segunda-feira, 8 de maio de 2017

“OCUPE BRASÍLIA”: UMA MANOBRA DE PRESSÃO DA BUROCRACIA SINDICAL VISANDO UM ACORDO REBAIXADO NO PARLAMENTO PARA NÃO CONVOCAR UMA GREVE GERAL DE 48HS PARA DERRUBAR O GOVERNO TEMER E SUAS 
REFORMAS NEOLIBERAIS


A decisão unânime do conjunto da burocracia sindical (CUT, FS, CTB, UGT, NC, CGTB CSB, Intersindical e Conlutas) em não convocar uma Greve Geral de 48hs nesse mês de Maio, optando por “Ocupar Brasília” é uma prova contundente de que essas direções não desejam derrotar a reforma neoliberal da previdência e muito menos derrubar o governo Temer. A programação de lobby parlamentar consiste em cinco dias de programação na capital do país, sendo um deles um dia de marcha para terminar no Congresso Nacional, provavelmente no dia 18. No mínimo o correto para demostrar a força da classe trabalhadora seria parar por 48hs antes da votação no parlamento, com ocupações de fábricas e terras, cortes de estradas e paralisar a produção, polarizando com um claro perfil de classe a conjuntura nacional. Longe disso, o objetivo da CUT e Força Sindical (desta última de forma declarado) é negociar um acordo rebaixado com Temer e Maia, alterando alguns pontos da reforma da Previdência, como acordaram fazer no Renan no caso da Reforma Trabalhista no Senado. Nesse engodo, coube ao PSTU-Conlutas fazer o “enfeite de bobo” e apenas “reclamar” que as demais centrais não aceitaram a proposta de Greve Geral de 48hs, não denunciando que essa política da Frente Popular visa apenas desgastar Temer para impulsionar no terreno eleitoral a candidatura Lula em 2018. O PSOL e o PT tem nesse momento a mesma política: “Fora Temer, Diretas Já”, ou seja, o objetivo estratégico de ambos partidos é capitalizar nas urnas o debacle do canalha do PMDB, enquanto o Planalto vem imponto sua plataforma neoliberal no parlamento burguês. Trata-se um uma estratégia criminosa pois abre caminho para a liquidação das conquistas operárias e patrocina ilusões de um “outro governo” iria reverter as derrotas já aprovadas no Congresso Nacional, com o PSOL apoiando o PT em um futuro 2º turno das eleições presidenciais mas antes elegendo uma forte bancada parlamentar nos estados e no âmbito federal! A própria resolução da CUT que chama o “Ocupa Brasília” é clara nesse sentido ao afirmar: “Uma vez derrotado o governo Temer na sua agenda de ataques aos direitos trabalhistas e à aposentadoria, abre-se a via para uma saída democrática para a crise em que o golpismo mergulhou o Brasil: dar a palavra ao povo soberano com antecipação das eleições, Lula presidente e uma Constituinte que anule todas as medidas antinacionais e contrárias ao povo trabalhador já adotadas pelo Congresso servil, abrindo a via para as reformas populares necessárias”. A militância da LBI que interveio ativamente na “Greve Geral” do dia 28 de Abril denunciou o caráter limitado da paralisação apesar da disposição das bases operárias e populares. Nesse momento crucial os setores classistas devem insistir na convocação de um verdadeira Greve Geral de 48hs, alertando nas assembleias e manifestações em curso a manobra de lobby parlamentar que significará o “Ocupe Brasília”.