terça-feira, 6 de dezembro de 2016

TEMER ANUNCIA A REFORMA NEOLIBERAL DA PREVIDÊNCIA EM MEIO A GRAVE CRISE DO REGIME: POUPADO PELAS MANIFESTAÇÕES DA DIREITA E PRESERVADO PELA PARALISIA IMPOSTA AO MOVIMENTO DE MASSAS PELO PT, GOLPISTA PROPÕE DURA RESTRIÇÃO AO DIREITO A APOSENTADORIA

Em meio à greve crise do regime político burguês, com sérios enfrentamentos entre os poderes da república, o frágil governo golpista de Temer anunciou hoje (06.12) publicamente sua reforma neoliberal da previdência a ser aprovada no Congresso Nacional, que restringe o direito a aposentadoria, impõe a contribuição de 49 anos para assegurar 100% do benefício e aumenta a idade mínima para 65 anos em um claro “Deus lhe pague”. Muitos ativistas e lutadores questionam como é possível tal “feito” quando o parlamento vive uma grave crise política, aprofundada agora com a decisão inconstitucional do ministro do STF Marco Aurélio Mello de afastar Renan Calheiros da Presidência do Senado?  A resposta vem de um quadro político que permite esse cenário. Temer provisoriamente tem o apoio das forças políticas alinhadas diretamente ao imperialismo (PSDB-DEM) e tem o suporte momentâneo da Rede Globo. Conta também com a inação imposta ao movimento operário pela Frente Popular, com a direção do PT em particular desejando que o golpista conclua o ajuste neoliberal cujo desgaste seria (na ilusão desses reformistas) capitalizado pela sonhada eleição de Lula em 2018. Fica evidente que Temer está sendo preservado pela direita demo-tucana e seus satélites (MBL, Vem Pra Rua) até que conclua as reformas neoliberais exigidas pelo imperialismo e os rentistas, que não toca nos militares nem nos altos cargos do Estado capitalista (Juízes, Promotores). Isso ficou notório nos eixos da “domingueira verde-amarela” que poupou o canalha golpista e concentrou suas críticas em Renan Calheiro, adversário pontual e tímido da Lava Jato devido a sua articulação do projeto de lei de “abuso de autoridade”. No campo da Frente Popular os governadores do PT e PCdoB estão comprometidos com a aprovação da PEC no Senado, marcada para ser votada dia 13 de dezembro. A conduta covarde de Jorge Viana, que assumiu a presidência do Senado com o afastamento de Renan, já revela a indisposição do PT de levar no campo parlamentar qualquer obstrução séria ao pacote de maldades enviado pelo Planalto. A CUT não foi para o encontro mas a própria participação servil da CTB e da Contag, entidades ligadas ao PCdoB, na reunião de ontem (5.12) em que Temer anunciou as medidas concretas de sua reforma neoliberal da previdência, revela a disposição pública de setores da Frente Popular de negociarem um acordo com o golpista. “Fingindo-se de louco”, Pascoal Carneiro, Secretário de Previdência da CTB declarou “Esta reunião não trouxe nada de novo. Saímos com as mesmas informações que já tínhamos quando entramos aqui. Não trouxeram nenhuma informação a mais. Temer ainda nos preocupou ao dizer que dentro de pouco tempo deve haver outra reforma previdenciária. Na verdade, a intenção dessa mudança é retirar dinheiro e direitos do trabalhador. Esse encontro foi apenas para ele mostrar à imprensa que recebeu as centrais sindicais. Não entendi porque nos chamou aqui, se não estava disposto a dialogar” (site CTB, 06.12). Só depois de legitimar a reunião de Temer com as centrais ultra-pelegas a direção da CTB, Contag e do PCdoB descobriram isso? Na verdade, o governador do Maranhão, Flávio Dino, que tem um vice do PSDB e foi apoiado por Aécio Neves em 2014, apóia a reforma da previdência assim como os governadores do PT que participaram da reunião do pacto nacional com Temer dias atrás. Toda demagogia da Frente Popular e suas entidades sindicais contra a “PEC do fim do mundo” não passa de jogo de cena. Em um cenário onde é sustentado direta ou indiretamente por um espectro político que vai da direita à esquerda, o frágil governo golpista vai avançado em seus duros contra os trabalhadores. Primeiro foi a PEC-55, agora a famigerada Reforma da Previdência. Tanto Lula como FHC defendem que após a aprovação das reformas, caso Temer esteja muito frágil, se convoque eleições diretas... Até lá o golpista se mantém em guerra contra os explorados. Não esqueçamos que Meirelles é o “ministro dos sonhos” de Lula. Como a reação burguesa está em ofensiva política, vide a marcha “verde-amarela” deste domingo e o afastamento de Renan da Presidência do Senado pelo STF, o que se vislumbra no horizonte é que a burguesia vai traçar um plano para ocupar o Planalto com uma gerência mais estável. Tudo indica que daqui para março de 2017 (depois do Carnaval) a Famiglia Marinho aumentará a projeção de Moro na mídia, convencendo o "Justiceiro" a ser esta “alternativa” bonapartista. Essa dinâmica eleitoral pode ser alterada em uma trilha ainda mais à direita caso se aprofunde a polarização política e social, não estando descartado um Golpe de Estado via o Judiciário com o apoio das FFAA em favor de Moro, mas como essa perspectiva seria muito traumática a burguesia começa a pensar em eleições antecipadas ou um mandato tampão via escolha indireta no Congresso Nacional. O certo é que todas essas “saídas” estão voltada a atacar ainda mais o movimento de massas e retirar as parcas conquistas sociais ainda existentes além de avançar no cerceamento das mais elementares liberdades democráticas. A sustentação provisória de Temer por esses dois pólos burgueses (direita demo-tucana e a Frente Popular comandada pelo PT) serve para amadurecer as condições de um ataque ainda mais fulminante e estratégico contra o movimento de massas. É necessário romper essa dinâmica política e social, colocando o movimento operário nas ruas em defesa de sua reivindicações e para forjar uma estratégia de poder própria dos trabalhadores, que passe por fora da institucionalidade burguesa e das saídas pretensamente democráticas (eleições gerais, impeachment, Assembleia Constituinte) defendida pelo reformismo e o revisionismo trotskista. Reafirmamos que a melhor forma de enfrentar a reação burguesa Bonaparista comandada por Moro e superar a política de colaboração de classes da Frente Popular é organizando a resistência operária e popular nos locais de trabalho, estudo e moradia, tendo como eixo político o chamado por Abaixo o governo Temer construindo a Greve Geral, amadurecendo política e ideologicamente no interior da vanguarda classista uma plataforma que aponte que só a destruição do Estado burguês pela via da revolução proletária, baseada em organismos de poder dos trabalhadores, pode forjar uma alternativa progressista e revolucionária para a crise do regime burguês!