terça-feira, 13 de setembro de 2016

CUNHA CASSADO: O BANDIDO DO PMDB AGORA NEGOCIA SUA IMPUNIDADE COM O JUSTICEIRO MORO E O GOLPISTA TEMER


Um dos chefes nacionais da quadrilha do PMDB, Eduardo Cunha, foi finamente "apartado" de seus pares da Câmara Federal, instituição a qual tinha sido escolhido para presidir em fevereiro de 2015. A eleição de Cunha para a comandar a Casa foi precedida de um desentendimento no interior da cúpula do PT, Lula defendia que o partido deveria seguir o acordo de chancelar o nome do pemedebista carioca ligado ao grupo mafioso do ex-governador Cabral, afinal Pezão e seu chefe tinham se mantido no apoio à reeleição de Dilma em 2014. Já a presidenta Dilma se manteve reticente a orientação de Lula, indicando de última hora o nome do deputado Chinaglia para disputar o controle da Câmara, o impasse petista facilitou em muito uma folgada vitória de Cunha. No comando da "Casa dos picaretas", Cunha começou a complicar a vida de Dilma porém deu livre trâmite ao seu draconiano ajuste fiscal, além de colocar em votação (de comum acordo com a base aliada) o PL4330 da terceirização "ampla e irrestrita". Mas Cunha também "facilitou" a aprovação de uma série de reajustes salariais a determinados setores do funcionalismo federal, o que provocou a ira da equipe econômica palaciana "qualificando" as medidas como uma "pauta bomba". No bojo da ofensiva reacionária contra direitos e conquistas sociais Cunha e Dilma estiveram juntos em vários momentos, em outros separados como na proposta de redução da maioridade penal e questões de gênero, onde o falso "pastor" representava a bancada fascista do BBB. Com Temer e Padilha, Cunha traçou uma estratégia de chantagem pesada ao governo Dilma, mas o PT já tinha chegado ao limite das concessões diante da quadrilha pemedebista e resolveu romper o "acordo", apoiou a representação contra o presidente da Câmara no conselho de ética e na sequência exonerou dos cargos de confiança do segundo e terceiro escalões as indicações do "PMDB do C". Assegurado os votos para o impeachment, coube ao STF a tarefa de iniciar a "higienização" do golpe, em uma decisão absolutamente inconstitucional afastou um deputado federal de suas funções parlamentares sem o devido crivo do plenário da Câmara, em contrapartida garantiu que o justiceiro Moro não colocasse as mãos na família de Cunha, apesar das fartas evidências de terem utilizado dinheiro das "comissões" pagas pelas empreiteiras para operarem com a Petrobras. A finalização da cassação de Cunha, por ampla margem de votos, fechou um ciclo parlamentar cujo ponto de inflexão foi a eleição de Rodrigo Maia derrotando uma candidatura a presidência da Câmara do chamado "Centrão". Entretanto a "novela" Cunha ainda terá alguns capítulos, com ou sem a publicação de seu livro anunciado ontem, agora está em marcha um outra negociação acerca de sua impunidade familiar. Moro não tem mais a justificativa do foro privilegiado para não prender Cunha, assim como fez com Dirceu e Vaccari, porém se colocado nas grades o ex-deputado possivelmente delatará o compadre Temer e a cúpula pemedebista. A decisão porém está nas mãos da burguesia nacional, que definirá se sustenta politicamente Temer até a conclusão das reformas neoliberais iniciadas por Dilma, ou se livrará do golpista antes do fim de seu mandato tampão. Caso se intensifique a crise política ameaçando a governabilidade de Temer, a delação de Cunha será de grande utilidade para o uso político das classes dominantes, que poderá inclusive adotar a bandeira da esquerda reformista de convocação de novas "eleições gerais"...