quarta-feira, 13 de agosto de 2014


PSTU “envia pesar” e “lamenta” a morte de Eduardo Campos enterrando as tradições da própria corrente morenista em relação aos políticos da burguesia

O PSTU acaba de publicar uma nota, assinada pelo seu Presidente Nacional José Maria de Almeida, sobre a morte de Eduardo Campos em que declara: “Queremos registrar que, evidentemente, lamentamos o acidente e o drama humano que causou e enviamos nosso pesar aos familiares dele” (sítio PSTU, 13/08). Esta posição escandalosa de “lamentar” a morte de um político burguês como Eduardo Campos rompe com a conduta histórica da corrente morenista e do próprio Nahuel Moreno, quem em vida se negou a embarcar nesta cantilena, mesmo quando vieram ao falecimento ícones da oposição burguesa no Brasil como Tancredo Neves. No passado, quando um político burguês morria e a mídia burguesa patrocinava o clima de comoção nacional para manipular o sentimento popular, a corrente morenista no Brasil marcava a justa posição de declarar que ele “não era um dos nossos” para expressar que não lamentava seu desaparecimento, porque este fazia parte dos quadros políticos de uma classe inimiga, a burguesia. Portanto, os revolucionários não tinham nada a lamentar nem “derramar lágrimas” pelo seu falecimento.

Foi assim que a Convergência Socialista (CS) corretamente se portou diante da morte de Tancredo Neves em abril de 1985 apesar da comoção nacional e midiática provocada pelo falecimento do político mineiro que acabou capitalizando deformadamente a frustração popular com a derrota do movimento das “Diretas já” e simbolizando a “transição para a democracia”, ainda que tenha sido indicado pelo reacionário Colégio Eleitoral. Da mesma forma, quando faleceu Ulisses Guimarães, representante do MDB histórico, no ano de 1992 em um desastre de helicóptero, a CS adotou a mesma conduta principista que honrava a tradição do morenismo, apesar do papel que Ulisses tinha exercido no combate da oposição burguesa a ditadura militar.

Agora, com a morte de Eduardo Campos em um “acidente” aéreo, o PSTU teve uma postura completamente distinta da que adotou no passado. Saiu a lamentar pela morte do caudilho do PSB e a se solidarizar com seus familiares burgueses, ou seja, com a oligarquia que domina Pernambuco. A “mudança” na forma do PSTU encarar o desaparecimento de um político burguês reflete a própria integração deste partido à democracia burguesa. O fato do PSTU estar coligado com o REDE de Heloísa Helena responsável por “abrir” então um palanque em Alagoas para a dupla Eduardo&Marina já revelava porque os morenistas agora se comovem com o “drama humano” provocado pela morte do dirigente-máximo do PSB. De nossa parte, devemos afirmar claramente que Eduardo Campos não pertencia às fileiras do movimento dos trabalhadores e tampouco do genuíno socialismo. O próprio Eduardo já não tinha relação com o limitado “nacionalismo burguês” representado pelo seu avô Arraes. A camarilha que controla hoje o PSB é tão grotesca que sequer consegue fazer alguma demagogia “socialista” e sequer “nacionalista”, como pelo menos tentava fazer o velho Miguel. A morte de Eduardo abre inclusive caminho para a candidata preferencial do imperialismo ianque combater o PT, já que Marina Silva e sua REDE tinham sido acolhidos pelo PSB justamente para o partido neoliberal estreitar seus vínculos com o capital  financeiro e a Casa Branca. Os trotskistas da LBI reafirmamos que Eduardo Campos “não era um dos nossos” apesar do PSTU ter literalmente enterrado esta posição histórica dos revolucionários e a conduta defendida pelo próprio Moreno!