terça-feira, 31 de dezembro de 2013


Que 2014 seja um ano novo de reflexões, justas elaborações e muitos combates revolucionários!

O BLOG da LBI deseja a todos seus leitores um ano novo onde o projeto coletivo de uma humanidade socialista consiga superar os vorazes apetites do mercado, onde cada “cidadão” busca individualmente sua “realização pessoal”, sempre acompanhada pela sede do consumo capitalista como marco de seu “sucesso social”. Estamos vivendo em uma etapa histórica da brutal ofensiva neoliberal, onde a defesa dos “valores” humanos mais progressistas (hoje quase inexistentes) se confundem com a capacidade de acumular patrimônio material em cada núcleo familiar. Nesta “sociedade capitalista do espetáculo” as festas de final de ano são em sua grande maioria um momento de profunda hipocrisia pequeno-burguesa, onde sobram os votos de “paz, prosperidade e saúde”, enquanto a população pobre de nosso país não tem sequer acesso à uma rede de saúde minimamente digna. De nossa parte como Marxistas Revolucionários, que dedicamos integralmente nossas vidas à causa comunista, esperamos que em 2014 os trabalhadores avancem gradualmente no processo de retomada de sua consciência de classe, profundamente abalada com a destruição contrarrevolucionária do Estado Operário Soviético, patrocinada politicamente pelas forças imperialistas e seus “comparsas” revisionistas. Este novo ano promete ser bastante “aquecido”, com a realização da Copa do Mundo e as eleições gerais no Brasil. A esquerda revisionista e a direita neofascista já estão alvoroçadas para repetir em 2014 os protestos conhecidos como as “Jornadas de Junho”, a primeira para tentar tirar algum dividendo eleitoral e quem sabe eleger uma pequena bancada parlamentar, a segunda para desesperadamente ajudar a realização de um segundo turno (favorecendo as candidaturas neoliberais de Campos e Aécio) na disputa pelo Planalto. Nós da LBI envidaremos todos nossos modestos esforços em 2014 para colocar a classe operária em movimento, no centro do cenário político com greves e ocupações de fábrica, bem mais profundos do ponto de vista do combate ao capital do que protestos encabeçados pela classe média reacionária e anticomunista. Em 2014 no plano eleitoral não estarão colocadas nenhuma alternativa para o proletariado, pelo menos que representem legitimamente seu projeto histórico de poder. A prévia falência política da “Frente de Esquerda” em 2014, e sua candidatura majoritária representada por uma figura de “direita”, são o reflexo maior da crise programática e ideológica por que passa o movimento de massas, “obrigando” as forças Leninistas (pela ausência de opções genuinamente socialistas) a convocarem uma ampla campanha pelo boicote eleitoral. Neste difícil cenário, de pequenas conquistas, crises e retrocessos, onde os revolucionários não devem “traficar” falsas ilusões para as massas, a questão fulcral vigente é a construção molecular do partido Bolchevique-Leninista, tarefa que se abandonada com a desculpa da “aspereza” do momento deixará livre o caminho para a reação fascista e os oportunistas de esquerda “cantarem” a vitória da derrota da luta pela Ditadura do Proletariado. O Blog da LBI se despede de 2013, com quase duzentos mil acessos e um êxito editorial em acompanhar diariamente os principais fatos da luta de classes nacional e mundial, sempre com uma abordagem aprofundada do ângulo da teoria marxiana. Entraremos em breve recesso no próximo mês de janeiro, mas deixaremos uma equipe de plantão no Blog para a cobertura de possíveis acontecimentos relevantes neste período. Em Fevereiro voltaremos ao “ar” com um novo “Layout” e notícias diárias, como uma importante ferramenta de análise política e ação direta para os revolucionários.


segunda-feira, 30 de dezembro de 2013


Barbárie capitalista: Rinha de Galo é “desumano”, mas o MMA é um “esporte radical”?

O ocorreu no último sábado na cidade de Las Vegas (EUA), mais uma edição das lutas de MMA (Artes Marciais Mistas), espetáculo bárbaro promovido pela mafiosa entidade UFC (Ultimate Figthing Champioship) no Brasil em parceria com as Organizações Globo. A principal luta da noite entre Anderson Silva e o americano Cris Weidman terminou no segundo round quando o brasileiro ao chutar seu adversário fraturou a tíbia e a fíbula, cena grotesca vista ao vivo por milhões de pessoas no Brasil e em outros países através dos canais TV por assinatura do grupo da “famiglia” Marinho. Este desfecho do combate, uma revanche que possibilitaria ao brasileiro recuperar o titulo de campeão, frustrou o que havia sido arranjado previamente entre a Globo e o UFC, ou seja, a vitória de Anderson Silva como forma de alavancar ainda mais os negócios deste lucrativo ramo de entretenimento bestializante. Tudo estava preparado, a começar pela data, assim como uma megacampanha midiática da Rede Globo em torno da luta e da idolatria do brasileiro Anderson Silva.

domingo, 29 de dezembro de 2013

Após 11 anos na empresa, o operário Emerson Macedo
recebeu telegrama da GM  informando que ele está demitido
da planta de SJC a partir do dia 31 de dezembro

Demissão em massa como presente de natal da GM para seus operários. Sindimetal de São José dos Campos diz mais uma vez que foi “surpresa” e que está de “férias”!

Cerca de 800 operários da unidade de São José dos Campos (SJC) da GM foram surpreendidos neste final de semana com um telegrama da montadora comunicando suas demissões. A empresa transnacional ianque (a mesma que alardeou sua falência mundial em 2008) anunciou o fechamento da linha de montagem de veículos de passageiros (conhecida como MVA) da unidade do interior paulista. Essa é a segunda demissão em massa na planta de São José neste ano. Em março, a GM já havia demitido 598 operários. Além das demissões, a empresa abriu no final de outubro um Plano de Demissão Voluntária (PDV) que foi aderido por cerca de 300 funcionários. Ao todo, mais de mil funcionários já foram demitidos da empresa no último ano. No telegrama recebido pelos trabalhadores neste sábado a GM informa que eles estão desligados da unidade a partir do dia 31 de dezembro. Estima-se que na atual operação de “cortes” da GM cerca 800 operários estarão incluídos, na sua grande maioria os que estavam lotados na MVA, responsável pela produção do modelo Classic. Deste total cerca de trezentos já teriam aderido ao Plano de Demissão Voluntária (PDV), antecipando-se a determinação comercial da empresa em “atrofiar” a planta de SJC e a própria paralisia política da direção do sindicato dos metalúrgicos, dirigido pela CONLUTAS (PSTU).

