sexta-feira, 11 de agosto de 2017

DIANTE DAS PROVOCAÇÕES MILITARES DE TRUMP À COREIA DO NORTE: DEFENDER O ESTADO OPERÁRIO BUROCRATIZADO NORTE-COREANO E SEU DIREITO DE RESPONDER AOS ATAQUES DO IMPERIALISMO IANQUE COM O USO DE SEU ARSENAL NUCLEAR!


Usando como ameaça a expressão “Fogo e Fúria”, Donald Trump afirmou nesta sexta-feira (11.08) que a solução militar ianque para um eventual ataque da Coreia do Norte já está pronta: “As soluções militares estão agora totalmente instaladas, guardadas e carregadas, se a Coreia do Norte atuar imprudentemente. Espero que Kim Jong Un encontre outro caminho! É melhor que a Coreia do Norte não faça mais ameaças aos Estados Unidos. Enfrentarão fogo e fúria como o mundo nunca viu”. A República Popular Democrática da Coreia (RPDC) contra-atacou afirmando que os Estados Unidos irão “sofrer uma derrota vergonhosa e uma condenação final caso persistam em suas aventuras militares, sanções e pressões extremas”. A ameaça ocorreu após a Casa Branca advertir os dirigentes stalinistas norte-coreanos de que o país está arriscando a sua destruição se continuar com o seu programa nuclear. A Coreia do Norte confirmou que planeja disparar quatro mísseis contra a ilha americana de Guam no Pacífico (um estratégico enclave militar ianque com 6.000 soldados), alegando que apenas a força faz sentido para o presidente americano, Donald Trump: “Um diálogo sensato é impossível com um sujeito assim, desprovido de razão, e com ele só funciona a força absoluta”, declarou o general Kim Rak-gyom. Como parte do cerco imperialista, o Japão afirmou “Apelamos firmemente à Coreia do Norte para que leve a sério as reiteradas advertências da comunidade internacional, acate as resoluções da ONU e se abstenha de realizar novas provocações”, disse o porta-voz do governo japonês Yoshihide Suga. A pedido da Casa Branca e com apoio da China e da Rússia, a ONU endureceu há alguns dias as sanções contra Pyongyang por seu programa nuclear, que pode custar ao estado operário burocratizado um bilhão de dólares anuais. As provocações de Trump vem subindo de tom após dois testes bem-sucedidos de mísseis balísticos intercontinentais (ICBM) por parte da Coreia do Norte. O cenário se agravou ainda mais após reportagem do jornal The Washington Post em que oficiais de inteligência dos EUA informavam que a Coreia do Norte já teria capacidade de miniaturizar ogivas nucleares e acoplá-las em mísseis. O desenvolvimento dos programas de energia nuclear e comunicação na Coreia do Norte é uma necessidade de obtenção de uma alternativa de fonte energética e de monitoramento climático-militar diante do brutal bloqueio a que o país está submetido, tecnologia fundamental para possibilitar que Estado possa desenvolver projetos nesse setor com condições de enfrentar os períodos de adversidade climática, marcado também por secas e inundações. Nesse sentido, esta estrutura de energia atômica legitimamente desenvolvida também pode e deve ser utilizada pelo Estado operário norte-coreano para se defender das ameaças do imperialismo norte-americano através de seu enclave, a Coreia do Sul e o Japão, onde os EUA mantem bases militares desde o final da Segunda Guerra Mundial. Os recentes testes de mísseis balísticos em meio as provocações organizadas por Trump na Península coreana é um ato de autodefesa do Estado operário norte-coreano diante das ameaças do imperialismo. A imprensa pró-imperialista em todo planeta faz alarde acerca dos testes nucleares promovidos pela Coreia do Norte, afirmando serem uma “ameaça à humanidade”. Oculta, criminosamente, que só na Coreia do Sul, um enclave criado e militarizado pelos EUA, há um contingente militar acima de 40 mil soldados, mais de mil ogivas nucleares apontadas para o Norte. Como explicar que a Coreia do Norte não pode lançar um satélite ou inclusive testar um míssil ou uma bomba H, se quem a condena, os EUA, têm 439 satélites em órbita, sendo 98 deles para uso especificamente