos da campanha partidária. Maria Luiza e sua corrente o PRO acabaram saindo do PT em razão das minhas denúncias políticas e o presidente regional do PT Gilvan Rocha foi suspenso de suas atividades por um ano. Maria, Jorge e Rosa deixaram de falar comigo durante anos em função deste duro embate político, porém Célia sem abrir mão da defesa de sua tendência (posteriormente denominada de "Crítica Radical") continuou me passando os materiais de sua organização, sempre trocávamos nossas publicações de maneira muito cordial e respeitosa. Célia foi uma enérgica combatente que não poupou sua vida e energias em favor da causa que acreditou, as vezes eu a encontrava vermelha como uma "pimenta", após passar doze horas debaixo de um sol escaldante do Nordeste em meio a uma ocupação urbana ou a uma luta da UMC (União das Mulheres Cearenses). Nunca acumulou um cargo no Estado, apesar da camarada Maria Luiza ter sido prefeita de Fortaleza durante um mandato de três anos. Célia ocupou brevemente na CUT nacional uma posição de assessora do dirigente camponês Zé Novais, ainda quando militava no PRC, outro grande herói da luta socialista em nosso país. No período histórico mais recente seu agrupamento abandonou a teoria Leninista, vindo a abraçar as ideias acadêmicas de Robert Kurz, entretanto nunca se furtaram de permanecer como uma organização rigidamente centralizada e inteiramente dedicada a "causa teórica" que passaram a adotar como método. Célia um exemplo canônico de militante, que deixou gravado na memória das novas gerações uma referência histórica de que a vida consciente sem a luta implacável pelo "Justo Combate" de nada serve a humanidade!

Candido Alvarez - Secretário Geral da LBI

sábado, 27 de janeiro de 2018

HÁ TRÊS ANOS DA VITÓRIA DO SYRIZA NA GRÉCIA: A CONFIRMAÇÃO DA GERÊNCIA ESTATAL NEOLIBERAL PELAS MÃOS DE UM PARTIDO "ALMA GÊMEA" PROGRAMÁTICA DO PSOL BRASILEIRO



VITÓRIA DO SYRIZA: MAIS UMA GERÊNCIA SOCIALDEMOCRATA DE “ESQUERDA” À SERVIÇO DA TROIKA! CONVOCAR O KKE, PRINCIPAL REFERÊNCIA DA ESQUERDA CLASSISTA, A ENCABEÇAR UMA OPOSIÇÃO OPERÁRIA E DE MASSAS AO GOVERNO TSIPRAS!
(Artigo publicado no Blog da LBI em 27/01/2015)

O esperado aconteceu com o Syriza vencendo com “folga” as eleições legislativas na Grécia deste último domingo, 25.01. O partido de Alexis Tsipras, agora primeiro-ministro, conquistou 149 cadeiras das 300 do parlamento. Logo fechou um acordo com o partido “Gregos Independentes”, legenda da direita nacionalista (uma cisão reacionária do Nova Democracia) que garantiu 13 cadeiras (4,75%), para ter a maioria parlamentar absoluta. O imperialismo já esperava a vitória do Syriza tanto que as principais bolsas de valores pelo mundo e inclusive na Europa se mantiveram em alta nesta segunda-feira. Nos últimos meses Tsipras garantiu que cumpriria os acordos celebrados com a Troika pelo governo conservador controlado pela Nova Democracia, derrotada nas urnas. Ele assegurou antes das eleições que reconheceria as “obrigações frente às instituições europeias e os tratados europeus. Estes tratados preveem objetivos fiscais que devem respeitar-se, mas não as medidas para consegui-los. A austeridade não faz parte dos tratados europeus”. Em resumo, estamos diante de mais uma gerência socialdemocrata de “esquerda” que critica a “austeridade” mas pretende manter o país e os trabalhadores submetidos aos planos de ajuste ditados pela UE, BCE e FMI, inclusive mantendo a Grécia na “Zona do Euro” e na OTAN. Não há dúvidas que os trabalhadores escolheram o Syriza como principal expressão eleitoral de seu repúdio aos ataques a seus direitos perpetrados desde a crise de 2008, derrotando tanto a Nova Democracia como a velha socialdemocracia do Pasok, responsáveis diretos pela catástrofe social impostas nos últimos anos. Mas cabe ressaltar que também cresceu a extrema-direita, o Aurora Dourada, que ficou em quarto lugar conquistando cerca de 6,3% dos votos, à espera do desgaste futuro do Syriza que não romperá com a UE, para patrocinar com mais força a xenofobia e o fascismo. Por outro lado, o Partido Comunista da Grécia (KKE) saiu reforçado das eleições conquistando 15 cadeiras no parlamento (5,7%) e o mais importante, recusando qualquer aliança com o Syriza e a compor o novo governo. Antes das eleições, Secretário Geral do CC do KKE, Dimitris Koutsoumpas, corretamente declarou “Não apoiaremos o Syriza. Estamos contra a UE, a OTAN e as cadeias do capitalismo” e denunciou “Pela responsabilidade ante o povo, depois de ter examinado bem o que diz o Syriza, não podemos participar de um Governo burguês capitalista, que continuará esta barbaridade. Há uma semana, o Syriza nos interpelou para dar o voto de investidura, porém não o fez sinceramente. Eles sabem nossas posições de todos esses anos e que estaremos em oposição a este Governo, porque o mesmo estará nas mãos da oligarquia enquanto estiver na UE. Não podemos manchar nossas mãos, não podemos dar um salto ao vazio enquanto o povo está do outro lado. Além disso, fazem parte de sua fileira o mais podre do Pasok, com deputados que votaram memorandos e que boicotaram o movimento operário e sindical”. A justa posição do KKE é um ponto de apoio para a vanguarda classista grega fazer oposição operária ao governo Tsipras desde agora, sem conciliação de classes com o novo gerente de “esquerda” e sim pelo seu combate revolucionário nas ruas, fabricas e escolas para operar a ruptura radical com o capital financeiro e não simplesmente com a “Zona do Euro”. Desde a LBI apoiamos a posição classista do KKE e denunciamos os revisionistas do trotskismo, um amplo arco político que vai do PSTU do Brasil até a FIT argentina (PTS, PO, IS), passando pelo MES de Luciana Genro, que cinicamente criticam a suposta “política sectária do KKE” por não apoiar o governo do Syriza. Os arautos do revisionismo “pilantrosko” esgrimam o caráter histórico stalinista do KKE para desqualificar suas posições atuais de combate ao engodo que representa o Syriza. Esse canalhas não passam de frente populistas que desejam estabilizar o regime político burguês pela via de um “governo de esquerda” que está até a medula comprometido com o imperialismo europeu, já que manterá o país na OTAN! Está colocado derrotar a União Europeia imperialista, sob a qual a vida das massas converte-se em uma bárbara escravidão, para edificar em seu lugar uma Federação das Repúblicas Socialistas da Europa, apontando a única saída verdadeiramente progressista para o velho continente. A tarefa dos Marxistas-Leninistas neste momento crucial da luta de classe na Grécia é combater as ilusões dos explorados na nova gerência socialdemocrata e organizar desde as bases operárias e populares a luta direta contra a política de colaboração de classes do Syriza e não o contrário, como desgraçadamente fazem o integrantes da família revisionista pelo mundo, semeando falsas expectativas no governo burguês sob o comando de Alexis Tsipras.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

PT LANÇA LULA À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA ACREDITANDO “PIAMENTE” NAS INSTITUIÇÕES DO REGIME BURGUÊS: APESAR DE RECONHECERMOS SEU DIREITO DE CANDIDATAR-SE, APONTAMOS O OUTRO CAMINHO, O DA RUPTURA RADICAL E  REVOLUCIONÁRIA COM A INSTITUCIONALIDADE  DA REPÚBLICA DO CAPITAL!


