quarta-feira, 30 de março de 2016

HÁ 52 ANOS DO GOLPE MILITAR: TIRAR AS LIÇÕES DA DERROTA HISTÓRICA DE 1964 PARA RESISTIR À ESCALADA FASCISTA NOS DIAS ATUAIS, SEM PATROCINAR ILUSÕES NA DEMOCRACIA BURGUESA E NO GOVERNO NEOLIBERAL DO PT


Neste 31 de Março completam-se 52 anos do golpe militar de 1964. A escala fascista "verde-amarela" hoje avança no Brasil e faz lembrar que as mesmas forças políticas e sociais responsáveis por derrubar João Goulart tramam junto com outros atores reciclados para desestabilizar o governo neoliberal do PT e conseguir pela via do impeachment voltar a controlar o Planalto para uma gerência ainda mais submissa ao imperialismo ianque. A razão é o esgotamento do ciclo do gerenciamento estatal petista iniciado em 2003 com Lula. Ao desconsiderar esta lógica de ferro da luta de classes o PT foi vítima de sua própria política social democrata, pensando que teria a eterna "gratidão" da burguesia independentemente de seus interesses de classe. Findo o ciclo econômico "neodesenvolvimentista" o grosso da burguesia "convidou" os gerentes petistas a desocuparem o governo central do país, como Lula e Dilma se recusaram a sair em 2014 a tarefa então para estes setores mais conservadores é tirá-los "à força". Aqui reside o pano de fundo de toda a crise em curso, obviamente não é produto de nenhuma medida de "esquerda", anticapitalista ou antimperialista tomada pelas gestões burguesas do PT. É evidente que existem entre 1964 e 2016 diferenças marcantes nesta disputa interburguesa, já que até o momento as classes dominantes não acionaram as FFAA para derrubar o governo do PT pelas armas porque o proletariado não ameaça reagir, na verdade até o momento planejam impor uma transição conservadora com aparências de respeito a ordem constitucional para emplacar em um futuro breve Sérgio Moro na Presidência da República pela via eleitoral na condição de um "Bonaparte" para disciplinar o regime político em debacle. Nesse interregno, a oposição conservadora (PSDB-DEM-PPS) em conluio com Temer, uma espécie de candidato a "Raniere Mazzili" atual, tenta no parlamento afastar a Presidente da República fabricando um "crime de responsabilidade" hilariamente praticado por todos os seus antecessores e nunca punidos por tais atos. Evidentemente há uma trama golpista pública e em curso com o apoio venal da Rede Globo e da grande imprensa para derrubar pela via parlamentar o governo petista e alinhar o país aos interesses econômicos e políticos diretos do imperialismo ianque, para afastar o Brasil dos BRICS e mais particularmente das relações comerciais com a China. O que há de coincidente nesse processo com diferenças flagrantes é a política abertamente covarde e suicida de Jango e Dilma assim como das direções sindicais e políticas que os apoiam, no passado o velho Partidão (PCB) e agora o PT. Goulart adotava um tímido programa nacionalista burguês, enquanto a atual combalida gerente petista reza na cartilha neoliberal de ataques abertos aos trabalhadores, mesmo assim setores majoritários da classe dominante como o empresariado paulista em conluio com o Departamento de Estado ianque fecharam questão em se livrar, ontem e hoje, dessas gestões burguesas que mantém vínculos como o movimento de massas. Até agora usam métodos diferentes para alcançar seu objetivo. Se o governo do PT ainda sustenta-se em meio a aguda pressão política é justamente porque o partido tem mais de 30 anos de lanços orgânicos com o movimento de massas conquistados após a crise do PCB. A burguesia teme os efeitos de seu descarte imediato e traumático, pela via de um golpe clássico. Nesse contexto de extrema polarização política é que resgatamos as lições do golpe de 1964, apontando que também hoje está colocada a tarefa de apontar que os "Fascistas Não Passarão!". Porém, assim como no passado, não alimentamos ilusões na democracia burguesa e nos governo nacionalistas ou de "centro-esquerda". Apesar do governo da frente popular capitaneado pelo PT tentar capitalizar a “herança” dos que lutaram contra a ditadura militar, esta conduta não pode encobrir que as gestões de Lula e Dilma se aliaram com aqueles que ou colaboraram diretamente com os genocidas, como Sarney e Delfim Neto ou são seus representantes “reciclados”, com as oligarquias reacionárias que historicamente se aliaram com os militares e continuam a se beneficiar do regime da democracia dos ricos. Nesse sentido, a frente popular acossada pela direita hoje é vítima de sua própria política de colaboração de classes que como Trotsky bem pontuou é a ante-sala do fascismo ao desmoralizar e desarmar o movimento de massas. A LBI, que se mantém firme no combate por desmascarar a democracia dos ricos como uma face da ditadura do capital e dedica o melhor de suas forças à construção do Partido Revolucionário não embarca na cantilena de "Não vai ter golpe" simplesmente para sair na defesa do governo burguês de Dilma e da democracia burguesa em abstrato. Alertamos que ao contrário do “senso comum” amplamente difundido pela mídia capitalista e em parte legitimado pela esquerda palatável, os nossos combatentes da ditadura não foram mortos “lutando pelo restabelecimento da democracia”, tombaram no confronto direto com as forças da repressão pela causa da revolução socialista, mais além dos desvios políticos das direções reformistas e etapistas que hegemonizavam o momento. A concepção da “democracia como valor universal” não permeava as mentes de nenhum dos nossos heróis que deram suas vidas no combate revolucionário contra a ditadura militar e não é a meta a ser buscada hoje pelos Marxistas Leninistas. Neste ponto reside a contradição fundamental entre o regime de “exceção” imposto ao país pelas classes dominantes e o conjunto da militância socialista naquela etapa da luta de classes. Salvo alguns setores do “Partidão” que já flertavam com uma “flexibilização” do leninismo em direção à social democracia, o que anos depois daria origem ao chamado “eurocomunismo”, as organizações de esquerda (como a ALN de Marighella) que se levantaram em armas contra os facínoras adotavam a estratégia da defesa da ditadura do proletariado versus ditadura capitalista, sob a forma concreta assumida em 64 de um regime político militar. Somente após décadas, justamente na transição da ditadura militar à democracia burguesa, regime por excelência do modo de produção capitalista segundo Marx, irá acontecer a “metamorfose” da esquerda reformista assumindo as teses do “triunfo” da democracia sobre o “autoritarismo leninista”. Com a queda do Muro de Berlim em 1989, esta mesma esquerda, já formatada a “Nova República”, se transfere definitivamente de “malas e bagagens” para o campo “republicano” das instituições representativas do capitalismo, como faz o PT hoje, completamente refém do jogo parlamentar burguês mesmo em meio a escalada golpista. Um bom começo para colocar em prática as lições do golpe de 1964 é somar-se as manifestações convocadas para este 31 de Março, quando se completam os 52 anos do golpe militar de 1964 não para defender a democracia burguesa e o governo Dilma mas para chamar pela derrota da reação burguesa e contra o ajuste neoliberal, convocando inclusive os setores da frente popular que se opõem as medidas neoliberais de Dilma e Nelson Barbosa a de fato lutarem contra a investidas do governo petista para retirar direitos dos trabalhadores através da construção de uma dia nacional de luta rumo a construção da Greve Geral! Marcharemos neste 31 de Março para derrotar a ofensiva fascistóide da direita contra as parcas liberdades democráticas existentes em nosso país e as conquistas sociais arrancadas com muita luta pelo proletariado, além de denunciar a política neoliberal do governo do PT. Reafirmamos que fica evidente que a direção do PT e da CUT é incapaz de lutar consequentemente contra a movimentação fascista em curso, na medida em que é refém das instituições do regime político burguês e joga todas as suas cartas em um acordo com setores da quadrilha corrupta do PMDB, PR, PSD, PP para recompor sua base política no parlamento para derrotar o processo de impeachment no Congresso Nacional e levar adiante o ajuste neoliberal. Nesse combate, honrando a memória dos que tombaram em luta contra a ditadura, forjamos uma alternativa de direção revolucionária dos trabalhadores para superar os dois campos burgueses em conflito (PT e PSDB) e o "bonaparte" Moro em gestação.

terça-feira, 29 de março de 2016

DIANTE DA EBULIÇÃO MÁXIMA DA CRISE: QUAL É AFINAL A ALTERNATIVA HEGEMÔNICA DAS CLASSES DOMINANTES FRENTE AO "DEFAULT" DO GOVERNO DILMA, GOLPE INSTITUCIONAL, GOLPE DE ESTADO OU ESTABELECER UM NOVO GOVERNO BONAPARTISTA PARA "REGER" A DEMOCRACIA BURGUESA?


