segunda-feira, 25 de julho de 2016

NASCE UMA NOVA CORRENTE NA ESQUERDA: "MAIS" OU MENOS TROTSKISTA...


Realizado no último sábado o evento nacional de lançamento da "nova organização socialista", o agrupamento político que recém rompeu com as fileiras do PSTU, nada teve a ver com um verdadeiro ato da esquerda Marxista e Revolucionária, "MAIS" (Movimento por uma Alternativa Independente Socialista) se pareceu com uma catarse coletiva de militantes "quebrados" que "alegremente" estavam rompendo com o "peso" de pertencerem a um partido formalmente leninista e regido pelo centralismo democrático. Porém é certo que centenas de ativistas muito jovens também concorreram a este "show de auditório" realizado no Clube Homs em São Paulo para aderir ao novo agrupamento político, já balizado pelo manifesto "Arrancar alegria ao futuro". Esta camada de militantes da "nova geração" sequer foi educada sob as bases programáticas do Trotskismo, revela plena sintonia com o discurso vazio do "novo" e da busca de uma "nova práxis", significando realmente um desconforto da pequeno burguesia com a mínima disciplina partidária bolchevique, considerada uma peça arcaica de museu ou mesmo um libelo do "autoritarismo stalinista". Este nicho da esquerda revisionista forjada ideologicamente na era pós soviética, aderiu a  democracia como um valor universal, para eles bem superior politicamente a qualquer regime dos Estados Operários, considerados como o foco da falta de liberdades e irradiador do pensamento dogmático e conservador de uma "esquerda ultrapassada". Fenômenos partidários como o PSOL, PODEMOS etc... são o "sonho de consumo" desta cepa de ativistas, desde é claro que não cheguem ao "poder" como o Syriza na Grécia, pois aí o "sonho" vira pesadelo com a aplicação da agenda neoliberal do capitalismo em decadência. Os dirigentes do manifesto da "Alegria" foram totalmente coerentes e trataram de realizar um evento que marca o timbre ideológico e programático de uma nova tendência da esquerda concentrada em "limpar" os vestígios do Trotskismo ainda presentes na velha corrente Morenista. Bem "MAIS" assemelhada a estrutura orgânica de um PSOL ou mesmo da DS (petista), do que de qualquer seção da LIT, ainda que persistam em reivindicá-la. O nome escolhido para legendar o grupo do prof. Valério Arcary não poderia ser mais emblemático: "Mais" ou menos revolucionário, ou ao gosto de sua clientela militante que prefere ser reconhecida por "socialista democrática". É justo que sejam caracterizados como "Mais" ou menos Trotskistas, afinal não incorporaram a sua plataforma a defesa da Ditadura do Proletariado e tampouco a apologia da revolução armada, mas defendem o "socialismo e as lutas dos trabalhadores" como uma "meia" adesão ao Manifesto Comunista e ao Programa de Transição da IV Internacional. "Mais" ou menos Revolucionária é uma definição programática precisa para uma organização que tem como primado a horizontalidade de suas decisões, rejeitando como princípio a conspiração e a clandestinidade em períodos de "combate nas trevas" como diria com maestria nosso saudoso Jacob Gorender. O móvel da ruptura do grupo com o PSTU, o equivocado "Fora Todos" foi apenas um pretexto para abraçarem com vigor o regime da democracia dos ricos, e logo saltarem para reivindicar "Eleições Gerais", uma inflexão bem  distante da ruptura com a forças políticas da direita que continuam a admirar e aplaudir no resto do mundo, como na contrarrevolução ocorrida na Líbia. O popularesco slogan de não "MAIS" aceitarem o suposto sectarismo impregnado no PSTU, representou apenas uma senha para um futuro próximo de fusão com o PSOL e seus satélites como o "NOS". Sem o "sectarismo" do Marxismo e a "pesada" herança Leninista tudo é "alegria" vista no rosto de centenas de militantes que se fizeram presentes no clube Homs para gritar com todos os pulmões "Fora Temer, eleições gerais" como sendo a genuína bandeira do socialismo... Seu programa "inovador" se limita a cantilena comum dos reformistas em defesa da velha fórmula de bradar pela "unidade para lutar contra o ajuste e a retirada de direitos" que agrega todo arco oportunista na "esquerda"...Pobres militantes incautos e crédulos no "MAIS" novo amálgama da esquerda social-democrata.... Desgraçadamente esta película apresentada como "muito original" pelos seus dirigentes não tem nada de novo...