quinta-feira, 6 de outubro de 2016

REDE COLHE O MAOIR FIASCO DO CIRCO ELEITORAL: MARINA TERÁ QUE ENTREGAR A LEGENDA AO JUSTICEIRO MORO EM 2018 PARA CONSEGUIR SOBREVIVER. UM PRIMEIRO AVISO A UMA ESQUERDA QUE NÃO QUER ENXERGAR A MARCHA DO BONAPARTISMO!


Muito tem se falado acerca do verdadeiro "aplastamento" político sofrido pelo PT nas eleições do último domingo, porém se observarmos com um certo cuidado os resultados gerais e não simplesmente as vitórias eleitorais do bloco da direita, poderemos constatar que o maior desastre não coube ao partido de Lula e Dilma e sim ao REDE de Marina Silva que sequer protagonizou uma única disputa em alguma cidade importante do país. O partido da ex-candidata que quase chegou ao Planalto em 2014 obteve um desempenho eleitoral de partido nanico e o que é bem pior: como sublegenda do bloco conservador de direita na maioria dos municípios. Diante do intenso desgaste nacional da Frente Popular as classes dominantes inflaram midiaticamente o nome de Marina como uma alternativa "eco-imperialista" para se contrapor as aspirações de Lula retornar à presidência da república em 2018, esperavam que o REDE capitalizasse o "sentimento" anti-política, como fez o empresário tucanalha Dória em São Paulo. Entretanto o "debute" eleitoral do REDE ficou abaixo do sofrível, começando pela própria Marina que acovardou-se em concorrer à prefeitura do Rio de Janeiro, como pretendiam muitos dos seus correligionários. A política reacionária de Marina, que apoiou Aécio Neves no segundo turno de 2014 para depois chancelar a iniciativa golpista do impeachment, não deixa a menor dúvida do caráter fraudulento do REDE, uma legenda que tenta se apresenta como "algo novo na política brasileira". Com o fiasco eleitoral o REDE já começou a se decompor, uma fração de sua direção integrada pelo ex-deputado petista Marcos Rolim (dirigente do antigo PRC) e também pelo sociólogo Luiz Eduardo Soares romperam com o partido, acusando Marina de representar o servilismo diante das velhas oligarquias dominantes. Sem o menor peso eleitoral em nível nacional para tentar cacifar novamente sua candidatura presidencial, só restará ao REDE e sua caudilha Marina oferecer a legenda ao "justiceiro" da República de Curitiba: Sérgio Moro. Não se trata de mais uma especulação do possível tabuleiro eleitoral de 2018, mas de uma necessidade histórica do regime capitalista, ou seja, diante da crise econômica impor ao país um governo bonapartista para derrotar a resistência das massas ao " ajuste" neoliberal que Temer não conseguirá implementar integralmente. A operação "Lava Jato" é algo bem superior do que uma simples farsa jurídica para criminalizar o PT e prender Lula. Foi planejada desde Washington para desnacionalizar os ramos mais importantes da economia  brasileira, Moro acompanhado de sua esquadra fascista é um homem treinado nos EUA para ser catapultado como o "herói nacional", levantando a bandeira da luta contra a corrupção estatal da esquerda reformista. É certo que a burguesia nacional tentou antes uma manobra similar com o ex-ministro Joaquim Barbosa, "carrasco do Mensalão", o magistrado do STF declinou do convite em 2014 certo que Marina venceria aquela disputa, mas o PT ainda  tinha "bala na agulha" e barrou o engodo reelegendo Dilma. Com a fundação do REDE após a eleição de 2014, Marina vem "patinando" entre o comando Tucano e seus chefes da Casa Branca e do Itaú que financiaram a fundação do novo partido "ecoenganador",  agora com o fiasco eleitoral de 2016 não há mais espaço para adiar sua rendição a Moro ou a Alckmin e a maioria staff marineiro se já inclina para o "justiceiro". Moro patrocina muito discretamente sua campanha ao Planalto, sua publicidade política fica por enquanto exclusivamente a cargo da famiglia Marinho que trafica a "ponte" entre Marina e a "República de Curitiba", a ex-senadora deverá ser indicada a vice na chapa "Preto/Esmeralda", simbolizando a unidade eleitoral do fascismo como o eco-imperialismo. Possuindo o controle do STF e TSE, como foi demostrado ontem com a votação inconstitucional das prisões em segunda instância de julgamento, e do conjunto da mídia corporativa a candidatura de Moro se coloca como imbatível, mesmo no cenário em que tenha que enfrentar um fragilizado Lula e possivelmente Alckmin ou Aécio (rompidos entre si), será a reedição do que as classes dominantes vinculadas  aos retintas de Wall Street tentaram fazer com Collor em 89, porém fracassaram rotundamente. Alertamos ao movimento operário já a algum tempo da marcha inexorável da direita fascista, que tem na perspectiva de instaurar um governo bonapartista sua principal estratégia política diante da crise do regime.  Desgraçadamente a esquerda reformista só tem os olhos voltados para comentar o debacle do PT, uns comemorando outros chorando, enquanto está cega para ver a "tempestade" do fascismo em plena formação.