quarta-feira, 25 de março de 2015


VITÓRIA DO CHACAL NETANYAHU TEM AVAL DA VÍBORA HILLARY CLINTON: UMA ALIANÇA SINISTRA PARA GARANTIR O RECRUDESCIMENTO DA REAÇÃO IMPERIALISTA

Quando se cogitava que a coalizão da União Sionista, aliança entre o Partido Trabalhista e o Partido Hatnuah, da ex-ministra de Justiça Tzipi Livn, ganhasse as eleições parlamentares em Israel (como desejava Obama), o resultado deu maioria ao chacal Benjamin Netanyahu (como planejou Hillary). Depois de ganhar as eleições, ele assegurou nesta quarta-feira (25) a formação de um gabinete com apoio de 67 dos 120 deputados que compõem a Knesset. O governo sionista estará integrado por políticos de seis formações, todas de ultradireita. Para que houvesse a vitória de Netanyahu foi decisivo o aval de Hillary Clinton, que será a candidata democrata nas eleições presidenciais dos EUA em 2016. Com esta aliança a víbora ianque planeja impedir que o Tea Party, que já lançou um pré-candidato pelo Partido Republicano, Ted Cruz, tenha o apoio integral de setores de peso dos sionistas. Hillary se comprometeu com Netanyahu a apoiar a política de guerra total contra os palestinos, o Irã e a Síria. Não por acaso, logo depois da vitória do chacal sionista, Obama e Hillary Clinton se reuniram na Casa Branca para fazer os ajustes necessários a esta transição, já que os Clinton apoiam integralmente a “jogada” de aproximação com Cuba, o que não pode ser dito da política para o Oriente Médio onde Hillary defende uma imediata e agressiva ação militar contra Assad. Neste acordo entre as alas democratas, não está descartado inclusive que o Tea Party co-governe com a madame Clinton, caso os democratas se mantenham no governo, na medida que Hillary é abertamente favorável ao recrudescimento do Estado guerreirista norte-americano.

As divergências pontuais entre Obama e Netanyahu não existem com Hillary assumindo a Casa Branca. Em um discurso que evidenciou as tensões entre o governo dos Estados Unidos e o de Israel, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que “interromper o programa nuclear do Irã é uma obrigação moral”. O facínora declarou “O Irã é, antes de tudo, um Estado que apoia o terrorismo no mundo. Se o país desenvolver armas nucleares, atingirá seus objetivos. Não podemos permitir que isso aconteça. Enquanto falamos aqui, o Irã está desenvolvendo suas capacidades para construir armas nucleares”, o que está em choque com os planos de Obama mas que a víbora Clinton também discorda. Nesse sentido, a aproximação entre Hillary nos EUA e Netanyahu em Israel representam uma aliança sinistra para garantir o avanço da reação imperialista no planeta.

Os resultados das eleições para o Knesset reforçam nossa análise e apontam para dias ainda mais difíceis para o povo palestino, tudo o contrário do cenário apontado pelos revisionistas do trotskismo que venderam a “Primavera Árabe” com um fator de enfraquecimento de Israel. O processo de desestabilização do governo do Bashar Al Assad por parte do imperialismo e de Israel através do apoio a grupos internos “rebeldes” tribais arquirreacionários representa a tentativa da Casa Branca de alterar completamente a chamada geopolítica do Oriente Médio, colocando sob seu controle não só a Síria, mas avançando em sua ofensiva sobre o Hezbollah no Líbano e, caso tenha sucesso nesta empreitada colonialista, assentando as bases para um ataque militar ao Irã, já que anteriormente não conseguiu o apoio interno necessário para debilitar o regime nacionalista comandado por Armadinejad. Trata-se de um plano estratégico de larga envergadura, ainda mais quando a Síria e o próprio Líbano fazem fronteira com Israel, enclave militar do imperialismo ianque responsável por apoiar todas as iniciativas políticas e bélicas do Pentágono na região.

Desde 2008 vimos alertando que Obama representava a nova onda do imperialismo ianque para enganar as massas e enfrentar seu crash financeiro, ou seja, quando Hillary ainda era francamente a favorita na corrida presidencial pós-Bush. Com o fim próximo do mandato de Obama não só os democratas, mas do conjunto das alas da classe dominante ianque, agora sob no futuro sob um possível governo Clinton, se delineiam cada vez mais que na construção deste governante imperialista se inserem todos os elementos draconianos dos republicanos. Guerras de ocupação farão parte do próximo mandato em ataque aberto às massas oprimidas do Irã, Síria, Colômbia e Palestina. A inexistência de um autêntico movimento operário comunista em todo o planeta, dirigido por um genuíno partido revolucionário da classe trabalhadora, permite que mesmo em crise o imperialismo ianque mantenha-se em ofensiva política e militar. Esta situação só poderá ser resolvida progressivamente a partir da superação da atual etapa de guerras de resistências populares e lutas economicistas para a organização consciente da luta antiimperialista no sentido da conquista do poder político pelos explorados de todo o mundo.