quinta-feira, 6 de outubro de 2016

REJEITAR UNIFICADAMENTE O ACORDO BIANUAL COM ÍNDICE MISERÁVEL DE 8% DOS BANQUEIROS, DO GOVERNO GOLPISTA DE TEMER E DA CONTRAF-CUT/CTB! NÃO À DIVISÃO DA ASSEMBLEIA/VOTAÇÃO POR BANCO E A OPERAÇÃO-DESMONTE DA GREVE!


Os bancários completam 31 dias de greve e vão apreciar em assembleias a proposta miserável dos banqueiros e do governo golpista de Temer, fechada na madrugada de ontem, dia 05/10, que apresenta a fórmula de acordo bianual, ultra rebaixado. O acordo prevê 8% de reajuste mais abono de R$3,5 mil, em 2016. No vale-alimentação o reajuste é de 15% e no vale-refeição e no auxílio creche/babá é de 10%. Para 2017, a Fenaban repõe integralmente a inflação (INPC/IBGE) mais 1% de “aumento real” nos salários e em todas as verbas, além de abonar os dias parados. Apesar da proposta está aquém dos já rebaixados índices reivindicados pela própria Contraf-CUT de inflação (9,62%) mais 5%, ainda mais se considerarmos a alta lucratividade dos bancos, a burocracia vendida da Contraf-CUT/CTB numa verdadeira operação-desmonte da greve nacional dos bancários orienta pela aceitação dessa esmola vergonhosa.

O que está claro é que o fato dos banqueiros abonarem os dias parados na forma de ultimato (só para as assembleias que ocorrerem dia 06) serve como medida distracionista para ocultar que o índice de 8% não repõe sequer a inflação, fazendo com que tenhamos uma perda em torno de 1,6%. Além disso, inauguram um novo modelo de acordo bianual para engessar nossa luta para o próximo ano e ainda criam um ambiente de “tranquilidade” para o governo golpista de Temer avançar na reestruturação e privatização dos bancos públicos. Há de se mencionar que o acordo da Fenaban é para dois anos mas os específicos (BB, CAIXA, BNB, BASA) só é para um ano.

DIVIDIR AS ASSEMBLEIAS OU VOTAÇÕES POR BANCO SIGNIFICA AJUDAR OS BANQUEIROS E O GOVERNO GOLPISTA DE TEMER A DERROTAR NOSSA GREVE!

Tudo isso com o aval da burocracia da CUT-CTB que se utiliza de duas manobras para tentar enfiar goela abaixo da categoria esse acordo: primeiro, embeleza a proposta, vendendo gato por lebre; segundo e mais importante, já se cerca de cuidados para garantir o sucesso de sua operação-desmonte através da realização de assembleias e votações em separado por bancos. Impõe a divisão das assembleias por banco, chegando ao cúmulo, como em São Paulo, de separar fisicamente os bancários por banco, em assembleias especificas distantes uma das outras; ou, como em outras capitais, com mais sutileza, resolve manter os bancários no mesmo espaço físico mas com crachás diferenciados para votarem separados. E desse modo, pelo efeito dominó, sai enterrando a greve nos privados, e depois, avança sobre os públicos. Um absurdo que devemos rejeitar.

Ora, companheiros, se os bancários rejeitaram unificadamente na mesma assembleia a primeira proposta da Fenaban de 6,5%, por que agora, quando há uma outra proposta dos banqueiros, nós temos que votá-la separadamente por banco? Afinal, as cláusulas econômicas são comuns à categoria e devemos rejeitar o acordo bianual com a miséria de 8% dos banqueiros, fortalecendo a mobilização para derrotar a política de arrocho salarial do governo golpista de Temer. Só assim poderemos avançar em melhores propostas, inclusive nas negociações específicas. Enquanto a CUT-CTB tenta etiquetar como “conquista” as migalhas que caem da farta mesa dos banqueiros, a base mobilizada deve rejeitar a esmola da Fenaban e atropelar as direções traidoras para poder valer suas reivindicações.


Frente a essa situação nós, da Tendência Revolucionária Sindical (TRS), que impulsionamos o Movimento de Oposição Bancária (MOB-CE), e construímos a greve nos piquetes, atos e passeatas, nos opomos a essa traição e chamamos os bancários em greve, o ativismo classista e combativo da categoria a rejeitarem a migalha apresentada pela Fenaban e garantir as assembleias unificadas, mantendo a greve nacional até o atendimento de nossas reivindicações!