Quando fomos a primeira corrente de esquerda a caracterizar a Operação"Lava Jato" como um processo bem mais complexo e profundo do que uma simples investigação judicial da corrupção existente na Petrobras, poucos nos deram ouvidos... Agora fica claro que Moro e sua anturragem são os principais atores do cenário nacional de aguda crise política do regime democratizante. Dilma já não governa mais, perdeu sua capacidade de pelo menos influenciar as instituições do Estado burguês, o que não significa que ainda tenha fôlego de prolongar seu mandato um pouco mais na medida em que segue mesmo na crise ordenando o ajuste neoliberal ditado pelos rentistas. Porém fica uma questão, na medida que se aceleraram os ritmos do esgotamento da Frente Popular, intensificado pelos próprios recuos covardes do governo Dilma, o que está em marcha no país, golpe institucional (via impeachment), golpe de estado com uma mudança de regime político vigente ou como levantamos a tese desde a LBI, uma manobra das classes dominantes para preservar a democracia burguesa com uma nova "regência" bonapartista? O elemento central para responder esta pergunta chama-se "Lava Jato" e seu protagonista Sérgio Moro. O impeachment de Dilma, colocando no Planalto um governo Temer/Tucano passa bem longe de qualquer planejamento mais "sério" da burguesia nacional, apenas é defendido por setores lúmpens das classes dominantes que sonham em redobrar a "lambança" da farra estatal. Se efetivado este "golpe parlamentar" teria poucas chances de sobrevivência política por um período estável para completar a transição de "poder". O grau de sua desmoralização colocaria o país em uma etapa de profunda instabilidade institucional. A alternativa de um golpe de estado clássico, operando uma mudança de regime político, exigiria a entrada do alto comando militar no epicentro da crise política, possibilidade totalmente descarta neste período onde o proletariado não ameaça à dominação de classe da burguesia. A escalada da direita fascista neste momento ainda passa bem longe dos quartéis e da concepção ideológica da maioria do novo oficialato, formado sob a égide da defesa da democracia burguesa como a melhor forma de manter "seguro" o modo de produção capitalista para a exploração da mais valia da classe operária. Portanto a alternativa que melhor se coaduna com uma retirada pactuada  da Frente Popular seria convocação de uma nova eleição empossando um outro governo, composto por uma composição de forças políticas não identificadas com as velhas estruturas tradicionais do establishment. O PT já teria dado aval a esta variante, preservando a integridade jurídica de seus principais dirigentes. Neste cenário emerge a figura de um bonaparte, que venha para livrar o país da "sujeira da corrupção", tendo coragem suficiente para colocar na cadeia grandes burgueses nacionais. É óbvio que todo este embuste, que nasceu com a justificativa de "limpar a Petrobras" tem como pano de fundo a quebra das principais empresas capitalistas que ainda detém maioria de controle acionário nacional, como as empreiteiras e a própria Petrobras. Porém seria muito oportuno enfatizar que partiu do governo Dilma a iniciativa de impulsionar a Lava Jato e desaquecer os planos de investimentos da maior estatal brasileira, em resumo o PT pariu um monstro e agora o acusa de pretender desfechar um golpe contra sua "gerência" estatal. Não há a menor dúvida nesta altura da crise que o motor que alimenta a destituição de Dilma não são as fictícias "pedaladas fiscais"  e sim a famigerada "Lava Jato" e suas "revelações" produzidas  nos estúdios da Rede Globo. O grande impasse neste momento para a burguesia é que o governo Dilma está se "desmanchando" antes do tempo previsto, de que modo entronar o bonaparte Moro é o principal desafio para as classes dominantes. Os abutres do PMDB farejam a carcaça do Estado burguês profundamente debilitado pela recessão econômica, não pretendem dar espaço para a aventura bonapartista, inspirada pelo roteiro da Famiglia Marinho. A negociação procurada pelo PT para evitar o golpe parlamentar dos carniceiros tem como palco o TSE, em particular o ministro Toffoli, ex- advogado do partido e hoje convertido pelas frações conservadoras da elite dominante. Outra trincheira de "luta" do governo Dilma será a atuação de Lula no "varejo" do Congresso Nacional, tentando cooptar o "baixo clero" parlamentar para evitar o impeachment. Desgraçadamente as forças da esquerda não percebem o que está em curso no país, dividem-se entre o apoio ao governo Dilma, denunciando o golpe institucional e os que advogam pelo "Fora Todos" atacando o ajuste neoliberal do governo, entretanto ambos os campos chancelam as bases programáticas da Lava Jato (mais além de críticas pontuais aos seus "exageros"),  desta forma pavimentam politicamente o caminho para o surgimento do neobanapartismo no Brasil, este sim um viés muito mais nocivo aos interesses históricos dos trabalhadores do que o golpe parlamentar ou a permanência do governo Dilma. Como nos definiu brilhantemente o velho Marx, o bonapartismo emerge no impasse das classes dominantes, uma espécie de empate na correlação de forças sociais, catapultando um governo "acima" da disputa entre as frações burguesas. Em nosso caso concreto  o bonapartismo "Moriano" terá a "missão" de eliminar todas as barreiras legais para a penetração do capital internacional nos negócios e obras públicas do Estado Nacional,  serão eliminadas todas as reservas de mercado para a atuação das transnacionais no país. Quanto as reformas previdenciárias e trabalhistas que já tramitam no Congresso deverá se manter a mesma linha fiscal definida pelo governo Dilma, caso este não tenha mais tempo de concluir seu projeto neoliberal.

sábado, 26 de março de 2016

LBI SOLIDARIZA-SE COM O PCB ANTE AO COVARDE ATAQUE DA FAMIGLIA MARINHO QUE VINCULOU DE FORMA CALUNIOSA O PARTIDO AS “DOAÇÕES” DA ODEBRECHT! ABAIXO A FARSA VIL MONTADA PELA REDE “GLOBESGOTO” E A OPERAÇÃO LAVA JATO!


A Direção Nacional da LBI vem a público se solidarizar com o PCB contra o ataque venal e calunioso que o partido foi alvo por parte da Rede Globo e da mafiosa Famigilia Marinho. Através do seu gigantesco aparato de alienação de massa e usando como porta-voz o ventríloquo William Bonner no Jornal Nacional, a “GLOBESGOTO” acusou o PCB no último dia 23 de março e em “horário nobre” de receber doações da Odebrecht por um suposto militante do partido de Alagoas integrar a planilha da empreiteira divulgada pela PF no âmbito da famigerada Operação Lava Jato, sendo o PCB apresentado como “mais um” dos partidos do regime comprado pelos capitalistas. A mentira repugnante foi reproduzida no portal G1. Não serão nossas divergências políticas e programáticas públicas com o PCB que nos farão vacilar em denunciar tal engodo montado pela Rede Globo, apoiadora confessa do golpe de 64, da genocida ditadura militar, da tortura aos militantes de esquerda e anticomunista ferrenha, que agora mais uma vez redobra sua sanha em apoio descarado à escalada fascista “verde-amarela” em curso no Brasil contra o governo neoliberal do PT e para atingir as mais elementares liberdades democráticas em nosso país. A mesma certeza, obviamente, não podemos ter do PSOL, já que este partido aceita estatutariamente doações “legais” da burguesia, como fez Luciana Genro em sua última campanha eleitoral com a Gerdau e o Grupo Zaffari, produto de seu programa abertamente reformista. Imediatamente, a Comissão Política Nacional do PCB esclareceu que o tal “Jorge VI” não é ou foi ligado ao partido, trata-se sim de um carreirista político burguês filiado ao PSDB de Alagoas. Como afirma a nota do PCB “No caso da ‘denúncia’ ligada ao nosso Partido, depois de pesquisarmos todas as planilhas divulgadas, descobrimos que aparece estranhamente a sigla PCB, como supostamente tendo recebido um determinado valor. Pesquisando-se os nomes dos beneficiários das doações, identificado como sendo do PCB encontra-se apenas o nome de um certo Jorge VI, de Maceió (Alagoas). Consultando as redes sociais, os nossos registros e os registros eletrônicos da Justiça Eleitoral, descobrimos o que pode ser um erro da planilha ou uma grosseira farsa. O referido Jorge VI existe: como se vê em seu perfil no facebook, se apresenta como ‘político’ do PSDB, um profissional eleitoral. De dois em dois anos, é candidato a algum cargo: pelo PSDB (2000, 2002, 2004, 2012 e 2014) ou pelo PSC (2006, 2008 e 2010). Nunca pelo PCB!” (Nota Política: Repudiamos a menção ao PCB no escândalo das “doações” eleitorais da Odebrecht!, 23.03). Sabemos que o PCB tem como princípio não receber doações de empresas, mesmo que sejam “legais”. Nós da LBI divergimos inclusive do PCB, que deveria se recusar até mesmo a aceitar as verbas do chamado Fundo Partidário, uma forma estatal de cooptação dos partidos de esquerda por parte do Estado capitalista. Os Marxistas Revolucionários reafirmam a impossibilidade programática de serem financiados eleitoralmente (de forma institucional!) pelo Estado Burguês, considerando um gravíssimo desvio ideológico na conduta do PSTU, PCB e PCO de aceitar as verbas do Fundo Partidário. A cooptação do capital e seu Estado ocorre não exclusivamente com os partidos burgueses que realizam “negócios” vultuosos quando gerenciam a chamada “máquina pública”, também está presente nas pequenas concessões legais como o Fundo Partidário e as “generosas” indenizações estatais recebidas por militantes que lutaram contra o regime militar, uma espécie de “ressarcimento” dos agentes do capital pelos anos passados de militância revolucionária. Estes mecanismos embora “perfeitamente legais” não passam de uma forma de integrar forças políticas de “esquerda” ao regime burguês, com as verbas estatais produto da extração da mais valia do proletariado. Portanto da ótica marxista não existe diferença alguma (apenas nos volumes financeiros) dos “mimos” (legais ou ilegais) recebidos por Lula diretamente oriundos de grandes empresas ou das verbas estatais contabilizadas para o caixa partidário. Ambas são formas de corrupção do capital dirigidas ao amortecimento da luta de classes e cooptação das lideranças operárias. Compreendemos que o movimento operário e sua vanguarda classista devem combater pelo mais amplo direito de organização política, o que logicamente inclui o acesso publicitário a todos os meios de comunicação, sem que este fato possa produzir um vínculo de dependência econômica entre uma organização revolucionária e o regime burguês, seja ele por doações mesmo consideradas “legais ou institucionais”. Os Marxistas Leninistas, extremamente minoritários, mas íntegros em sua moral revolucionária, não podem admitir o recebimento de nenhum financiamento eleitoral das classes dominantes, seja pela forma do Estado burguês ou pela via das corporações capitalistas. Por fim, aproveitamos para saudar o PCB no seu aniversário de 94 anos de vida militante e esperamos que na Conferência Nacional que o partido realiza neste exato momento se aprove um programa de luta revolucionária de combate às frações burguesas comandadas pelo PT e PSDB, sem deixar de reafirmar a construção de uma Frente Única de Ação Antifascista neste momento tão delicado de nossa conjuntura e que se provou essencial na luta de classes mundial no passado (Alemanha contra Hitler) e no presente, no caso da luta de governos nacionalistas burgueses contra os “rebeldes terroristas made in CIA” na Líbia e na Síria. Acreditamos que mantendo a independência política e material diante da burguesia e de seu Estado capitalista estaremos forjando um instrumento partidário sólido e leninista capaz para levar consequentemente a luta do proletariado brasileiro rumo à vitória como parte do combate de classe pela Revolução mundial e o Comunismo.
Direção Nacional da LBI
26 de Março

