sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

NATIMORTO PROCESSO DE IMPEACHMENT RECEBE GOLPE MORTAL DO STF: A POSIÇÃO DA BURGUESIA CONTINUA SENDO "SANGRAR" DILMA POR MAIS TEMPO


O alvoroço oportunista da esquerda "chapa branca" anunciando o "golpe de estado para amanhã", na sequência da decisão de Cunha ao acatar o processo de impeachment na Câmara dos Deputados, se desfez completamente com a votação de ontem (17/12) do pleno do STF. A esmagadora maioria dos togados da Corte Suprema praticamente anulou a manobra parlamentar cunhista e ainda por cima "desabilitou" a Câmara dos Deputados a ter a primazia do processo constitucional do impeachment. Pelo entendimento majoritário do STF o Senado Federal terá o poder de inclusive anular o processo de impedimento iniciado na Câmara, sem que haja qualquer interrupção do mandato presidencial. Porém o governo agora reforçado pelo fiasco da "domingueira coxinha" pretende enforcar o processo, junto com seu "maestro", no âmbito da própria Câmara. Para cumprir a "meta" de se manter no Planalto, Dilma já isolou o vice Temer selando um "honrado pacto" com Renan Calheiros para tentar obter o controle do PMDB, por enquanto com apoio de Pezão e Renan conseguiu reempossar o ex-filhote mafioso de Cunha, Picciani, na liderança da bancada na Câmara. Completando a semana, o ministro Levy anunciou sua saída do governo após terminar a primeira fase do ajuste neoliberal, a segunda etapa ainda mais draconiana e recessiva ficará a cargo de um nome mais ligado a estrutura do PT. Para a burguesia nacional foi vencido o período da turbulenta precipitação do enforcado Cunha, que provavelmente perderá o posto de presidente e inclusive o próprio mandato de deputado, isto se não for preso por determinação do STF. A orientação geral das classes dominantes segue na linha política do "sangramento" do governo Dilma, combinada com a intensificação da barganha estatal diante de uma presidente extremamente fragilizada. Dilma será "carregada" pela burguesia até que se complete o conjunto das reformas neoliberais que se propôs a implementar. A "esquerda" corrompida também ganha fôlego (e mais verbas!) com a solidificação do chamado "campo democrático contra o golpe", que abarca desde setores aliados do PMDB até a tendência hegemônica do PSOL ( Ivan Valente e seu grupo), passando momentaneamente agora pelo PSB e REDE. Os Marxistas Revolucionários não podem ter lugar nesta "embarcação" política de colaboração de classes, e mesmo minoritários reafirmam a necessidade de combater pela independência de classe do proletariado e a construção da alternativa de poder revolucionário frente à crise estrutural do capitalismo e seu regime da democracia dos ricos.