terça-feira, 20 de dezembro de 2016

MILITARES TURCOS FASCISTAS E FUNDAMENTALISTAS PLANEJARAM ATENTADO CONTRA EMBAIXADOR RUSSO LOGO APÓS A VITÓRIA  ANTI-IMPERIALISTA CONTRA OS "REBELDES DA OTAN" EM ALEPO E ANTES DO "ENCONTRO DE PAZ"


A CIA em colaboração com setores fascistas alijados do exército turco e da polícia após o fracassado Golpe de Estado de julho planejaram o ataque ao embaixador russo Andrei Karlov, assassinado nesta segunda-feira, 19, em Ancara. O objetivo do atentado foi sabotar o encontro programado para hoje (20) em Moscou, sobre a crise síria entre os governos turcos, iraniano e russo. O diplomata estava realizando um discurso durante a abertura de uma exposição chamada “Rússia vista pelos turcos”, patrocinada pela embaixada quando um ex-policial turco, vestido de terno e gravata, entrou na sala como se fosse segurança do Embaixador, atirando fatalmente pelas costas várias vezes, sendo na sequência morto pela polícia turca. O responsável pelo ataque foi membro de uma unidade especial da polícia da Turquia, sendo identificado como Mert Altintas. Segundo a imprensa turca ele foi demitido durante a investigação da tentativa de Golpe de Estado em julho contra Erdogan, orquestrado por altos escalões militares fascistas do país ligados ao fundamentalismo islâmico (uma seita dirigida pelo imã e pregador Fethullah Gülen do Hizmet). O assassino e gritou quando disparava “Allahu Akbar” ("Alá é grande") e “Não esqueçam de Alepo”. Aproximação entre Turquia e Rússia após o golpe de Estado contra Erdogan e a recente vitória do regime burguês nacionalista de Assad em Alepo com a ajuda da Rússia, Irã e do Hezbolah, provocou a ira do imperialismo ianque e europeu (Alemanha e França), que teriam decidido agir através do movimento do clérigo Fethullah Gulen para romper essa aliança e minar as negociações entre os ministros de Defesa e Relações Exteriores de Rússia, Turquia e Irã. O principal assessor de Erdogan, Ilnur Cevik, declarou “Nós vamos ver a conexão entre o encontro de amanhã e esse assassinato. Essa reunião trilateral foi criada discutir as perspectivas de resolver a crise síria. É triste que eles tenham usado um policial afiliado à organização terrorista de Fethullah Gulen para matar o embaixador. Essa organização também esteve por trás da queda do jato russo, que prejudicou nossas relações”. De acordo com Cevik, os EUA já demostraram irritação com o sucesso da cooperação entre Moscou e Ancara na Síria, e estariam dispostos a sabotar as relações russo-turcas em todas as áreas. “Eles (americanos) veem isso como uma grande aliança que irá prejudicar os interesses ocidentais. Os americanos têm destacado recentemente que a cooperação russo-turca na Síria tem marginalizado Washington, e eles vêm criticando sua própria administração”(Sputnik, 19.12). Putin por sua vez alertou que o assassinato do Embaixador russo na Turquia foi uma tentativa de sabotagem das relações entre Moscou e Ancara, bem como contra o processo de normalização na Síria “O crime cometido é, sem dúvida, uma provocação com objetivo de sabotar a normalização das relações russo-turcas. E também do processo de paz na Síria, que está sendo promovido de forma ativa pela Rússia, Turquia e Irã, assim como outros países, interessados na solução do conflito sírio” (Idem) e concluiu “A única resposta possível é o aumento dos esforços no combate contra o terrorismo. Os bandidos sentirão isso na pele” (ibdem). O combativo proletariado turco que soube derrotar a tentativa frustrada de golpe deve agora responder as provocações do imperialismo ianque sem depositar qualquer confiança em um governo corrupto, repressor e reacionário como o de Erdogan, que tem como base exclusiva de apoio seu bando armado sanguinário e as forças da OTAN no país. Ficou nítido que apesar do fracasso do golpe e da desestabilização interna na Turquia, a situação do submisso ditador Erdogan é cada vez mais delicada, seu regime político baseado no terror e repressão tanto aos movimentos sociais quanto as nacionalidades oprimidas parece estar com os dias contados, já que não conta com o apoio integral do imperialismo ianque. Diante dessa realidade complexa é necessário convocar manifestações de rua em apoio à Síria, em defesa da Frente Única com Assad e Putin e contra o imperialismo ianque. Ao mesmo tempo deve-se levantar no campo interno as históricas bandeiras democráticas e nacionais, assim como para exigir o fim imediato do regime de exceção que governa a Turquia, com total independência política diante do odiado Erdogan e dos reacionários fundamentalistas que atual dentro e fora das FFAA turcas, sob a influência direta do Pentágono.