quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

COREIA DO NORTE TESTA BOMBA DE HIDROGÊNIO: OBAMA E ONU ANUNCIAM SANÇÕES CONTRA O ESTADO OPERÁRIO, APOIADAS PELO SERVIL GOVERNO DILMA... OS REVOLUCIONÁRIOS DEFENDEM O DIREITO DA AUTODEFESA COREANA DIANTE DAS PROVOCAÇÕES DO IMPERIALISMO!


A República Popular Democrática da Coreia (RPDC) anunciou ter feito neste dia 05 de janeiro um teste bem-sucedido com bomba de Hidrogênio para defender o Estado Operário das agressões imperialistas. A TV oficial norte-coreana comunicou: “Não vamos desistir do programa nuclear enquanto os EUA mantiverem sua postura agressiva” (BBC, 06.01). A bomba H ou bomba termonuclear pode ser até 50 vezes mais potente que a bomba atômica, representando um importante recurso militar para a defesa da RPDC assim como fonte de energia para uma nação submetida a duras sanções econômicas e militares, mas que vem resistindo a seu modo e sob o comando do stalinismo representado por Kim Jong-Un a ser dominada pelo modo de produção capitalista. Um pequeno Estado operário armado com bomba atômica ou de Hidrogênio provoca um profundo ódio de classe na burguesia mundial. Apesar dos EUA terem colocado em dúvida o teste com forma de propaganda imperialista para fazer desacreditar a força bélica da Coreia do Norte, foi registrado um terremoto de magnitude 5,1 na área onde os norte-coreanos fizeram os testes. Logo a Casa Branca lançou um comunicado denunciando a suposta “violação provocativa e escandalosa das medidas do Conselho de Segurança das Nações Unidas” no que foi seguido pelas potencias ocidentais e vergonhosamente pelo Brasil. Dilma condenou o teste e se aliou vergonhosamente as posições do imperialismo ianque e europeu, deixando claro mais uma vez que é parceira fiel e não adversária da Casa Branca, como falsamente anunciam setores da esquerda planaltina que alardeia haver um golpe em marcha orquestrado pela CIA contra o governo do PT. O secretário de Defesa ianque, Ashton Carter, advertiu que o anúncio da Coreia do Norte deverá “ter consequências” para Pyongyang. Como um serviçal do império, o Itamaraty em nota condenou “veementemente” o teste realizado pela Coreia do Norte: “O governo brasileiro condena veementemente o teste realizado pela RPDC, que constitui clara violação às resoluções pertinentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas”. Em outro trecho da nota, para reafirmar seu servilismo, o governo brasileiro diz: “É preciso a Coreia do Norte cumprir plenamente as obrigações diante da ONU e reintegrar-se o mais cedo possível ao Tratado de Não Proliferação Nuclear”. Tais declarações são uma farsa! Antes de mais nada o teste de bomba H é um ato de autodefesa do Estado operário norte-coreano diante das provocações do imperialismo. O desenvolvimento dos programas de energia nuclear, termo-nuclear e de comunicação aeroespacial na Coreia do Norte é uma necessidade de obtenção de uma alternativa de fonte energética e de monitoramento climático-militar diante do brutal bloqueio a que o país está submetido, tecnologia fundamental para possibilitar que Estado possa desenvolver projetos nesse setor com condições de enfrentar os períodos de adversidade climática, marcado também por secas e inundações. Nesse sentido, esta estrutura de energia atômica legitimamente desenvolvida também pode e deve ser utilizada pelo Estado operário norte-coreano para se defender das ameaças do imperialismo norte-americano através de seu enclave, a Coreia do Sul e o Japão, onde os EUA mantém bases militares desde o final da Segunda Guerra Mundial. A imprensa pró-imperialista em todo planeta faz alarde acerca dos testes nucleares promovidos pela Coreia do Norte, afirmando serem uma “ameaça à humanidade”. Oculta, criminosamente, que só na Coreia do Sul, um enclave criado e militarizado pelos EUA, há um contingente militar acima de 40 mil soldados, mais de mil ogivas nucleares apontadas para o Norte. Como explicar que a Coreia do Norte não pode lançar um satélite ou inclusive testar um míssil ou uma bomba H, se quem a condena, os EUA, têm 439 satélites em órbita, sendo 98 deles para uso especificamente militar? Diante dessa realidade de conflito permanente não negamos a possibilidade da Coreia Popular, devido ao isolamento econômico imposto pela China restaurada e das provocações do império ianque, ser forçada a utilizar suas ogivas atômicas ou termo-nucleares contra o território “enclave” da Coreia do Sul ou mesmo o Japão. Como marxistas revolucionários, não podemos assumir diante de um conflito que pode ter proporções nucleares a “posição de avestruz” da maioria das correntes revisionistas, por isto declaramos em “alto e bom som” nosso apoio ao Estado Operário norte-coreano, apesar da burocracia dinástica que o governa. Devemos mobilizar amplos setores do proletariado e da juventude para repudiar as provocações militares do império ianque contra a Coreia do Norte e apontar o governo Obama como responsável pela escala militar. Por outro lado, não devemos nutrir a menor confiança política na capacidade de resistência da burocracia stalinista coreana, pronta para capitular a qualquer momento em troca de sua própria sobrevivência enquanto uma casta social privilegiada. A tarefa que se impõe no momento é o chamado ao conjunto do proletariado asiático que se unifique na bandeira da derrota do imperialismo ianque e seus protetorados militares da região, em particular convocando a classe operária do Sul para cerrar fileiras na luta pela reunificação socialista do país.