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013


APRESENTAÇÃO

Apresentamos aos nossos leitores e simpatizantes o lançamento da décima quinta edição da revista anual da LBI, Marxismo Revolucionário (MR). Coincidentemente neste ano de 2013, em que MR com quinze anos de existência está comemorando sua “festa de debutante”, o país foi surpreendido com as multitudinárias mobilizações populares que viriam a ser batizadas de “Jornadas de Junho”. Afirmamos que a “surpresa” do gigantesco fato político ocorrido se concentrou justamente na ausência de qualquer prognóstico a seu respeito, como pela inexistência de uma direção (política ou sindical) que apontasse previamente para sua materialização. As “Jornadas” tiveram como centelha a combativa luta contra o aumento das tarifas do transporte urbano, que rapidamente ganharam a simpatia de amplos setores de massas, afluindo solidariamente em suas convocações enfrentaram corajosamente a selvagem repressão policial dos governos neoliberais do Rio e São Paulo. A partir deste momento, ainda embrionário, se montou um vasto “mosaico” de possibilidades na conjuntura nacional, uma destas era fundamentalmente abrir uma fenda para a direita fascista e seus aliados (PIG, rentistas e setores da FFAA) protagonizar o movimento pelo “Fora Dilma”. Com índices de popularidade bem altos (baixo nível de desemprego, programas bem avaliados de assistência social etc...) o governo da Frente Popular somente poderia ser “abatido” pela via de um golpe midiático, estimulando o movimento reacionário da classe média e o lúmpen a exigirem o “primeiro mundo aqui e agora!”. Logo a hegemonia política das justas mobilizações pela redução das tarifas do transporte e do passe livre, agora nacionalizadas e assumindo outro caráter, passa para as mãos da direita que ameaça fisicamente a presença do conjunto das organizações de esquerda nas passeatas e atos políticos. A LBI foi a primeira corrente marxista (oposição operária ao governo Dilma) que caracterizou o alto risco político da ausência de uma direção proletária nas mobilizações de junho, configurando a seguir o fracasso da tentativa de deflagração de uma greve geral “chapa branca”. Nesta edição de MR oferecemos uma ampla cobertura analítica deste complexo processo, que por um lado finalizou com a demagogia estatal do “mundo do faz de conta” e pelo outro com o tradicional exitismo da esquerda oportunista que novamente enxergou nas “Jornadas” o prenúncio de sua pseudo revolução “catastrofista”. Não por mera coincidência neste final do ano o povo é “convocado” pelos estafetas da famiglia Marinho a sair novamente às ruas em 2014, no mesmo ponto em que coincidem com os vorazes apetites eleitorais da oportunista “Frente de Esquerda”.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013


Turquia: Escândalo de corrupção que abala Erdogan é produto da crise política desatada pela submissão ao imperialismo e sua fracassada “revolução síria”

O ano “termina” na Turquia com o odiado governo Erdogan imerso em uma crise política aguda, produto não só da corrupção em que está envolvido todo o gabinete, mas acima de tudo como reflexo do fracasso de sua política de apoio incondicional a mal chamada “revolução síria”. Manifestações de rua tomaram conta de Ancara, Istambul e Esmirna, as principais cidades do país, relembrando as cenas de junho de 2013. Um novo protesto gigante está marcado para esta sexta-feira, 27 de dezembro. Em resumo, há um brutal enfrentamento no interior do Partido islamita Justiça e Desenvolvimento (AKP) ao ponto do ministro do Meio Ambiente e do Planejamento Urbano da Turquia, Erdogan Bayraktar, após ter sido demitido pedir a renúncia do próprio Erdogan. Além de Bayraktar, saíram do governo os ministros da Economia, Zafer Caglayan, e do Interior, Muammer Guler, depois que seus filhos foram presos por causa de um escândalo de corrupção e suborno envolvendo aliados do primeiro-ministro. Os filhos de Caglayan e Guler, juntamente com o CEO do banco estatal Halkbank, estão entre 24 pessoas que foram presas sob acusação de suborno. Segundo informações da imprensa, a polícia apreendeu US$ 4,5 milhões em dinheiro vivo dentro de caixas de sapatos na casa do CEO do banco, Suleyman Aslan, enquanto mais de US$ 1 milhão teria sido descoberto na casa do filho de Guler. Sintomaticamente, Erdogan caracterizou a investigação de corrupção como uma conspiração das forças estrangeiras e turcas para desacreditar seu governo antes das eleições locais de março. Na verdade, a crise do governo de Erdogan advém do seu fracasso na política internacional a partir da derrota dos “rebeldes” mercenários sírios, já que a Turquia era seu maior patrocinador, servindo de “gerente” direto desta política impulsionada pelas potências imperialistas e a OTAN. Com o recuo temporário de Obama no seu plano de intervir militarmente na Síria pela fragilidade dos “rebeldes” em terra, Erdogan perdeu força e agora é alvo de um relativo isolamento político imposto pelos EUA. Tanto que o Halkbank, um dos maiores bancos da Turquia, foi criticado pelos Estados Unidos por permitir que o gás natural iraniano – alvo de um embargo de potências imperialistas – fosse negociado em troca de ouro turco em um esquema que evitava as sanções internacionais contra o país devido ao programa nuclear iraniano. Também foi solicitado pela OTAN que o envio de armas aos mercenários islâmicos da Al-Nursa fosse suspenso temporariamente até a realização da Conferência de Paz sobre a Síria em Genebra, marcada para janeiro de 2014, o que não foi implementado por Erdogan.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

LBI lança sua Revista anual:
Marxismo Revolucionário nº 15




• Apresentação



“JORNADAS DE JUNHO” NO BRASIL

• Um balanço das “Jornadas de Junho” que não conseguiram mudar em nada o país


• Todo apoio aos “vândalos e baderneiros” do MPL!


• Falsa simetria entre “Diretas Já”, o “Fora Collor” e as atuais mobilizações pode levar a esquerda a cometer gravíssimos equívocos


• Protestos nacionais da juventude sem um eixo programático e uma direção classista podem ser canalizados pelo “PIG” para um viés reacionário


• No Brasil “família” revisionista prova de seu próprio “veneno” internacional


• Marchas nacionais de protesto no Brasil: Que rumo seguir?