sexta-feira, 25 de março de 2016

OS LIMITES PROGRAMÁTICOS DA “FRENTE POVO SEM MEDO”: UM RÁPIDO BALANÇO DO DIA 24


Mais de 30 mil pessoas responderam ao chamado da Frente Povo Sem Medo (FPSM) e marcharam do Largo do Batata até a Rede Globo. Além da militância da LBI estiveram presentes o MTST, a Intersindical, várias correntes do PSOL, PCB e outros agrupamentos menores da esquerda (PCR-UP) que não integram o bloco governista, um espectro político onde reina uma ampla confusão política acerca de que saída apontar diante da crise do governo Dilma, tanto que a grande unidade deste arco político (exceção da LBI) foi em torno da “defesa da democracia” no abstrato, uma fórmula de acaba atenuando a crise do regime político burguês democratizante. A CUT e o PT participaram do protesto sem jogar grande peso, mesmo não assinando a convocatória da manifestação devido às críticas ao governo Dilma e ao ajuste neoliberal. O mais importante da atividade foi que ela fez duras denuncias ao programa neoliberal do governo do PT, inclusive com a militância da LBI usando sua intervenção para denunciar o novo corte milionário do orçamento anunciado pelo ministro Nelson Barbosa. Esta conduta é um prova que a gestão petista não é um ponto de apoio para o combate à direita, está firme em manter os ataques aos trabalhadores. Como pontuamos em nossa declaração ao ato “Se a ‘Saída é pela Esquerda’ chamamos a FPSM a engrossar esta Frente Única de Ação Antifascista como parte do combate político-programático para forjar uma alternativa de direção revolucionária dos trabalhadores para superar os dois campos burgueses em conflito (PT e PSDB)”. Ao mesmo tempo aproveitamos a atividades para abrir o debate com a base da FPSM onde nossos camaradas alertaram que nas tarefas apontadas é que estão as grandes limitações da FPSM, produto da política reformista do MTST dirigido por Guillherme Boulos e da direção majoritária do PSOL. Estes setores pressionam por “Reformas Populares” a serem tomadas pelo próprio governo Dilma! Ao contrário, a LBI considera que o momento é delicado e impõe aos revolucionários uma linha justa de atuação que priorize a ação direta do proletariado sem ilusão no governo do PT, refém das elites dominantes. Não passa de uma “ingenuidade” a crença de que nesta conjuntura de correlação de forças adversa ser possível lutar por “reformas populares” (incluindo neste bojo uma reforma política progressista) vindas da iniciativa deste governo burguês neomonetarista. Para os Marxistas Revolucionários as “Reformas Populares” só poderão vingar efetivamente no marco de um novo poder político do proletariado, que deve ser construído no processo de cada embate concreto de nossa classe. Por volta das 20hs, a marcha chegou à sede da TV Globo e entoou várias palavras de ordem contra a emissora da Famiglia Marinho que planeja empossar o juiz Sérgio Moro como presidente em 2018. Um elemento importante a ser destacado foi a participação do MES-PSOL na manifestação defendendo a palavra de ordem “Eleições Gerais!”, uma posição análoga a do PSTU de “Fora Todos”, apesar deste partido não participar da atividade. Não resta dúvida que a política do MES e do PSTU em defender “Eleições Gerais Já!” levaria neste momento necessariamente ao acesso da direita à Presidência da República e a ampliar seu domínio político no Congresso Nacional. De fato, os delirantes oportunistas do PSTU e do MES acham que do movimento “Fora Dilma, Fora Todos” encabeçado pela direita surgirá pela via eleitoral um “governo socialista dos trabalhadores”! Na manifestação deste dia 24 de Março também denunciamos amplamente a política do arco morenismo e seus parentes próximos como o MES, MRS e o MRT/LER, este último agrupamento defende a convocação de uma Assembleia Constituinte. Imaginemos neste quadro de ofensiva política e ideológica da direita e neoliberais (o que inclui o próprio PT) que tipo de parlamentares constituintes seriam eleitos e que “pérola” de nova Constituição seria elaborada! Somente os idiotas do MRT/LER podem pensar que neste retrocesso político das massas surgiria uma bancada revolucionária ou mesmo progressista capaz de impor alguma conquista social em uma nova constituição federal. Estes, que aparentemente criticam o PSTU pela “esquerda”, adotam uma política muito pior, mais direitista, na medida em que a proposta de Constituinte abriria um caminho para um ataque de maior envergadura da burguesia e da direita para retirar direitos dos trabalhadores. Se os delirantes oportunistas do PSTU acham que do movimento “Fora Dilma” encabeçado pela direita surgirá pela via eleitoral um “governo socialista dos trabalhadores”, o MRT/LER acredita em um delírio ainda mais nefasto que da força da mobilização da direita e dos grupos fascistas nascerá uma “constituição revolucionária”. Apesar de encoberta de frases radicalizadas como a da “mobilização dos trabalhadores” e “Congresso Corrupto” ambas propostas não apontam na direção da ruptura institucional e revolucionária com este regime, caindo Dilma com as regras constitucionais vigentes ou teremos o vice Temer ou no máximo novas eleições (em um curto prazo) onde o a direita tucana daria um “passeio”. A única alternativa de poder já constituída no momento para o “default” de Dilma é da ala burguesa mais reacionária e “linkada” diretamente ao imperialismo, como Moro que foi treinado pelo Departamento de Estado ianque. O MRT/LER propõem ir além, ou seja, dar ainda mais poderes a reação burguesa! As alternativas políticas lançadas pela esquerda revisionista diante do colapso prematuro de Dilma são até risíveis e desastrosas. O bloco que pugna neste momento por uma “Constituinte Soberana” teria que responder a seguinte questão: que poder estatal convocaria uma constituinte e que tipo de nova carta magna poderia ser elaborada nesta conjuntura de ofensiva total da direita mais recalcitrante? Obviamente a resposta só pode ser a de um desastre total. Pensar que Temer, Cunha, Aécio ou coisa assemelhada possa convocar uma Constituinte progressista é no mínimo uma piada de mau gosto, e no caso de Dilma permanecer no governo até o fim e “topar” a proposta o resultado não é muito diferente no quadro de ajuste neoliberal em curso no parlamento. No caso da consigna de novas “Eleições Gerais” também formulada pelo revisionismo, se aplicaria a mesma dinâmica geral da constituinte, ou seja, nesta etapa uma acachapante vitória da direita fascista. Desde a LBI defendemos que o proletariado não deve apresentar uma “agenda democrática” para a crise capitalista, como pretendem os revisionistas do PSTU, LER/MRT, PCO etc.. A única saída realmente progressista diante da barbárie capitalista é por abaixo a ditadura de classe da burguesia e construir o novo Estado Operário, a falência histórica da democracia formal emoldurada pelas elites reacionárias já demonstrou para os trabalhadores que sua única alternativa é a luta pelo socialismo! Nesse caminho, o estabelecimento de uma Frente Única de Ação Antifascista não está a serviço de defender o governo Dilma e a democracia burguesa mas para derrotar a ofensiva da direita contra as parcas liberdades democráticas existentes em nosso país e as conquistas sociais arrancadas com muita luta pelo proletariado, além de denunciar a política neoliberal do governo do PT.

quarta-feira, 23 de março de 2016

APESAR DE DILMA SEGUIR FIRME COM O AJUSTE NEOLIBERAL, APOIAMOS A CONVOCAÇÃO DA "FRENTE POVO SEM MEDO" PARA O DIA 24, COMO FORMA CONCRETA DE ESTABELECER UMA FRENTE ÚNICA PARA COMBATER A ESCALADA DA DIREITA FASCISTA


