segunda-feira, 15 de julho de 2013


“Revolução made in USA” no Egito: Um gabinete golpista escolhido “a dedo” pelo imperialismo ianque

Duas semanas após o golpe de Estado que derrubou o presidente egípcio Mohamed Mursi, a alta cúpula militar conseguiu montar o chamado “governo de transição”, buscando dar um “rosto” civil a suas marionetes. A figura escolhida mais “celebrada” pela Casa Branca foi o vice-presidente, Mohamed El Baradei, ex-chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), agraciado com o Prêmio Nobel da Paz em 2005 justamente por ter colaborado com a agressão militar dos EUA ao Iraque, acusando falsamente o país de ter armazenado armas de destruição em massa. Homem de larga confiança do imperialismo, ele participou da equipe de negociação que levou ao humilhante acordo de Camp David com Israel, assinado por Anuar Saddad em 1979. Ao lado de El Baradei, o Conselho Supremo das FFAA (CSFA) indicou representantes da “fina-flor” da burguesia egípcia, homens que já serviam de várias formas aos interesses norte-americanos no país durante a longa gestão de 30 anos de Mubarak e após sua queda, no período dito como “revolucionário”. O presidente interino, Adli Mansour, era chefe da Corte Constitucional, já o atual premier, Hazem el-Beblawi, é um economista liberal que nomeou como ministro das Finanças, Ahmed Galal, doutor pela Universidade de Boston e conhecido porta-voz dos grandes bancos e transnacionais estadunidenses. Um ex-embaixador do governo Mubarak do Egito nos EUA, Nabil Fahmy, foi indicado para o cargo de ministro das Relações Exteriores em uma demonstração de alinhamento integral com as posições ianques no cenário internacional. Nas FFAA, tudo fica como está desde que se iniciou a “transição” operada com sucesso pela Casa Branca em 2011. Apesar de setores da “esquerda” terem apresentado o golpe militar como uma “vitória das mobilizações populares”, o que se observou foi a deposição pelas FFAA do governo eleito da Irmandade Muçulmana (relativamente frágil e sem a confiança integral do Pentágono, apesar de todos os esforços do presidente deposto), impondo um gabinete golpista escolhido “a dedo” pelo imperialismo ianque.


Em discurso para militares neste domingo, 14/07, o chefe do Exército, general Abdel Fattah al-Sisi, que dirigiu o golpe contra Mursi, cinicamente justificou a ação alegando que o presidente deposto havia perdido a legitimidade por causa das manifestações de massa. Al Sisi se proclama literalmente um “defensor da democracia e soldado do povo!” Desgraçadamente, esta “tese” montada e operacionalizada com sucesso nos gabinetes da CIA em conluio com a oposição burguesa (Frente de Salvação Nacional) até então liderada por El Baradei e o ex-secretário geral da Liga Árabe, Amr Moussa (homem que orquestrou a agressão da OTAN a Líbia e o isolamento diplomático da Síria ao lado das petromonarquias) é aceita por uma série de correntes políticas de “esquerda”, inclusive pelos revisionistas do trotskismo (LIT, PO, CMI), que chegaram ao delírio de apresentar o apoio de parte da população aos militares como sendo “a segunda revolução no Egito”. Junto destes canalhas, também se encontra em festa a Casa Branca! Para celebrar a escolha do “novo gabinete”, o vice-secretário de Estado norte-americano, William Burns, irá visitar o país nesta semana para se reunir com membros do novo governo interino, enquanto a Embaixada dos Estados Unidos reabriu suas portas nesta segunda-feira, 15/07, depois de ter suspenso as atividades em 30 de junho, em um sinal claro de apoio aos golpistas. Mas, os gestos de gratidão dos EUA com as FFAA não pararam por aí. O Pentágono confirmou neste final de semana, após a nomeação de El Baradei como vice-presidente do Egito, a manutenção de seu apoio militar integral ao país, tanto que irá entregar quatro caças F-16 nos próximos dias, como parte do pacote de “ajuda” de US$ 1,5 bilhão aprovado em 2010, que incluía 20 caças F-16. Oito dos aviões foram entregues em janeiro, outros quatro devem ser enviados nas próximas semanas e os oito restantes chegarão até o fim deste ano. Bastam esses dados para desmascarar a “tese” furada patrocinada pela esquerda canalha. Definitivamente, o Pentágono não iria entregar caças de guerra ultra-avançados a nenhum governo parido de uma “revolução”... a menos que essa revolução fosse um delírio de nossos revisionistas e na verdade uma Junta Militar controlasse o país com marionetes a serviço da Casa Branca, o que é justamente o que estamos vendo no Egito hoje!