• Os Marxistas revolucionários devem apoiar a campanha pelo “Fora Dilma” no curso dos atuais protestos nacionais?


• As jornadas de junho mostraram que o ciclo estatal do PT está esgotado?


• Que novo país surgiu após as “jornadas de junho”?


• Em defesa dos “Black Blocs”! Abaixo o pacifismo pequeno-burguês dos revisionistas pró-OTAN!



“JULGAMENTO FARSA DO MENSALÃO”

• STF prepara condenação dos “mensaleiros” do PT com o aval (velado) do Palácio do Planalto


• Corte “Suprema” e mídia “murdochiana”, dois instrumentos estratégicos da ofensiva imperialista em curso no Brasil


• Julgamento do “mensalão”: Farsa jurídica desatou onda nacional de perseguição aos movimentos sociais e suas lideranças políticas


• Prisão dos “Mensaleiros”: O dantesco circo da mídia “murdochiana” a serviço da reação burguesa


• Dirceu, Genoino e Delúbio: Políticos presos ou presos políticos, uma polêmica com a esquerda revisionista



ECONOMIA POLÍTICA

• Compra dos caças Gripen: Burguesia nacional, orientada por Lula, posiciona-se estrategicamente para a “defesa” diante da ofensiva militar ianque


• PIG, a serviço dos rentistas, ordena alta dos juros. Dilma e seu BC como capachos acatam!


• Governo Dilma pretende mesmo conter a alta do Dólar ou beneficiar rentistas e os exportadores do agronegócio?


• Na calada dos protestos Brasil sofre ataque especulativo e perde dez bilhões de Dólares de suas reservas cambiais


• Política neoliberal da PETROBRAS provoca déficit histórico na balança comercial


• “Mercado” eleva previsão do PIB em centésimos



ELEIÇÕES 2014

• “REDE” organizada por Marina é para conectar intensamente Brasil aos EUA


• Marina “adensa” o náufrago Eduardo em um brusco movimento de desespero e oportunismo


• Disputa autofágica no interior do PSDB mina completamente as chances de Aécio “Bovary” em 2014


• O aprofundamento da política neoliberal garante previamente a Dilma seu segundo mandato


• Opção do PPS por Campos tem o “dedo” atuante de Serra para afundar a candidatura de Aécio “Névoa” de pó



INTERNACIONAL

• Morre o “Comandante Chávez”: A tarefa agora é impulsionar as massas para “decretar” a morte do imperialismo na Venezuela


• Venezuela: Impulsionar o sentimento anti-imperialista das massas! Apoiar Maduro sem capitular ao chavismo e seu programa nacionalista burguês!


• Vitória apertada de Maduro: Avanço da contrarrevolução na Venezuela e recado das massas nas urnas, o imperialismo e a burguesia nativa devem ser combatidos centralmente nas ruas, fábricas e no campo!


• “Revolução nade in USA” no Egito: Um gabinete golpista escolhido “a dedo” pelo imperialismo ianque


• Banho de sangue no Egito: Golpistas massacram apoiadores de Mursi, decretam Estado de Emergência e toque de recolher


• Obama recua temporariamente da agressão militar diante da fragilidade dos “rebeldes” em terra!


• Bárbaros efeitos da “revolução árabe”: A tragédia na Líbia dois anos após o assassinato de Kadaffi pela OTAN e seus “rebeldes”


• Eleições argentinas: A esquerda revisionista dá um salto em sua integração ao parlamento burguês


• Ucrânia: Uma nova “revolução laranja” made in CIA a serviço de acomodar os interesses capitalistas na antiga república soviética?


• Ucrânia: Uma reedição no século XXI da “revolução política” saudada por Morenistas e Altamiristas na queda da URSS e do Muro de Berlim?


• Morre Mandela: De líder negro da luta contra o Apartheid capitalista à artífice da transição pactuada com a burguesia branca e racista



HISTÓRIA MARXISTA

• Há 60 anos da morte de Koba: A stalinofobia a serviço da reação imperialista


• Greve de ocupação dos metalúrgicos de Osasco em 1968: primeira grande reação operária contra a ditadura militar e um contraponto político ao “foquismo”


• 40 anos do golpe no Chile: Abstrair as lições da trágica experiência da “via pacífica ao socialismo”. Revisionistas de hoje ainda insistem na senda parlamentar como eixo central de intervenção da “esquerda”


• “Chacina da Lapa”: Há trinta e sete anos os chacais da ditadura eliminaram o setor da direção do PCdoB crítico à guerrilha Maoista do Araguaia



CULTURA & LUTA DE CLASSES

• 40 anos sem Pixinguinha: O genial neto de escravos que criou as bases da música brasileira!


• A deculturação de um povo: A morte de Dominguinhos e a lenta agonia da cultura nordestina


• Há 102 anos do nascimento de Nelson Cavaquinho: O poeta que cantou os sofrimentos e amores do povo pobre!

terça-feira, 24 de dezembro de 2013


Ataque à sede da polícia do Egito é uma legítima resposta das massas ao golpe militar contrarrevolucionário imposto contra a Irmandade Muçulmana e o movimento popular

A sede da bárbara e assassina polícia egípcia na cidade do Delta do Nilo de Mansoura, a 110 km ao norte do Cairo, foi atingida por uma explosão de um carro-bomba na noite desta segunda-feira, 23 de dezembro. Pelo menos 14 policiais morreram, entre eles o chefe da Direção de Segurança assim como agentes militares e civis. Logo após o atentado, o primeiro-ministro egípcio, Hazem Beblawi, classificou a Irmandade Muçulmana (IM), à qual pertence o presidente deposto Mohamed Morsi por um golpe militar de ser uma “organização terrorista”. Na verdade o ataque à sede da polícia foi uma resposta legítima das massas e de suas organizações políticas ao próprio golpe contrarrevolucionário desferido pela alta cúpula das FFAA em um quadro onde a IM foi posta na ilegalidade e seus dirigentes presos enquanto o regime deu liberdade ao odiado Mubarak e todo seu staff político. No apagar de 2013 se polariza a situação política no Egito com a ditadura cívico-militar atacando os mais elementares direitos democráticos dos trabalhadores e a resistência assumindo cada vez mais contornos de ataques a alvos que representam o poder golpista. Tal realidade joga na lata do lixo na história as teses que o Egito foi palco de uma “revolução” e desmoraliza por completo aqueles que apoiaram (como várias correntes revisionistas do trotskismo) o golpe militar apresentando-o como mais um capítulo do suposto “triunfo das massas”!