Um dia após a decisão do TRF-4, no novo tribunal da “neo inquisição”, que condenou Lula por 3 x 0, em mais uma farsa judicial da "Lava Jato", o PT lançou oficialmente a candidatura Lula. Em votação unânime durante reunião ampliada da Executiva Nacional, a presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffmann, anunciou a pré-candidatura e o início das discussões em torno do programa de governo que será coordenado pelo ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad. Também participaram da reunião os governadores de Minas Gerais, Fernando Pimentel; do Piauí, Wellinton Dias; Tião Viana, do Acre; e Rui Costa, da Bahia; os líderes do PT na Câmara, Paulo Pimenta, e no Senado, Lindbergh Farias, assim como o líder da oposição, Humberto Costa, o coordenador do MST, João Pedro Stédile, o coordenador da CUT, Vagner Freitas e outros dirigentes sindicais. O dirigente do MST declarou que “A classe trabalhadora já escolheu. Por isso, o MST e a Via Campesina vão apoiar Lula para a Presidência da República. Fizemos o acampamento em Porto Alegre e não saímos de cabeça baixa, porque o jogo era deles, não era nosso”. A presidente do PT deixou claro que pretende reeditar através da candidatura Lula um novo governo burguês de colaboração de classes: “Nosso papel é chamar todos os partidos de centro esquerda e reafirmarmos uma frente de oposição e da defesa do povo brasileiro. Lula é o candidato de uma parcela expressiva da população brasileira, então cabe a nós e aos movimentos sociais proteger e defender essa candidatura”, declarou. A LBI, apesar de defender o direito democrático de Lula se candidatar para presidente, não reivindica o voto crítico em Lula ou mesmo em uma possível candidatura de Boulos pelo PSOL, duas faces da mesma política socialdemocrata de sustentabilidade da ordem capitalista. Para a LBI, eleições sem Lula ou com Lula são uma fraude da democracia dos ricos! O povo na democracia burguesa só pode "escolher" entre os candidatos "autorizados" pelo regime e que estes mesmos candidatos "oficiais" não convoquem a expropriação violenta do capital. Defendemos o direito de Lula ser candidato, ou de qualquer outro cidadão, apesar de denunciar que uma candidatura genuinamente comunista e revolucionária jamais será admitida pelo "establishment" dominante. Defender o direito de lula, ou de qualquer outro cidadão brasileiro, ser candidato a presidente não é o mesmo que defender a "democracia" como valor universal, ou avalizar seu programa de sustentabilidade do capitalismo com "face humana". Lutamos pelas mais amplas liberdades democráticas no cenário social do modo de produção capitalista. Entendemos a luta pelas liberdades democráticas como o pleno direito dos Marxistas-Leninistas se organizarem livremente para "conspirar" contra o próprio regime democrático, porém os comunistas na legalidade ou na clandestinidade mantém o mesmo objetivo estratégico, a tomada do poder pelo proletariado! Não apoiamos nenhuma sentença da justiça de classe da burguesia contra lideranças de esquerda (sociais democratas ou diretamente burguesas como Lula no Brasil, Cristina Kirchner na Argentina ou Lugo no Paraguay), muito menos da famigerada operação "Lava Jato" montada pelo imperialismo para desmontar a Petrobras. Para os revolucionários da LBI a corrupção no sistema capitalista não se combate (ou ao menos se ameniza) com a justiça do Estado Burguês e sim com a Revolução Socialista e a instauração de um outro regime social. Não existe capitalismo sem corrupção, é inútil (ridículo mesmo) reivindicar dos juízes da burguesia que prendam todos os capitalistas. Não iremos legitimar o circo eleitoral de cartas marcadas pelo poder do capital financeiro. Abaixo a fraude eleitoral da soberania popular, seja com Lula, Boulos, Ciro e os fascistas Alckmin e Bolsonaro. Combatemos pela ação direta e revolucionária das massas, lutamos por um verdadeiro Governo Operário e Camponês para demolir todo o "edifício" institucional da república do capital! Nos colocamos publicamente pelo armamento do proletariado, única garantia de conquistarmos uma genuína democracia soviética! Na conjuntura mais imediata advogamos por derrotar nas ruas e na luta da ação direta revolucionária o governo golpista de Temer que tentará aprovar a Reforma da Previdência nos próximos meses. A única saída realmente progressista diante da barbárie capitalista é por abaixo a ditadura de classe da burguesia e construir o novo Estado Operário, a falência histórica da democracia formal emoldurada pelas elites reacionárias já demonstrou para os trabalhadores e as massas empobrecidas que sua única alternativa é a luta pelo socialismo! Nesse caminho, o estabelecimento de uma Frente Única de Ação Antifascista contra Moro e a direita neoliberal não está a serviço de defender a Frente Popular e a democracia burguesa (como faz o PCO), mas para derrotar a ofensiva da reação contra as limitadas liberdades democráticas existentes em nosso país e as conquistas sociais arrancadas com muita luta pelo proletariado, além de denunciar a política neoliberal do PT em seus mais de doze anos de gerência do Estado capitalista. O desenlace progressista da atual crise de dominação burguesa, que acaba de encerrar um ciclo histórico de expansão econômica, repousa exclusivamente na possibilidade da classe operária começar a construção de seu próprio embrião de poder revolucionário!

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

31 ANOS DA MORTE DE NAHUEL MORENO: NO BRASIL, SEUS HERDEIROS (LIT & UIT) ALIAM-SE COM A REAÇÃO BURGUESA DE DIREITA CONTRA A ESQUERDA, NO MUNDO AVANÇAM NA ESCANDALOSA ALIANÇA COM O IMPERIALISMO, SUPERANDO EM MUITO O LEGADO DO MESTRE REVISIONISTA ARGENTINO


