segunda-feira, 18 de abril de 2016

PSTU COMEMORA O IMPEACHMENT: “TIRAMOS DILMA AGORA SÓ FALTA TEMER, ELEIÇÕES GERAIS JÁ!”... SÓ FALTA RESPONDER QUEM TIROU DILMA E AFIRMAR QUE TORCE POR MORO NO PLANALTO


Mal havia acabado a votação na Câmara dos Deputados aceitando admissibilidade do processo de impeachment de Dilma, com os parlamentares em plenário agradecendo publicamente ao Juiz Sérgio Moro e fazendo rasgados elogios a Operação Lava Jato por terem possibilitado o avanço do golpe institucional, o PSTU saiu a comemorar a decisão no artigo “Fora todos eles! Greve Geral para impedir que Temer assuma! Eleições Gerais já!” em que afirma: “A Câmara dos Deputados acaba de aprovar a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. O processo ainda vai passar pelo Senado, mas esse dificilmente revisará a decisão dos deputados. O governo Dilma amarga 82% de reprovação” e conclui “O impeachment só está sendo possível porque a esmagadora maioria da população e da classe trabalhadora rompeu com o governo Dilma e quer que ele saia”. Com essa avaliação simplista em aberto flerte com a direita o PSTU de cara não denuncia que a aprovação do impeachment na Câmara representa uma derrota popular para a direita conservadora porque a decisão não está baseada em nenhuma tendência progressista ou mesmo foi tomada em nome de um programa democrático de defesa de reivindicações populares. O PSTU formalmente alega que “uma posição alinhada aos interesses da classe trabalhadora deveria ser de abstenção e a denúncia desses dois campos” quando na verdade sua política na prática foi a favor do impeachment. Ao contrário destes revisionistas vulgares para os Marxistas Revolucionários que estiveram desde o início do governo burguês de Dilma na trincheira da oposição revolucionária a Frente Popular está absolutamente claro que a tentativa de impeachment não é uma via democrática e progressista para as massas superarem o atual governo neoliberal do PT. Mas o PSTU não só seguiu na linha de apoio ao impeachment como em nome da defesa de eleições gerais acaba por pedir que a Câmara dos Deputados tome a mesma decisão sobre Temer “Se o povo quer Dilma fora, quer mais ainda fora Temer, sem falar do bandido que preside hoje a Câmara dos Deputados... É necessário inviabilizar o governo Temer. Torna-se cada vez mais urgente impor uma forte greve geral para colocar esse corrupto picareta para fora. Eleições Gerais já! A única solução para que os trabalhadores não paguem pela crise é um governo socialista dos trabalhadores, sem corruptos e sem patrões, apoiado em conselhos populares. Mas, enquanto os trabalhadores não contam com suas próprias organizações em que possam governar, o PSTU defende a convocação de eleições gerais já.”. A linha do PSTU em defesa do “Fora Todos”, apesar de floreada com frases “combativas” em nome da “Greve Geral” para enganar tolos, vai ficando cada vez mais clara: o próprio parlamento burguês deve cassar Dilma, Temer e Cunha e convocar eleições gerais, para isso deve-se pressioná-lo com mobilizações! Nesse cenário, Moro e Marina estão livres para assumir o Planalto em eleições antecipadas. Segundo os morenistas “Enquanto não temos os conselhos populares, defendemos eleições gerais já, não só para presidente, mas para todo mundo. Novas eleições em que esses corruptos envolvidos na Lava Jato ou em outros escândalos de corrupção, incluindo Aécio, não possam participar” (site PSTU, 04 de Março). Em resumo: neste cenário, com todos os envolvidos na Lava Jato impedidos de participar das eleições, inclusive Lula, sobrariam Moro e Marina como os candidatos de peso da burguesia e alinhados diretamente com a Casa Branca, já que o PSTU não cita os dois em seu rol de “corruptos”. Ao lado deles (mas obviamente sem chances eleitorais) “disputariam” Zé Maria e Luciana Genro (PSOL-MES). Luciana, aliás, com seu lema “Cadeia para todos!”, também é apoiadora entusiasta da Operação Lava Jato e aplaude as ações da PF contra o PT em nome do “combate a corrupção”. Para esses revisionistas, o objetivo estratégico é convocar eleições que supostamente seria uma saída “democrática” mesmo que vença a direita alinhada com a Casa Branca. Nada mais falso! Estamos diante de um golpe institucional e a convocação de eleições neste caso só servem aos planos do imperialismo ou mesmo para o PT costurar um “acordão nacional” por fora das manifestações populares e em nome de “preservar a democracia” como Lula já ventila nos bastidores. Não resta dúvida que a política de “Fora Todos! Eleições Gerais Já!” levaria neste momento necessariamente ao acesso de Sérgio Moro à Presidência da República e a direita a ampliar seu domínio político no Congresso Nacional. O grave é que os delirantes oportunistas do PSTU e do MES acham que do movimento “Fora Dilma” encabeçado pela direita surgirá pela via eleitoral um “governo socialista dos trabalhadores”! Apesar de encoberta de frases radicalizadas como a da “mobilização dos trabalhadores” e “Congresso Corrupto” esta proposta não aponta na direção da ruptura institucional e revolucionária com este regime, caindo Dilma com as regras constitucionais vigentes ou teremos o vice Temer ou no máximo novas eleições (em um curto prazo) onde o a direita fascista daria um “passeio”. Como a Frente Popular não vai convocar a resistência ativa e de massas ao “golpe institucional” como uma greve geral apesar dos apelos ridículos do PCO, a única alternativa de poder já constituída no momento para o “default” de Dilma é da ala burguesa mais reacionária e “linkada” diretamente ao imperialismo, como Moro que foi treinado e segue orientação direta do Departamento de Estado ianque. Está claro que a fragilidade de Temer e Cunha assusta a burguesia. O fato é que a transição para a ascensão do Bonaparte Moro não pode sair simplesmente de um “golpe institucional” feito às pressas pelos canalhas ultra corruptos Cunha-Temer. Por esta razão, desde a LBI declaramos “Nem eleições gerais, nem a defesa da democracia”, duas variantes da democracia burguesa que não servem para a revolução. O desenlace progressista da atual crise de dominação burguesa repousa exclusivamente na possibilidade da classe operária começar a construção de seu embrião de poder revolucionário em denuncia aberta das armadilhas eleitorais e do regime da democracia dos ricos, todo o oposto do que vem fazendo o PSTU sempre a reboque da direita!