segunda-feira, 12 de maio de 2014

O pilantra Gustavo ao lado de seu novo chefe

A trajetória venal de Gustavo Vera ou quanto custou ao Vaticano comprar um “quadro” revisionista

Gustavo Vera, que também atendia pelo seu codinome político de Sérgio Romero como era mais conhecido quando dirigia o “Partido Bolchevique” argentino na década de 90, foi eleito vereador na capital Buenos Aires na última eleição parlamentar (2013) graças ao decidido apoio (material e político) do Papa Francisco. Não seria nenhuma surpresa que o novo Papa argentino procurasse construir em seu próprio país uma corrente partidária que lhe servisse de apoio político para suas demagógicas iniciativas “eclesiais”, afinal o cardeal portenho Bergoglio teve uma longa “ficha” de suporte à ditadura militar. A grande “surpresa” foi se utilizar justamente de um “quadro” revisionista do Trotsquismo para esta tarefa nada “angelical”. Gustavo Vera dissolveu seu agrupamento revisionista no início da década passada e desde de então vem oferecendo seus “serviços” de militante a várias frações políticas da burguesia, iniciando pelo Kirchnerismo até chegar na oposição conservadora onde acabou se abrigando na arquidiocese portenha. Para tanto, Gustavo, como todo pilantra de “esquerda”, fundou uma ONG (fundação Alameda) que supostamente tem suas atividades focadas no combate ao tráfico de pessoas e ao trabalho escravo. A LBI fez parte de uma mesma tendência internacional com o “PB” argentino por cerca de três anos, quando resolvemos romper publicamente as relações políticas em 1998, em razão do profundo oportunismo programático de Gustavo (então Sérgio Romero) travestido de um “obreirismo ortodoxo”. Naquele período já delimitávamos com este falso “esquerdismo” que advogava um giro proletário absoluto do partido em detrimento da formação de quadros dirigentes (incluindo os de origem social pequeno burguesa), formados no criterioso estudo da teoria do Marxismo Leninismo.

Como afirmou Trotsky, cabe à própria história da luta de classes estabelecer o veredito final das polêmicas ácidas travadas no campo do movimento operário. Passados quinze anos de nosso rompimento com o “PB” pode-se aferir que a trajetória política de seu dirigente máximo, Gustavo, nada teve a ver com um brusco “giro proletário”, pelo contrário foi em linha reta corrompido pela burguesia argentina, acabando por representar uma instituição ultrarreacionária, como a “santa” Igreja Católica. Gustavo agora se lança a disputar uma vaga de deputado nacional, nas eleições gerais do ano que vem, no mesmo eixo de aliança com a direita “Sojera” e “Macrista” contra o governo da centro esquerda burguesa de Cristina, deverá ser eleito com o pesado apoio papal. O decomposto revisionista que “jurava” dedicação absoluta ao “trabalho operário” acabou pedindo a “benção do Papa” para ascender a um posto parlamentar do estado capitalista.

O escandaloso caso de Gustavo Vera e seu extinto “PB” não é o primeiro e nem será o último da vergonhosa cooptação material de “quadros” da esquerda revisionista para o campo político da burguesia. Nas fileiras da LIT e do Lambertismo pode-se encontrar muitos exemplos similares. Nos chama atenção que aqui no Brasil uma tal de “Folha do Trabalhador” venha compartilhando recentemente em sua página no “Face” artigos e publicações do degenerado Gustavo (que também é "amigo" da tal Folha), talvez porque também tenha identidade de se colocar à venda para algum aparato. Este “grupo” revisionista chegou a caracterizar a imunda trajetória venal do “PB” como uma simples “incompreensão teórica” da ruptura realizada por Gustavo com o Altamirismo no final dos anos 80.

Longe de afirmar que se trata de um mero episódio de “equívoco” político, desde as fileiras da LBI denunciamos com todo vigor elementos corruptos como Gustavo, que enlameiam a bandeira do Trotsquismo. Não por coincidência, Gustavo se dedica atualmente a reproduzir artigos de conjuntura mundial urdidos nos bastidores da CNN e Casa Branca, “abençoados” é claro pelo Vaticano, contra a China, Rússia e todos os adversários da OTAN. Para os militantes classistas que pretendam aprofundar nossas diferenças com o “PB” argentino recomendamos a leitura do artigo “A falência da pirataria política do PB”, publicado na revista Marxismo Revolucionário de outubro de 1998, quando demos ampla divulgação dos motivos programáticos que levaram ao fim de nossa tendência internacional (CBQI). Desde então não realizamos mais nenhuma atividade, campanha ou reprodução de matérias desta corrente revisionista que caminhava a passos largos para o pântano da integração a burguesia e suas instituições seculares. Para o Vaticano pagar por uma vaga no parlamento argentino para Gustavo defender o Papa e sua imagem de “progressista” não deve ter custado muito, se levarmos em conta a pilhagem imperial contra os povos, que “Roma” ajudou a legitimar em toda sua sinistra história, o que inclui tráfico humano, escravidão e a pedofilia.