Em 25 de janeiro de 1987, há 31 anos atrás, morria em Buenos Aires Hugo Miguel Bressano Capacete, conhecido na esquerda trotskista mundial como Nahuel Moreno. Sua militância política iniciara-se muito cedo em meio à efervescência operária dos anos 40, quando aos 20 anos de idade ajudou a fundar um pequeno núcleo político-sindical denominado Grupo Operário Marxista (GOM). Em quase 50 anos de militância foi o responsável pela fundação de várias organizações revisionistas na Argentina e América Latina, além de exercer influência sobre pequenos agrupamentos em outros países no qual desembocara a sua última “obra” a LIT. Para entendermos um pouco o pensamento de Moreno é necessário aportarmos à crise que se abateu sobre a IV Internacional após a morte de Leon Trotsky, em razão da inexperiência e debilidade da direção política. Ou seja, como Trotsky prognosticara, a Segunda Guerra Mundial provocou um enorme ascenso revolucionário na Europa e em várias regiões do planeta, no entanto os dirigentes da Quarta, Mandel, James Cannon, Joe Hansen, Pierre Frank, Michel Pablo, Lívio Maitán, Pierre Lambert, Gerry Healy e outros, não se colocaram à altura de suas tarefas, uma vez que esta não se tornou uma organização de massas, posto que segundo Moreno vários prognósticos de Trotsky para o período não se confirmaram. Moreno passa em razão deste “fracasso” a elaborar suas próprias explicações para os novos fenômenos surgidos no pós-guerra, as chamadas “atualizações programáticas” do Trotskismo. Estas supostas “atualizações” do Programa de Transição resultaram na síntese do revisionismo Morenista, tendo como ápice desta nova “teoria” a caracterização das chamadas “revoluções democráticas ou políticas”, quase sempre movimentos reacionários, manietados pelo imperialismo, dirigidos contra os Estados operários ou regimes nacionalistas burgueses. Seus herdeiros no Brasil, o PSTU, a CST e residualmente o MAIS (um agrupamento meio Morenista, meio social-democrata), avançaram desde sua morte na política de alianças com o imperialismo contra o “autoritarismo stalinista” ou o que dizem ser “ditaduras sanguinárias” nacionalistas burguesas como Assad na Síria.  Na verdade toda uma camada de militantes da “nova geração” das correntes que ainda reivindicam o Morenismo sequer foi educada sob as bases programáticas do Trotskismo, estão em plena sintonia com o discurso vazio do “novo” e da busca de uma “nova práxis”, o que significa realmente um desconforto da pequena- burguesia com a mínima disciplina partidária bolchevique, considerada uma peça arcaica de museu ou mesmo um libelo do “autoritarismo stalinista”, mais ainda reivindica formalmente pelos “velhos Morenistas”. Este nicho da esquerda revisionista forjada ideologicamente na era pós-soviética, aderiu a democracia como um valor universal, para eles bem superior politicamente a qualquer regime dos Estados Operários, considerados como o foco da falta de liberdades e irradiador do pensamento dogmático e conservador de uma “esquerda ultrapassada”. Fenômenos partidários como o PSOL, PODEMOS etc... são a genuína referência destes militantes e das organizações “Morenistas” 31 anos após a morte de seu “mestre”. O MAIS brasileiro, por exemplo, foi totalmente coerente e tratou de “limpar” os vestígios do Trotskismo ainda presentes na velha corrente Morenista. Bem “MAIS” assemelhada à estrutura orgânica de um PSOL ou mesmo da DS (Ex-Mandelista e atualmente petista), do que de qualquer seção da LIT, ainda que persistam em reivindicá-la. O mais sintomático é que quando rompeu com o PSTU em meados de 2016, o “racha” não relacionou conscientemente a linha política nacional direitista com a posição revisionista da LIT pelo mundo, ao contrário, se afirma anda fiel a Internacional Morenista: “Apostamos na possibilidade de uma separação amigável, e portanto exemplar, muito diferente das rupturas explosivas e destrutivas que o passado tanto viu. Mantemo-nos, por isso, nos marcos da Liga Internacional dos Trabalhadores, na qualidade de seção simpatizante”. Esse tratamento próprio dos centristas visa encobrir que as posições do PSTU no Brasil fazem parte da plataforma pró-imperialista escandalosa que a LIT adotou no mundo. Esta festejou o afastamento de Dilma pelas mãos da direita, acrescenta o Brasil na longa lista de países em que esta corrente internacional, estabeleceu no último período unidade política com o imperialismo e a reação burguesa contra governos frente populistas, reformistas e nacionalistas como na Líbia, Síria, Ucrânia, Egito, Venezuela e mais recentemente no Brasil. O PSTU está farto de defender a prisão de Lula afirmando que é um corrupto burguês, ao mesmo tempo que declara que esta tarefa cabe a famigerada Lava Jato, uma operação jurídico-policial organizada pelo imperialismo para desmontar a Petrobras. Ao contrário do PSTU, todo Marxista deve ter como princípio que as instituições da República Capitalista não servem para a luta da classe operária, Lula representa uma ala da burguesia que se chocou com os interesses do setor das classes dominantes diretamente ligada aos interesses econômicos dos EUA, por isso a Lava Jato surgiu para “descobrir” corrupção na Petrobras e nos dirigentes petistas, enquanto não “descobriu” nada em relação ao PSDB que tentou destruir a maior empresa estatal do país. A condenação de Lula pelas mãos do imperialismo não tem nada de progressiva e tampouco de democrática, não estão condenando Lula pelos privilégios de um burocrata que tem um padrão de vida de um próspero pequeno burguês, e sim pelo projeto petista de se “esforçar” inutilmente para impulsionar uma burguesia nacional. Por esta razão o Imperialismo liquidou o segundo governo de Vargas e agora o de Dilma. Trotsky não tinha nenhuma simpatia por Vargas ou pelo general Cardenas no México (ambos nacionalizaram o petróleo em seus países), porém afirmou exaustivamente que diante de um confronto entre o Imperialismo e o nacionalismo burguês cerraria fileiras com este último. Os Morenistas do PSTU desconhecem esta lição do Leninismo e cansam de estabelecer unidade de ação com o Imperialismo, seja na Venezuela, Síria ou criminosamente na Líbia onde aplaudiram a devastação do país pelas bombas da OTAN. Por isso, outros agrupamentos chamam o PSTU para que também seja coerente aqui no Brasil e faça unidade com a reação burguesa em terras nacionais. Nada mais normal quando se lê o que escreveu Eduardo Almeida, dirigente do PSTU e da LIT: “Acaso a diferença de tratamento da justiça burguesa em relação ao PT, nos deve fazer defender o PT? Ao contrário. Nós defendemos a prisão e expropriação dos bens de todos os corruptos. E isso significa exigir a prisão de Lula e também de Aécio e Renan pelo envolvimento na Lava Jato, de Alckmin pelo roubo da merenda escolar, e assim por diante. Ter uma política diferente nos tornaria cúmplices de Lula, e enfraqueceria completamente a luta contra a corrupção também do PSDB e do PMDB”. (Eduardo Almeida, Sobre o processo de Lula, 15 de setembro de 2016). Os “herdeiros” revisionistas de Moreno (LIT & UIT) nos últimos 31 anos foram além de seu “mestre” na política de conciliação de classes e adaptação a democracia burguesa e ao imperialismo!

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

PORQUE NÃO PARTICIPAMOS DOS ATOS EM "DEFESA DA DEMOCRACIA"

ELEIÇÕES SEM LULA OU COM LULA SÃO UMA FRAUDE DA DEMOCRACIA DOS RICOS! O POVO NA DEMOCRACIA BURGUESA SÓ PODE "ESCOLHER" ENTRE OS CANDIDATOS "AUTORIZADOS" PELO REGIME E QUE NÃO CONVOQUEM A EXPROPRIAÇÃO VIOLENTA DO CAPITAL. DEFENDEMOS O DIREITO DE LULA SER CANDIDATO, OU DE QUALQUER OUTRO CIDADÃO, APESAR DE DENUNCIAR QUE UMA CANDIDATURA COMUNISTA E REVOLUCIONÁRIA JAMAIS SERÁ ADMITIDA PELO "ESTABLISHMENT" DOMINANTE. DEFENDER O DIREITO DE LULA, OU DE QUALQUER OUTRO CIDADÃO BRASILEIRO, SER CANDIDATO A PRESIDENTE NÃO É O MESMO QUE DEFENDER A "DEMOCRACIA" COMO VALOR UNIVERSAL, OU AVALIZAR SEU PROGRAMA DE SUSTENTABILIDADE DO CAPITALISMO COM "FACE HUMANA". LUTAMOS PELAS LIBERDADES DEMOCRÁTICAS NO CENÁRIO SOCIAL DO MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA. ENTENDEMOS A LUTA PELAS LIBERDADES DEMOCRÁTICAS COMO O DIREITO DOS MARXISTAS-LENINISTAS SE ORGANIZAREM LIVREMENTE PARA "CONSPIRAR" CONTRA O PRÓPRIO REGIME DEMOCRÁTICO, PORÉM OS COMUNISTAS NA LEGALIDADE OU NA CLANDESTINIDADE MANTÉM O MESMO OBJETIVO ESTRATÉGICO, A TOMADA DO PODER PELO PROLETARIADO! 
NÃO APOIAMOS NENHUMA SENTENÇA DA JUSTIÇA DE CLASSE DA BURGUESIA CONTRA LIDERANÇAS DE ESQUERDA (SOCIAIS DEMOCRATAS OU DIRETAMENTE BURGUESAS COMO LULA NO BRASIL, CRISTINA KIRCHNER NA ARGENTINA OU LUGO NO PARAGUAY),
MUITO MENOS DA FAMIGERADA OPERAÇÃO "LAVA JATO" MONTADA PELO IMPERIALISMO PARA DESMONTAR A PETROBRAS. CORRUPÇÃO NO SISTEMA CAPITALISTA NÃO SE COMBATE COM A JUSTIÇA DO ESTADO BURGUÊS E SIM COM A REVOLUÇÃO SOCIALISTA! NÃO EXISTE CAPITALISMO SEM CORRUPÇÃO, É INÚTIL (RIDÍCULO MESMO) REIVINDICAR DOS JUÍZES DA BURGUESIA QUE PRENDAM TODOS OS CAPITALISTAS. NÃO AO CIRCO ELEITORAL DE CARTAS MARCADAS PELO PODER DO CAPITAL FINANCEIRO. ABAIXO A FRAUDE ELEITORAL DA SOBERANIA POPULAR, SEJA COM LULA, BOULOS, CIRO E OS FASCISTAS ALCKMIN E BOLSONARO. PELA AÇÃO DIRETA E REVOLUCIONÁRIA DAS MASSAS! LUTAR POR UM VERDADEIRO GOVERNO OPERÁRIO E CAMPONÊS PARA DEMOLIR TODO O "EDIFÍCIO" INSTITUCIONAL DA REPÚBLICA DO CAPITAL! PELO ARMAMENTO DO PROLETARIADO, ÚNICA GARANTIA DE UMA GENUÍNA DEMOCRACIA SOVIÉTICA!

