quinta-feira, 4 de abril de 2013


Yoani Sánchez é saudada pelo assassino do Che em seu encontro com os Gusanos em Miami!

O “périplo” da blogueira da CIA, Yoani Sánchez, chegou finalmente a Miami (EUA) neste começo de abril, onde foi recebida com festa pela fina flor dos contrarrevolucionários gusanos. Recebeu a chave da cidade e teve um encontro “reservado” com o agente da CIA, Félix Rodriguez, que identificou e deu a ordem para assassinar Che Guevara em 1967 na Bolívia. Ex-integrante da polícia secreta do ditador Fulgencio Batista, Rodriguez foi enviado pela CIA à Bolívia para supervisionar as operações de cerco a Guevara. Hoje ele é um dos dirigentes da Associação de Veteranos da Baía dos Porcos (Brigada 2506), grupo de renegados que vive em Miami e tramam pela queda de Cuba. A presença de Yoani em Miami foi saudada pelo covarde assassino de Che (Ver Vídeo) como uma pessoa “admirável”: “Nós manteremos a mão dura com o regime de Castro, não resta a menor dúvida. Yoani está fazendo um trabalho extraordinário pelo mundo afora em favor da liberdade de nossa pátria! O dano que ela está fazendo ao governo de Cuba é grande. Devemos recebê-la com orgulho e o carinho que ela merece, é uma pessoa extraordinária e um pilar importante para a liberdade de nossa pátria” (Sul21, 02/04). Como se vê, o espectro de fãs da mercenária Yoani Sanchez é amplo, vai desde a socialdemocracia, passa pelos gusanos contrarrevolucionários de Miami e se estende vergonhosamente até os renegados do trotskismo do PSTU-LIT!

O mais repugnante desta “confluência” é que os argumentos do assassino de Che são absolutamente os mesmos esgrimidos pelo PSTU. Enquanto Félix Rodriguez ataca violentamente a “sanguinária ditadura cubana”, o site da LIT publica um artigo de Cecília Toledo, intitulado “Yoani Sánchez e a falta de democracia em Cuba”, em que ela relata sua “viagem ao país de medo” referindo-se a Cuba e vocifera: “Ao tentar calar a boca de Yoani, estão tentando ocultar aquilo que já não dá mais para esconder: que o regime cubano não é um regime que se sustenta com o apoio das massas, mas com força de uma ditadura, a única que ainda sobrevive em todo o continente americano” (site LIT, 28/03). Em demonstração clara que defende a democracia burguesa, em sua “versão” mais reacionária, contra Cuba, a dirigente do PSTU ainda reclama do “Silêncio de Dilma”: “Com isso, o PT, que diz defender os direitos humanos, torna-se conivente com um regime que os pisoteia, onde não há liberdade de expressão, onde a mínima crítica ao regime é motivo para prisão arbitrária, onde presos políticos são obrigados a fazer greve de fome durante meses para serem ouvidos pelas autoridades” (Idem). Não por acaso, no Brasil, o PSTU se uniu a Bolsonaro, Caiado, Alckmin e Aécio, ou seja, a fina flor da direita mais reacionária, para defender a suposta “liberdade de expressão” reivindicada por Yoani! Não por acaso, os morenistas agiram da mesma forma quando saudaram recentemente o arquirreacionário STF, junto com a Rede Globo, a Veja, o PSDB e o DEM, depois do “Supremo” condenar uma parte do núcleo histórico do PT (Dirceu, Genoíno, Delúbio e João Paulo) na farsa do julgamento do chamado “mensalão” em nome da defesa da suposta moralização do Estado burguês!

Para o PSTU-LIT não importa que a blogueira seja agente da CIA, patrocinada pela SIP e saudada entusiasticamente pelo assassino de Che Guevara, o importante é que ela ajuda na luta contra a “ditadura totalitária” em Cuba. Desta forma os morenistas demonstram mais uma vez que se encontram no campo político e militar oposto à trincheira dos combatentes que se reivindicam anti-imperialistas. Para este partido que defendeu a frente com a OTAN na Líbia em nome da “democracia” e agora reivindica a vitória dos “rebeldes” armados pela CIA e o Mossad na Síria contra a suposta “ditadura sanguinária de Assad”, nada mais normal que se postar ao lado de Yoani e declarar que ela “faz uma crítica correta a partir de um fato concreto: a ausência de liberdade de expressão e organização em seu país”.