Lembremos que o Egito é (e continua sendo!) o segundo principal destino da “ajuda” militar do EUA, recebendo cerca de US$ 1,5 bilhão por ano, só perdendo para Israel, sendo um dos poucos países do mundo árabe que mantém relações diplomáticas com o enclave sionista, relação firmada pelos vergonhosos acordos de Camp David que El Baradei participou como negociador. O Egito possui a quarta maior frota do mundo de jatos de combate F-16 (240) e a sétima, de tanques (4.000). Os que estão usando essas e outras armas (inclusive o armamento antitumultos fabricado nos EUA) são treinados pelo Pentágono, que a cada dois anos envia 25 mil soldados para exercício militar no país árabe. Já a insuspeita Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos anunciaram empréstimos de US$ 8 bilhões que têm como objetivo cobrir uma parte do déficit de US$ 21 bilhões anuais. Essa ajuda é bastante concreta!!! Quando a Irmandade Muçulmana levou milhares de pessoas às ruas na semana passada para protestar contra o golpe, em um momento delicado para o imperialismo e seus aliados no país já que o “gabinete de transição” ainda não estava formado, sendo mortos mais de 50 partidários de Mursi pelo exército em um só dia, os EUA saíram em socorro das FFAA egípcias e enviaram dois navios para a costa do país no Mar Vermelho (algo semelhante à operação “Brother Sam” desferida pela Casa Branca temendo a resistência a deposição de João Goulart no Brasil nos anos 60). Mantendo o “protocolo” de sempre para enganar tolos, o comandante James Amos, da Marinha dos Estados Unidos, destacou que os EUA enviam “preventivamente” navios da Marinha para a região de países em crise, com o fim de “proteger ou evacuar cidadãos norte-americanos ou participar nos trabalhos de assistência humanitária”. Os dois navios formam parte de um grupo que patrulha a zona do Oriente Médio, desde o mês de maio, devido à crise com o Irã. Em todo esse processo o secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel sempre esteve em “contato próximo” com o general egípcio Abdel-Fattah al-Sisi. Ele é um homem de confiança do Pentágono, o qual aperfeiçoou seus “talentos” na Academia de Guerra dos EUA em Carlisle (Academia Militar na Pennsylvania), ex-comandante da inteligência militar, principal interlocutor de Israel, indicado pelo presidente Mursi há menos de um ano, para o posto de comandante militar e ministro da Defesa. Há cinco meses, dia 11 de fevereiro, Sisi foi convocado pelo general James Mattis, comandante do Comando Central dos EUA, cuja área inclui o Egito, porque tem “influência estabilizadora no Oriente Médio”, sobretudo no confronto em Gaza. Na agenda do encontro (com a embaixadora dos EUA no Cairo, Anne Patterson, presente), “a cooperação militar EUA-Egito”, no contexto da “instabilidade política” no Cairo. As mais recentes gigantescas manifestações em favor de Mursi deixam evidente que a tão falado “apoio popular” à ação do exército, na verdade, representou o apoio de um setor das massas aos generais financiados e ligados diretamente ao Pentágono no lastro da desilusão com o governo do Partido da Justiça e Liberdade e diante da profunda confusão política e ideológica que permearam os protestos, carentes de uma direção classista e de um programa revolucionário e anti-imperialista. Frente à repressão aos militantes da Irmandade Muçulmana os revisionistas se calaram em um apoio tácito à ação militar ou a apoiaram abertamente, trilhando assim o mesmo caminho fétido de quando saudaram os bombardeios da OTAN em apoio aos “rebeldes” na Líbia e agora pedem armas aos EUA para combater Assad na Síria!

