quarta-feira, 6 de abril de 2016

JUVENTUDE BOLCHEVIQUE LANÇA CHAPA DE LUTA CONTRA ALCKMIN E O FECHAMENTO DAS ESCOLAS NAS ELEIÇÕES DO GRÊMIO

Beatriz, Israel Rodrigues e Ana Caroline, 
membros do núcleo da JB de São Paulo

O Jornal Luta Operária entrevistou os companheiros Beatriz Bergoci, Israel Rodrigues e Ana Caroline, militantes da Juventude Bolchevique (JB) que encabeçam a chapa 2 “Mudança Jovem”, de oposição combativa às eleições para o Grêmio Estudantil do Colégio estadual Odete Fernandes em Guarulhos/SP. Beatriz, candidata a presidente da chapa, participou ativamente na resistência estudantil histórica do ano passado contra o projeto do facínora governador do Estado de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), de sucatear por completo a educação no Estado através do fechamento de mais de 90 escolas. A luta dos estudantes filhos da classe trabalhadora periférica, mantendo as melhores tradições de nossa classe, impuseram à quadrilha tucana de Alckmin, uma dura derrota através das ocupações da juventude nas escolas estaduais paulistas, radicalizando a luta e ganhando o amplo apoio de todo o proletariado nacional. Nesta entrevista, o núcleo de estudantes da JB denuncia o completo caos no sistema de educação paulista, gerenciado a mais de 20 anos pela máfia “merendeira” tucana, que durante todo este período não fez mais do que incrementar os ataques neoliberais a toda classe operária do estado. Os companheiros também defendem um projeto de atuação classista dentro do movimento estudantil secundarista contra a política burguesa da UMES (PPL) e de colaboração de classes da UBES (PCdoB), apontado a unidade operária-camponesa-estudantil como programa da chapa de oposição às eleições que serão realizadas no colégio no próximo dia 12 de abril, além de estarem solidários as ocupações de escolas que começam a ocorrer no Rio de Janeiro.


Jornal Luta Operária (JLO)- Beatriz, fale um pouco sobre as eleições para o grêmio estudantil e como avalia a participação militante do núcleo da Juventude Bolchevique em São Paulo

Beatriz Bergoci (BB)- As eleições ocorrerão no próximo dia 12 de abril e temos grandes condições de sermos eleitos pela juventude, sobretudo a parcela mais consciente da escola. Estamos trabalhando arduamente todos estes dias para divulgar nossas propostas entre toda a comunidade escolar: estudantes, professores, trabalhadores da escola, pais e etc. Somos referência de luta desde as mobilizações no ano passado que ocuparam as escolas de todo o estado.

JLO- Vocês participaram do movimento de ocupação contra Alckmin no ano passado? Conte um pouco.

Israel Rodrigues (IR)- Sim, participamos ativamente! Inclusive nosso blog divulgou esta participação e os boletins que distribuímos em diversas escolas de Guarulhos e nos atos contra a tucanalha. Com apoio militante de todos os camaradas da LBI, estivemos na linha de frente da batalha, que sem sombra de dúvida aplicou uma derrota histórica sobre Alckmin apesar de termos consciência que é parcial tal vitória, pois a burguesia não desistiu de tal projeto, que faz parte de algo maior. Na verdade, é a “única” alternativa “viável” para o capitalismo senil, aprofundar qualitativamente os ataques ultra liberais às condições de existência de toda classe trabalhadora mundial, não só a educação não, mas universalmente.

JLO- E vocês tem discutido tal fato com a juventude?

Ana Caroline (AC) - Sem dúvida. Temos aprofundado nossas atividades não só em nosso ativismo dentro da escola, de forma propriamente dito. Estamos também junto aos trabalhadores em nossa militância socialista diária nos bairros, locais de trabalho e etc. Como nosso apoio militante à greve histórica no ano passado dos professores contra Alckmin, que durou mais de dois meses e intervindo agora nos atos contra a escalada fascista que avança em nosso país mas sem capitular ao governo neoliberal do PT.

JLO- E como avalia a atual situação política do país?