A “Frente Povo Sem Medo” (FPSM), uma articulação política entre o MTST, PSOL e a Intersindical (além de outros agrupamentos menores) convocou para este dia 24 de Março um ato nacional “EM DEFESA DA DEMOCRACIA... A SAÍDA É PELA ESQUERDA”. O PCB também irá engrossar esta atividade. Trata-se de uma iniciativa que não leva diretamente o carimbo “chapa branca” da CUT e do PT, porém tem como eixo a “Defesa da Democracia”. O mais importante é que esta manifestação foi convocada logo após o governo Dilma anunciar sua disposição de seguir firme com o ajuste neoliberal, como proclamou o Ministro Nelson Barbosa com novos cortes no orçamento, um bloqueio de gastos desta vez de R$ 21,2 bilhões e a possibilidade de um novo congelamento no reajuste dos salários do funcionalismo federal, o que demonstra que a gestão petista não está disposta a mudar o curso de austeridade monetarista. Tampouco a Frente Popular se coloca como um ponto consequente de apoio para a luta direta contra a direita “golpista”, mas buscar através de um programa antinacional e antipopular acenar para um acordo de “salvação” com as demais frações burguesas. Ainda que não tenhamos acordo integral com a plataforma político-programático da convocatória da manifestação programada para esta quinta-feira no Largo do Batata rumo à Rede Globo, a militância da LBI irá participar da atividade como parte da luta em defesa de uma Frente Única de Ação Antifascista e jamais para defender em abstrato a democracia burguesa e o governo capitalista do PT. Diante da disposição de Dilma manter seu ajuste neoliberal draconiano em meio à crise política justamente para acenar a burguesia e ao imperialismo um compromisso para manter a ofensiva antipopular, a FPSM corretamente pontuou “É preciso também fazer uma diferenciação: uma coisa é enfrentar esta ofensiva antidemocrática, outra é defender este governo. Entendemos que as políticas assumidas pelo Governo Dilma são indefensáveis. Adotou o programa derrotado nas urnas, iniciou um ajuste fiscal antipopular e assumiu uma agenda de retrocessos com temas como a Reforma da Previdência e a lei antiterrorismo. Políticas como essas criaram rejeição popular ao governo e deram base social ao golpismo em curso. Além disso, os governos petistas chocaram o ovo da serpente. Perderam oportunidades de pautar questões como a democratização das comunicações e do sistema político, além de reformas populares. Hoje sofremos todas as consequências desta falta de ousadia. A Rede Globo é a grande artífice da ofensiva reacionária. Por isso não temos disposição de ir às ruas em defesa deste governo. Mas também não ficaremos calados e acovardados ante as ameaças ao que temos de democracia no Brasil. O ataque não é somente contra o PT. É contra o que quer que seja de esquerda neste país. Querem aniquilar o movimento social. Querem impor um ambiente de intolerância e linchamento, onde não há espaço para o pensamento e a ação críticos. A solução que propõem representa ainda o aprofundamento dos ataques a direitos sociais e trabalhistas”. Em resumo, a FPSM faz uma denúncia justa do caráter neoliberal do governo Dilma e de suas medidas. Entretanto, é na conclusão da convocatória e nas tarefas apontadas que estão as grandes limitações da FPSM, produto da política reformista do MTST e do PSOL pressionando por “Reformas Populares” a serem tomadas pelo próprio governo Dilma! Ao contrário, a LBI considera que o momento é delicado e impõe aos revolucionários uma linha justa de atuação que priorize a ação direta do proletariado sem ilusão no governo do PT, refém das elites dominantes. Não passa de uma “ingenuidade” a crença de que nesta conjuntura de correlação de forças adversa ser possível lutar por “reformas populares” (incluindo neste bojo uma reforma política progressista) vindas da iniciativa deste governo. A frente única dos explorados que precisa ser construída amplamente deve ter como norte inicial a derrota do “ajuste” fiscal, monetário, trabalhista e salarial que está em pleno curso, somente com a mobilização permanente das massas será possível obter a vitória. Quanto as “reformas populares” só poderão vingar efetivamente no marco de um novo poder político do proletariado, que deve ser construído no processo de cada embate concreto de nossa classe. Apesar do caráter evidentemente limitado do protesto, os setores classistas devem intervir ativamente nesta mobilização que se proclama formalmente contra a atual ofensiva do governo Dilma a fim de impulsionar a ação direta das massas contra a escada fascista e nunca para pressionar as frações burguesas para “atenuar” o ajuste fiscal e monetário em pleno curso. Nesse sentido, a Direção Nacional da LBI deliberou por participar dos atos desta quinta-feira, dia 24 de Março (assim como integrou o último dia 18) , não para defender a democracia burguesa e o governo neoliberal de Dilma mas para derrotar a ofensiva da direita contra as parcas liberdades democráticas existentes em nosso país e as conquistas sociais arrancadas com muita luta pelo proletariado, além de denunciar a política neoliberal do governo do PT. Reafirmamos que fica evidente que a direção do PT e da CUT é incapaz de lutar consequentemente contra a movimentação fascista em curso, na medida em que é refém das instituições do regime político burguês e joga todas as suas cartas em um acordo com a quadrilha corrupta do PMDB comandada por Renan Calheiros para recompor sua base política no parlamento para derrotar o processo de impeachment no Congresso Nacional e levar adiante o ajuste neoliberal. Se a “Saída é pela Esquerda” chamamos a FPSM a engrossar esta Frente Única de Ação Antifascista como parte do combate político-programático para forjar uma alternativa de direção revolucionária dos trabalhadores para superar os dois campos burgueses em conflito (PT e PSDB).

domingo, 20 de março de 2016

VISITA DE OBAMA A CUBA REPRESENTA A FACE DA REAÇÃO “DEMOCRÁTICA” DA OFENSIVA IMPERIALISTA CONTRA OS POVOS, LANÇANDO AS GARRAS IANQUES SOBRE O ESTADO OPERÁRIO PARA INCREMENTAR A RESTAURAÇÃO CAPITALISTA CONTRA AS CONQUISTAS DA REVOLUÇÃO


A cena do avião presidencial norte-americano Air Force One aterrissando em Cuba está sendo celebrada como “histórica” por um amplo espectro político, desde a “direita civilizada até a esquerda reformista”. Porém a inflexão política da Casa Branca em direção a Cuba não possui nenhum caráter progressista, representa a outra face “democrática” da mesma ofensiva reacionária imperialista contra os povos. Na Ilha operária os planos do Pentágono de impulsionar uma “revolução popular” de milícias fascistas de direita, ao estilo Líbia, Síria, Ucrânia e Venezuela não conseguiu sucesso, forçando Obama a utilizar a velha tática da “reação democrática”. Cuba avançou na expropriação do capital e apesar das deformações burocráticas ainda mantém sua estrutura de poder estatal lastreada em conselhos populares e não na formalidade da democracia burguesa e do sufrágio universal, este elemento fundamental obriga o imperialismo a readequar sua estratégia para levar adiante sua ofensiva contra as conquistas da revolução cubana. Entretanto os objetivos globais do imperialismo para a América Latina permanecem os mesmos. Enquanto ataca ferozmente o regime nacionalista burguês da Venezuela, oferece crédito e investimos em Cuba, não há contradição alguma nestas duas linhas de ação do imperialismo. Um exemplo é que enquanto aqui no Brasil o quadro é de intensa polarização política entre esses dois polos burgueses em conflito, vários porta-vozes desses distintos espectros políticos saúdam a ida de Obama a ilha e apoiam a política de aproximação levada a cabo pelos irmãos Castro com os EUA, aplaudindo-a como exemplo de “maturidade política” e “avanço da democracia”. Para os Marxistas Revolucionários não há nada de progressivo na visita de Obama a Cuba. Ao contrário, ela significa que o imperialismo ianque impõe oficialmente as garras sobre o Estado operário para incrementar a restauração da ilha em parceria com a burocracia estalinista, que continua avessa a estratégia da revolução permanente. Não por acaso, logo após pisar em Cuba, o presidente dos EUA vai imediatamente a Catedral de Havana para se encontrar com o cardeal Jaime Ortega, representante do Papa Francisco, o artífice dos acordos entre o imperialismo ianque e a burocracia castrista. O encontro com Raul Castro será amanhã, transmitido ao vivo pelas TV de ambos os países. Obama já adiantou que falará “diretamente” sobre os “obstáculos” para o exercício os chamados “direitos humanos” na ilha, um eixo político que servirá futuramente para atacar a própria burocracia castrista visando substituí-la por um governo alinhado diretamente a Casa Branca, tendo como pretexto a proposta de “democratizar a sociedade cubana”. A aposta da Casa Branca é estabelecer vínculos mais profundos com a burocracia castrista e a oposição interna pró-imperialista nos próximos meses, apesar do embargo econômico que o Congresso se nega por enquanto a revogar por ser de maioria republicana, para aprofundar essa política de cooptação a partir de 2017 com Hillary Clinton na Presidência dos EUA. O anúncio da retomada das relações diplomáticas entre Cuba e os EUA, além da possibilidade futura do fim do bloqueio comercial que já dura mais de 50 anos, colocou o debate sobre a restauração capitalista na Ilha operária no centro da pauta política da esquerda “socialista” mundial. De imediato podemos afirmar como defensistas incondicionais do Estado Operário Cubano que a iniciativa da Casa Branca está inserida neste momento no contexto da própria crise que atravessa a ofensiva imperialista contra os povos, em particular no impasse militar no “Mundo Árabe” após o êxito inicial contra o regime Kadafista na Líbia. O empantanamento da invasão contra a Síria e as dificuldades de iniciar a estratégica operação contra o Irã, sem falar na impossibilidade de “dobrar” a influência militar da Rússia na região, obrigaram o Império a voltar o “foco” do Departamento de Estado para Cuba. Na arena diplomática os gestos de “boa vontade” do governo Obama servem como uma luva para tentar aplacar sua própria crise interna e impulsionar a candidatura de Hillary contra a linha de Donald Trump, abertamente belicista de intervenção militar direta. Hoje a “mão estendida” de Obama para o regime Castrista tem por objetivo liberar as forças até então represadas de uma restauração capitalista no mesmo modelo da chamada “via chinesa”. Como declarou Obama no discurso que anunciou sua decisão de ir a Cuba “Vamos discutir as diferenças diretamente - como vamos continuar a fazer sobre as questões relacionadas com a democracia e os direitos humanos em Cuba. Mas eu acredito que podemos fazer mais para apoiar o povo cubano e promover os nossos valores por meio do engajamento. Afinal de contas, estes 50 anos têm demonstrado que o isolamento não tem funcionado. É hora de uma nova abordagem. Eu acredito que as empresas americanas não devem ser colocadas em desvantagem, e que o aumento do comércio é bom para os americanos e para os cubanos. Então, vamos facilitar as transações autorizadas entre os Estados Unidos e Cuba. Instituições financeiras dos EUA serão autorizados a abrir contas em instituições financeiras cubanas. E vai ser mais fácil para os exportadores dos EUA para vender bens em Cuba”. O porto de Mariel em Cuba, construído pela empreiteira Odebrecht e financiado pelo governo Dilma via empréstimo de 800 milhões do BNDES, tem um papel importante na abertura da Ilha para produtos do EUA. A principal agenda do governo brasileiro em Cuba é aprofundar as relações econômicas tendo por base o processo de restauração capitalista em curso promovido pela burocracia castrista, principalmente após o último congresso do PCC, em que copia parcialmente a chamada “via chinesa”. Trata-se da entrega de setores da economia para o controle de grupos capitalistas, estreitando cada vez mais os vínculos da casta dirigente com grandes empresas estrangeiras que investem no país, ao mesmo em tempo que se fragiliza e ataca conquistas históricas da revolução. Na atual conjuntura internacional o principal ponto de “travamento” da ofensiva imperial encontra-se no receio de um enfrentamento direto com o poderio militar russo, herdado do antigo Exército Vermelho. Putin pretendia estender a influência militar russa para Cuba, com a instalação de uma moderna base naval no Caribe, seria um duro golpe para o Pentágono e a OTAN que hoje sequer conseguem impor um recuo de seus adversários no leste europeu. Com uma possível “cooptação” de Cuba os EUA de uma só tacada podem conseguir neutralizar a Venezuela e impedir a entrada da Rússia na geopolítica latino-americana. No mesmo compasso Obama tentará ganhar pontos na disputa eleitoral contra o Partido Republicano (Trump) nas eleições presidenciais de novembro de 2016, já que os Clinton apoiam integralmente a “jogada” de aproximação com Cuba, o que não pode ser dito da política para o Oriente Médio onde Hillary defende uma imediata e agressiva ação militar contra Assad. Como Trotsquistas não podemos rejeitar possíveis manobras diplomáticas de um Estado Operário no contexto de um mundo hegemonizado pelo capital financeiro, reconhecemos o direito de Cuba exigir o fim do criminoso bloqueio comercial, porém não somos “ingênuos” ao ponto de desconsiderar os objetivos estratégicos do imperialismo ianque. Como nos ensinou Lenin que pessoalmente em sua época celebrou vários acordos comerciais com o imperialismo europeu, é necessário aproveitar as fissuras da crise imperialista sem “baixar a guarda” de uma política que convoque permanentemente a mobilização do proletariado mundial contra a atual ofensiva neoliberal contra os povos. Nesta perspectiva revolucionária não podemos confiar plenamente na burocracia Castrista, que busca conservar o atual regime estatal cada vez mais sob as bases de concessões econômicas e políticas. Frente a esta disjuntiva histórica, está colocado a construção do genuíno Partido Operário Revolucionário na Ilha com o objetivo de avançar nas conquistas sociais e do chamado a expropriação da burguesia mundial, se opondo a política de colaboração de classes das direções reformistas, rompendo desta forma o isolamento de Cuba por meio da vitória da revolução proletária em outros recantos do planeta!