O anúncio do teste com um artefato nuclear de hidrogênio em miniatura foi feito pela TV estatal. “Após o pleno sucesso da nossa bomba H histórica, nos juntamos ao grupo dos Estados nucleares avançados”, disse a apresentadora. “Este último teste, produto da nossa tecnologia e da nossa mão de obra, confirma que os recursos tecnológicos que desenvolvemos recentemente são eficientes e provam cientificamente o impacto da nossa bomba H miniaturizada” destacou. O teste surpresa da bomba H foi autorizado pessoalmente por Kim Jong-Un. A bomba de hidrogênio ou termonuclear utiliza a fusão do átomo em cadeia e provoca uma explosão mais potente que a chamada bomba atômica, que utiliza a fissão nuclear. A bomba de hidrogênio (fusão) é mais poderosa e mais difícil de construir. Já a bomba A (fissão) é semelhante à utilizada em Hiroshima. As ameaças do jovem dirigente Kim Jong (neto do fundador da República popular Kim Il Sung) sobre um ataque à costa americana do Pacífico carecem de fundamento bélico, os mísseis balísticos norte-coreanos não possuem esta capacidade tecnológica, mas podem atingir facilmente o enclave do Sul e muito provavelmente o Japão, outro protetorado militar ianque. Um conflito destas proporções obrigaria os EUA a deslocar um enorme contingente de forças para a região, levando a China para uma posição de completo “desconforto” em seu próprio “quintal”. Com um leque de opções nada atraente para a burocracia restauracionista chinesa, em caso de uma guerra, Pyongyang continua a receber a “contragosto” ajuda econômica de Pequim “alimentando” assim as relações socializadas de produção (planificação central em oposição ao “livre” mercado do Sul) da Coreia Popular que ainda se mantém como um Estado operário, produto histórico da revolução popular que derrotou a ocupação do imperialismo japonês em seu território.

Lembramos que a República Democrática e Popular da Coreia (norte) foi fundada em 1948 após a derrota militar do Japão (país que ocupava o território coreano desde 1910) na Segunda Guerra Mundial. Seguindo a política do Stalinismo de dividir o mundo em zonas de influência, a península coreana foi dividida entre o “norte socialista” e o Sul capitalista. Em 1950, guerrilheiros norte-coreanos iniciam uma ofensiva militar para reunificar o país, uma guerra é deflagrada e mais uma vez a URSS intervém para conter a iniciativa popular coreana, costurando um acordo internacional com os EUA de reconhecimento “definitivo” das duas Coreias em 1953. Com o crescimento da influência política e militar da China no final dos anos 60, a Coreia Popular passa a intensificar suas relações econômicas com a república mandarim, o que persistia até os dias de hoje, mas sob uma intensa pressão da burocracia chinesa para que os coreanos sigam o mesmo caminho restauracionista dos ex-Maoistas convertidos agora a “gerentes capitalistas”. É exatamente esta a questão central que explica o aumento da “temperatura” na região, abrindo a possibilidade concreta de uma guerra nuclear, entre um Estado operário ultradeformado e uma nação imperialista e seu gendarme sulista. O certo é que com a morte do Kim Jong-Il a pressão pela restauração capitalista, que ganhou grande incremento com a liquidação contrarrevolucionária da URSS e a conversão da China ao capitalismo, vem se recrudescendo para impor o fim do Estado operário norte-coreano. A política contrarrevolucionária da burocracia stalinista, hoje formalmente dirigida por Kim Jong-un, mas de fato controlada pelos generais do exército, está buscando uma mediação com as potências imperialistas através da China para uma transição ordenada ao capitalismo. Com o fim da URSS e a perda dos parceiros comerciais do Leste europeu, a Coreia do Norte viu sua economia contrair-se em 30% nos cinco anos que se seguiram a 1991. Restou a China, hoje convertida ao capitalismo. A intensa reação ideológica mundial patrocinada pela mídia imperialista e o cerrado bloqueio econômico tendem, cada vez com maior intensidade, a estrangular o Estado operário, aumentando as tensões intraburocráticas.