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

NEGAÇÃO DA NEGAÇÃO (TS) CONVIDA: ALIADOS DO PSTU CONVOCAM OS MORENISTAS PARA ATO COM OS FASCISTAS “MBL” E “VEM PRA RUA” PARA DEFENDER A PRISÃO DE LULA


O grupo Negação da Negação, atual Transição Socialista (TS) convocou o PSTU para participar do ato de hoje (23.01) pela prisão de Lula na Avenida Paulista. TS entende que não basta os Morenistas dizerem que são a favor do encarceramento do dirigente petista, eles também têm que ir às ruas em apoio à caçada policialesca de Moro e da Lava Jato contra Lula, inclusive junto com os fascistas “MBL” e o “Vem Pra Rua” que convocaram inicialmente o ato em São Paulo. No artigo “Absolvição de Lula é caminho para golpe. Às ruas pela condenação!”, TS faz o chamado público ao PSTU: “Não podemos ser oscilantes como os companheiros do PSTU. Estes afirmam — corretamente — que é errado ir em atos a favor de Lula, mas também afirmam — erroneamente — que não se deve ir em atos pela condenação de Lula... É preciso ter coragem de defender abertamente a condenação de Lula e defender a mobilização social pela prisão de Lula. É preciso ter coragem de dizer abertamente que eleição COM Lula é fraude. Lula NÃO deve ter o ‘direito’ de se candidatar”. TS cobra coerência do PSTU que também é a favor da prisão de Lula e apoia a Lava Jato! TS faz um chamado sincero na condição de aliado fiel do PSTU no interior da CSP-Conlutas e que já anunciou o apoio à candidatura de Zé Maria para presidente: “A melhor coisa que os companheiros do PSTU podem fazer hoje é não aguardar o PSOL, sair na frente e tomar a dianteira: estar à altura da conjuntura e começar a ocupar o espaço que é necessário nacionalmente. Companheiros, lancem, por exemplo, Zé Maria de Almeida como pré-candidato!” (TS, 04.12.2017). O chamado de TS ao PSTU de fato tem todo o sentido do ponto de vista da política escandalosa e direitista de ambos agrupamentos. O PSTU está farto de defender a prisão de Lula afirmando que é um corrupto burguês, ao mesmo tempo que declara que esta tarefa cabe a famigerada Lava Jato, uma operação jurídico-policial organizada pelo imperialismo para desmontar a Petrobras. Ao contrário de TS e do PSTU, todo Marxista deve ter como princípio que as instituições da República Capitalista não servem para a luta da classe operária, Lula representa uma ala da burguesia que se chocou com os interesses do setor das classes dominantes diretamente ligada aos interesses econômicos dos EUA, por isso a Lava Jato surgiu para “descobrir” corrupção na Petrobras e nos dirigentes petistas, enquanto não “descobriu” nada em relação ao PSDB que tentou destruir a maior empresa estatal do país. A condenação de Lula pelas mãos do imperialismo não tem nada de progressiva e tampouco de democrática, não estão condenando Lula pelos privilégios de um burocrata que tem um padrão de vida de um próspero pequeno burguês, e sim pelo projeto petista de se “esforçar” inutilmente para impulsionar uma burguesia nacional. Por esta razão o Imperialismo liquidou o segundo governo de Vargas e agora o de Dilma. Trotsky não tinha nenhuma simpatia por Vargas ou pelo general Cardenas no México (ambos nacionalizaram o petróleo em seus países), porém afirmou exaustivamente que diante de um confronto entre o Imperialismo e o nacionalismo burguês cerraria fileiras com este último. Os Morenistas do PSTU desconhecem esta lição do Leninismo e cansam de estabelecer unidade de ação com o Imperialismo, seja na Venezuela, Síria ou criminosamente na Líbia onde aplaudiram a devastação do país pelas bombas da OTAN. Por isso, TS faz o chamado ao PSTU para que também seja coerente aqui no Brasil e faça unidade com a reação burguesa em terras nacionais. Nada mais normal portanto o convite, quando se lê o que escreveu Eduardo de Almeida, dirigente do PSTU e da LIT: “Acaso a diferença de tratamento da justiça burguesa em relação ao PT, nos deve fazer defender o PT? Ao contrário. Nós defendemos a prisão e expropriação dos bens de todos os corruptos. E isso significa exigir a prisão de Lula e também de Aécio e Renan pelo envolvimento na Lava Jato, de Alckmin pelo roubo da merenda escolar, e assim por diante. Ter uma política diferente nos tornaria cúmplices de Lula, e enfraqueceria completamente a luta contra a corrupção também do PSDB e do PMDB”. (Eduardo Almeida, Sobre o processo de Lula, 15 de setembro de 2016). Contraditoriamente ao mesmo tempo que defendem a prisão de LULA, os Morenistas capitulam vergonhosamente em relação a burocracia da CUT e FS, insistindo no chamado a “unidade” com estes traidores da luta de massas e que estão dispostos a deixar passar a reforma neoliberal da previdência sem a convocação de uma Greve Geral pra valer e por tempo indeterminado até a derrota definitiva da pauta do “ajuste” imposta pelo capital financeiro. Em resumo, o PSTU defende a prisão de Lula mas para manter sua “unidade” com a burocracia sindical traidora da CUT não chama abertamente os atos em favor do encarceramento do principal dirigente do PT. Essa esquizofrenia política vai acabar gerando novos rachas e rupturas no castigado grupo Morenista no Brasil. 

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

JULGAMENTO NO TRF-4: EM DEFESA DE LULA DIANTE DA “LAVA JATO” E DA OFENSIVA REACIONÁRIA... OPOSIÇÃO PROLETÁRIA E REVOLUCIONÁRIA A POLÍTICA DE COLABORAÇÃO DE CLASSES DO PT!


Na véspera do julgamento de Lula pelo TRF-4, um órgão colegiado da justiça burguesa que irá analisar a sentença condenatória proferida anteriormente pelo Juiz Sergio Moro, a LBI, que foi a primeira corrente política nacional a denunciar a “Operação Lava Jato” como um instrumento do imperialismo para avançar o regime de exceção no Brasil, vem a público expor sua posição política tendo como base o Marxismo Revolucionário, apontando o que considera como as principais tarefas políticas para a vanguarda e os trabalhadores neste polarizado ano de 2018.