sábado, 19 de março de 2016

UM PRIMEIRO BALANÇO DO 18 DE MARÇO: BASES OPERÁRIAS E MOVIMENTOS SOCIAIS REAGEM COM FORÇA CONTRA A OFENSIVA FASCISTA. LULA E O PT AINDA BUSCAM UM “ACORDÃO NACIONAL” COM A BURGUESIA, O QUE PARECE CADA VEZ MAIS DISTANTE


As manifestações convocadas pelo PT e a CUT nesta sexta-feira, 18, foram uma importante demonstração de força social da Frente Popular. Colocar mais de 150 mil pessoas na Av. Paulista e concentrar milhares de ativistas em diversas capitais do país (Salvador, Fortaleza, Porto Alegre, Brasília), obrigar a mídia capitalista, em particular a Rede Globo, a noticiar tal feito, sem dúvida demonstrou que a “jararaca não está morta”. As bases dos movimentos sociais responderam ao chamado tardio da Frente Popular e tomaram as ruas com o instinto de classe para derrotar a escalada direitista que galvanizou o país, fomentada pelos “barões” da mídia capitalista. A vitalidade deste 18 de Março comprova cabalmente que era perfeitamente possível derrotar a ofensiva fascista ainda em sua gênese, porém o governo Dilma optou em contemporizar com a direita e seguir aplicando o ajuste neoliberal exigido pelos rentistas. Mas desgraçadamente esse retardatário “bote de cobra” não esteve a serviço de “morder a burguesia” e sim demonstrar sua disposição de manter-se uma domesticada ordem do capital. A ausência de um programa classista de denúncia das instituições do regime burguês, em um claro curso retrógrado, e do chamado a classe operária a enfrentar a reação burguesa nas ruas pela via de sua ação direta, permitiu que Lula utilizasse os atos para tentar buscar novamente um “acordão” com a burguesia nacional, sua expectativa original desde que resolveu ir para a Casa Civil do governo Dilma. Lula não pensa mais em 2018, planeja agora utilizar as verbas do PAC (transferidas para seu gabinete) e voltar a “comprar” as oligarquias regionais em favor da governabilidade. O chamado feito pelo ex-presidente da República no ato no MASP de que “A gente tem que reestabelecer a paz” revela de forma cristalina a tentativa da direção nacional do PT em buscar recompor a base de sustentação do governo da Frente Popular no parlamento via um pacto com a quadrilha corrupta do PMDB comandada por Renan Calheiros, sem alimentar qualquer “guinada à esquerda” ou de ruptura com as reformas neoliberais. Cacifado por ainda ter relativo apoio de massas, Lula fez um claro convite à burguesia: “Precisa entender que democracia é a convivência da diversidade. Não quero que quem votou na Aécio goste de mim. Eu quero que a gente aprenda a conviver de forma civilizada com as nossas diferenças”. Lula, o PT e seus dirigentes estão buscando um grande “acordão nacional” com a burguesia com a ida do ex-presidente para a Casa Civil a fim de manter o mandato de Dilma até 2018 para implementar as reformas neoliberais, queimando inclusive a possibilidade do ex-presidente para uma nova disputa, já que ele não conseguirá reverter o quadro de recessão econômica que está mergulhado o país. Entretanto, a Rede Globo, o Justiceiro Sérgio Moro e setores recalcitrantes da direita resistem a aceitar esse pacto intra-burguês. A decisão do facínora Gilmar Mendes no STF suspendendo a nomeação do ministério e mantendo as investigações no âmbito da famigerada Operação Lava Jato também aponta neste sentido. Neste quadro, as manifestações deste dia 18 serviram claramente como um elemento de barganha da Frente Popular, uma demonstração de relativa força política no marco de sua política de colaboração de classes, tanto que Lula reafirmou em sua fala “Na hora que a companheira Dilma me chamou, relutei muito desde agosto do ano passado a aceitar voltar ao governo. Ao aceitar voltei a ser Lulinha paz e amor. Não vou para brigar, vou ajudar a companheira Dilma a fazer as coisas que tem que fazer nesse país. Não vou achando que os que não gostam de nós são menos brasileiros que nós”. Fica evidente que a direção do PT e da CUT é incapaz de lutar consequentemente contra a movimentação fascista em curso, na medida em que é refém das instituições do regime político burguês e joga todas as suas cartas em um acordo com a quadrilha corrupta do PMDB comandada por Renan Calheiros para recompor sua base política no parlamento para derrotar o processo de impeachment no Congresso Nacional. A própria montagem da comissão especial na Câmara dos Deputados foi através de um acordo entre José Guimarães (maior operador de “comissões” do PT) e Eduardo Cunha (PMDB). Por esta razão, não tomaram nenhuma medida concreta até agora contra a ação golpista da PF, do Ministério Público e de Moro, preferem negociar passivamente sua derrota pela via eleitoral em 2018 através de um discurso em nome da “paz social”. A militância da LBI participou de vários atos pelo país, abrindo um debate com as bases da Frente Popular (PT, CUT, PCdoB) sobre a completa nulidade dessa política suicida de pactuar com a burguesia o sangramento de Dilma até 2018 para fazer uma 'transição transada' no futuro, preservando o PT e passando o controle do Palácio do Planalto para o novo pupilo da Famiglia Marinho, Sérgio Moro. A dinâmica da luta de classes, com o ódio anticomunista da classe média sendo insuflado pelos meios de comunicação, demonstram que não está em jogo “apenas” o mandato burguês de Dilma, mas toda uma espiral reacionária que aponta para um ataque geral ao movimento operário e a “esquerda”. Por conta disso, chamamos o estabelecimento de uma Frente Única de Ação Antifascista que combata nas ruas e nas lutas o avanço da direita, superando a nefasta política de colaboração de classes da Frente Popular, que pela sua impotência pavimenta o caminho do fascismo em nosso país!

Hyrlanda Moreira, dirigente trotskista com mais de trinta anos de militância e do CC da LBI, discursa na Praça do Ferreira (Fort) convocando
 a resistência das massas a escalada fascista  

O discurso de “conciliação nacional” feito por Lula colocou nas mãos da burguesia a saída para a crise política. Em nenhum momento ele radicalizou em sua linha política, não defendeu sequer minimamente uma resposta “democrática” ao golpismo e a direta, como a demissão do diretor-geral da PF, a prisão de Moro ou o fim da concessão a Rede Globo. Ao pregar que “Não vai ter golpe”, Lula defendeu a continuidade do mandato burguês de Dilma e por tabela o ajuste neoliberal, tanto que afirmou: “Queremos um país sem ódio. Aceitei participar do governo, porque faltam dois anos e dez meses para fazer esse país voltar a ser feliz. Eu quero trabalhar para que um dia a gente possa vir na Paulista e sentar em um bar com aqueles que hoje divergem da gente”. A tentativa de uma “concertação nacional” na verdade encobre a disposição do PT de manter o ajuste neoliberal do governo Dilma, que em nenhum momento foi criticado por Lula e mesmo a CUT, ao contrário, nos últimos dias o ministro Nelson Barbosa declarou sua disposição de manter na pauta a Reforma da Previdência. No ato houve completo silêncio sobre os ataques neoliberais em curso por parte do governo do PT. Ao contrário das expectativas, tudo girou em torno da “defesa da democracia”, ou seja, da estabilidade do regime político burguês. Esse elemento é fundamental para compreender que a dinâmica política imposta pela Frente Popular aos milhares de presentes nesse dia 18 é de pactuar com a burguesia e não radicalizar a luta, nunca tensionar pela “esquerda” o quadro político que pudesse colocar as massas em luta direta contra os patrões e as instituições burguesas. Essa tática política está focada no acordo com o PMDB via sua manutenção no governo e a derrota do impeachment no Congresso. Para isso Lula vai tentar na Casa Civil liberar verbas (PAC, Minha Casa-Minha Vida) para corromper alguns setores patronais e buscar fechar acordos para manter Dilma “viva” ainda que “sangrando” mas sem apontar o atendimento de nenhuma reivindicação para a classe trabalhadora.