Oficialmente, a Coreia do Norte está em situação de guerra contra os EUA e a Coreia do Sul, o armistício de Panmunjom, assinado em 1953, apenas estabeleceu uma trégua temporal entre os dois lados. O imperialismo ianque sabe que ao contrário de 1953, a Coreia do Norte não pode mais apoiar-se na URSS, hoje Rússia, e tampouco na China. Como diz o provérbio popular, que a vingança é um prato que se deve saborear a frio, os EUA esperam pacientemente responder a humilhante derrota sofrida na Guerra da Coreia, que só não foi maior devido à política stalinista de Mao Tsé Tung de contenção da revolução em toda a Ásia e Europa. Para os marxistas leninistas a tarefa da unificação socialista da Coreia se mantém tão vigente como na década de 50, mas sabemos muito bem que o primeiro passo para concretizar este objetivo passa pela derrota política e militar do imperialismo ianque, obstinado em liquidar as conquistas operárias ainda existentes na RDPC. Convocar o proletariado mundial, em particular a poderosa classe operária sul-coreana a defender incondicionalmente a Coreia do Norte, o que não significa em hipótese alguma depositar a menor confiança política no regime stalinista, como nos ensinou o “velho” Trotsky, “lutamos lado a lado de Stalin contra os inimigos da revolução, para depois acertarmos nossas próprias contas”. Como genuínos revolucionários, jamais nos somamos à sórdida e criminosa campanha da Casa Branca que sataniza o regime político da Coreia do Norte para debilitar o Estado operário; ao contrário, defendemos incondicionalmente suas conquistas sociais revolucionárias. Justamente por esta razão, reivindicamos o legítimo direito de defesa da Coreia do Norte, inclusive utilizando seu arsenal bélico nuclear ou a bomba de Hidrogênio, para responder às provocações imperialistas. Para tanto, é preciso que o proletariado norte-coreano se oponha ao processo de restauração capitalista, seja pelas mãos da China ou dos EUA, pela via de uma revolução política para colocar à frente do Estado operário um autêntico partido comunista como alternativa proletária à empedernida burocracia stalinista.

Como herdeiros das lições deixadas por Leon Trotsky, nos opomos frontalmente à frente única contrarrevolucionária comandada por Obama para estrangular um Estado operário burocratizado. Vergonhosamente, a maioria das correntes pseudotrotskistas mundiais unem-se numa stalinofobia crônica, que os jogam no campo oposto do combate pela resistência contra a restauração capitalista e às agressões militares ao Estado operário. Não por acaso, estiveram lado a lado com o imperialismo na defesa da queda da URSS e do Muro de Berlim em nome do combate à “ditadura totalitária stalinista” e se postaram contra o regime nacionalista de Kadaffi apoiando os “rebeldes” mercenários da OTAN na Líbia, o que agora repetem na Síria. A maioria dos revisionistas mantém um criminoso silêncio diante das provocações ianques contra o Estado operário norte-coreano. Quando “abrem a boca” é para engrossar o coro pró-imperialista contra a Coreia do Norte e seu regime “ditatorial”. Sob o pretexto do combate ao "totalitarismo stalinista", somam-se à cantilena da Casa Branca. Apesar dos genuínos revolucionários defenderem a necessidade da revolução política para colocar à frente do Estado operário um autêntico partido comunista em oposição à empedernida burocracia stalinista, jamais nos somamos à sórdida e criminosa campanha da Casa Branca que sataniza o regime político da Coreia do Norte para debilitar o Estado operário. Lutamos pela unificação da Coreia e a expulsão do aparato militar imperialista da península através da revolução social no sul, com a expropriação das empresas capitalistas tipo Hyundai e Samsung. Os marxistas revolucionários defendem incondicionalmente a Coreia do Norte e suas conquistas sociais revolucionárias: economia planificada e a propriedade dos meios de produção controlada pelo Estado, o controle do comércio exterior, sistema financeiro estatal, recursos e meios de produção como a indústria e a mineração como propriedade do Estado, fornecimento de energia elétrica subsidiada a toda a população, educação e saúde estatal gratuitas. A melhor forma de defender as massas norte-coreanas e suas conquistas, preparando as bases da revolução política, é estabelecer uma frente única militar com o Estado operário ameaçado, chamando o proletariado a se mobilizar em todo o mundo contra o bloqueio e as sanções orquestradas por Obama, assim como em defesa do legítimo direito de defesa da Coreia do Norte, inclusive utilizando seu arsenal bélico nuclear para se opor às provocações imperialistas.