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013


Dilma anuncia mínimo de fome (R$ 724,00) e a canalha burocracia sindical festeja como um “bom presente de ano novo”!

A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta segunda-feira, 23 de dezembro, que assinou o decreto que reajusta o salário mínimo para R$ 724. O novo valor passa a vigorar em janeiro de 2014 e representa segundo a “gerentona” petista um reajuste de 6,78% sobre o salário mínimo atual, de R$ 678. O cálculo do reajuste do salário mínimo é feito com base na inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e no crescimento do PIB dos dois anos anteriores. Cinicamente, Dilma declarou “O patamar é esse e com esse viés de alta, nós sempre damos essa força ao salário mínimo. O pessoal pode ficar satisfeito antecipadamente porque o salário mínimo vai sofrer um bom reajuste”. O salário mínimo subirá poucos décimos acima da inflação fajuta metida pelo governo (6,6%) e de fato significa que em 1° de janeiro de 2014 ele valerá cerca de 1/4 do necessário para manter uma família, segundo uma cesta básica calculada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (DIEESE). Logo a burocracia sindical corrupta saiu cinicamente a comemorar a quantia miserável, apresentando-a como uma “grande conquista para os trabalhadores”. Segundo o presidente da CUT, o arquipelego Vagner Freitas, “É uma boa notícia de Ano Novo para os trabalhadores e trabalhadoras, resultado de esforços coletivos, do empenho da CUT e de suas entidades filiadas”. Já para a CTB “o anúncio do novo valor para o salário mínimo (R$ 724), feito pela presidenta Dilma consolida uma consistente elevação do ganho real a partir do governo Lula. Os números são incontestáveis e independem de julgamentos políticos”. O valor festejado pela direção da CUT e da CTB não significa nem uma “diária” paga pelos sindicatos aos burocratas que a cada fim de semana participam de “congressos”, fazendo turismo sindical e que não encaminham nenhuma luta concreta. O valor de R$ 724 não atende a necessidade de uma família trabalhadora, sequer repondo o índice real de inflação que gerou uma disparada dos preços nos últimos meses de 2013, o verdadeiro “presente de grego” que os capitalistas e o governo Dilma deram para os assalariados às vésperas do ano novo!

domingo, 22 de dezembro de 2013


Compra dos caças Gripen: Burguesia nacional, orientada por Lula, posiciona-se estrategicamente para a “defesa” diante da ofensiva militar ianque

Completamente mal focado o debate travado na esquerda acerca da compra dos caças suecos Gripen, a decisão histórica tomada pelo governo Dilma (neste caso Lula atuou como o gestor direto da operação) vai bem mais além da questão técnica (bélica) ou mesmo comercial. O acordo pré-firmado entre o Brasil e Suécia, que envolve inicialmente a aquisição de 36 caças Gripen NG, permitirá ao nosso país desenvolver pela primeira vez em sua história (desde o aborto do avançado programa da arma nuclear nacional) um complexo industrial militar de “ponta”, aglutinando tanto a produção de aviões (caças) de combate como de mísseis de longo alcance. O projeto técnico estrutural do Gripen NG não está completamente concluído, permitindo a EMBRAER a inferência em seu desenvolvimento final, o que significará adaptar o caça sueco à realidade geoespacial do território brasileiro. Esta questão não significa apenas um “detalhe técnico”, representa a possibilidade do domínio total de todas as fases das operações do caça pela FAB, desde a manutenção mais básica do aparelho até as manobras de ataque contra qualquer força militar inimiga. Não seria demais lembrar aos defensores da compra do caça francês Rafale pelo governo brasileiro (sem dúvida alguma mais “possante” que o Gripen) que a frota área da Líbia (composta em sua maioria por modernos caças franceses adquiridos por Kadaffi pouco antes de sua derrubada) sequer conseguiu sair do chão para defender o país atacado pela OTAN. Caso similar ocorre na Turquia que “descobriu” que seus modernos caças F18, recém-comprados pelo governo Edorgan, não podem atacar alvos israelenses ou mesmo forças militares da OTAN. A questão fulcral na aquisição de equipamentos bélicos de “ponta” se concentra na transferência total de tecnologia, dos fabricantes para os países usuários. Sem a plena transferência de tecnologia os poderosos artefatos militares não servem para absolutamente nada! Ou melhor, se prestam para auxiliar as manobras militares dos países fabricantes. Somente a SAAB sueca, fabricante do Gripen, abriu esta possibilidade para a FAB, dando um passo além, o da fabricação do próprio Gripen NG em terras tupiniquins sob a parceria tecno-científica da EMBRAER. É bem verdade que a proposta de compra dos caças russos MIG ou do moderno Sukoi, também era interessante para o país, esta foi por sinal a opção da Venezuela ainda sob o comando de Chávez. Mas assim como os imperialistas dos EUA e da França, o governo Putin não abria a possibilidade da transferência de tecnologia das aeronaves. O projeto original do Gripen (dos modelos que já estão operando) foi concebido tendo um único motor de propulsão, de fabricação norte-americana. Com o pré-acordo militar firmado entre Brasil e Suécia, que irritou profundamente a Casa Branca, é muito provável que os ianques suspendam o fornecimento do motor ao Gripen, atualmente nem a SAAB nem tampouco a EMBRAER têm a capacidade de fabricação de um motor supersônico destas características. A alternativa mais viável neste caso seria trazer os motores da Rússia para serem montados no Brasil e nesta variante formar um tripé bélico entre os dois países integrantes do BRICs e a Suécia, que tem relativa independência frente a OTAN.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013


Com a intensa pressão da categoria fracassa a manobra da burocracia da APCEF-CE para impedir o registro da oposição de luta!

