quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Delegação do Comitê Central da LBI chega ao Fórum Social Mundial (Porto Alegre) para defender a luta por uma Palestina Soviética

Teve início neste dia 28 de novembro, em Porto Alegre (RS), o Fórum Social Mundial Palestina Livre. Uma delegação do Comitê Central da LBI se faz presente na atividade, que se encerrará no dia 1º de Dezembro, com a assembleia dos movimentos sociais responsável por deliberar uma série de iniciativas políticas em solidariedade ao povo palestino. Os camaradas Candido Alvarez, André Fava e Marco Queiroz irão defender durante os debates que ocorrerão no Fórum a luta por uma Palestina Soviética, em todo o seu território histórico, baseada em conselhos de operários e camponeses palestinos e judeus. Esta posição se contrapõe à política dos “dois estados” defendida pela ANP e sua representação no Brasil, orientação que na verdade é incapaz de garantir a própria existência de um verdadeiro Estado nacional palestino, como demonstrou a conduta da ANP na ONU ao recuar até mesmo desta reivindicação em busca de chegar a um acordo vergonhoso com Israel e o imperialismo ianque.

Ao centro, André Fava, editor geral das Publicações LBI

A delegação do CC da LBI foi recebida no Fórum pela representante da Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL), Michele Mustafá. Ela nos informou da programação oficial assim como das atividades alternativas, onde temas como a Intifada, o bloqueio de mercadorias produzidas em Israel e a organização da resistência serão debatidos. Apesar das divergências entre a LBI e a FEPAL, ficou acertado que faremos o lançamento do folheto “A Primavera Árabe contra a Intifada Palestina” durante o curso das atividades do Fórum. A publicação da LBI polemiza com as posições do revisionismo do trotskismo e de uma ala do Hamas, ligada ao governo do Egito e que vem se aproximando do Al Fatah dirigido por Abbas. Esta divergência central existe justamente porque a LBI entende a chamada “Primavera Árabe” como um processo que debilita a luta contra o enclave sionista e não o contrário. Não por acaso, as declarações de Netanyahu e Edmund Barak são simpáticas aos “rebeldes” na Síria, que também tem apoio do Qatar, aliado dos EUA.

Marco Queiróz, porta-voz da LBI, Michele Mustafá da FEPAL
e Candido Alvarez, editor chefe do JLO

De nossa parte compreendemos a defesa da causa palestina como integrante da luta contra o imperialismo e pela destruição do enclave sionista de Israel, o que neste momento significa cerrar fileiras em defesa da Síria, do Irã e do Hezbollah, aliados da resistência palestina. Apesar do Fórum Social Mundial Palestina Livre ser homogeneizado pelas posições reformistas, utilizaremos os debates justamente para defender a frente única com todas as forças políticas e regimes políticos que lutam para derrotar as investidas de Israel contra a Palestina. Ao mesmo tempo, denunciamos que a política do governo Dilma e do PT, longe de fortalecer esse combate está a serviço de domesticar a resistência a fim de que se chegue a um “acordo de paz” que não representa os interesses do povo palestino na medida em que preserva a existência do enclave sionista e não permite a edificação de um verdadeiro estado nacional palestino. Não por acaso, o governo brasileiro tem vários acordos comerciais e militares com Israel. Em 2008, Lula assinou o acordo de livre comércio entre Israel e o Mercosul. Este acordo transformou o Brasil em um dos principais parceiros da indústria militar israelense e porta de entrada dessa indústria na América Latina.

A presença da LBI no Fórum Social Mundial Palestina Livre está a serviço de agrupar um pólo internacionalista e anti-imperialista que não se subordine nem à orientação de sua direção reformista e combata os revisionistas do trotskismo, como o PSTU/LIT. Estes dizem defender a Intifada Palestina, mas na verdade apoiam a (mal) chamada “Primavera Árabe”, dando uma cobertura de “esquerda” à sanha neocolonialista na região, como vimos através da brutal intervenção militar da OTAN na Líbia. Desde já nos somamos à campanha pela liberdade imediata dos presos políticos palestinos das masmorras de Israel, como o companheiro Ahmad Sa'adat e declaramos que a genuína vitória do povo palestino somente é possível sobre os escombros do enclave terrorista de Israel!