1 - A JUSTIÇA BURGUESA É UM ÓRGÃO DA CLASSE DOMINANTE

A Justiça burguesa pode em determinados momentos históricos punir membros de sua própria classe (“cortar na própria carne”) para pavimentar um Estado de Exceção, recorrendo a expedientes arbitrários que afrontam à própria legislação do chamado “Estado democrático de Direito”. Nesse sentido, a prisão de corruptos notórios como Eduardo Cunha ou de Sérgio Cabral de aparência moralizadora na verdade fazem parte de um movimento para desmoralizar o conjunto do tecido partidário nacional visando o recrudescimento do regime político. A “Lava Jato” representa a porta de entrada de um novo regime bonapartista no país, de corte ideológico fascista e não tem nenhum aspecto progressista. No caso específico de Lula, apesar de sua política de colaboração de classes e das alianças do PT com a burguesia, o Juiz Moro, a força tarefa dos procuradores da “República de Curitiba” e o TRF-4 são instrumentos da gestação de uma “ditadura de Toga” que almeja impor um Bonapartismo Judiciário no Brasil. Como o PT tem ainda sólidos laços com o movimento social e essa influência se reflete no terreno eleitoral, a “Lava Jato” tratou de ter como alvo principal Lula e seu partido, mesmo estes completamente adaptados a democracia burguesa e corrompidos política e materialmente pelas relações estabelecidas quando gerenciavam o Estado burguês. Nesse sentido, a LBI, corrente trotskista que desde antes da posse de Lula em 2003, se proclamava como oposição operária e revolucionária a Frente Popular, considera que a posição justa que melhor serve ao proletariado para combater o fascismo policial e barrar o avanço da ditadura do judiciário é a vigorosa denúncia da “Operação Lava Jato” e a defesa pública da não condenação de Lula pela justiça burguesa, com total independência política dos eixos levantados pela Frente Popular. A tarefa de superar o PT e julgar todos os crimes políticos da Frente Popular é da classe operária e não dos órgãos judiciais e repressivos da classe dominante!

2 - LULA NÃO É “INOCENTE” SEGUNDO OS INTERESSES DOS TRABALHADORES

A gerência de centro-esquerda burguesa de Lula, assim como a comandada por Dilma Roussef, atacou direitos, legislou para criminalizar os movimentos sociais, estabeleceu uma política neoliberal de privatizações, concessões e PPP´s, subsidiou as grandes empresas capitalistas enquanto manteve arrocho salarial dos servidores públicos, restringiu benefícios do INSS... Lula e Dilma levaram adiante vários pontos da Reforma da Previdência, que hoje o golpista Temer aprofunda. No curso da gerência no Estado burguês, o governo petista estabeleceu relações corruptas com a classe dominante, respeitando o funcionamento do Estado capitalista, vias as mais variadas negociações para recebimento de comissões (conhecidas popularmente como “propinas”) cobradas nas liberações de verbas do BNDES e dos bancos públicos, além de medidas apresentadas no parlamento pelo Palácio do Planalto. Essa prática não começou com Lula e o PT, faz parte da própria engrenagem do regime político capitalista. Todos os governos burgueses, desde o início da República até agora se regem por essas “normas”. Acusar Lula e o PT simplesmente de serem os maiores corruptos do Brasil que devem ser punidos por Moro e o TRF-4 é parte de uma operação jurídico-policial da reação burguesa para desmoralizar a Frente Popular, visando fortalecer uma alternativa de classe burguesa de cunho fascista ou Bonapartista. Nesse sentido, a LBI considera que Lula cometeu vários crimes de traição à luta do proletariado, mas deve ser julgado pelos trabalhadores e em seus organismos. Longe de apoiar a Lava Jato e seus jovens procuradores fascistas os Marxistas Revolucionários denunciam que a corrupção não é um fenômeno episódico no regime capitalista, faz parte dos seus próprios mecanismos de acumulação privada de mais-valor. Somente a imposição de outra ditadura de classe, desta vez de caráter proletário, será capaz de iniciar a construção de uma nova sociedade e para alcançar esse objetivo estratégico é preciso edificar um partido operário revolucionário em nosso país, que supere o PT através do avanço da consciência de classe dos trabalhadores e não colocando seus dirigentes na cadeia (por mais degenerados que sejam), como defendem Moro e Deltan Dallagnol!
HÁ 6 ANOS DA DESOCUPAÇÃO DO PINHEIRINHO: TIRAR AS LIÇÕES DE SUBSTITUIR A LUTA DIRETA COM COMITÊS DE AUTODEFESA PELAS ILUSÕES SUICIDAS NA JUSTIÇA BURGUESA E NA FRENTE POPULAR


Há exatos 6 anos, em 22 de janeiro de 2012, o governo tucano de Alckmin ordenou que a PM invadisse a Ocupação Pinheirinho, em São José dos Campos, para desalojar à força milhares de moradores. Naquele momento, o PSTU, que dirigia há anos a ocupação na cidade operária, apostou suas fichas nas negociações com a justiça burguesa e nas ilusões que o governo Dilma poderia negociar um acordo com Alckmin para impedir a ação policial. A LBI vinha alertando que esta era uma política suicida, convocando os moradores a organizarem a resistência através de comitês de autodefesa e chamando os metalúrgicos a deflagarem uma greve geral de solidariedade no Vale do Paraíba. Desgraçadamente, nossos apelos foram ignorados pela direção morenista e a repressão brutal abateu-se contra os sem-teto, que agora estão disperos pelo estado de São Paulo e sem condições de moradia. Reproduzimos abaixo o artigo publicado pelo Blog da LBI logo após a desocupação do Pinheirinho, que mantém toda sua atualidade, ainda mais que agora uma grande ocupação está ocorrendo em São Bernardo do Campo, sob a direção do MTST, que vem seguindo uma política de acordos idêntica a aplicada pelo PSTU naquele momento.

PM MONTA OPERAÇÃO DE GUERRA E EXPULSA MORADORES DA OCUPAÇÃO DO PINHEIRINHO! MAIS UMA PROFUNDA DERROTA DOS TRABALHADORES, PRODUTO DO PACIFISMO PEQUENO-BURGUÊS DO PSTU QUE PATROCINOU ILUSÕES NA JUSTIÇA BURGUESA E NO GOVERNO DILMA

(BLOG da LBI, 22 DE JANEIRO DE 2012)

Neste domingo, 22, já nas primeiras horas do dia, a assassina tropa de choque da PM, com o apoio de helicópteros, cavalaria e do corpo de bombeiros, atacou os moradores da ocupação Pinheirinho com armamento letal e bombas de gás lacrimogêneo, deixando até o momento dezenas de feridos na operação de guerra para a desocupação do terreno em São José dos Campos. Como nós da LBI já havíamos alertado, os moradores não deveriam ter nenhuma confiança na justiça burguesa e qualquer ilusão em suas decisões. O Poder Judiciário, em sua esfera federal, montou uma verdadeira armadilha decidindo por uma “nova rodada de negociações” durante 15 dias, quando na verdade esse artifício foi usado para desarticular os pequenos focos de resistência armado organizados pelos próprios morados. A política de pacifismo pequeno-burguês do PSTU em nenhum momento chamou o armamento popular e muito menos estruturou os comitês de autodefesa, por isto noticiam  em seu sítio neste dia 22 a ocupação policial anunciando vergonhosamente que o “povo foi pegue de surpresa”! Quanto cinismo, aos que até sexta-feira, 20, alardeavam “Vitória do Pinheirinho! Justiça suspende ordem de reintegração”. Como não ser “pegue de surpresa” seguindo esta política nefasta!

domingo, 21 de janeiro de 2018

94 ANOS DA MORTE DE V.I. LENIN : RESGATAR O LEGADO DO MARXISMO LENINISMO PARA A AÇÃO REVOLUCIONÁRIA DAS MASSAS


Hoje (21/01/2018) completa- se 94 anos da morte de nosso grande chefe Bolchevique, Lênin, o dirigente Marxista que lançou as bases do partido revolucionário centralizado como um exército do proletariado para demolir violentamente as instituições do estado capitalista. Ganhou o justo ódio da burguesia mundial que o rotulou como um "verdadeiro demônio da classe operária". Também nas hostes da esquerda internacional Lênin granjeou a fúria de todos os reformistas e revisionistas que o enxergam como um " ditador autoritário ". Nós da LBI prestamos este pequeno tributo ao nosso chefe "eterno", o maior de todos os revolucionários que já povoaram nosso planeta. Passados 94 anos de sua morte suas estátuas continuam a serem derrubadas, como recentemente ocorreu na Ucrânia, pelo ódio de classe dos inimigos viscerais da revolução socialista, como símbolos de que o Leninismo continua vigente e seu legado deve ser combatido sem trégua. Quando aconteceu a destruição imperialista de sua maior obra, a URSS, pensavam as hienas da reação que o Leninismo havia sido tombado junto com suas estátuas, crasso engano. Lênin está mais vivo agora, quando as novas gerações "descobrem" acidamente que não pode haver revolução vitoriosa sem a construção do partido bolchevique como vanguarda das massas. Quando a crise do capital financeiro mundial atingiu seu "pico" em 2008, não nos cansamos de repetir que a tarefa fundamental era construir o partido Leninista, e que sem a existência desta ferramenta do proletariado o capitalismo conseguiria recompor suas bases de acumulação. Passados cerca de dez anos do crash financeiro internacional, a história novamente deu razão a Lênin! Como afirmou Trotsky, discípulo de Lênin, quando soube da morte do grande chefe: Perdemos Lênin, mas sem o Leninismo não somos absolutamente nada!