Uma semana depois da chapa “Novos Rumos” ter se inscrito no último dia 06 de dezembro para concorrer à direção da APCEF-Ceará, dando assim início à campanha eleitoral nas agências/departamentos da CEF e conquistado amplo apoio da base da categoria, a burocracia sindical ligada a CUT/CTB tentou impor um golpe aos economiários com o objetivo de impedir que a oposição de luta pudesse se apresentar nas eleições que ocorrerão nos dias 06 e 07 de janeiro de 2014. Apesar da chapa “Novos Rumos” ter sido inscrita com 19 companheiros (um bancário a mais do que o exigido no estatuto da entidade), a atual direção “chapa branca” da APCEF decidiu por indeferir o registro da oposição, alegando a “inelegibilidade” de dois membros da chapa. Cinicamente alegaram que estes companheiros não tinham mais de um ano como sócios da APCEF e imediatamente anunciaram em boletim da entidade que a eleição seria de “chapa única”. Tal decisão arbitrária fere o próprio estatuto e foi tomada por membros da APCEF que são candidatos na chapa governista à revelia da comissão eleitoral que sequer estava formada, devido ao desespero da CUT/CTB em perder o controle da APCEF há mais de 20 anos nas mãos do PT. Além disso, esta verdadeira máfia se negou a aceitar a substituição de nomes ou a convocação de uma assembleia geral da categoria para discutir esta decisão absolutamente antidemocrática. Frente ao golpe em curso, a chapa “Novos Rumos” impulsionada pelo Movimento de Oposição Bancária (MOB) e encabeçada pelo camarada Augusto César, militante da TRS, mobilizou a categoria que já estava em alerta para barrar esta manobra. Denunciamos para a base economiária a conduta venal da burocracia sindical e ganhamos a solidariedade nas agências/departamentos dos setores classistas e combativos que de pronto rechaçaram a artimanha montada pelos sindicalistas do PT e PCdoB. Ao lado da intensa pressão da categoria foi impetrado um pedido de liminar para garantir a inscrição da chapa “Novos Rumos”, cuja sentença favorável foi anunciada neste dia 19 de dezembro (ver fac-símile). Esta medida judicial em nosso favor só foi possível porque a mobilização de amplos setores da categoria rechaçando ativamente o golpe demonstrou que seria uma fraude completa realizar as eleições sem a presença da oposição de luta inscrita e que durante a última campanha salarial enfrentou a política de traição e colaboração de classes dos neopelegos da CUT/CTB, ganhando ampla representatividade na categoria.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013


“Todo apoio à greve dos aeronautas! Não a privatização dos aeroportos pelo governo Dilma! Abaixo a divisão da categoria imposta pela burocracia sindical da CUT e da Força!”

O Jornal Luta Operária entrevistou o companheiro Roberto Bergoci, trabalhador da TAM no setor de operação de equipamentos de pista do aeroporto de Cumbica em Guarulhos - São Paulo e militante da Tendência Revolucionária Sindical (TRS), que nos relata as políticas de precarização das companhias aéreas e a resistência dos trabalhadores, além da subserviência da burocracia sindical ligada a CUT e a Força Sindical à patronal, atuando na prática como camisa de força contra o movimento dos trabalhadores. Neste momento os trabalhadores aeronautas e aeroviários se mobilizam em nível nacional contra as políticas de reestruturação e precarização impostas pelas companhias aéreas e o governo do PT. Ataques estes desferidos contra os trabalhadores, impulsionados ainda mais com as privatizações dos aeroportos brasileiros levados a cabo pela “gerentona” neoliberal Dilma. Como resposta, os aeronautas entraram em estado de greve desde o dia 13 de dezembro após a assembleia geral da categoria, podendo deflagrar uma paralisação geral no dia 20/12.

Jornal Luta Operária (JLO) – Como trabalhador da TAM você pode nos relatar com mais detalhes qual a situação da categoria aeronauta e aeroviária nacional?

Roberto Bergoci (RB) - As condições de trabalho da categoria como um todo vem se deteriorando de forma cada vez mais acentuada. As companhias aéreas vêm impondo por debaixo dos panos uma verdadeira reestruturação, basta olharmos a recente demissão de quase mil funcionários da TAM com o intuito de rebaixar salários e cortar benefícios, além de que a rotatividade, o assédio moral e as terceirizações que envolvem estas companhias é gritante, fato que somado ao elevado valor das passagens aéreas garantem a estas empresas uma taxa de lucro enorme. Não por acaso, os pilotos, copilotos e o todo o setor da tripulação aérea estão em estado de greve que pode ser deflagrada neste dia 20 de dezembro. Nós, que militamos como oposição classista nos aeroportuários e trabalhamos dando suporte aos voos em terra, como o carregamento dos aviões, abastecimento de combustível e apoio em pista, estamos dando nossa solidariedade ativa aos companheiros, inclusive mobilizando o conjunto da categoria, desgraçadamente dividida em vários sindicatos para que a paralisação seja vitoriosa!

terça-feira, 17 de dezembro de 2013


“Chacina da Lapa”: Há trinta e sete anos os chacais da ditadura eliminaram o setor da direção do PCdoB crítico à guerrilha Maoista do Araguaia