Combativa coluna militante da LBI marchou na Av. Paulista em oposição à desastrosa política de "acordão nacional" do PT

quinta-feira, 17 de março de 2016

TODOS AOS ATOS NESTE 18/03 SEM AVALIZAR O PROGRAMA DE SUA CONVOCATÓRIA: POR UMA FRENTE ÚNICA DE AÇÃO ANTIFASCISTA! QUE OS SINDICATOS CONVOQUEM SUAS BASES OPERÁRIAS PARA DEFENESTRAR A OFENSIVA DA DIREITA “MADE IN CIA”! QUE A JUVENTUDE COMBATENTE OCUPE AS RUAS CONTRA A REAÇÃO CONSERVADORA!


Nestes últimos dois dias houve uma escalada da movimentação fascista em nosso país. Tão logo se anunciou a ida de Lula para a Casa Civil deixando o ex-presidente de ser refém direto da mafiosa “República de Curitiba”, o Juiz Sérgio Moro divulgou as gravações entre o dirigente petista e a Presidente da República, com a escuta telefônica claramente monitorando as ligações telefônicas do Palácio do Planalto. Estava fabricado mais um “escândalo” para desestabilizar ainda mais o cambaleante governo do PT. A Rede Globo não só divulgou em primeira mão as gravações ilegais feitas pela PF e autorizadas por seu novo pupilo e futuro candidato a Presidente da República como convocou manifestações exigindo a renúncia de Dilma. Em pleno horário nobre da quarta-feira (16), os canalhas ventríloquos da Famiglia Marinho insuflaram os coxinhas a irem as ruas para ladrar pela prisão de Lula e a saída de Dilma. Logo, a Av. Paulista estava com várias hordas de fascistas e a sede da FIESP em verde e amarelo estampava a exigência de “Renuncia Já!”. Pessoas que se opunham a seu coro reacionário foram perseguidas e agredidas no meio da rua sob os gritos de “Fora PT”. Noite adentro em todo país pipocaram manifestações da direita, acompanhadas por generosos fleches na programação global, cujos âncoras martelavam apoio a Operação Lava Jato e ao Juiz Sérgio Moro, acusando Lula e Dilma de corruptos e desejarem “obstruir a justiça”. O Palácio do Planalto chegou a ser cercado pela canalha da direita, sedes da CUT e do PT foram atacadas. Já durante o dia 17, data da posse de Lula no ministério, novas investidas dos fascistas em manifestações concentradas em Brasília. Logo um juiz de primeira instância acionado pela oposição conservador (PSDB-DEM-PPS), ardoroso e público defensor do “Fora Dilma”, suspendeu judicialmente a ida de Lula para a Casa Civil, demostrado o grau de desmoralização que chegou o governo do PT e mantendo um clima de suspense no ar, enquanto novamente a direita ocupa as ruas neste momento. Até agora, o Palácio do Planalto não reagiu aos grampos ilegais da PF e de Moro, não tomou qualquer medida política ou mesmo jurídica para barrar a espiral fascista em curso, demonstrando a completa impotência em enfrentar a ofensiva da direita. Sequer o diretor-geral da PF foi demitido e o Juiz Moro preso por atos ilegais e atentar contra a segurança da presidente da República, medidas elementares para retomar o mínimo controle da situação por parte de um governo (mesmo burguês) ameaçado. Toda esta movimentação golpista nos remete aos “protestos” organizados pela CIA pelo redor do mundo nos últimos anos, desde a Venezuela, passando pelo Paraguai, Honduras e mais recentemente a Ucrânia. Em nome do combate a corrupção ou de suposto “desrespeito a lei”, invariavelmente elementos de classe média e políticos da direita se unem contra governos nacionalistas ou da centro-esquerda burguesa, sendo esse movimento amplamente amparado pelos grandes meios de comunicação com o apoio velado ou aberto das FFAA.  Ainda que sejamos oposição operária e revolucionária ao governo Dilma e ao PT não podemos nos calar diante da escalada fascista em curso. Trata-se de um ataque ao PT que estrategicamente visa golpear o conjunto da esquerda e criminalizar os movimentos socais. Desgraçadamente até agora somente ocorreram manifestações pontuais (no TUCA em SP e em Brasília na posse de Lula) contra a direita, isto porque a política de ajuste neoliberal do governo Dilma fragilizou a base social do PT e seus dirigentes estão buscando um grande “acordão nacional” com a burguesia com a ida do ex-presidente para a Casa Civil a fim de manter o mandato de Dilma até 2018, queimando inclusive a possibilidade de Lula para uma nova disputa, já que ele não conseguirá reverter o quadro de recessão econômica que está mergulhado o país. Entretanto, a Rede Globo, o Juiz Moro e a setores recalcitrantes da direita resistem a aceitar esse pacto intra-burguês. Diante desses graves acontecimentos, a Direção Nacional da LBI deliberou por participar dos atos desta sexta-feira, dia 18 de Março, não para defender a democracia burguesa e o governo neoliberal de Dilma mas para derrotar a ofensiva da direita contra as parcas liberdades democráticas existentes em nosso país e as conquistas sociais arrancadas com muita luta pelo proletariado. Fica evidente que a direção do PT e da CUT é incapaz de lutar consequentemente contra a movimentação fascista em curso, na medida que é refém das instituições do regime político burguês e joga todas as suas cartas em um acordo com a quadrilha corrupta do PMDB comandada por Renan Calheiros para recompor sua base política no parlamento para derrotar o processo de impeachment no Congresso Nacional. Por esta razão, não denunciam a ação golpista da PF, do Ministério Público e de Moro, preferem negociar passivamente sua derrota pela via eleitoral em 2018. Para os Marxistas Revolucionários a luta não é para salvar o mandato de Dilma e garantir sua governabilidade burguesa, ancorada inclusive na promessa de manter o ajuste neoliberal e os ataques covardes aos trabalhadores, vide a Reforma da Previdência. Nosso combate de classe é para estabelecer uma Frente Única de Ação Antifascista com o objetivo preciso de derrotar as hordas da direita reacionária que segue os manuais da CIA de desestabilização de governos não alinhados servilmente a Casa Branca.  Nesse sentido, fazemos um chamado público aos sindicatos filiados à CUT, Intersindical e a Conlutas a convocar suas bases operárias para defenestrar a ofensiva da direita “made in USA”. Do mesmo modo, chamamos o movimento popular-camponês-estudantil, particularmente as bases do MTST e MST a ocupar as ruas neste dia 18 para lutar por conquistas sociais e políticas, contra o ajuste neoliberal e o fascismo. Por fim, é hora da juventude combatente tomar as ruas para responder as provocações da direita! Como marxistas-leninistas estaremos na linha de frente da luta contra o fascismo sem abrir mão de nossa independência política diante do governo da Frente Popular, na medida que nessa trincheira (atos, manifestações, greves) estaremos ombro a ombro com os militantes de base da CUT, PT, PCdoB denunciando a completa capitulação de suas direções e suas ilusões nas instituições capitalistas. Por fim, chamamos o PSTU e a Conlutas a se somarem conosco nesta Frente Única de Ação Antifascista, porque esse instrumento é parte do combate político-programático para forjar uma alternativa de direção revolucionária dos trabalhadores para superar os dois campos burgueses em conflito (PT e PSDB), não agir desta forma em nome de um “terceiro campo” inexistente nesse momento tornará essa corrente política cúmplice da reação fascista que ganha corpo no Brasil, como foi nas demais “revoltas made in CIA” que estouraram no mundo nos últimos anos! 
O "TEA PARTY" TUPINIQUIM JÁ TEM SEU NOVO CHEFE E CANDIDATO À BONAPARTE PRESIDENCIAL: O JUSTICEIRO MORO!


Não há mais limites institucionais para o "juiz nacional" Sérgio Moro, como já havíamos denunciado há algum tempo atrás os "poderes" do justiceiro da "República de Curitiba" estão muito acima da Presidência da República. Mandou grampear Dilma e escalou a mafiosa Globo para divulgar em rede nacional conversas entre dois presidentes da república, por muito menos Nixon foi afastado da Casa Branca na década de 70 em um país que dizia honrar as garantias constitucionais dos opositores políticos. Porém a "ousadia" de Moro está justamente fincada no poder real (e não imaginário como pensam alguns) do Departamento de Estado dos EUA, antes de sair da presidência Obama quer empossar um bonaparte de "cores" fascistas no maior e mais importante país da América Latina, este será um trunfo internacional muito significativo (no quintal da Casa Branca) dos Democratas para derrotar o tresloucado Trump nas próximas eleições. O governo da Frente Popular, por seus vínculos com o imperialismo, não esboça a menor reação contra a ofensiva fascista de Moro, em um regime democrático minimamente consequente o justiceiro já estaria preso a esta hora e o "império" Globo sob intervenção do Estado, ambos acusados de conspiração ilegal contra as garantias republicanas da Constituição nacional. Lula denunciou corretamente "em off" que as mais altas instituições da República estão acovardadas diante do justiceiro, só "esqueceu" de afirmar que a lista começa com o conjunto do governo Dilma! O Planalto alimentou inicialmente um "monstro" pensado que Moro seria útil aos seus interesses de privatizar a Petrobras, este foi o objetivo original da "Operação Lava Jato", porém o "feitiço" ganhou vida própria e agora pretende abocanhar não só a maior estatal do país mas sim todo o Estado brasileiro. Desgraçadamente a esquerda revisionista não compreendeu a gênese de todo o processo mundial da ofensiva imperialista, que neste momento chega ao país com toda sua intensidade. Organizações como o PCO e PSTU, que se reivindicam de esquerda classista, apoiaram a queda do Muro de Berlim "pensando" que era algo distante apenas em oposição aos "odiados stalinistas", depois deram vivas a derrubada do regime nacionalista de Kadafi ainda "pensando" que se tratava de um ajuste "revolucionário" do imperialismo apenas "contra ditaduras". Mas agora começam a perceber que a ofensiva do capital financeiro bate as portas de um governo "democrático" de Frente Popular. Só uma maneira de parar a escalada fascista chefiada por Moro e seus "compadres" da Famiglia Marinho que alimentaram as manifestações reacionárias nos últimos dias como a da Av. Paulista em frente a sede da FIESP (cujo prédio em verde-amarelo tinha o chamado a "Renúncia Já!"), colocar a classe operária em movimento e defenestrar os "golpistas" de plantão. Entretanto Lula e o PT só admitem salvar seus próprios "espaços" eleitorais, estão muito distantes de protagonizarem o bom combate das massas contra a ofensiva da reação imperialista. Como feras que provaram o gosto de sangue na boca, a matilha do justiceiro não irá recuar, exigem a rendição total da Frente Popular. O que parecia distante já se aproxima a uma "velocidade da luz", e a continuidade do mandato de Dilma está gravemente ameaçada. Nesta conjuntura de aguda crise, o bando bonapartista sequer emite sinais de manter acordos já firmados anteriormente, assistiremos nos próximos dias o desenlace do impasse político que hoje paralisa completamente o governo da Frente Popular. 

