quinta-feira, 4 de maio de 2017

CHAPA DA CONLUTAS/PSOL VENCE ELEIÇÕES NO SINDIPETRO-RJ: NO PROGRAMA A DEFESA DA “LAVA JATO” E SUAS BANDEIRAS DE SUCATEAMENTO DA ESTATAL E PRECARIZAÇÃO DOS TRABALHADORES, “MAIS” TUDO EM NOME DA ÉTICA E MORALIZAÇÃO QUE VEM PRIVATIZANDO A PETROBRAS


A Chapa 2 uma aliança do PSTU com o PSOL, PCB, MAIS e “independentes” ligados as chefias da Petrobras venceu as eleições para a direção do SINDIPETRO-Rio de Janeiro com mais de 70% dos votos. O eixo político principal da campanha foi a mesma da Lava Jato, ou seja, a suposta moralização da PETROBRAS diante da "corrupção petista", atraindo com este mote reacionário obviamente o apoio da atual direção da estatal, as chefias e bandido corrupto maior: Pedro Parente. Houve baixíssima participação da categoria, somente 1.331 votos. Em um universo de 20 mil trabalhadores apenas 2 mil são filiados. A Chapa 2 (Mudar o Sindipetro-RJ) obteve vitória já no primeiro turno com 854 votos (70,23%) contra 362 (29,79%) da Chapa 1 (Unidade Para Lutar) uma composição entre a CUT, FUP e um setor da FNP. Vale registrar que ambos os agrupamentos integravam unitariamente a direção anterior do Sindipetro-RJ mas saíram divididos na atual disputa devido a negativa de composição unitária do PSTU. A mídia corporativa vem martelando sistematicamente que o PT e seus aliados quebraram a PETROBRAS e que a Lava Jato surgiu para salvar a estatal da "lama da corrupção". Uma mentira repetida mil vezes que vem se transformando em "verdade" para os mais ingênuos ou idiotas úteis. A verdade é que a PETROBRAS na gestão dos governos petistas viveu uma forte expansão em todos os seus segmentos: 5 novas refinarias estavam sendo construídas, as plataformas de extração de óleo em alto mar e os navios tanques voltaram a ser fabricadas no Brasil(revitalizando a indústria naval falida na era FHC) e a produção de petróleo atingiu recordes históricos. Este significativo crescimento da PETROBRAS diante de suas concorrentes multinacionais anglo-ianques gerou uma operação midiática orientado pelo imperialismo que tinha por objetivo retroceder a estatal aos baixos níveis de mercado dos governos tucanos. Montada a Lava Jato foi bem fácil detectar que a forte expansão da estatal também tinha gerado uma ampliação das "comissões" recebidas por seus gestores, as chamadas propinas. No regime capitalista o quanto mais aquecida está a economia maior é o nível de corrupção burguesa existente, é uma lei inexorável do capital e nada tem a ver com "princípios éticos" do PT ou  qualquer outro partido que esteja gerenciando o Estado. Porém o golpe parlamentar (com o mafioso Temer no comando) que teve na Lava Jato seu principal pilar, conseguiu estancar o crescimento econômico da PETROBRAS, as obras das novas refinarias foram paralisadas, as plataformas bloqueadas e a produção retrocedeu aos níveis de vinte anos atrás. O resultado da operação desmonte da estatal não poderia ser outro: forte prejuízo financeiro e desemprego em massa de operários, tudo é claro colocado na conta do PT. O bandido Parente hoje diz ter a tarefa de "moralizar" a PETROBRAS, quando sua verdadeira missão é privatizar a estatal, agora contando com o apoio do SINDIPETRO da Conlutas. A vitória da “oposição” poderia ser comemorada pelo ativismo classista afinal de contas a Chapa 1 era ligada a CUT e ao PT, apoiadores do governo Lula e Dilma, que afinal abriram as portas para os bandidos do PMDB e PP controlarem a estatal. Ocorre que os atuais gestores da PETROBRAS não são só simplesmente corruptos, pretendem liquidar a empresa e vendê-la ao grupos imperialistas. O resultado da eleição não foi produto “apenas” do desgaste da direção sindical comandada de fato por Emanuel Cancella, dirigente petroleiro perseguido pelo Juiz Moro, mas deveu-se fundamentalmente ao apoio da atual diretoria tucana da Petrobrás e do próprio presidente da estatal, o canalha Pedro Parente. A Chapa 2 em nenhum momento criticou a ofensiva da Lava Jato para