Seria uma reunião de grande relevância para os rumos políticos do Comitê Central do PCdoB, no dia 16 de dezembro de 1976, há exatos trinta e sete anos, mas as conclusões do encontro clandestino (o mais representativo realizado após o encerramento das atividades da guerrilha do Araguaia) não puderam chegar ao fim devido à brutal ação policial fascista do regime militar contra o que restava da direção partido após a derrota sofrida no norte do país. No centro da pauta do CC estava o debate acerca do balanço político da ação militar guerrilheira do partido, realizada sob orientação ideológica do Partido Comunista Chinês. Não por coincidência a fração dirigente que defendia o “grande acerto” da tática Maoista encontrava-se “refugiada” justamente em Pequim. Estamos falando fundamentalmente de João Amazonas e Renato Rabelo (atual presidente do PCdoB), que juntos se recusavam a fazer qualquer movimento de autocrítica em relação ao Araguaia. Do outro lado geográfico e político estavam Pedro Pomar e Angelo Arroyo, este último comandante e sobrevivente da guerrilha e que vivenciou a morte do dirigente histórico Maurício Grabois no desigual combate militar. Pomar já tinha manifestado para a militância partidária suas diferenças de avaliação política com Amazonas, secretário geral do partido, gerando um profundo “mal-estar” no interior da direção stalinista que não tolerava dissidências. Pomar teria sido chamado para uma viagem de “advertência” a Albânia, não efetivada em função do grave estado de saúde em que se encontrava sua companheira. Como permaneceu no Brasil, Pomar resolveu levar adiante suas posições e dar a batalha de suas ideias no âmbito do CC do partido. Iniciada a histórica reunião do PCdoB no dia 11 de dezembro, na rua Pio XI do bairro da Lapa em São Paulo, terminaria sob o assalto covarde das forças de repressão do regime, levando a morte de Pomar, Arroyo e Drummond, outros cinco dirigentes foram presos e torturados (entre eles Haroldo Lima e Aldo Arantes) e dois não foram presos. Jover Telles e José Novaes saíram da “casa aparelho” em dupla e foram os únicos a escapar do cerco policial. Algum tempo depois a direção do PCdoB imputaria a responsabilidade criminosa do ataque terrorista ao partido na “conta” de Jover Telles denunciado como um “infiltrado” no CC. Segundo esta versão, sustentada por Amazonas, Telles teria sido capturado pelo DOPS dias antes da “Chacina” e negociado sua liberdade em troca da delação do partido. Mas o estranho é que somente em 1983, no sexto congresso do PCdoB, se “oficializaria” a expulsão definitiva do “traidor”, ou seja, quase sete anos após os gravíssimos acontecimentos da Lapa. Seguindo a trilha das “denúncias” de Amazonas contra seus opositores internos nos deparamos com outra acusação, desta vez o alvo seria o líder camponês José Novaes, que ao contrário de Telles e Wladimir Pomar (filho de Pedro e preso na Lapa), resolveu organizar uma dissidência no seio do PCdoB. Diante das circunstancias criadas (e nunca totalmente esclarecidas) em torno da militância de Telles, este decide abandonar a política, Wladimir toma o rumo da socialdemocracia ingressando no PT em 1980. Coube a Novaes, reunindo outros companheiros do PCdoB que estavam em processo de ruptura com o stalisnismo (Ozeas Duarte, Genoino Neto e Jorge Paiva), fundar uma nova organização comunista, que viria a se tornar o PRC em 1984. Mas se não foram os “camaleões” (alcunha atribuída por Renato Rabelo aos dissidentes do PCdoB) os delatores do aparelho da Lapa, a quem mais interessaria a morte de Pedro Pomar e Arroyo? Quem teria de fato “vazado” para os genocidas a informação da reunião que poderia ter mudado a linha Maoista do PCdoB?

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013


Bachelet vence apesar da abstenção recorde de 60% dos chilenos que disseram não à “Nova Maioria” da esquerda burguesa e a velha direita pinochetista

Com uma altíssima taxa de abstenção que chegou aos 60% dos votos dos chilenos em um sistema de comparecimento eleitoral facultativo, o segundo turno das eleições presidenciais deu a vitória a Michele Bachelet com 63% derrotando a representante da direita Evelyn Matthei, que foi Ministra do Trabalho do atual governo de Sebastián Piñera e obteve 37% neste domingo, 15 de dezembro. Em uma prova que a “Nova Maioria” (PS, PDC e PC) asseguraram a continuidade da ordem burguesa, Evelyn Matthei se dirigiu ao comitê de campanha de Bachelet para lhe parabenizar afirmando: “A cidadania manifestou sua escolha e decidiu pela candidatura da nossa adversária. Da nossa parte, nos resta felicitar a vencedora, desejar o melhor para ela durante a gestão e garantir àqueles que votaram pela nossa proposta, especialmente a classe média esforçada deste país, que, apesar do revés de hoje, estaremos lutando, durante os próximos quatro anos, pelas ideias que eles querem ver defendidas”. A mídia burguesa tratou de enfatizar que apesar da abstenção recorde, Bachelet obteve o maior percentual da história das eleições chilenas, superando os 57,98% conseguidos por Eduardo Frei Ruiz-Tagle em 1994. O atual presidente do Chile, o odiado Sebastián Piñera, foi no mesmo caminho de sua candidata derrotada e afirmou “a senhora pode ter a certeza que de nossa parte vai ter uma atitude patriótica, porque além das diferenças, todos queremos o melhor para o Chile (…) Tomara tenhamos um grande governo a partir de março do próximo ano”. Tamanhas “gentilezas” por parte da direita pinochetista se deve ao profundo giro conservador que a “Nova Maioria” deu no segundo turno, aprofundando um programa neoliberal em que já estava baseada a aliança que elegeu Bachelet, tanto que esta respondeu as saudações da direita declarando: “Estão aí as condições econômicas, sociais e políticas, agora é o momento, Chile, finalmente agora é o momento (...) Temos a força cidadã, temos a vontade e a unidade (...) é tempo de combater a desigualdade juntos, é tempo de voltar a crer em nós mesmos. Agora devemos ter uma Constituição nascida da democracia que assegure direito e que se transforme no novo pacto social e renovado de que o Chile precisa”. Na verdade, o segundo governo de Bachelet terá o apoio desde o grande empresariado até o PC, que ingressou pela primeira vez na antiga Concertação (hoje Nova Maioria), frente que representa a base do próprio “pacto social” que a presidente do PS deseja celebrar com a direita pinochetista via a futura Constituição.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Reginaldo Dias, ex-militante do PCO e ativista
Revolucionário Socialista intervém no XI Congresso da Condsef

“Contra os ataques do governo Dilma, organizar a greve nacional dos servidores públicos federais a partir da segunda quinzena de março”

O Jornal Luta Operária entrevistou o companheiro Reginaldo Dias, ex-militante do PCO e ativista Revolucionário Socialista, diretor do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no DF (Sindsep-DF) e delegado eleito pela base ao XI Congresso da Condsef que está sendo realizado em Beberibe (Ceará) desde quarta-feira (11/12) até domingo (15/11). Reginaldo interveio várias vezes no plenário do congresso defendendo um plano de lutas contra os ataques do governo Dilma ao funcionalismo federal e denunciando a farsa do julgamento do “mensalão” pelo STF contra os dirigentes do PT como parte de uma ofensiva reacionária da burguesia contra o conjunto do movimento operário.

Jornal Luta Operária (JLO): Como os servidores públicos federais estão reagindo aos ataques do governo Dilma e a sua política de privatizações e arrocho salarial?