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

LULA E BOULOS: MAIS DA MESMA “MERDA” PROGRAMÁTICA DE CONCEDER SUSTENTABILIDADE A ECONOMIA CAPITALISTA


O PSOL e suas tendências internas corrompidas ideologicamente tentam maquiar candidatura de Guilherme Boulos como sendo uma oposição a “conciliação de classes do PT”, um engodo para iludir ingênuos e incautos que ainda acreditam no PSOL como algo diferente politicamente da Frente Popular. Boulos e sua plataforma “Vamos”, que não por acaso une programaticamente PSOL e PT, representa o velho ideal social democrata de reformar o regime capitalista. Lula é “apenas” mais descarado quando se alia abertamente as oligarquias burguesas que deram o golpe parlamentar contra o governo Dilma buscando se postar como uma sólida candidatura de colaboração de classes que amplia abertamente seus vínculos com os representantes da classe dominante. O PSOL, mais “discreto”, mantém seus acordos com o DEM e o Rede de Marina Silva, como vemos por exemplo na prefeitura de Macapá. Ambos, PT e PSOL, são “farinha do mesmo saco” na tentativa de imprimir um rosto “humano e social” a crise estrutural do modo de produção capitalista (diferenças de grau). Nesse sentido, a plataforma “Vamos” é a base do programa de Boulus e do PSOL para 2018 como deliberou o congresso do partido realizado no final de 2017, programa que guarda grande identidade com o que defende a Frente Popular de Lula. Vejamos como pensa o “Vamos” no seu principal tópico, o econômico: “Nossa economia precisa se voltar para o desenvolvimento nacional e para servir aos interesses populares. Queremos um modelo de desenvolvimento que possibilite alimentos saudáveis e baratos, saúde e educação pública, moradia e transporte de qualidade, queremos uma economia organizada com base na solidariedade, no cooperativismo, na sustentabilidade e na integração regional do Brasil”. Não há sequer um mínimo “retoque” da velha e surrada tese socialdemocrata do “capitalismo sustentável”, ou como os reformistas do PSOL e do PT preferem, “A democratização do capital”. Por sua vez, no terreno político, Boulus e o “Vamos” apregoam a necessidade de “Fazer uma reforma política que amplie a democracia e aumente a participação das pessoas nas decisões do Estado”, convocando a vanguarda a se mobilizar para “ampliar os processos de participação popular, com consultas, plebiscitos e referendos, e também conferências abertas e conselhos”. Esses conceitos “reformistas” (no sentido clássico do termo) comum entre PSOL e PT são incompatíveis com a luta do proletariado para impor seu próprio poder de Estado (Ditadura do Proletariado), logicamente não pela via eleitoral e sim no combate direto da classe operária pela Revolução Socialista. Por essa razão Boulus, assim como o PT de Lula, limita-se a articular uma “alternativa” eleitoral para implementar as chamadas “políticas públicas” de inclusão social. Em resumo trata-se de radicalizar a democracia burguesa e as instituições de seu Estado (parlamento, justiça, polícia...), a velha tese da socialdemocracia reciclada pelo PSOL e sempre saudada pelo PT em dias de festa. Com este engodo pretendem utopicamente “democratizar” as instituições burguesas que não passam de sustentáculos da ditadura do capital contra os trabalhadores. Por isso as categorias teóricas de ambos, PT e PSOL... Lula e Boulus, não passam de mais da mesma “merda” programática de conceder sustentabilidade a economia capitalista. Não podem admitir a violência revolucionária de uma classe para subjugar a outra e muito menos reconhecer o Estado como um comitê gestor dos negócios da classe dominante. Diante da proposta do “vamos democratizar a política e o Estado” defendida pelo PT e PSOL os Marxistas Revolucionários combatem pela destruição violenta do Estado burguês com a ação direta e revolucionária do proletariado!  O Estado burguês não pode ser democratizado, é um instrumento centralizado de dominação capitalista que deve ser colocado abaixo pela via da Revolução Proletária. Os explorados devem sim lutar pela nacionalização dos bancos, indústrias, portos e aeroportos sob o controle dos trabalhadores, forjando Conselhos Operários para lançar as bases para a construção de um poder de novo tipo, proletário e socialista, um Estado Operário, forjando uma alternativa revolucionária trabalhadores da cidade e do campo! Como se observa, o PT e PSOL... Lula e Boulus são apenas graduações políticas do mesmo programa socialdemocracia, que em sua essência são partes integrantes das inúmeras variações políticas das classes dominantes que estão conduzindo o planeta para a porta da barbárie da economia mercantil. O que o movimento operário necessita não é de uma frente da “esquerda socialista”, leia-se frente dos reformistas de “esquerda”, é de uma genuína Frente dos Marxistas Leninistas que organizem as massas a combater com os métodos da violência revolucionária do proletariado as instituições do estado burguês. Demolir radicalmente o decadente arcabouço do capitalismo com a Revolução Socialista, e não reformar suas podres estruturas do “sagrado” mercado! A única alternativa para escapar da catástrofe capitalista anunciada continua a ser o Marxismo Revolucionário!

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

48 ANOS DO COVARDE ASSASSINATO DO COMANDANTE MÁRIO ALVES: UM VALENTE HERÓI DO GLORIOSO COMBATE CONTRA OS GENOCIDAS DO REGIME MILITAR!


Mário Alves ingressou no PCB, aos 15 anos na Bahia, em pleno Estado Novo de Getúlio Vargas. Nesse primeiro período participou das lutas estudantis e das lutas populares contra o nazifascismo, impulsionando a campanha do "Partidão" pela exigência da participação do Brasil na guerra ao lado das forças imperialistas aliadas. Passada a II Grande Guerra, por sua destacada participação nas frentes de batalha, particularmente com a derrota que o proletariado e o Exército Vermelho da URSS infligiram ao exército de Hitler, os stalinistas fortalecem sua influência política no Brasil. O PCB foi legalizado e Mário Alves eleito para o comitê regional do Partido na Bahia.

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

HÁ 90 ANOS DA DEPORTAÇÃO DE LEON TROTSKY: O “REVOLUCIONÁRIO SEM PASSAPORTE” DEFENDE A REVOLUÇÃO MUNDIAL, SENDO PERSEGUIDO IMPLACAVELMENTE PELO STALINISMO

Em 16 de janeiro de 1928, há exatos 90 anos, Leon Trotsky foi deportado para Alma-Ata (no atual Cazaquistão), um remoto lugar na Ásia Central soviética. Ali viveu um exílio interno durante 12 meses antes de ser banido definitivamente da União Soviética por Stálin. Acabou por ser expulso da URSS, em janeiro de 1929, sendo enviado de Odessa para Constantinopla (atual Istambul, na Turquia) por barco. O Blog da LBI transcreve trechos em que Trotsky, no livro “Minha Vida”, no capítulo “A Deportação”, descreve detalhadamente esses acontecimentos dramáticos a partir das linhas escritas por sua companheira Natália Sedova.