Longe de uma rebelião popular, estamos vendo um processo diretamente planejado pelos EUA, via CIA e outras agências ianques, de aberta manipulação do legítimo descontentamento das massas com o governo burguês da Irmandade Muçulmana. Basta ver que no “período revolucionário”, os militares que mantiveram o regime de Mubarak durante 30 anos a serviço dos EUA foram os mesmos que garantiram a “transição ordeira e pacífica” que Obama desejava no Egito, quando a revolta popular de 2011 derrubou o desgastado e senil Mubarak , processo falsamente apresentado como uma “revolução democrática triunfante” pelos revisionistas. Depois estes generais se associaram momentaneamente a Mursi para controlar o processo de transição, apesar de terem fraudado as eleições e buscar impor um candidato da alta cúpula militar no segundo turno (não puderam seguir em seu intento de retornar diretamente ao governo naquele momento pela instabilidade que isto provocaria). Agora, depuseram Mursi, quando seu governo enfrentou os protestos da oposição burguesa tradicional associada ao funcional Movimento Tamarrud (Rebelião), grupo pequeno-burguês democratizante que carece de um programa antissionista e anti-imperialista, deixando o movimento de massas refém dos militares. O pedido de impeachment de Mursi antes do golpe foi impulsionado pelo Tamarrud com o apoio velado dos militares e o suporte dos órgãos de inteligência ianque via Facebook manipulado pela CIA, que incentivaram a coleta das assinaturas (15 ou 20 milhões colhidas em tempo recorde). O Tamarrud convocou um protesto no dia 30 de junho contra o governo Mursi, quando as FFAA diretamente orientadas pelos estrategistas do Pentágono saldaram o ato pela “revolução”, com seus helicópteros com bandeiras nacionais sendo aplaudidos em plena Praça Tahrir. O general Abdel Assis já havia declarado dias antes do protesto o desejo de que Mursi renunciasse. O chefe do Exército deu um ultimato para que o presidente abandonasse o governo em 48 horas. Em paralelo, o líder do Tamarrud foi de novo à TV, onde contava com ampla cobertura da mídia, afirmou que a declaração do Exército era a culminação do movimento revolucionário e que Mursi deveria renunciar. Essa confluência de objetivos, nada casual, demonstra a capitalização do descontentamento popular com o governo Mursi para dar lugar a um governo abertamente pró-imperialista montado pelas FFAA. Neste contexto, não temos a menor dúvida que o movimento Tamarrud, que serviu para dar cobertura de “esquerda” a essa política reacionária estava também infiltrado pelos órgãos repressivos e agentes do imperialismo, operação que foi em muito facilitada pela política socialdemocrata da “esquerda” que gravita em torno do neonasserismo.

