terça-feira, 8 de novembro de 2016

ALERJ OCUPADA POR ENTIDADES DE POLICIAIS: NENHUM APOIO ÀS MANIFESTAÇÕES REACIONÁRIAS DO BRAÇO ARMADO DA BURGUESIA! MOBILIZAR OS TRABALHADORES PARA DERROTAR PEZÃO E SEU PACOTE DE MALDADES DE FORMA INDEPENDENTE DOS AGENTES DA REPRESSÃO!


Policiais civis, militares, bombeiros e agentes penitenciários ocuparam na tarde de hoje (08.11) a ALERJ contra o pacote de ajuste do governo Pezão (PMDB) no Rio de Janeiro. Cerca de 200 manifestantes entraram sem encontrar resistência, apenas sete policiais militares guardavam a entrada do edifício. Aos gritos de “Uh, é Bolsonaro” e faixas pedindo “Intervenção Militar Já!” os oradores do carro de som se revezavam afirmando “Cada um de nós é um Tiranossauro rex. Não vai ter essa história de pacificação”, dizia um policial militar, do alto de um carro de som, momentos antes da ocupação. Outro bradava “Se mexer no meu salário, vai dar ruim. Quem encara bandido de fuzil não tem medo de bandido de terno, completou outro, também ovacionado. Em outra fala do carro de som, um orador declarou que “se sacanearem a polícia, não vai ter Réveillon".. Participantes do protesto exibiam faixas com frases como "juntos somos fortes: policiais e bombeiros sem respeito = Rio sem segurança”. O batalhão de choque chegou a ser acionado mas não houve confronto, com os ocupantes se retirando cantando o Hino Nacional. Por volta de 12h, numa reunião entre representantes de entidades de policiais, bombeiros e agentes da Secretaria estadual de Administração Penitenciária com deputados da Comissão de Segurança da Alerj, o presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sindpol), Francisco Chao, havia garantido que a categoria “não seria agressiva”. Em carta as entidades afirmam em tom de ameaça “Na vida, tudo tem limite, só que o limite e a postura do bando, são completamente diferentes do limite e da postura da Tropa. O bando formado por homens e mulheres treinados, experientes, decepcionados, indignados, desesperados. E, em Armas!”. (Extra 7.11). Como se observa trata-se um movimento dos policiais que desejam que suas corporações não sejam incluídas nas medidas de corte impostas pelo governo Pezão, tanto que entraram na ALERJ em um ato convocado e dirigido por entidades policiais, à revelia da convocação geral do sindicatos que foi feita para sexta-feira, 11. Para o Marxismo, um policial mesmo em greve não é um aliado, não deve ser encarado como um simples “assalariado”, mas como um inimigo de classe que reivindica de seu patrão melhores condições para reprimir o povo trabalhador em meio a um período de crise econômica. A tentativa de setores da esquerda (MAIS, PSTU, TPOR, CST) de dotar esta manifestação policial de alguma característica “progressiva” é absolutamente inútil. Por mais que se esforce em “glamorizar” a luta sindical dos policias, suas ações contra a classe trabalhadora apenas reforçam o que esses “servidores públicos especiais” são treinados e pagos para fazer, ou seja, assassinar pobres e reprimir trabalhadores, amanhã eles estarão reprimindo professores e estudantes de novo. Não há dúvidas que esses “assalariados” da repressão estão sofrendo os efeitos da crise econômica e com o pacote de Pezão (inclui 22 projetos de lei, que entras medidas, aumenta a contribuição previdenciária; além desse aumento, a proposta do governo é que todos os servidores, incluindo aposentados e pensionistas que ganham menos de R$ 5.189 tenham um desconto previdenciário extra por 16 meses), mas não é apoiando suas reivindicações o melhor caminho para debilitar ainda mais a gestão do PMDB, já que esse setor que ocupou a ALERJ é nitidamente reacionário e de corte fascista, basta ver seu apoio a Bolsonaro e a Intervenção Militar. Por sua vez, tentar transformar o legado teórico bolchevique, de cindir a base das forças armadas em uma etapa revolucionária a favor do proletariado, em apoio acrítico as manifestações reacionárias de policiais, não passa de uma “armadilha” do mais rasteiro sindicalismo vulgar praticado pelo MAIS, PSTU e seus congêneres revisionistas. Nos últimos anos não faltaram vozes na “esquerda” reformista em defesa da greve dos policiais, os arautos do “tradeunismo” vulgar dizem que são “trabalhadores fardados” e nesta condição vítimas da exploração e arrocho salarial como os outros servidores públicos. Os policiais, como uma categoria social, realmente são assalariados (e na sua grande maioria de origem proletária) e nisto se resume seu único “denominador comum” com os trabalhadores. Como um destacamento de “serviços especiais” do Estado burguês, os policiais não fazem parte da classe trabalhadora. A polícia cumprindo a função social de um destacamento armado para preservar a propriedade privada dos meios de produção, jamais poderia ser considerada parte integrante da classe trabalhadora, pelo menos para os que têm referência no marxismo. Somente revisionistas mais decompostos podem acreditar que a função da polícia em uma sociedade de classes é cuidar da “segurança pública”, de todos os cidadãos independente de sua posição na cadeia produtiva. Apesar das greves das polícias objetivamente potenciarem um quadro de desagregação do Estado burguês, inclusive em um setor vital, como suas forças repressivas, não é apoiando as reivindicações da polícia a melhor forma de acelerar a fissura aberta no seio das próprias classes dominantes. Ao contrário de subordinar as organizações de massas à reacionária greve policial ou suas manifestações corporativas, como fazem os reformistas de todos os matizes, é preciso convocar a mobilização dos trabalhadores contra o pacote de Pezão-Temer e impulsionar a formação de comitês de autodefesa e milícias operárias, educando o proletariado para a necessidade da destruição do aparato repressivo do Estado burguês, única via que poderia inclusive forçar uma ruptura revolucionária na hierarquia militar com um caráter progressista.