Reginaldo Dias (RD): Nós temos reagido com muita indignação, tanto que no ano passado culminou numa greve que mobilizou milhares de trabalhadores, mas que não contou com a disposição política da direção da Condsef em organizar esta luta. Quase 20 dias iniciada a mobilização ainda não se tinha um comando nacional de greve, mas que apesar da sabotagem das direções sindicais a categoria teve uma enorme adesão em todo o país. A nossa perspectiva é que este congresso consiga marcar o início da greve geral da categoria na primeira quinzena de março do ano que vem, em defesa dos nossos salários, pelo pleno direito de greve que neste momento está sendo ameaçado pelo STF, o órgão supremo da justiça burguesa no país e com o qual o PSTU faz frente no chamado “julgamento do mensalão”.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Direção Executiva da Chapa “Novos Rumos”

MOB lança chapa “Novos Rumos” como alternativa de luta para disputar a direção da APCEF-CE

Os bancários da Caixa Econômica Federal (CEF) deram um importante passo para construir uma alternativa de direção combativa e de luta para a APCEF-Ceará, atualmente controlada pela burocracia sindical, ligada a CUT/CTB. No dia 06 de dezembro foi inscrita a chapa “Novos Rumos” agrupando militantes do Movimento de Oposição Bancária (MOB) e ativistas classistas independentes em um total de 19 companheiros. A inscrição da chapa já foi uma grande vitória da categoria, tendo em vista que nas últimas eleições a oposição foi impedida de apresentar-se devido a uma série de manobras burocráticas impostas pela Articulação (PT), que também nesse pleito não estão descartadas. As lições da última greve, onde a APCEF, a direção do Sindicato dos Bancários e da CONTRAF-CUT traíram abertamente a categoria para blindar o governo Dilma acabaram for forjar uma vanguarda de oposição decidida a enfrentar os pelegos, ainda que a pressão para que vários companheiros saíssem da chapa tenha sido intensa. O companheiro Augusto César, militante da Tendência Revolucionária Sindical (TRS), está encabeçando a chapa “Novos Rumos”, cuja eleição será nos dias 06 e 07 de janeiro de 2014.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013


Ucrânia: Uma reedição no século XXI da “revolução política” saudada por Morenistas e Altamiristas na queda da URSS e do Muro de Berlim?

A estátua de Lênin derrubada em praça pública, bandeiras vermelhas com o símbolo da foice e martelo pisoteadas por grupos fascistas e manifestações exigindo a “unificação” com a Europa. Estas cenas em muito se parecem com o que ocorreu em 1989 na época da derrubada do Muro de Berlim na Alemanha Oriental (RDA) ou em 1991 com o fim da URSS, mas estão se passando nestes exatos dias na Ucrânia, mais particularmente na capital do país, Kiev. O estopim foi a negativa do governo ucraniano, ligado à Rússia de Putin, de se integrar a União Europeia e seu draconiano pacote de ataque às mais elementares conquistas sociais. Quando houve a restauração capitalista da União Soviética e do Leste Europeu, há mais de 20 anos (89-91) ocorrendo exatamente as cenas que hoje se passam na Ucrânia, as correntes revisionistas do trotskismo, como PSTU e PCO, apresentaram estes acontecimentos como uma “vitória revolucionária das massas”. Os morenistas seguem até hoje com esta caracterização e inclusive apresentam as atuais manifestações pró-imperialistas que ocorrem na Ucrânia como parte da “revolução” que derrotou o stalinismo no passado, já que a ligação entre o atual presidente ucraniano Viktor Yanukovich com Putin representaria a manutenção dos laços políticos e econômicos com a Rússia, que ainda influencia parte das antigas repúblicas soviéticas. Já Causa Operária, que hoje critica as posições pró-imperialistas da LIT, finge ser defensista e contra a restauração capitalista, era uma das correntes mais fervorosas na defesa da suposta “revolução política” na RDA e na URSS, posição contrarrevolucionária que inclusive levou a nossa ruptura programática com esta seita revisionista e a fundação da LBI, como iremos recordar para os mais “esquecidos” neste artigo.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013


“Brasileirão” 2013: O nefasto papel da “cartolagem” no declínio de grandes clubes e a mercantilização do futebol nacional

O Campeonato Brasileiro de Futebol, mais conhecido como “Brasileirão”, acabou no último domingo de forma melancólica, com cenas de barbárie no jogo entre Vasco e Atlético-PR e o rebaixamento não só da equipe cruzmaltina, mas também do Fluminense (que havia sido campeão no ano passado), ambos se juntando ao Náutico e Ponte Preta na ponta de baixo da tabela, muito embora ironicamente a “Macaca” paulistana possa ser campeã da Sul-Americana, em uma prova cabal de que resultados “positivos” não necessariamente significam um bom futebol. O Botafogo, que conseguiu literalmente no último minuto se manter no G-4 ao lado de Cruzeiro, Grêmio e Atlético-PR, depende deste resultado para saber se tem vaga na Libertadores, ou seja, o “Glorioso da Estrela Solitária” ainda pode ficar fora da mais importante competição latino-americana, apesar de ter garantido a vaga entre os quatro “melhores”. A chamada “Pátria de Chuteiras”, como dizia Nelson Rodrigues (expressão contestada por João Saldanha), viu o esporte predileto do povo brasileiro cada vez mais sem brilho, sem craques, sem arte e entregue às negociatas. O Cruzeiro, cujo presidente de fato, o senador mineiro Zezé Perrella, é acusado de comandar um pesado esquema de tráfico de cocaína via episódio do “helicóptero do pó”, foi campeão antecipado, demonstrando a falência de um modelo de disputa que privilegia os resultados arrumados e não os melhores times com seu futebol arte. Definitivamente, às vésperas da realização da Copa do Mundo, o futebol brasileiro parece que entrou definitivamente no “padrão” que a FIFA quer impor a todos os clubes do mundo, ou seja, transformá-los em empresas que apenas buscam o lucro fácil em cima do esporte mais popular do planeta. Isto significa mergulha-los nas águas profundas e escuras da “cartolagem” e dos não menos obscuros “grandes negócios” capitalistas envolvendo os próprios clubes, empreiteiras, patrocinadores e, claro, os interesses monopolistas da “famiglia Marinho” pelos direitos de transmissão dos jogos. Nos últimos anos a influência dos “cartolas” cresceu de forma bastante acentuada, o que paradoxalmente vem corroborando com o declínio técnico de grandes equipes do futebol brasileiro. Por outro lado, o caráter “perfeito” e “idílico” da Copa do Mundo difundido pela FIFA e a mídia “murdochiana” esconde o lado podre das transações comerciais entre clubes e grandes corporações nacionais e estrangeiras que colocam para “escanteio” o futebol como paixão popular e fenômeno de massa: clubes à beira da falência, desorganização do calendário das competições, escândalos abafados, corrupção e o inextrincável e mafioso sistema político arquitetado pela CBF para manter seu domínio absoluto sobre o futebol no Brasil. Só para ilustrar, os números das dívidas dos clubes com a União são bastante altos (em milhões): Flamengo (629,8), Botafogo (525,7), Atlético-MG (409,7), Fluminense (400), Vasco (382,6), Corinthians (240,4), São Paulo (238,7), Grêmio (175,8), Santos (172,5), Internacional (153,1), Cruzeiro (109,3)... Por estas razões grandes clubes como Fluminense e Vasco foram melancolicamente rebaixados à segunda divisão ao lado de uma brutal queda de rendimento de outras grandes equipes ao longo do campeonato (Botafogo, Internacional, Corinthians...). Desgraçadamente o futebol brasileiro vive sob a nefasta equação clubes falidos/cartolas milionários/resultados pífios, um retrato fiel do que é a própria sociedade capitalista decadente.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013