“Sobre minha a minha deportação para a Ásia Central transcrevo integralmente a narrativa de minha mulher no seu diário:

‘16 de janeiro de 1928. Estamos fazendo as malas desde o amanhecer. Tenho febre, e um pouco por isso e um pouco devido à fraqueza, gira-me a cabeça na confusão dos objetos trazidos do Kremlin para cá e das coisas que devemos levar conosco. Um caos de móveis, roupa branca, livros e uma infinidade de visitas, amigos vem despedir-se. Nosso médico, F.A. Guetier aconselha-me ingenuamente a adiar a viagem devido ao meu resfriado. Ele não tem ideia clara do que seja a nossa viagem e do significaria adiá-la. Espero, antes, restabelecer-me durante a viagem, pois com o alvoroço dos ‘últimos dias’, em casa, isso não seria fácil. Vejo diante de mim muitas caras novas, algumas que nunca vi antes. Abraços, apertos de mãos, gentilezas, votos de felicidade. A confusão aumenta pois trazem-nos flores, livros, doces, roupas de lã, etc. O último dia de agitação chega ao fim. As bagagens já estão na estação. Os amigos também já estão lá, a nossa espera. Afinal chegamos e nos assentamos na sala de refeição, prontos para partir. Só esperamos os agentes da GPU. Consultamos o relógio...nove, nove e meia...não aparece ninguém. Dez. A hora da partida da trem. Que haverá? Mudaram de ideia? O telefone tilinta. Da GPU comunicam que a viagem foi adiada...Diante do vagão destinado a nós concentrava-se uma multidão agitada. Os jovens amigos haviam colocado sobre o teto do carro faixas e cartazes com dizeres altamente elogiosos e entusiásticos. O trem bufou, avançou, recuou e parou. Os manifestantes tinham corrido para a frente da locomotiva, outros agarraram-se aos vagões. Fêz-se o trem parar. A multidão gritava Trotsky. Na estação reinava uma confusão indescritível. Houve enfrentamentos com os agentes da GPU. Feridos de ambos os lados. Depois de algum tempo tornaram a trazer nossas bagagens da estação. Era mais de meia noite, quando nos recolhemos. Extenuados da agitação dos dias anteriores, dormimos até as 11. Nem chamado telefônico nem toque de campainha. Calma e silêncio...Mas mal acabávamos de almoçar, bateram à porta...E a casa se encheu de agentes da GPU, à piasana e fardados. Entregaram a Trotsky a ordem de prisão e de partida imediata para Alma-Ata....Soube-se mais tarde que Bukharin estava encarregado da “direção política” da “expedição Trotsky”. Realmente era bem uma maquinação de Stálin... Chegamos a estação deserta. Os agentes levaram Trotsky carregado. Liova grita aos poucos ferroviários presentes ‘Camaradas, vejam como levam o camarada Trotsky’”...

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

HÁ 99 ANOS DO COVARDE ASSASSINATO DE ROSA LUXEMBURGO: UMA MODESTA HOMENAGEM DA LBI A COMUNISTA QUE DEU SUA VIDA PELA REVOLUÇÃO SOCIALISTA!


Em 15 de janeiro de 1919, a coronhada do rifle de um soldado a mando de um governo reformista esmagava a mais brilhante e corajosa cabeça do movimento operário revolucionário alemão depois de Marx e Engels. Há 99 anos atrás, este acontecimento trágico, por ter abortado a melhor oportunidade de uma revolução socialista em uma nação capitalista avançada, foi como uma tragédia de grandes proporções sobre o futuro da luta do proletariado mundial até os nossos dias. Três dias após o assassinato de Rosa e Karl, Trotsky escreveu: “De constituição pequena, débil e enferma, Rosa surpreendia por sua poderosa mente. Já falei certa vez que estes dois líderes se complementam mutuamente. A intransigência e a firmeza revolucionária de Liebknecht se combinam com uma doçura e meiguice femininas, e Rosa, apesar de sua fragilidade, era dotada de um intelecto poderoso e viril. Ferdinand Lasalle já escreveu sobre o esforço físico do pensamento e a tensão sobrenatural de que é capaz o espírito humano para vencer e superar obstáculos materiais. Esta era a energia que comunicava Rosa Luxemburgo quando falava da tribuna, rodeada de inimigos. E tinha muitos. Apesar de ser de estatura pequena e aspecto frágil, Rosa Luxemburgo sabia dominar e manter a atenção de grandes auditórios, inclusive quando eram hostis as suas idéias. Era capaz de reduzir ao silêncio aos seus mais irascíveis inimigos mediante o rigor de sua lógica, sobretudo quando suas palavras se dirigiam as massas operárias." (Karl Liebknecht - Rosa Luxemburgo, 18/01/1919). Rosa Luxemburgo viveu no período compreendido entre a Comuna de Paris e o primeiro ano de existência do governo bolchevique. Nasceu em 05 de março de 1871 num vilarejo perto de Lublin, na Polônia controlada pelo Império Russo. Era a quinta filha de Eliasz Luxemburg III, um judeu comerciante de madeira, e Line Löwenstein. Uma artrose no quadril a prostrou na cama até os cinco anos de idade, ocasionando que tivesse uma perna menor que a outra, fazendo-a mancar por toda a vida. Muda-se para Varsóvia para estudar e conclui os estudos secundários numa escola feminina em 1887. Aos 15 anos, ainda como secundarista, inicia sua militância política fazendo parte de uma célula do Partido Proletário (PP), fundado em 1882 e aliado do movimento populista russo na luta contra a opressão czarista. Mas logo o partido é massacrado e quatro de seus líderes são condenado à morte. Para escapar do cerco policial, Rosa foge para a Suíça em 1889. Ingressa na Universidade de Zurique juntamente com outros exilados socialistas como Anatoli Lunacharsky e Leo Jogiches, que viria a ser seu companheiro por mais de 15 anos. Assim começa a militância revolucionária de Rosa Luxemburgo que viria a ser assassinada em 1919 pela social-democracia alemã, convertida a guardiã da ordem capitalista contra o proletariado.

sábado, 13 de janeiro de 2018

NOS DUZENTOS ANOS DO NASCIMENTO DE NOSSO MAIOR MESTRE: UM BREVE ENSAIO DA GÊNESE DO PROGRAMA DE MARX SOBRE A ECONOMIA CAPITALISTA


