quarta-feira, 29 de novembro de 2017

ULTIMATO DOS PROCURADORES DA "LAVA JATO" ÀS ELEIÇÕES DE 2018: É NECESSÁRIO UMA MUDANÇA DO REGIME POLÍTICO, COM MORO NA CABEÇA DO PLANALTO


Ocorreu no último dia 27/11, segunda-feira, um inusitado encontro nacional sediado na "Cidade Maravilhosa", trata-se do encontro dos Procuradores Federais da famigerada "Operação Lava Jato". Com "forças tarefas" já bem estabelecidas com suporte logístico em três cidades do país (Curitiba, São Paulo e Rio), os Procuradores da "LJ" partem agora para criar sua própria "Liga da Justiça", ou seja, um aparato independente e autônomo no interior do próprio Ministério Público Federal. Esta nova "entidade" (paraestatal) tem como objetivo estratégico estabelecer uma parceria ideológica e política com os juízes federais focados supostamente na "faxina dos políticos corruptos" e que em última instância (pelo menos até mudarem a Constituição de 1988) é quem detém o poder condenatório e a maior visibilidade midiática para a opinião pública. O escolhido para ser o porta-voz da famigerada "Liga" não poderia ser outro a não ser o braço direito do "justiceiro" Sérgio Moro, o Procurador Deltan Dallagnol, uma espécie de pregador fanático messiânico com uma "missão divina" que lhe teria sido revelada pelo demiurgo: "Inicie uma santa cruzada contra tudo que lhe parecer ser de esquerda ou mesmo de direita mas que tenha se associado a esta em algum momento". Com esta missão gravada em sua mente, Dallagnol externou o objetivo central do tal encontro em forma de ultimato político:"2018 é a batalha final da Lava Jato porque as eleições de 2018 determinarão o futuro da luta contra a corrupção do nosso país. Deputados federais e senadores que determinarão se existirão ou não retrocessos na luta contra a corrupção e se existirão reformas e avanços que possam nos trazer um país mais justo com índices efetivamente menores de corrupção e de impunidade". Obviamente Dellagnol negou que qualquer um dos Procuradores da "Liga" tenha qualquer objetivo eleitoral para 2018, mas a afirmação sutilmente não excluiu Moro, que é juiz e não membro do MPF. A primeira pergunta que pode vir à tona feita por qualquer leigo ou o mais ingênuo dos cidadãos brasileiros: por que membros do complexo judiciário do país lançam um manifesto político para as eleições gerais do ano que vem? A resposta também é única: pretendem se imiscuir no processo eleitoral, de uma forma ou de outra! Sob o manto do "combate a corrupção" a instituição mais corrupta do país, o "poder judiciário", pretende assumir as rédeas institucionais do Estado diante da falência da república burguesa e da crise dos seus mecanismos de representação parlamentar. A este fenômeno político, os Marxistas chamamos de Bonapartismo de toga, ou um regime de exceção democrática sob as bênçãos do judiciário. Lógico que tais pretensões políticas dos "ilibados" membros da justiça devem estar em consonância com os interesses econômicos do imperialismo, que na impossibilidade conjuntural de impor um regime militar no país (como fez em 1964), agora sonha em implantar uma "Ditadura da Toga" totalmente alinhada com o ajuste rentista já em pleno curso no Brasil. A ode que os Procuradores da "Liga" fizeram em favor das "reformas" soa como boa música nos ouvidos dos "investidores internacionais" (rapineiros do capital financeiro) sediados em Wall Street. Porém a mudança de um regime político, como a nossa paródia democrática, ou se dá através de um golpe militar (recurso de última instância para a burguesia neste momento) ou pelos próprios mecanismos eleitorais. Para esta mudança ocorrer é necessário como primeiro passo ocupar o governo central e a partir daí, com a legitimidade das urnas, instaurar um novo ciclo autoritário que substitua o colapso histórico da chamada "Nova República". Nesta direção a burguesia nacional, associada ao imperialismo, já tratou de retirar do cenário eleitoral os personagens fadados a um fiasco eleitoral diante do enorme potencial de Lula. Foram previamente "eliminados" da corrida ao Planalto, "fakes" como Doria e Hulck, ficando no terreno das possibilidades apenas o tucano Alckmin. Mas todos sabem que o PSDB, sujo até a medula no antro do governo Temer, não é páreo para o PT.  Resta a "alternativa Moro", um casamento perfeito entre uma vitória eleitoral contra Lula e na sequência a imposição de um novo marco constitucional regressivo, por meios de PEC's ou mesmo pela convocação de uma nova assembleia constituinte. É verdade que Moro resiste pessoalmente a ideia de ser candidato à presidência, muito em função de suas características toscas, mas se for "convocado" pelo Departamento de Estado dos EUA (onde foi treinado para atacar o PT) não hesitará em assumir a tarefa. Resta ao movimento de massas estar preparado politicamente para enfrentar na próxima etapa a ofensiva reacionária da toga contra suas conquistas sociais, não no campo do inimigo de classe e sim no terreno da ação direta revolucionária.