O livro lixo de Tuma Jr: Suas “meias verdades” e uma falsificação inteira da história a serviço do desespero eleitoral da direita

A direita tupiniquim está alvoroçada com o lançamento do chamado “livro bomba”, cuja autoria de Romeu Tuma Júnior traz de volta a cena política personagens do período mais obscuro do regime militar. Com o título “Assassinato de reputações - um crime de Estado” (escrito em parceria com o jornalista “agente” Cláudio Tognolli) o filho do falecido “chefão” do DOPS, Tuma Jr, afirma em tons de denúncia bombástica que Lula, nos anos 70, teria colaborado com órgãos de informação da ditadura. Bastou esta “informação literária” do delegado que já ocupou o cargo de Secretário Nacional de Justiça, durante o governo da Frente Popular, para que os expoentes máximos da reação no país passassem a exigir a presença do ex-presidente Lula na Comissão Nacional da Verdade. Figuras patéticas como o drogado Lobão e a escória de Reinaldo Azevedo, patrocinados pelo esgoto da “VEJA” associada a “FOLHA” e inflados com o sinistro desfecho da Ação Penal 470, agora querem encurralar Lula pensando que “descobriram a pólvora”. A suposta denúncia contra Lula, que também envolve o assassinato do prefeito petista Celso Daniel, veio mais uma vez de “fogo ex-amigo”, neste caso de um integrante do alto escalão do Ministério da Justiça. É a “ampla” política de “alianças” rendendo novamente seus “frutos”. O pai do debutante “escritor”, antes de morrer tinha iniciado uma trajetória de aproximação com o PT, trocando o PFL pelo PTB, partido membro da base “aliada”. O senador Romeu Tuma e o delegado Sérgio Paranhos Fleury, o mais conhecido matador e torturador da ditadura, eram parceiros e juntos cada um ao seu tempo mandaram no DOPS, sendo que Tuma, além de ter sido eleito senador por muitos anos, foi anteriormente superintendente da Polícia Federal no Governo do ex-presidente José Sarney. Lula sempre avalizou a trajetória de Tuma, no governo da Nova República ou no Parlamento, afirmando reiteradas vezes que nunca sofreu tortura ou perseguição por parte do “chefão” do DOPS. Tanto é assim que nomeou o filho do senador “delegado” para um posto privilegiado em seu governo. Quanto a “bomba revelação” de Tuma Jr não se trata propriamente de uma “novidade”, já que é de domínio público que Lula integrou pela primeira vez a diretoria do sindicato dos metalúrgicos do ABC, em 1972, pelas mãos de um pelego interventor nomeado pela ditadura, o presidente da entidade Paulo Vidal. Posteriormente quando Lula assume a presidência do sindicato dos metalúrgicos em uma gestão de continuidade, não aceita a presença das correntes que ele considerava “comunistas radicais” (como a CS e OSI) no interior das assembleias e plenárias da categoria. Somente quando “explode” uma dinâmica política superior dos metalúrgicos, na primeira greve de 1978, Lula flexiona politicamente à esquerda passando a criticar o que classificou de “autoritarismo militar” vigente no Brasil.

domingo, 8 de dezembro de 2013


Opção do PPS por Campos tem o “dedo” atuante de Serra para afundar a candidatura de Aécio “Névoa” de pó

Aconteceu o que a cúpula tucana não esperava, o congresso nacional do PPS (realizado ontem 07/12) deliberou por ampla maioria apoiar a candidatura do governador Eduardo Campos ao Planalto. O dono do PPS, deputado federal estranhamente eleito por São Paulo, Roberto Freire, seguiu fielmente a orientação do seu “patrão” José Serra e retirou o apoio anteriormente anunciado ao senador tucano Aécio Neves (encurralado pelo escândalo da cocaína dos Perrella). Freire tinha tentado filiar Marina Silva logo após o TSE inviabilizar a legalização do REDE para 2014, o objetivo seria formar uma chapa presidencial entre Marina e Serra sob as “asas” do PPS. Com a chamada “filiação democrática” de Marina ao PSB, Freire saiu “atirando” contra o REDE, chegando a declarar o apoio de seu partido ao PSDB. Mas a “acomodação” de Serra no ninho tucano não está fácil e os ressentimentos políticos e financeiros contra FHC e sua anturragem falaram mais alto, levando Freire para a trincheira eleitoral da dupla Eduardo&Marina sob as ordens do seu “chefe”. No começo deste ano Serra tentou fundar um novo partido, o MD (fusão do PPS com o PMN), negociando uma saída “amigável” com o PSDB, mas a cúpula tucana vetou a liberação da “verba” para a criação do novo partido. Serra foi obrigado a permanecer na legenda, mas prometeu “vingança” aos decanos do PSDB, pois afinal teria direito a sua parte das “comissões” da privataria tucana depositadas em paraísos fiscais da América Central. A guinada do PPS em direção a Campos soma-se à decisão do governador tucano do Paraná, Beto Richa, que recentemente declarou seu apoio ao “bloco” PSB&REDE na corrida presidencial. O que deve-se abstrair de mais importante destes últimos fatos políticos, mais além dos mesquinhos interesses pessoais dos “caciques” desta ou daquela sigla, é que o setor mais conservador “oposicionista” da burguesia nacional já descartou a possibilidade de caminhar com Aécio (mesmo permanecendo estacionado em segundo lugar nas pesquisas eleitorais), apostando todas suas fichas na alternativa Eduardo&Marina como a “segunda via” para derrotar a sequência de governos da Frente Popular.