quarta-feira, 16 de março de 2016

FUNÇÃO DE LULA "PRIMEIRO MINISTRO" SERÁ GARANTIR A PERMANÊNCIA DE DILMA ATÉ O FINAL DO "SANGRADO" MANDATO E "QUEIMAR" DE VEZ SUAS CHANCES PARA 2018
 

Um novo "conchavão" nacional foi celebrado hoje sem que a maioria dos analistas políticos (de esquerda e direita) dessem conta do ocorrido. A nomeação do ex-presidente Lula para a chefia da Casa Civil não tem só por objetivo salvar o governo Dilma do colapso após o grande afluxo da domingueira da direita ou mesmo fazer com que o presidente de honra do PT escapasse criminalmente da sanha fascista do justiceiro Moro. O verdadeiro significado do surgimento de um "primeiro ministro" ainda não institucionalizado na estrutura do regime político, será o de sinalizar uma rendição anunciada nos planos da Frente Popular tentar um quinto mandato presidencial consecutivo. Somente muito tolos ou ingênuos podem acreditar na versão difundida pelo PT (e afins da blogosfera "chapa branca") que a presença Lula no governo conseguiria reverter a aguda crise política e ainda por cima tirar o país da recessão econômica que apenas engatinha nos seus primeiros passos. É óbvio que Lula, o mais astuto quadro político do arco político nacional, sabe muito bem que "afundará" abraçado com a "afogada" Dilma, porém navegando à deriva até o último "time" da gerência estatal petista, esta foi a condição que o ex-presidente impôs a burguesia para aceitar o "convite de urso". O "superministro" evidentemente não terá "poderes" para alterar a política neoliberal do governo, ditada pelo mercado financeiro e os "nobres fidalgos" rentistas. Não passa pelos planos de Lula orientar uma "guinada à esquerda" deste governo, Barbosa seguirá firme em seu propósito de implementar a "reforma" da previdência ainda neste semestre e "ajustar" a economia ao modelo que mais agrada a Washington. Entretanto Lula não pode permitir que este governo se dissolva politicamente em meio a gigantescas manifestações sem o menor calibre popular. É necessário um "sacrifício", e Lula oferece seu enorme prestígio para o suicídio político ao entrar para um governo sem nenhuma chance de prolongamento. Marcado como o "primeiro ministro" de um governo decomposto, Lula jogará definitivamente na lixeira a remota possibilidade de voltar ao Planalto, não só em 2018. Porém a realização da "transição transada", para tentar aplacar a crise do regime, deve estar acima das aspirações eleitorais mesmo das maiores lideranças políticas, como a de Lula. A conjuntura mundial não indica a menor possibilidade de uma "trégua" no quadro recessivo ou mesmo em uma recuperação na cotação do preço das commodities agro-minerais, motor da economia brasileira. Portanto a atual missão "estóica" de Lula não passa por tentar repetir o "milagre petista", lastreado no binômio crédito/consumo, e tampouco manejar "piruetas" financeiras que desagradem os rentistas, como a utilização de parte das reservas cambiais do Tesouro para aquecer a economia. O "arcordão" burguês que levou Lula, desta vez a porta de fundos do Planalto, tem uma meta simplória porém importantíssima do ponto de vista das classes dominantes, resgatar o mínimo de estabilidade ao regime político e semear o terreno eleitoral para a ascensão de um próximo governo bonapartista, certamente encabeçado pelo "juiz nacional" Sérgio Moro. Por mais paradoxal que possa parecer a Frente Popular prepara seu próprio enterro, desde que seja da forma mais "harmoniosa", dentro dos limites possíveis, entre as classes sociais.

terça-feira, 15 de março de 2016

O DELIRANTE MRS ENGROSSOU A DOMINGUEIRA COXINHA DO DIA 13: OS OUTROS MEMBROS DA “FAMÍLIA MORENISTA” (PSTU E CST) VÃO SEGUIR O MESMO CAMINHO SUICIDA?

Em meio as bandeiras verde-amarelo, as faixas em apoio a PF, os bonecos de Lula e Dilma vestidos de presidiários e cartazes em apoio ao Juiz Sérgio Moro e a Operação Lava Jato vemos fotos de militantes do Movimento Revolucionário Socialista (MRS) defendendo entusiasticamente o “Fora Todos”. Um até segura orgulhoso o chamado “Pixuleco 13-171” ao lado dos coxinhas reacionários e fascistas que usando o uniforme da CBF destilam ódio anticomunista contra o PT e tudo que se assemelhe a esquerda, comunismo, marxismo, Che Guevara, Cuba... “Precavidos”, os membros do MRS que não são bobos, foram à manifestação deste último dia 13 de Março sem vestir suas tradicionais camisas vermelhas ou com qualquer símbolo que os caracterizassem como militantes de esquerda, leninistas e muito menos trotskistas. Até a Foice e o Martelo de seu logo foi propositalmente “esquecido” nos cartazes amarelos(!) que empunharam sorridentes na domingueira coxinha, exigindo entre outras diabrites próprias da direita a “Prisão para Lula!”. Para quem não sabe, o delirante MRS é um racha do PSTU que reivindica o chamado “Morenismo Ortodoxo”, ou seja, leva até as “últimas consequências” a linha política do fundador da LIT, Nahuel Moreno. Orgulhoso de tal “proeza” o MRS afirma sobre o ato do último domingo: “As massa tomaram as ruas neste dia 13 de Março! Torna-se completamente absurdo o discurso dominante na Esquerda de que estas marchas são indisputáveis por uma analise anticientífica de que os participantes são tudo ‘coxinhas’. Não há duvidas de que atualmente a direção destes atos são burguesas, neoliberais, oportunistas etc. A questão central é a heterogeneidade da composição social destas marchas. Milhões de brasileiras e brasileiros colocaram-se em marcha para derrubar o Governo Dilma! Ao mesmo tempo que enxergam a tarefa imediata de derrubar Dilma/PT, estas pessoas compreendem perfeitamente que TODOS os políticos possuem rabo preso com a corrupção que assola o nosso país e que devem ser punidos por seus crimes”. Nesse sentido são “coerentes” em suas transloucadas ações revisionistas e pró-imperialistas mais descaradas, estiveram com os monarquistas do Rei Idris na Líbia contra o governo nacionalista burguês de Kadaffi, estão ao lado dos “rebeldes made in USA” na Síria contra Assad, apoiaram o golpe militar no Egito para depor a Irmandade Muçulmana, ação militar genocida apresentada à época por todos os morenistas como uma “vitória das massas”, mais recentemente estavam emblocados com os golpistas- fascistas na Ucrânia para depor um governo pró-Moscou e agora (!!!)... marcham com a direita coxinha fascistóide no Brasil apoiados pela FIESP, Veja e a Globo contra o PT e Dilma. Seus “parentes” próximos do PSTU e da CST não chegaram a tanto em “terras brasilis” apesar de no Oriente Médio e norte da África terem adotado posição semelhante a do MRS, que os critica justamente por não serem fieis ao programa revisionista do mestre camaleão argentino: “PSTU e setores mais à esquerda do PSOL ao menos no papel defendem o combate a este governo. Mas se recusam a organizar a queda dele e a de todos os demais políticos. Dizem que o PT é igual ao PSDB, mas não mexem um músculo pelo Fora Dilma, ao contrário do que fizeram pelo Fora FHC. Defendem o Fora Beto Richa e Fora Alckmin, além do Fora Cunha, mas quando se trata de lutar para derrubar petistas, e não apenas políticos do PSDB e PMDB, se calam, ou falam baixinho, num governismo velado, mas igualmente traidor e criminoso”. De fato, para serem consequentes em seus devaneios morenistas, o PSTU e CST deveriam adotar a mesma posição de seu parente MRS “disputando corações e mentes” nas domingueiras coxinhas. Entretanto, por “instinto de sobrevivência”, estas correntes sabem que seriam escorraçados pela direita fascista das marchas, correriam risco de morte se ousassem levantar suas bandeiras vermelhas e se proclamassem pelo menos “socialistas” abertamente. Qualquer referência simpática a Marx, Lenin ou Trotsky seria fatal! Sendo assim...preferem manter distância formal destas manifestações apesar de sua linha política de “Fora Todos” se aproximar cada vez mais da direita demo-tucana, tanto que também exigem como o MRS “Cadeia para Todos”, como se observa na posição expressa pela CSP-Conlutas controlada pelo PSTU: “Para a CSP-Conlutas não basta apenas a investigação sobre Lula e o PT. Queremos punição de todos: PSDB, PMDB, DEM, PP e outros. Todos os envolvidos em corrupção deveriam estar presos e devolvendo ao povo o dinheiro que lhes foi roubado”. Sendo assim cabe a pergunta: Os outros membros da “família morenista” (PSTU e CST) vão seguir o mesmo caminho do MRS caso as manifestações da direita cresçam ainda mais? O MRS finaliza seus textos dizendo que “A História não perdoa!”. De fato, esses canalhas aliados da direita, apoiadores da PF e de Moro merecem não só o lixo da história mas principalmente serem rechaçados pelo conjunto das organizações políticas da esquerda classista e mesmo pelos militantes que apesar de reivindicarem o “morenismo” não tem acordo com a linha escandalosa desses delirantes agentes da burguesia travestidos de “trotskistas” que fazem o jogo da direita em nome do combate ao PT! Para a LBI esta política morenista de conjunto jogo água no moinho de fortalecer uma saída reacionária diante da crise política do governo Dilma e não aponta em uma alternativa revolucionária para os trabalhadores intervir na polarizada conjuntura em que vivemos. Diante desta realidade, qual a tarefa dos Marxistas Revolucionários e da vanguarda classista que se opõem ao ajuste neoliberal aplicado por Dilma-Barbosa e desejam derrotar a oposição demo-tucana e seus sócios fascistas? Neste momento crucial é preciso deixar claro que não há perigo de golpe (militar ou parlamentar) porque o grosso da burguesia e mesmo o imperialismo ianque desejam sangrar Dilma e dão o aval para que ela prossiga no ataque aos trabalhadores (Reforma da Previdência) como vimos nas últimas medidas aprovadas no parlamento. Portanto, é preciso convocar a mobilização direta contra o ajuste neoliberal e para esmagar a direita fascista nas ruas. Como não podemos esperar que o arco da esquerda “chapa branca” seja capaz de lutar dignamente contra o ascenso da extrema direita, é tarefa das forças da esquerda mais consequente e de seus aliados genuinamente democráticos impedir que as manifestações reacionárias galvanizem setores da população mais castigados pela política neomonetarista do governo. Se impõe a construção de uma mobilização operária e popular, que pela via da ação direta das massas esmague o germe do fascismo e derrote seus cúmplices oficiais, uma orientação oposta do “flerte” criminoso que os morenistas vem fazendo para a direita, impressionados com as marchas multitudinárias que ocorreram no país neste 13 de março. Um bom começo para iniciar esta tarefa seria convocar manifestações em 1º de abril, quando se completam os 52 anos do golpe militar de 1964 para chamar pela derrota da reação burguesa e contra o ajuste neoliberal, convocando inclusive os setores da frente popular que se opõem as medidas neoliberais de Nelson Barbosa a de fato lutarem contra a investidas do governo Dilma para retirar direitos dos trabalhadores através da construção de uma dia nacional de luta rumo a construção da Greve Geral!

