segunda-feira, 16 de março de 2015


Seguir o exemplo dos Garis do RJ: Para derrotar o arrocho, o ajuste neoliberal e a direita reacionária o caminho é a greve!

A greve dos Garis no Rio de Janeiro entra nesta segunda-feira, 16, no seu quarto dia. Apesar da justiça ter determinado que 75% da categoria garanta os serviços de limpeza na cidade, heroicamente os trabalhadores passaram por cima da determinação judicial e mantiveram todas as atividades paralisadas, com o lixo se amontoando nas ruas da “Cidade Maravilhosa”. É assim que se derrota o arrocho salarial imposto por Eduardo Paes, o ajuste neoliberal de Dilma-Levy que aumentou as tarifas públicas além de restringir direitos e a movimentação da direita reacionária que deseja ver o povo trabalhador pagar a conta da crise capitalista usando como pretexto o combate a corrupção. Os combativos grevistas pedem um aumento de 47,7% no salário e um vale-refeição de R$ 27. A Comlurb e a prefeitura do PMDB cinicamente propôs um reajuste de 3% e a manutenção do vale-refeição em R$ 20. Na sexta-feira, 13, o Ministério Público do Trabalho propôs um aumento de 7%. A Comlurb obviamente aceitou oferecer a migalha, mas a oferta miserável foi recusada pelos trabalhadores em assembleia. Em meio polarização política das marchas de sexta (13M) e domingo (15M), os garis mostraram o caminho: ação direta dos trabalhadores e a mobilização independente dos blocos burgueses em conflito, em defesa de suas reivindicações! Portanto, a mobilização dos garis reforça o chamado da LBI de se organizar imediatamente um dia nacional de paralisação em todo o país, focado na luta por direitos sociais, aumento salarial e contra o "ajuste" neoliberal. Como os professores de SP também entraram em greve contra a política de arrocho de Alckmin (PSDB) nesta segunda-feira, esta perspectiva se reforça ainda mais neste momento decisivo da conjuntura política! Somente com a luta direta dos trabalhadores da cidade e do campo derrotaremos a reação conservadora demo-tucana, o ajuste neoliberal de Levy e a política de colaboração de classes da Frente Popular com seus aliados do PMDB, como o facínora Eduardo Paes! 

Mal começou a greve na sexta-feira e a prefeitura já havia obtido uma liminar no Tribunal Regional do Trabalho determinando o imediato retorno ao trabalho e uma multa de 100 mil reais por dia ao sindicato que representa oficialmente a categoria. Junto a estas medidas a prefeitura e sua estatal de limpeza e conservação urbana (COMLURB) conseguiram a absurda autorização judicial para que seja solicitada a presença policial para escoltar os trabalhadores a trabalhar. Trata-se de um ataque ao direito de greve e uma dura repressão a categoria por parte da PM assassina. A rapidez da justiça e da prefeitura mostram sua disposição a enfrentar duramente os trabalhadores este ano e para isto querem cercear seu direito de greve, com intimidação não só pela via dos gerentes mas também pelas forças policiais.

Enquanto arrocha o salário dos garis, para as empresas de ônibus o facínora Paes foi bem mais generoso, autorizando um reajuste de 13,3% nas tarifas, jogando o ônus da crise nas costas dos trabalhadores. A proposta do prefeito é uma afronta a essa categoria, que em pleno carnaval de 2014 protagonizou uma forte greve, que recebeu o apoio da população carioca e ganhou repercussão nacional. São péssimas condições de trabalho. No país inteiro diversas categorias vêm realizando greves e lutas, enfrentando a política de ajuste fiscal do governo Dilma-Levy, dos governadores e prefeitos. Ao mesmo tempo, essas lutas devem se colocar como alternativa a ofensiva da direita, que em suas marchas começa a galvanizar ainda de forma dispersa a rejeição popular ao ajuste em curso ordenado pelo PT!

É necessário varrer toda a imundície burguesa para que os trabalhadores tenham garantidos os seus direitos e conquistas históricas. Para os garis da “Cidade Maravilhosa” é necessário colocar o governo Paes na berlinda, unificando as categorias em luta e que inclua as organizações que vem enfrentando a fúria repressiva dos governos estadual e federal. Para tanto é necessário chamar atos e passeatas conjuntas com professores e outras mais que surgirem rumo a um dia nacional de paralisação! Neste curso, é papel fundamental que todo sindicato que não esteja dominado pela burocracia “chapa branca” cobrir de solidariedade a heroica luta dos companheiros garis que passaram por cima da direção pelega e da justiça patronal, cedendo a sua infraestrutura para ser utilizada no combate ao Estado capitalista e sua cruzada reacionária contra o movimento operário e seus lutadores. Sigamos o exemplo dos garis da capital fluminense: Superar suas direções pelegas para varrer do poder com a força de classe do proletariado Eduardo Paes, Pezão e toda a sua corja mafiosa!

A única via para que os lutadores saiam vitoriosos neste momento que a classe operária vem sofrendo uma cruzada reacionária a toda prova, tal como a farsesca “Operação Lava Jato” levada a cabo pela mesma justiça que criminaliza a luta dos garis, é a adoção de um programa genuinamente revolucionário com o objetivo de denunciar que para a democracia dos ricos tudo gira em torno de qual fração burguesa irá se apoderar daquilo que o Estado capitalista lhe oferece, onde a corrupção é a mola mestra deste regime decadente. O rompimento da camisa de força da frente popular é um pré-requisito fundamental como demonstraram na prática os companheiros garis da cidade do Rio de Janeiro. Para tanto, é necessária a unidade operária, camponesa, estudantil que tenha como eixo político a ação direta no campo e na cidade, se valendo dos métodos de luta próprios dos trabalhadores para construir uma alternativa de poder dos explorados que tenha a revolução proletária e socialismo como estratégia de classe.