Outra questão que joga luz no debate sobre o golpe de estado no Egito é a posição de Israel frente à deposição de Mursi. Não resta dúvida que o governo da Irmandade Muçulmana no Egito estava buscando uma aproximação com o enclave sionista, tanto que negociou o acordo de “cessar fogo” entre o Hamas e Netanyahu no final do ano passado, acordo monitorado diretamente pela então Secretária de Estado, a “madame” Hillary Clinton. Mursi também rompeu relações diplomáticas com a Síria e formou parte do grupo de “amigos” dos EUA organizado pelo Catar contra Bashar Al-Assad, inclusive apoiando a criação de uma zona de exclusão aérea, o que favorece a estratégia da OTAN de bombardeios aéreos. Porém, esses “gestos de boa vontade” não foram suficientes para que seu governo fosse tido como da confiança integral dos EUA e Israel, já que sua base social era justamente de muçulmanos islâmicos que defendem o fim do enclave sionista, inclusive com seus partidários chegando a ocupar a embaixada israelense no Cairo em setembro de 2011 em repúdio aos ataques do enclave sionista aos palestinos na fronteira com o Egito e contra o muro erguido recentemente ao redor do prédio! Esta foi uma das razões centrais da deposição de Mursi, substituído pela Junta Militar em um processo que teve apoio de um setor das massas, completamente carente de um programa revolucionário e de uma direção classista! Os acordos entre o imperialismo, a Irmandade Muçulmana e as FFAA estavam extremamente fragilizados em virtude da instabilidade do regime político. Nestes marcos, a Casa Branca resolveu recorrer diretamente aos seus velhos generais aliados desde Anuar Saddad e Hosni Mubarak na tentativa de estabilizar a situação política interna. Obviamente, para conseguir tal objetivo o imperialismo e as FFAA se apoiaram em um sentimento de descontentamento popular com o governo Mursi, preparando uma saída ainda mais à direita para a crise do regime político parido da “revolução”, o que não tem nada de progressivo, como vendem os revisionistas do trotskismo e setores reformistas ligados ao stalinismo. O alto-comando militar encastelado no poder desde Sadat e Mubarak sempre esteve alinhado com os objetivos estratégicos do imperialismo ianque, tendo em vista que é diretamente financiado e orientado pelo Pentágono. O exército egípcio é cúmplice histórico dos massacres ao povo palestino perpetrado por Israel. Na verdade, com o Conselho Supremo das FFAA perpetrando o golpe militar se aprofundou ainda com maior força o alinhamento político e militar do Egito contra a Síria e o Irã, já que os generais colaboram diretamente com os planos da OTAN! Embora o primeiro-ministro israelense Netanyahu tenha ordenado os seus ministros a não fazer qualquer declaração sobre a medida do Exército egípcio de derrubar Mursi, a cúpula da segurança sionista viu com simpatia o golpe de estado. O general Amos Yadlin, antigo chefe da Diretoria da Inteligência Militar das Forças de Defesa de Israel (FDI) e diretor do “Instituto de Estudos sobre Segurança Nacional”, a parceria estratégica, que Tel Aviv espera restaurar com o Egito após a queda do regime de Mursi, é o recrutamento do Egito para apoiar Israel, outra vez, a enfrentar desafios estratégicos como o perigo do “terrorismo” palestino, para trabalhar em conjunto contra os movimentos de “jihad global” e a “ameaça iraniana” (Site Vermelho, 12/07). A queda de Mursi foi um sério golpe no Hamas, que mesmo domesticado, é um dos alvos prioritários de Israel. O enclave sionista claramente caracteriza que o controle do governo do Egito pelas FFAA e seus aliados civis da mais alta confiança da Casa Branca, como El Baradei, contribuirá com o reforço da posição ianque no Oriente Médio e norte da África, o que contribui também para o alcance dos objetivos israelenses na Síria.

Apesar de todas estas evidências do avanço da contrarrevolução no Egito, revisionistas saudaram o golpe militar como um “triunfo popular”. A LIT declarou “Morsi caiu! Grande vitória da mobilização do povo egípcio!” (Site LIT, 03/07) enquanto o PO argentino comemora em letras garrafais em seu site “A segunda revolução egípcia” (Partido Obrero, 04/07). Já a Esquerda Marxista, ligada a CMI de Allan Woods, pateticamente nos quer fazer acreditar que no “Egito: Morsi foi derrubado pelo movimento revolucionário”. Todas estas posições são “herdeiras” que nos apregoam que no Egito está em curso uma “revolução”. Se a primeira revolução foi democrática, agora estamos vendo sua segundo fase, a socialista... acreditem comandada