BB - Vejo que a acentuada polarização política e as incertezas que impera no seio da burguesia quanto a sua saída “tática” no momento, nada mais é do que o reflexo objetivo da crise profunda e histórica que atinge o capital atualmente. No momento histórico em que vivemos, vejo que não há alternativa para a burguesia que não seja a imposição de um profundo arrocho contra as massas oprimidas. Os velhos tempos das reformas social democrata há muito se acabaram. Nestas condições e se tratando particularmente do Brasil, os capitalistas procuram um gerente mais apropriado e melhores condições para declarar a guerra de classe contra os trabalhadores no país, manifesto no atual quadro de potenciação neoliberal condensado, por exemplo, na construção pelo capital financeiro para a semicolonia tupiniquim da “Ponte para o Futuro” do PMDB de Temer. O pior é que, se como nos ensinou Lenin, a política é economia concentrada, a crise histórica da economia capitalista se manifesta na também crise histórica de todos os partidos burgueses no país atualmente e os quadros políticos da burguesia.

JLO- Então a saída burguesa seria...

IR- A burguesia brasileira amarrada em seu impasse, pode recorrer como a história nos ensina, a fabricação de um mini Bonaparte. Mas esse Bonaparte (que pode ser o juiz à serviço da CIA, Sérgio Moro) logo poderia ser neutralizado pela dinâmica que envolve as condições objetivas e as necessidades do capital e sua mínima margem de manobra. A tendência do capital atualmente, é para as saídas que resultam em miséria absoluta entre as massas. Este fato só pode ser levado adiante através do recrudescimento do regime político e a imposição prática de um Estado de exceção informal, como vemos já sua manifestação em diversos países na Europa e Estados Unidos. Se a época das reformas e concessões econômicas já foram, também segue seu rastro a democracia burguesa clássica. 

JLO- E como olha a leitura da atual situação e as alternativas que propõem, os setores da esquerda reformista e revisionista?

AC- A proposta desta esquerda que há muito abandonaram Marx, não passa de um” mal” plagio de setores mais lunáticos e fora da realidade da direita. Olha por exemplo o PSTU e setores delirantes do PSOL, sobretudo sua dirigente “marineira” Luciana Genro: a política que defendem tanto nacionalmente como internacionalmente, é uma verdadeira afronta pra qualquer revolucionário com cabeça. Defendem hoje aqui no Brasil em meio a um impasse burguês diante de sua crise, a mesma proposta que os cretinos ultra reacionários do PSDB. O MRT (antiga LER), quer uma constituinte diante de uma situação em que se tal fato se concretiza, seria a materialização de uma Carta Magna completamente anti operária e contra as minorias e as mulheres trabalhadoras. Por outro lado e em outro “extremo”, mas que leva à mesma direção, vemos agrupamentos oportunistas como Causa Operária por exemplo, que hoje é quase parte integrante do governo da frente popular, se responsabilizando diante das massas por uma gerência burguesa pró imperialista que aplica uma política de duros ataques a todos os trabalhadores, abrindo inclusive o caminho para a fascistização da sociedade jogando as massas no colo da direita mais recalcitrante. Nestas condições, em vez de proporem a frente única até com o pseudo reformismo petista, preferem os apresentar diante da classe como aliados de “esquerda” jogando ao ar os princípios revolucionários do bolchevismo. Tivemos contatos com essas correntes nas manifestações do ano passado e agora com a crise do governo Dilma e elas não passaram na "prova"!

JLO - Você quer deixar uma mensagem à juventude operária?

BB - Gostaria de dizer a todos os jovens lutadores, que dediquem o melhor de si à serviço da causa do comunismo, que na verdade nada mais é que a verdadeira causa da Humanidade liberta do julgo da divisão de classes imperante na sociedade. Neste sentido, é o verdadeiro Humanismo. Não o utópico e reacionário como pregam as diversas correntes filosóficas pequeno burguesa. O capitalismo não tem mais nada a dar à humanidade, a não ser mais guerras, desemprego, fome e destruição ecológica como vimos recentemente em Mariana. É nesta perspectiva e com essa psicologia, que dedicamos o melhor de nossas forças em nossa tarefa militante em Guarulhos.