terça-feira, 6 de junho de 2017

O “FORA TODOS” DA PATRONAL: GM DEMITIU 600 OPERÁRIOS ENQUANTO MANCHA, DIRIGENTE DO SINDICATO DOS METALÚRGICOS DE SJC, APROVAVA ALEGREMENTE A PARÓDIA DE “GREVE GERAL” DO DIA 30.06... MAIS UMA VEZ PSTU NEGOU-SE A CONVOCAR UMA VERDADEIRA GREVE OPERÁRIA COM OCUPAÇÃO DE FÁBRICA PARA BARRAR AS DEMISSÕES


A General Motors (GM) anunciou a demissão de 596 funcionários que estavam em layoff, com o contrato de trabalho suspenso. A empresa alega que a fábrica de São José dos Campos (SP) tem excedente de mão de obra desde que a montadora passou a transferir parte das atividades para outros municípios. Do dia 05 ao dia 08 de junho estará demitindo quase 600 trabalhadores dos 7 mil que possuem nessa planta. Para conseguir a demissão em massa, sem que os trabalhadores resistissem, a direção da GM conseguiu um acordo de layoff, assinado no dia 26 de janeiro de 2017 com a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, dirigido pelo PSTU e Conlutas. O acordo de layoff, institucionalizado entre os sindicalistas e as montadoras é simplesmente a suspensão do contrato, mas sem demissão, justamente para esfriar os ânimos dos trabalhadores que serão demitidos, para que se efetivar a demissão em um momento que os trabalhadores não terão mais força de reação. O acordo era de três meses. A GM resolveu não renovar o layoff dos 596 e ainda fez um novo acordo com a direção do sindicato para suspender os contratos de outros 940 funcionários em São José dos Campos! O acordo prevê que funcionários fiquem em layoff até novembro e, “em contrapartida”, a montadora oferece estabilidade de emprego por três meses. A montadora e o Sindicato da Conlutas chegaram ao acordo após mais de dois meses de negociação, que envolveu até a Justiça. À época, o sindicato exigia que fosse incluída a estabilidade de emprego no pacote do acordo. No pedido de mediação da Justiça, a GM justificou que a suspensão de contratos seria para adequação da mão de obra à demanda do mercado e que a medida seria “urgente para não ter que tomar outras medidas”, sendo a sua justificativa aceita pela justiça burguesa. Frente a essa realidade é preciso denunciar a escandalosa traição do PSTU na GM, preparando a resistência na condição de oposição classista à diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. Para barrar as demissões em massa é necessária, desde já, uma mobilização nacional, unitária e centralizada dos trabalhadores, baseada num programa operário e anticapitalista, capaz de defender os empregos através da greve com ocupação de fábrica. Para vencer, o proletariado precisa superar a própria linha política da Conlutas, já que só com sua ação direta e não lançando inócuos aos patrões pode-se derrotar a ofensiva capitalista. É preciso rechaçar as demissões, convocar pela base uma assembleia contra o acordo traidor celerado entre a GM e PSTU e deflagrar a greve com ocupação de fábrica, chamando a solidariedade de toda a categoria. Já bastam as derrotas sofridas em São José dos Campos na Embraer e a desocupação do Pinheirinho pela PM, quando o PSTU abortou a resistência através de comitês de autodefesa armados, patrocinando ilusões na justiça burguesa e no Palácio do Planalto! Os militantes do PSTU devem tirar as lições de mais essa profunda derrota, onde o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e a Conlutas enquanto se apresentam como radicais conclamando “Operários no Poder” (mas de fato as Eleições Gerais) sequer chamaram a greve para barrar as demissões, da mesma forma que fizeram na Embraer, isso quando os morenistas dizem que no mundo vivemos uma “onda revolucionária”. Os metalúrgicos da GM de SJC estão ameaçados em seu próprio direito de existência, com o processo de desativação da planta industrial da cidade. Neste momento se faz necessário constituir imediatamente uma comissão de mobilização dos demitidos que aponte para a convocação de uma greve geral com ocupação de fábrica, mesmo neste momento de interregno na produção os patrões nunca admitem a “invasão” de suas “propriedades”. Para a vanguarda classista e revolucionária este é o momento certo para apoiar fortemente esta luta com toda solidariedade política e material.