Como confirma o próprio assassino de Che dizendo literalmente que “hoje a luta é diferente e os tempos mudaram” (Ver Vídeo), a opção do imperialismo ianque no momento é fomentar a “reação democrática”, ou seja, minar as bases do Estado operário “por dentro”. Daí a importância de gente como Yoani Sanches e as “Damas de Branco”. A Casa Branca inspira-se na própria dinâmica política da mal-chamada “revolução árabe”. Fornecendo milhões de dólares a grupos contrarrevolucionários (Igreja católica, Damas de Branco, Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional etc.) assim como Yoani Sánchez, o Pentágono pretende criar uma alternativa política ao castrismo capaz de se alçar como direção do processo de restauração capitalista em Cuba, para transformá-la em mais um território aberto para seu capital. O governo dos EUA, cujo objetivo abertamente expresso é uma mudança do regime em Cuba por meio do financiamento de uma oposição interna, fez de Yoani Sánchez sua prioridade. Considera, em documentos confidenciais publicados pelo Wikileaks, que “Yoani Sánchez pode desempenhar um papel a longo prazo em uma Cuba pós-Castro”. Através das organizações contrarrevolucionárias cinicamente apresentadas como paladinas da defesa da “democracia” e dos “direitos humanos”, os EUA infiltram agentes da CIA no território cubano, colocando toda a infraestrutura necessária para espionar, sabotar e organizar motins contra o Estado operário. Vale-se também de medidas econômicas como o criminoso embargo mantido contra Cuba durante décadas e de novas pressões como o impedimento de famílias cubanas que moram nos EUA de enviarem dólares para seus parentes, a expulsão de 14 diplomatas cubanos dos EUA, a prisão de cinco cubanos na cidade de Miami acusados de espionagem e até o cancelamento de voos diretos para Cuba.

Para os marxistas revolucionários, a alternativa colocada no horizonte político é estabelecer um duro combate às posições revisionistas e pró-imperialistas, como as expressas pelo PSTU, que já entrega Cuba às garras do capitalismo. Ao mesmo tempo, desmascaramos a falsa “idolatria” que os “amigos de Cuba” de ocasião, como o PCdoB, fazem do regime castrista, identificando-o como o genuíno socialismo. Em resposta ao regozijo do grande capital, as aspirações pró-capitalistas crescentes de setores da burocracia castrista e do sorriso cínico das hienas revisionistas que torcem pela derrubada contrarrevolucionária do regime stalinista e junto com ele as conquistas da revolução, levantamos a necessidade urgente da construção do partido trotskista defensista e conspirativo em Cuba, o único instrumento capaz de deter de forma consequente o retrocesso ao capitalismo. Contra o programa da restauração democrática, do sufrágio universal onde os mais ricos compram e corrompem o poder político, da legalização de partidos burgueses, Ongs capitalistas e do fim da tutela da economia pelo Estado, apregoado pelo governo neoliberal de Dilma e a frente popular petista, defendemos o programa da revolução política proletária, que passa pela defesa incondicional de Cuba e das conquistas da revolução.

Cuba nunca esteve próxima de ingressar em uma etapa histórica do socialismo, a estratégia de limitar as conquistas sociais de sua revolução a própria ilha a fizeram refém da política oficial do stalinismo, na defesa da “coexistência pacifica”. As valorosas iniciativas internacionalistas de Guevara nunca contaram com a simpatia de Castro e tampouco de Moscou, o desastre da guerrilha nas selvas bolivianas foram uma crônica anunciada do abandono político de Che por parte da burocracia governante. No processo da Revolução Sandinista, no final dos anos 70, ficou cristalina a orientação do Castrismo, quando afirmou que “Não transformem a Nicarágua em uma nova Cuba”. Foi a oportunidade perdida de ampliar a revolução para a América Central e desta forma romper o isolamento imperialista. O resultado desta vergonhosa política foi trágico tanto para Nicarágua, como para Cuba. Mas, para a burocracia castrista Cuba pode manter-se como um Estado Operário adequando sua economia socializada, ao “sabor” de cada período histórico, primeiro a dependência a antiga URSS, depois com a “queda do Muro de Berlim” as reformas de mercado e, por último, a criação do cinturão econômico com os governos da centro-esquerda burguesa, como o Brasil e Venezuela. Em resumo, na estratégia castrista a “exportação” da revolução nunca esteve em seu horizonte. Como trotsquistas entendemos que a única possibilidade de um Estado Operário, instaurado pela via revolucionária, conseguir manter as bases de sua economia socializada e romper o cerco do mercado mundial capitalista, é desenvolvendo o internacionalismo revolucionário, ampliando desta forma alianças com regimes que possuam o mesmo conteúdo social. Portanto, para os trotsquistas, a questão fulcral que cruza Cuba, não é o surgimento das “liberdades democráticas”, tampouco “combater” as desesperadas medidas de mercado da burocracia como sendo o fim do regime revolucionário, o centro de nosso programa deve ser a defesa do internacionalismo proletário e a extensão da revolução para todo o continente.