quarta-feira, 26 de março de 2014


Unidos os “Três Patetas” da oposição, Aécio, Campos e Randolfe em torno de uma “solução de mercado” para a crise da Petrobras

A oposição burguesa ao governo da Frente Popular, incluindo neste saco de gatunos o PSOL, acaba de conseguir o número mínimo de assinaturas de senadores (27) para instaurar uma CPI da Petrobras na câmara alta do Parlamento. O presidente da Casa, Renan Calheiros, terá que colocar na pauta do plenário a abertura ou não da investigação acerca das decisões tomadas pela administração da estatal na compra da refinaria texana de Pasadena, embora não tenha um prazo determinado para a execução deste ato. Mas somente o fato da obtenção de um grande número de adesão de senadores à proposta de uma CPI para a Petrobras, incluindo alguns da própria base aliada, já foi comemorado como a primeira vitória política da união de todas as “oposições” ao governo Dilma. Para conseguir “encurralar” o PT no Congresso Nacional, pela primeira vez trabalharam como um só bloco os três candidatos da “oposição” ao Planalto em 2014, Aécio, Eduardo Campos e Randolfe Rodrigues. A unidade “tática” entre PSDB, PSB e PSOL já era esperada desde que o governador de Pernambuco resolveu postular sua indicação à presidência da república, rompendo uma aliança histórica com o PT. Para o PSOL que no Senado tem se aliado recorrentemente aos Tucanos, apesar de “mamar nas tetas” do governo petista, a entrada de Campos na “oposição” legitimou “pela esquerda” a formação de uma frente única das oposições anunciada para o segundo turno em 2014. E para debutar o novo bloco burguês no cenário nacional nada melhor do que escolher o escândalo de Pasadena como seu primeiro mote político. Sob as cordas, Dilma tenta justificar de todas as formas possíveis a compra pela Petrobras do “elefante branco” em território norte-americano, o que não é uma “tarefa” nada fácil diante de um prejuízo de cerca de um bilhão de Dólares causado a principal empresa estatal brasileira. Mas se a “tarefa” de Dilma é “quase impossível” não é menos cretina a “missão” da oposição unificada em defender um “modelo” de Petrobras totalmente voltado para os interesses do mercado. Para o Campos Aécio e Randolfe, no documento político em que pedem a abertura da CPI, o grande “crime” da Petrobras foi se fechar aos “consultores” do mercado, contendo as tarifas de combustíveis no país e “investido erroneamente” na construção de novas refinarias. Para estes senhores neoliberais a Petrobras atravessa uma crise financeira simplesmente porque “suas ações perderam valor no mercado bursátil”, enquanto o governo realizava “a demagogia da gasolina barata”, ou seja, para o “blocão” a solução seria abrir as importações e o controle acionário ainda mais da estatal e na sequência aumentar o preço dos combustíveis no Brasil.

Seria uma completa estupidez pensar que a crise por que passa a “gigante” Petrobras é produto exclusivo do “rombo” sofrido com a compra superfaturada de uma refinaria sucateada em território ianque. Pasadena é apenas mais um ponto na linha reta da política da burguesia nacional em subordinar os interesses do país ao capital financeiro internacional. Não seria de todo mal comprar uma refinaria já em funcionamento, principalmente em função do enorme déficit de derivados industrializados de petróleo gerado pelo consumo do mercado interno, acontece que a inoperante Pasadena foi um verdadeiro golpe aplicado a Petrobras por investidores internacionais em conluio com políticos burgueses que controlam a diretoria da estatal. A política institucional da Petrobras vem priorizando a extração de petróleo “off shore”, aplicando enormes recursos na construção e aluguel de caras plataformas marítimas, na falsa ilusão de que o “pré-sal” significará a rendição do atraso do país, ledo engano. Enquanto extrai petróleo com custo elevado de produção a Petrobras vende o óleo cru no mercado internacional das grandes corporações a um preço com baixo valor agregado. Na outra ponta do “negócio” a mesma Petrobras, como dispõe de pouquíssimas refinarias, compra os derivados do petróleo (como o nafta, diesel e gasolina, por exemplo) por um valor pelo menos dez vezes maior do que o óleo cru que produz. Qualquer aprendiz de “mercador” sabe muito bem que nesta “equação” a Petrobras só vai aumentando seu endividamento financeiro, apesar da elevação na sua capacidade de extração e também da descoberta de novas jazidas.

Enquanto aumenta tremendamente o consumo de derivados de petróleo no Brasil, trazendo um enorme impacto negativo na própria balança comercial brasileira, as novas refinarias “prometidas” pela Petrobras se arrastam com passo de tartaruga ou mesmo nem saíram do “papel”, como é caso de Fortaleza e São Luiz. Mas o alvo de ataque das oposições burguesas contra Dilma parece ser mesmo o ponto nevrálgico da política completamente equivocada da Petrobras, não por coincidência atacam agora além de Padadena a construção da refinaria Abreu Lima, cujo projeto inicial foi “desenhado” em conjunto como governo Hugo Chávez. Ironia à parte, vir do próprio governador de Pernambuco a artilharia pesada contra a nova refinaria a ser implantada (com muito atraso!) em seu estado. Para o blocão neoliberal da oposição o que vale são os compromissos firmados por seus “caciques” junto aos rentistas de Wall Street, que só admitem uma Petrobras privatizada como megaexportadores de commodities minerais para beneficiar as corporações transnacionais do setor.

A cara de pau dos “líderes” do setor “socialista” da oposição burguesa, como o PSOL e PSB, parece mesmo não ter limites, dizem “defender a Petrobras” (já vimos anteriormente do que se trata esta “defesa”) e, no entanto, se juntam aos Tucanos... os mesmos que quebraram o monopólio estatal do petróleo e pretendiam mudar até o nome da estatal (Petrobrax) para depois privatizá-la. De mãos dadas Aécio, Randolfe e Campos clamam por “moralidade do estado” enquanto traficam no Parlamento com a pior escória política da nação. A apuração das bilionárias falcatruas cometidas  pela tecnocracia corrupta dirigente da Petrobras não deve ser feita em nenhum covil capitalista, como o uma CPI no Senado, são os próprios trabalhadores  da estatal que devem assumir esta tarefa histórica, assim como lutando pelo controle operário da Empresa devem mudar radicalmente o curso desta política de submissão dos interesses do povo brasileiro aos ditames do “grande amo do norte”.