quinta-feira, 17 de novembro de 2016

CABRAL E GAROTINHO PRESOS: OFENSIVA DO JUDICIÁRIO NO RJ FAVORECE A MARCHA DA UNIVERSAL AGORA RUMO AO GOVERNO DO ESTADO


A justiça federal prendeu em menos de 24 horas dois ex-governadores do estado do Rio de Janeiro, trata-se das operações "Chequinho" e "Calicute", contra Garotinho e Sérgio Cabral respectivamente. No caso de Anthony Garotinho a acusação foi impulsionada por um juiz eleitoral da cidade de Campos, que o indiciou por crime de compra de votos através do programa social "Cheque Cidadão" criado pelo ex-governador e atual secretário da prefeita Rosinha Garotinho, sua esposa. Em relação a Cabral o mandato de prisão foi expedido pela Lava Jato e seu chefe nacional, o juiz Sérgio Moro, com acusações que vão desde a superfaturamento de obras públicas no estado, até envolvimento no esquema de "comissões" pagas por empreiteiras que operavam junto a Petrobras. Embora não tenham relação jurídica entre si, a prisão quase que simultânea de dois grandes caciques políticos do Rio tem grande impacto político no estado, praticamente tirando os ex-governadores da corrida eleitoral pelo Palácio Laranjeiras em 2018. Também não é nenhuma coincidência o fato das prisões ocorrerem após a vitória do bispo Crivella na prefeitura da capital fluminense e da profunda crise financeira que atravessa o estado. Cabral um dos chefes nacionais do PMDB, foi alçado ao governo do estado pelo seu antigo padrinho político, Garotinho. Sentado nas Laranjeiras Cabral logo tratou de criar sua própria quadrilha política, livrando-se de Garotinho, um traidor contumaz que teve origem no PDT de Leonel Brizola. O atual governador Pezão, filhote de Cabral, apenas seguiu a trilha do saque financeiro ao governo do estado, levando finalmente ao completo "default" a segunda unidade econômica mais importante da União. Portanto Garotinho, Cabral e Pezão (do qual Eduardo Cunha é subproduto) representam um fio de continuidade que quebrou totalmente o Rio, ameaçando a vida dos funcionários públicos e da própria população fluminense carente dos serviços prestados pelo governo. Entretanto o judiciário estava plenamente consciente da falência e assalto do estado há pelo menos dois anos, deixando para intervir após o golpe parlamentar que afastou a presidente Dilma. Como operadores da vontade dos rentistas, a Lava Jato busca recompor forças políticas no Rio capazes de garantir o pagamento da dívida do estado, está absolutamente cristalino que o PMDB de Cabral e Pezão não tem mais condições de gerenciar o governo, isto para não falar do "chamuscado" Garotinho e de seus aliados corruptos do PR. Por isso a Lava Jato resolveu atuar tardiamente contra a máfia do Cabral, embora Moro saiba do risco de sua ação ser invalidada pelo ministro Luiz Fux do Supremo, um afilhado do PMDB fluminense. Tudo leva a crer que o justiceiro Moro prepara uma base sólida de apoiadores para suas pretensões eleitorais em direção ao Planalto , e nada melhor do que a Universal e seu reacionário partido (PRB) governando o Rio de Janeiro em 2018. Por outro lado a prisão dos dois ex-governadores que quebraram o estado teria o efeito de tentar acalmar a fúria do funcionalismo público, passando a imagem que a "justiça" estaria realizando a "limpeza ética" na vida política do país. O movimento de massas não pode se deixar enganar por este engodo fascista da Lava Jato e seus juízes conservadores que patrocinam a impunidade para eles próprios e promovem aliança com forças obscuras do antigo regime militar, a invasão da Câmara dos Deputados ontem (16/11) foi uma demonstração viva desta perigosa simbiose política. A esquerda revisionista que apoia este amálgama reacionário entre o judiciário fascista e os militares golpistas, como por exemplo o PSTU, deve ser excluída politicamente das fileiras do movimento operário. Somente a ação do proletariado através de seus próprios organismos independentes de classe poderá fazer a verdadeira justiça histórica contra os burgueses corruptos e seus apêndices políticos.