sexta-feira, 25 de novembro de 2016

CASO CALERO: FAMIGLIA MARINHO INICIA "FRITURA" DE TEMER, MIRANDO ELEIÇÃO INDIRETA DE MORO PELO CONGRESSO EM 2017

O diplomata do Itamaraty Marcelo Calero resolveu "soltar a língua", não só pediu sua demissão do Ministério da Cultura como também decidiu sair atirando não só contra o "percevejo" Geddel mas frontalmente contra o chefe do gabinete golpista, Michel Temer. A "ousadia" de Calero não se limitou a relatar para a mídia as ameaças sofridas em razão de sua decisão de não "liberar" a construção do espigão em Salvador, o ex-ministro chegou a gravar a chantagem realizada contra ele pelo próprio Temer, e agora prestes a ser divulgada em "exclusividade" pela Rede Globo. Somente os muito ingênuos podem acreditar que a súbita coragem do "coxinha" Calero seja fruto de uma tardia autocrítica por integrar um governo de bandidos. É óbvio que a movimentação política de Calero está sendo manietada por interesses em desestabilizar o governo golpista de conjunto e não apenas pela presão na saída do "percevejo do gabinete" Geddel. Nesta conjuntura também está absolutamente cristalino que a inoperante Frente Popular não aposta uma única ficha política na derrubada de Temer. Resta então abstrair uma conclusão que salta aos olhos e que a esquerda reformista faz questão de subestimar, a "República de Curitiba" representa hoje uma alternativa de poder real bem mais a direita do que a máfia peemedebista. Como apêndice de Moro e sua reacionária anturrage judiciária, a famiglia Marinho estimulou Calero para a gravar "ilegalmente" a conversa com Temer, pressionando o Ministério Público a apresentar denúncia formal contra o presidente golpista. O objetivo bem definido da "cilada" armada contra Temer é forçar a cassação do governo pelo STF ainda no curso de 2017, o que constitucionalmente desembocaria na convocação de uma nova eleição indireta, restrita ao Congresso Nacional convertido em Colégio Eleitoral. Neste cenário o "justiceiro" Moro (como qualquer outro cidadão brasileiro) poderia ser candidato, mas sufragado apenas por parlamentares em vigência do mandato. Se o golpe parlamentar contra Dilma teve como objetivo levar a frente de forma mais célere as reformas neoliberais exigidas pelo imperialismo, o impasse de Temer em finalizar o "trabalho sujo" o condena a ter o mesmo destino da presidenta neopetista. A famigerada Lava Jato que já co-governa o país, pretende não só impulsionar sua pauta de supressão das garantias democráticas (os tais 10 pontos contra a corrupção), como também liquidar as atuais reservas de mercado abrindo totalmente a economia nacional para os trustes imperialistas. Veremos nos próximos dias um governo golpista nas cordas por uma articulação política diretamente orientada pelas mesmas forças que encestaram o regime militar, agora sob o protagonismo da direita togada no lugar dos velhos coronéis. Seria cômico se não fosse trágico para o movimento de massas o pedido de impeachment de Temer feito pelo senador Lindberg Farias logo após as denúncias de Calero, os petistas ainda acreditam que a quadrilha do PMDB/DEM que domina o Congresso irá sacrificar o chefe por uma simples iniciativa parlamentar da esquerda reformista. Enquanto a crise do regime se aprofunda com uma vertente fascista no horizonte próximo, por sua vez o PSOL pede uma vaga de reboque no "trem" reacionário do Moro, que tem destino final no Palácio do Planalto. O movimento operário deve construir seu projeto de poder revolucionário antes que este desastre político seja consumado!