segunda-feira, 14 de março de 2016

CARTA ABERTA AO PSTU: EXIGIMOS A  EXPULSÃO DO MNN DO “ESPAÇO UNIDADE DE AÇÃO” POR SEU APOIO AS AÇÕES REPRESSORAS DA PF E A FARSA DA OPERAÇÃO LAVA JATO CONTRA LULA E O PT, CONDUTA INCOMPATÍVEL COM UMA ORGANIZAÇÃO QUE SE REIVINDICA DA ESQUERDA CLASSISTA


Com milhares de faixas de apoio a PF, a Operação Lava Jato e pelo Fora Dilma-PT, as manifestações “verde-amarelo” e anticomunistas deste último dia 13, apoiadas pela FIESP, foram impulsionadas pela Rede Globo para lançar um novo “salvador da pátria”, o “bonaparte” Juiz Sérgio Moro como candidato a Presidente da República. A domingueira coxinha foi a continuidade da ofensiva da reação burguesa e seu aparato repressivo contra o PT iniciada já no começo de Março. O ápice desse processo foi a decretação da prisão temporária de Lula via a “condução coercitiva” no dia 04, com mais de 200 agentes da PF fortemente armados cercando a residência do ex-presidente, levando-o detido e incomunicável para prestar depoimento no Aeroporto de Congonhas, um procedimento que rompe qualquer regra da própria legalidade burguesa, um verdadeiro sequestro como reconhecem até ministros do STF e vários juristas sem qualquer simpatia com a esquerda. No bojo desta “caçada” policial vários dirigentes do PT também receberam mandatos de detenção provisória. A ousadia de Moro foi celebrada freneticamente pela direita, a mídia capitalista como a escória da Veja e os grupos fascistas liderados por Bolsonaro. A Rede Globo ungiu nas manifestações deste dia 13.03 o juiz “nacional” que comanda a “República de Curitiba” à condição de herói número 1 do Brasil, em um claro movimento político para que ele seja alçado como alternativa presidencial da ofensiva imperialista nas próximas eleições de 2018. Esses fatos demostram que está em curso um processo de recrudescimento repressivo do regime político que tem como alvo não só o PT, mas o conjunto da esquerda e os movimentos sociais. O objetivo estratégico desta operação é cercear as parcas liberdades democráticas e criar um ambiente político propício para alinhar servilmente o Palácio do Planalto às ordens do imperialismo ianque e da Casa Branca. Diante desta investida de caráter autoritário e repressora é escandaloso que o Movimento Negação da Negação (MNN), agrupamento que participa do “Espaço Unidade de Ação” estampe em suas publicações o chamado à “Lula na Prisão!” em um apoio entusiasta a ação tresloucada da PF e da Operação Lava Jato contra o principal dirigente do PT, copiando as fachas e cartazes em apoio a PF e a Moro empunhados pela matilha fascistóide no dia 13. No mesmo tom dos coxinhas, MNN afirma “Dia quatro de março de 2016: o dia em que o intocável Luiz Inácio Lula da Silva foi conduzido coercitivamente à sede da Polícia Federal” (Editorial 05.03). Por mais divergências que tenhamos com Lula e o PT sabemos que não são os sinistros órgãos de repressão do Estado burguês que devem julgar o ex-presidente petista, na medida em que como marxistas não reconhecemos nestes organismos capitalistas o poder para perseguir e condenar lideranças oriundas do movimento operário, por mais degeneradas e corrompidas que sejam. Esta tarefa cabe ao movimento de massas e seus organismos políticos, como parte da superação da plataforma de colaboração de classes da Frente Popular. Por esta razão em nenhum momento negamos que o PT é cúmplice desse processo de cerco as organizações políticas como, por exemplo, ao aprovar a Lei Antiterrorista que abre espaço para criminalizar os movimentos sociais, os sindicatos e as lideranças populares, mas esta constatação não altera nossa orientação principista de denunciar os ataques da PF ao próprio Lula! José Maria de Almeida, dirigente nacional do PSTU, apesar de defender o eixo do “Fora Todos”, política comum a todos os membros do “Espaço Unidade de Ação”, corretamente declarou “O poder judiciário não é imparcial, não. Serve aos interesses dos que controlam a riqueza do país. Isso vale para o STF, STJ, TST, e para a MP. Vale também para o juiz Sergio Moro (quando decidiu pela condução coercitiva de Lula) e para o procurador Cassio Conserino com seu patético pedido de prisão do ex-presidente. Estão agindo por motivações políticas e não jurídicas. Desrespeitaram sim, os direitos individuais de Lula, e isso precisa ser repudiado” (sítio PSTU, 11.03). O justo repúdio de Zé Maria (e queremos acreditar do conjunto do PSTU como partido) à condução coercitiva de Lula assim como ao fascistóide pedido de prisão preventiva pelo MP de São Paulo não pode ser apenas um exercício de retórica, só palavras sem consequências. Nesse sentido, desde a Direção Nacional da LBI, cuja militância interveio criticamente na mais recente plenária do “Espaço Unidade de Ação”, fórum também integrado pela CSP-Conlutas e a Anel, exigimos a expulsão imediata da MNN deste organismo político. Que o PPL, herdeiro do corrompido MR-8, um partido vendido até a medula às legendas burguesas como a ecocapitalista Rede da evangélica Marina Silva, defenda entusiasticamente a famigerada Operação Lava Jato e renda loas ao juiz Sérgio Moro, o mais novo pupilo da Famiglia Marinha, é até compreensível. Seu passado de gang mafiosa a serviço do PMDB, do Quercismo e de Newton Cardoso contra a esquerda classista já apontava sua canalha política atual, abertamente pró-imperialista. Porém, aceitar passivamente que o MNN, corrente política que se diz “marxista e revolucionária” defenda em nosso meio classista essas posições repugnantes e abertamente de apologia da repressão burguesa é inaceitável do ponto de vista da revolução proletária e do Socialismo! Sob o manto de um “ultra-esquerdismo” vulgar MNN é hoje claramente uma quinta coluna do histórico aparato de repressão da burguesia, da PF e do Juiz Moro em nossos fóruns e organismos políticos-sindicais ao ter como seu principal eixo de agitação “Que Lula seja preso”! Com esta Carta Aberta ao PSTU e ao “Espaço Unidade de Ação” a Direção Nacional da LBI alerta que não se pode vacilar diante de condutas desta natureza, que representam uma verdadeira traição à moral e à política revolucionária. Obviamente temos divergências com o PSTU e seu chamado ao “Fora Todos” no qual consideramos que abre espaço para a oposição de direita, entretanto aqui o debate é outro, muito mais sério: MNN ultrapassa a fronteira de classe ao apoiar abertamente a caçada dos organismos de repressão do Estado burguês contra Lula e o PT, os mesmos que no passado chegaram a prender Lula e o próprio José Maria de Almeida! Como afirmou literalmente Zé Maria, que já sentiu na pele estas investidas repressivas, as atuais decisões da Justiça burguesa têm motivações políticas e não jurídicas, devem ser repudiadas! Esperamos sinceramente que o PSTU dê consequência às palavras de seu mais importante dirigente público, caso contrário entenderemos que o partido desgraçadamente é cúmplice dessa política nefasta defendida pelo MNN, que joga água no moinho da reação burguesa e aplaude a ação do sinistro aparato político-jurídico-policial sob as ordens do Juiz Moro, o novo “Salvador da Pátria” saudado pela Rede Globo e a direita reacionária! MNN se une abertamente desta forma aos coxinhas reacionários e fascistóides que no dia 13 último estendiam faixas “verde e amarelo” em apoio a PF e a Moro, além de um virulento ódio de classe não só ao PT mas ao conjunto da esquerda, um campo político da reação burguesa que o PSTU e o “Espaço Unidade de Ação” formalmente não aderiram. Esperamos, pelo contrário, que os camaradas combatam estas bestas anticomunistas conosco nas ruas e nas lutas da classe trabalhadora, em uma frente única para defenestrar às hordas fascistas que ganham corpo em nosso país!

 Direção Nacional da LBI
14.03. 2016