militar? Diante dessa realidade de conflito permanente não negamos a possibilidade da Coreia Popular, devido ao isolamento econômico imposto pela China restaurada e das provocações do império ianque, ser forçada a utilizar suas ogivas atômicas ou termo-nucleares contra o território “enclave” da Coreia do Sul ou mesmo o Japão. Com o fim da URSS e a perda dos parceiros comerciais do Leste europeu, a Coreia do Norte viu sua economia contrair-se em 30% nos cinco anos que se seguiram a 1991. Restou a China, hoje convertida ao capitalismo. A intensa reação ideológica mundial patrocinada pela mídia imperialista e o cerrado bloqueio econômico tendem, cada vez com maior intensidade, a estrangular o Estado operário. Como Marxistas Revolucionários, não podemos assumir diante de um conflito que pode ter proporções nucleares a “posição de avestruz” da maioria das correntes revisionistas, por isto declaramos em “alto e bom som” nosso apoio ao Estado Operário norte-coreano, apesar da burocracia dinástica que o governa. Devemos mobilizar amplos setores do proletariado e da juventude para repudiar as provocações militares do império ianque contra a Coreia do Norte e apontar o governo Trump como responsável pela escala militar. Por outro lado, não devemos nutrir a menor confiança política na capacidade de resistência da burocracia stalinista coreana, pronta para capitular a qualquer momento em troca de sua própria sobrevivência enquanto uma casta social privilegiada. A tarefa que se impõe no momento é o chamado ao conjunto do proletariado asiático que se unifique na bandeira da derrota do imperialismo ianque e seus protetorados militares da região, em particular convocando a classe operária do Sul para cerrar fileiras na luta pela reunificação socialista do país. Oficialmente, a Coreia do Norte está em situação de guerra contra os EUA e a Coreia do Sul, o armistício de Panmunjom, assinado em 1953, apenas estabeleceu uma trégua temporal entre os dois lados. O imperialismo ianque sabe que ao contrário de 1953, a Coreia do Norte não pode mais apoiar-se na URSS, hoje Rússia, e tampouco na China. Como diz o provérbio popular, que a vingança é um prato que se deve saborear a frio, os EUA esperam pacientemente responder a humilhante derrota sofrida na Guerra da Coreia, que só não foi maior devido à política stalinista de Mao Tsé Tung de contenção da revolução em toda a Ásia e Europa. Para os marxistas leninistas a tarefa da unificação socialista da Coreia se mantém tão vigente como na década de 50, mas sabemos muito bem que o primeiro passo para concretizar este objetivo passa pela derrota política e militar do imperialismo ianque, obstinado em liquidar as conquistas operárias ainda existentes na RDPC. Convocar o proletariado mundial, em particular a poderosa classe operária sul-coreana a defender incondicionalmente a Coreia do Norte, o que não significa em hipótese alguma depositar a menor confiança política no regime stalinista, como nos ensinou o “velho” Trotsky, “lutamos lado a lado de Stalin contra os inimigos da revolução, para depois acertarmos nossas próprias contas”. Como genuínos revolucionários, jamais nos somamos à sórdida e criminosa campanha da Casa Branca que sataniza o regime político da Coreia do Norte para debilitar o Estado operário; ao contrário, defendemos incondicionalmente suas conquistas sociais revolucionárias. Justamente por esta razão, nos opomos a essa “trégua nuclear” que a China deseja impor a Coreia do Norte e reivindicamos o legítimo direito de defesa da Coreia do Norte, inclusive utilizando seu arsenal bélico nuclear, para responder às provocações imperialistas. Para tanto, é preciso que o proletariado norte-coreano se oponha ao processo de restauração capitalista, seja pelas mãos da China ou dos EUA, pela via de uma revolução política para colocar à frente do Estado operário um autêntico partido comunista como alternativa proletária à empedernida burocracia stalinista.