destruir a PETROBRAS. Como o PSTU (majoritário na Chapa 2) é apoiador ferrenho de Moro e da Lava Jato, ao patrocinar o discurso contra a corrupção e em defesa da prisão de Lula, teve a “simpatia” de Pedro Parente e dos setores mais direitistas da categoria. Tanto que durante o período eleitoral, o auditório do edifício Senado, base da diretoria da empresa, foi emprestado duas vezes à Chapa 2. Isso nunca aconteceu na historia do SINDIPETRO-RJ. Mais do que isso, todo um setor de direita, as chefias do Edifício Sede (EDISE) e os chamados “Engenheiros Profissionais” apoiaram ostensivamente a chapa 2. Ainda mais escandaloso é que o principal apoiador da chapa 2, Silvio Sinedino, enquanto representante dos petroleiros no Conselho de Administração da Petrobrás votou favorável à venda do campo BS-04 (Bacia de Santos 04), sem licitação, a pedido de Graça Fortes, para favorecer Eike Batista. Na época, enquanto dirigente da AEPET, condecorou Foster, que defendia os leilões do petróleo brasileiro. O fato da Chapa 2 apoiar a Lava Jato, uma operação político-jurídica orquestrada pelo imperialismo para destruir a própria PETROBRAS  com a paralisação das construção das refinarias, é escandaloso! A base político-programática do apoio da direção da empresa a tal “mudança no Sindipetro” orquestrada pelo PSTU/PSOL é uma plataforma de combate a CUT e ao PT pela direita, a mesma que fez o PSTU ter simpatia pelas manifestações verde-amarelas fascistas que apoiaram a saída de Dilma do Planalto para colocar Temer!!! Pedro Parente sabia que a Chapa 1 era ligada ao PT-CUT enquanto a Chapa 2 defendia a prisão de Lula, desta forma recorreu a máxima "o inimigo de meu inimigo é meu amigo". De fato, a posição do PSTU abre essa perspectiva de frente única com a direita. Eduardo Almeida, dirigente máximo do partido, afirmou textualmente seu apoio a Lava Jato e a ação repressiva do Estado burguês contra o dirigente do PT: “Lula foi denunciado pelo MPF e existe a possibilidade de que seja preso... Nós defendemos a prisão e expropriação dos bens de todos os corruptos. E isso significa exigir a prisão de Lula e também de Aécio e Renan pelo envolvimento na Lava Jato, de Alckmin pelo roubo da merenda escolar, e assim por diante. Ter uma política diferente nos tornaria cúmplices de Lula, e enfraqueceria completamente a luta contra a corrupção também do PSDB e do PMDB”. A política “sindical” do PSTU de aproximação com a direita é a mesma que levou ao partido aplaudir o impeachment de Dilma pelas mãos do parlamento burguês reacionário. É a mesma que apoia a sanha do juiz Moro contra o PT. O mais escandaloso é que o MAIS que se diz contra a Lava Jato integrou-se nessa frente política com a direita, demonstrando que não é capaz de fazer um combate consequente a posição do PSTU, ao contrário, tratou de falsificar a realidade para justificar sua posição “A chapa 2 uniu diversos setores que lutaram contra o golpe parlamentar, mas que não deixaram de ser críticos e independentes durante os governos do PT. Uniu os que constroem um trabalho cotidiano e de luta na base do RJ (PSTU, MAIS, PCB, Inimigos do Rei, PSOL, diversos independentes e lideranças do local de trabalho).” (Esquerda On Line, 25.04). Todos sabemos que o PSTU comemorou o impeachment de Dilma e rechaça a caracterização que houve um Golpe Institucional no país, a quem deseja enganar o grupo do Prof. Valério? Não há o que comemorar nos resultados das eleições do Sindipetro-RJ porque a burocracia sindical ligada a CUT e o PT, com o qual o PSTU-Conlutas conviveu harmonicamente durante a última gestão, foi substituída por uma aliança entre o PSTU (apoiador de Moro e da Lava Jato) com a direita e os setores mais atrasados da categoria. Os Bolcheviques lutam por derrotar a Frente Popular para impulsionar uma alternativa de direção revolucionária para o movimento de massas e não para formar um “saco de gatos” que abre caminho para o pelegismo e a direita, como fez o PSTU nestas eleições sindicais.