Em homenagem ao bicentenário do nascimento do maior mestre do proletariado mundial, Karl Marx, este artigo procura reconstruir "modestamente" os estudos de economia política que nosso cânone revolucionário realizou em Paris, Manchester e Bruxelas entre 1843 e 1847 e que culminaram na publicação de "A miséria da filosofia", considerando historicamente o destino político e pessoal de Marx durante as revoluções de 1848 e o primeiro período de seu posterior exílio em Londres.Também nessa época, ele consolidou sua convicção de que uma nova revolução social só poderia surgir a partir de uma crise econômica mundial. Entretanto a economia política não foi a primeira paixão intelectual de Marx, tratava-se de uma disciplina que acabava de surgir na Alemanha de sua juventude e seu interesse por ela só apareceu depois de diversos outros assuntos. Nascido em Trier em 1818, numa família de origem judaica, Marx iniciou sua vida acadêmica em 1835 estudando direito nas universidades de Bonn e Berlim. Em seguida, interessou-se pela filosofia (particularmente pelo hegelianismo dominante na época) e acabou se graduando na Universidade de Jena em 1841, com a tese "A diferença entre as filosofias Demócrita e Epicurea da Natureza". Ele decidiu, então, iniciar uma carreira acadêmica, mas a filosofia de Georg Wilhelm Friedrich Hegel deixou de ter apoio oficial quando Friedrich Wilhelm IV subiu ao trono na Prússia e Marx, tendo sido membro da Juventude Hegeliana, teve de mudar de planos. Entre 1842 e 1843 ele se dedicou ao jornalismo, cobrindo assuntos contemporâneos, e trabalhou para o "Rheinische Zeitung", o diário da cidade de Colônia (Alemanha) do qual ele logo se tornou o jovem editor chefe. Entretanto, pouco após ter aceitado o posto e começado a publicar seus próprios artigos sobre questões econômicas, embora apenas em seus aspectos legais e políticos a censura atacou o jornal e o obrigou a pôr fim na experiência, “retirando-se do palco público para os estudos”. Ele então prosseguiu com seus estudos sobre o Estado e as relações legais (áreas nas quais Hegel era uma autoridade reconhecida) e em 1843 escreveu o manuscrito que foi postumamente publicado como "Crítica da filosofia do direito de Hegel", no qual desenvolveu a convicção de que a sociedade civil formava a base real do regime político, apresentando suas primeiras reflexões sobre a importância dos fatores econômicos na formação da totalidade das relações sociais. Marx iniciou então um “estudo crítico rigoroso da economia política”, apenas depois de se mudar para Paris. A partir desse momento, suas reflexões, que haviam sido basicamente de uma natureza filosófica, histórica e política, se voltaram para a nova disciplina que constituiria o cerne de sua pesquisa futura. De fato, na universidade Marx havia adquirido o hábito de compilar resumos de obras, frequentemente acompanhados por reflexões que elas lhe sugeriam. Os chamados "Manuscritos de Paris" são especialmente interessantes. Ao mesmo tempo em que fazia esses estudos, Marx fez anotações em três cadernos que seriam publicados postumamente como "Manuscritos econômico-filosóficos de 1844", no qual ele dá atenção especial ao conceito de trabalho alienado. Em direção oposta dos principais economistas e do próprio Hegel, Marx viu esse fenômeno por meio do qual a produção do trabalhador se opõe a ele como “algo estranho, como um poder independente do produtor” e não como uma condição natural ou imutável, mas como característica de uma estrutura específica de relações sociais: O modo capitalista de produção e o trabalho assalariado. Algumas das pessoas que visitaram Marx nesse período dão testemunho da intensidade do seu ritmo de trabalho. O jornalista radical Heinrich Bürgers escreve no final de 1844: “Marx iniciou investigações profundas no campo da economia política com um projeto de escrever uma obra crítica que iria refundar a ciência econômica”. Entusiasmado com a esperança de um levante social iminente, Friedrich Engels, que conheceu Marx em Paris no verão de 1844 iniciando com ele uma relação de amizade e uma solidariedade teórico-política que duraria pelo resto de suas vidas, insistiu na primeira carta de uma correspondência que duraria quarenta anos, que Marx publicasse seus textos econômicos o mais rápido possível: “Tome providências para que o material que você coletou seja publicado logo. Já está mais do que na hora!” (Engels a Marx, início de outubro de 1844). Mas o sentimento de inadequação que Marx tinha em relação ao seu conhecimento o impediu de completar e publicar seus manuscritos. Entretanto, ele escreveu com Engels "A sagrada família", uma tirada polêmica contra Bauer e outras figuras do movimento da esquerda hegeliana do qual Marx havia se afastado em 1842. Tendo publicado esse trabalho, Engels lhe escreveu novamente no início de 1845, insistindo para que o amigo completasse o trabalho em preparação. Mas a insistência foi inútil. Marx ainda sentia a necessidade de continuar seus estudos antes de dar forma final aos rascunhos que havia escrito. De qualquer modo, ele estava certo de que logo poderia publicar e no dia 1o de fevereiro de 1845 , depois de ter sido expulso da França por ter colaborado com o "Vorwärts!", um jornal publicado em alemão por trabalhadores, ele assinou um contrato com o editor Karl Wilhelm, da Darmstadt, para a veiculação de um trabalho em dois volumes a ser intitulado “Crítica da política e da economia política”. Em fevereiro de 1845 Marx se mudou para Bruxelas, onde conseguiu permissão para fixar residência desde que “não publicasse nada sobre a situação política atual”. Ele permaneceu ali até março de 1848 com sua esposa Jenny von Westphalen e sua primeira filha, Jenny, nascida em Paris em 1844. Durante esses três anos, especialmente em 1845, ele progrediu de modo frutífero em seus estudos de economia política. Em março de 1845 Marx iniciou o trabalho em uma crítica, que nunca chegou a completar, do livro do economista alemão Friedrich List sobre “o sistema nacional de economia política”. Ao mesmo tempo, Marx aprofundou-se em questões associadas à maquinaria e à indústria de larga escala. Já em Manchester, Marx examinou a vasta literatura em inglês sobre economia, uma tarefa essencial para o livro que tinha em mente. Compilou nove cadernos de citações, os "Cadernos de Manchester", nos quais novamente as principais referências eram de manuais de economia política e livros sobre a história da economia. Ainda na capital belga, além dos estudos sobre economia, Marx trabalhou em outro projeto que considerou necessário diante das circunstâncias políticas. Em novembro de 1845 ele teve a ideia de escrever com Engels, Joseph Weydemeyer e Moses Hess uma “crítica da moderna filosofia alemã como exposta por seus representantes, Feuerbach, Bruno Bauer e Stirner, assim como do socialismo alemão como exposto por seus diversos profetas”. O texto final, foi publicado postumamente com o título de "A ideologia alemã". Para rastrear o progresso da “Economia” em 1846, é novamente necessário analisar as cartas de Marx a Leske. Em agosto ele informou ao editor que “o manuscrito do primeiro volume” já estava praticamente pronto “há muito tempo”, mas que ele não “queria publicá-lo sem uma nova revisão, tanto na questão do conteúdo quanto do estilo”. Ele continua: “É claro que um escritor que trabalha sem parar não pode, no final de seis meses, publicar exatamente aquilo que escreveu seis meses antes”. Entretanto, Marx procuraria concluir o livro no futuro próximo: “A versão revisada do primeiro volume estará pronta para publicação no final de novembro. O segundo volume, de natureza mais histórica, virá logo depois”. Mas esses relatos não correspondiam ao estado real de seu trabalho, já que nenhum de seus manuscritos poderia ter sido descrito como “praticamente pronto” na medida em que o editor ainda não havia recebido nem sequer o primeiro esboço no início de 1847, decidindo assim anular o contrato. Esses atrasos constantes não deveriam ser atribuídos a qualquer tipo de descuido da parte de Marx. Ele nunca abandonou a atividade política nesses anos e na primavera de 1846 promoveu o trabalho do “Comitê de Correspondência Comunista”, cuja missão era organizar uma aliança entre as várias ligas de trabalhadores na Europa. Entretanto, o trabalho teórico sempre foi sua prioridade, como testemunham as pessoas que o visitavam regularmente nesse período. Suas notas de trabalho e seus escritos publicados fornecem provas adicionais de sua diligência. Entre o outono de 1846 e setembro de 1847 ele completou três grandes cadernos com citações, em geral relacionadas à história da economia. Em dezembro de 1864, depois de ter lido o "Système des contradictions économique ou Philosophie de la misère", de Pierre-Joseph Proudhon, que ele achou “muito fraco”, Marx decidiu escrever uma crítica diretamente em francês, para que seu oponente, que não lia em alemão, fosse capaz de entendê-lo. O texto ficou pronto em abril de 1847 e publicado em julho com o título de "Misère de la philosophie: Réponse à la Philosophie de la misère de M. Proudhon". Tratava-se do primeiro escrito publicado por Marx sobre economia política, que expunha suas ideias sobre a teoria do valor, a abordagem metodológica apropriada para uma compreensão da realidade social e o caráter historicamente transitório dos modos de produção. Enquanto os conflitos sociais se intensificavam na segunda metade de 1847, as atividades políticas exigiam mais tempo de Marx. Em junho, a Liga Comunista, uma associação de trabalhadores e artesãos alemães com filiais internacionais, foi fundada em Londres; em agosto, Marx e Engels estabeleceram uma Associação de Trabalhadores Alemães em Bruxelas; e, em novembro, Marx se tornou vice-presidente da Associação Democrática de Bruxelas, que se dividia entre uma ala revolucionária e uma parte democrática mais moderada. No final de 1847, a Liga Comunista deu a Marx e a Engels a tarefa de escrever um programa político. Pouco tempo depois, em fevereiro de 1848, esse texto foi publicado com o título de "Manifesto do Partido Comunista". Suas palavras iniciais: “Um espectro ronda a Europa, o espectro do comunismo”, estavam destinadas a marcar o verdadeiro temor de classe da burguesia em relação à revolução socialista.