por generais reacionários a soldo do Pentágono! O desenrolar dos últimos acontecimentos é uma prova cabal do que afirmamos anteriormente: não houve qualquer “revolução” no Egito, mesmo democrática! Ao contrário, estamos vendo a volta da Junta Militar diretamente ao governo. Entretanto, as ácidas lições a serem apreendidas no Egito não param por aí. O fato de um amplo setor das massas apoiar as FFAA pró-imperialistas significa que na ausência de um programa e de uma direção revolucionária o “povo na rua” pode apoiar saídas reacionárias. Por esta razão está cada vez mais difícil os revisionistas sustentarem o delírio de que a “revolução avança”, já que as FFAA estão reprimindo os partidários de Mursi nas ruas (já chegam a 100 mortos) e o gabinete é formado por gente do calibre de El Baradei, homem de confiança da Casa Branca! Apesar disso a LIT nos diz: “Estamos diante de uma imensa vitória das massas, que a entendem e a festejam como tal nas ruas e praças de todo o país. É uma vitória porque o elemento determinante da derrota de Morsi foi a colossal mobilização das massas. Com este fato, o regime militar, embora não destruído, sai claramente debilitado, à medida que os militares viram-se obrigados a sacrificar outro governo servil a seus interesses, primeiro o de Mubarak e agora o de Morsi. Tiveram que fazer isso não por livre opção, mas para tentar aplacar uma mobilização popular a nível nacional, superior à que derrubou Mubarak, e assim salvar seu regime” (Sitio LIT, 03/07). Os farsantes da CMI, ainda mais “espertos”, proclamam que “Apesar de todo o falatório sobre um ‘golpe militar’, a verdade é que os generais do exército apenas intervieram no último minuto para prevenir uma derrubada revolucionária que teria comprometido não apenas a posição do presidente e da Irmandade Muçulmana (uma seção da classe capitalista), mas o estado capitalista e o sistema capitalista como um todo” (EM, 15/07). Pela lógica destes filisteus, a Junta Militar alinhada com o Pentágono depor um governo burguês islâmico eleito porém fragilizado e dar um golpe de estado é uma revolução! Esta tese demonstra que a LIT e seus irmãos da grande “família” revisionista mais uma vez se aliam à reação burguesa em nome da falsa “revolução”, chegando ao ponto de apregoar que a ascensão dos generais reacionários ligados diretamente ao Pentágono será uma “vitória das massas populares”. Não nos cansamos de afirmar: a estranha aliança entre militares e um setor das “massas” em apoio ao golpe militar demonstra que na ausência de um partido comunista e de um programa revolucionário o movimento de massas pode girar à direita, já vimos tais fatos ocorrerem na Alemanha com o surgimento de nazismo e com as comemorações na queda do Muro de Berlim e do fim da URSS. Como leninistas não fazemos nenhum tipo de fetiche teórico da espontaneidade das massas, ainda mais na ausência de norte programático e inexistência de uma direção classista e revolucionária. Reafirmamos que sem o protagonismo histórico do proletariado o movimento das massas pode facilmente girar à direita e convergir com interesses reacionários das classes dominantes.

Agora que a repressão do exército de abateu sobre um setor das “massas” que apoia Mursi e Obama deu sinal verde para o “governo de transição” fica insustentável a posição destes calhordas que enlameiam o nome do trotskismo. Neste momento é crucial manter a total independência política entre os bandos burgueses e levantar um programa anticapitalista que esteja voltado a barrar o golpe militar. O próprio “governo de transição” ofereceu ministérios para os setores mais “moderados” da Irmandade Mulçumana, que ainda exige a volta de Mursi e flerta com a posição de convocações de novas eleições. Nenhuma destas vias é uma alternativa progressista, pois novas eleições sobre este regime golpista serão uma farsa completa, como as que ocorreram em Honduras ou no Paraguay. Mais do que nunca, é necessário chamar a derrubada do “novo governo” golpista pela via da ação direta das massas, convocando atos e manifestações em frente única com a Irmandade Muçulmana e os setores populares que se opõem ao golpe, construindo comitês de autodefesa contra a repressão estatal. Nesta senda, os marxistas leninistas buscam pacientemente demonstrar a necessidade de levantar um programa revolucionário a fim de que proletariado imponha suas próprias demandas de classe, sem estabelecer nenhuma “unidade tática” com a cúpula das FFAA e El Baradei, que estão abertamente a serviço do imperialismo ianque!