quarta-feira, 14 de novembro de 2012


Com sinal verde de Obama, Israel ataca a Palestina matando líder do Hamas como parte da estratégia de colocar em marcha seu plano de agressão militar ao Irã

Logo após a reeleição de Obama, Israel promoveu o maior ataque à Faixa de Gaza dos últimos quatro anos. O alvo central dos 60 bombardeios foi o Hamas, tanto que o enclave sionista conseguiu assassinar um importante dirigente político-militar da resistência palestina, Ahmed Jabari, além de deixar outros dez militantes mortos e dezenas de feridos. O governo do enclave terrorista de Israel afirma ter lançado a nova ofensiva em resposta a dezenas de foguetes disparados nos últimos dias por militantes de Gaza contra o sul de Israel e anunciou que os ataques aéreos eram “apenas o início” da operação militar, batizada de “Pilar de Defesa”. O que estamos vendo é uma verdadeira decretação de guerra à Palestina como parte da preparação da ofensiva militar mais geral contra o Irã. Netanuyahu deseja com esta operação militar contra o Hamas fazer um “balão de ensaio” para medir como será a reação dos povos do Oriente Médio ao ataque a Palestina para justamente melhor se organizar a fim de desferir, junto com o imperialismo ianque, uma investida militar contra a nação persa. Estamos vendo o início de uma guerra contra a Palestina e sua resistência (Hamas) que tem como alvo estratégico o Irã!

Israel não descarta a possibilidade de uma ampla invasão terrestre, nos moldes da guerra iniciada em dezembro de 2008. Em anúncio na TV israelense, o nazi-sionista primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse ter enviado “uma mensagem clara ao Hamas e outras organizações terroristas. Se for necessário, estamos preparados para estender essa operação (militar)”. Um vídeo divulgado pelo governo israelense mostra o momento exato do ataque que matou Jabari. O líder viajava em um carro quando, ao se aproximar de uma esquina, um míssil atingiu o veículo, que rapidamente se converteu numa bola de chamas. Não está claro se o disparo foi efetuado por um avião ou um drone de Israel. Jabari é o mais importante líder do Hamas morto por Israel desde a ofensiva de 2008. Ele era uma das figuras mais populares do grupo palestino, responsável pela prisão do soldado israelense Gilad Shalit, em 2006. Uma bomba também destruiu a casa de Mahmoud Zahar, um dos principais fundadores do grupo palestino, mas ele não estava no local. Em sua conta no Twitter, o Exército de Israel ameaçou: “Recomendamos que militantes do Hamas, sejam de baixo escalão ou líderes, não mostrem a cara acima da terra nos próximos dias”. Frente a esta ameaça é preciso desde já organizar a resistência e colocar em marcha a solidariedade ao povo palestino!

O que está claro em meio a esta ofensiva é que ela não é pontual, mas faz parte de um plano do enclave sionista visando uma agressão das potências imperialistas ao Irã, ao mesmo tempo em que visa um compromisso das servis burguesias árabes de isolar o país persa. Nesse sentido, Obama tratou de conversar com Mohamed Mursi, o presidente do Egito parido da transição ordenada batizada de “Primavera Árabe”, buscando estabelecer um grau de compromisso com esta estratégia, já que os EUA mantêm uma bilionária ajuda militar ao Egito, menor apenas a que fornece a Israel. Obama declarou seu apoio a Israel e busca impor um acordo para que os governos dos países árabes não apoiem o Hamas e o Irã, ressaltando em sua conversa com Mursi, que o Egito tem “um papel central na preservação da segurança regional”, leia-se na preservação de Israel. Já o embaixador sionista em Washington, Michael Oren, declarou que “Estamos em estreita coordenação e comunicação com o governo dos Estados Unidos”, afirmando ainda que conversaram por “quase uma hora” com Obama, em uma demonstração clara de que se trata de um plano conjunto. Em janeiro, Netanyahu deve ser reeleito e, junto com Obama, pretende aplicar o plano de agressão ao Irã. Para ter mais apoio interno, Netanyahu já declarou guerra à Palestina, rechaçando até mesmo a desocupação de assentamentos judaicos na Cisjordânia.

O Hamas jurou retaliar a morte de seu comandante. “A batalha entre nós e a ocupação agora é aberta e só se encerrará com a libertação total da Palestina e de Jerusalém”, ameaçou Khalil al-Haya, integrante do comando do Hamas, diante do hospital para onde o corpo de Jabari tinha sido levado. O governo de Gaza decretou estado de emergência e esvaziou todos os prédios públicos do território. A ofensiva contra Gaza vem à tona em meio a uma escalada de agressão entre Israel e seus vizinhos. Nos últimos dias, tanques israelenses efetuaram dois disparos contra a Síria e em apoio aos “rebeldes” pró-imperialistas. Esses episódios reforçam a necessidade das organizações de resistência palestinas e árabes colocarem em marcha uma contra-ofensiva aos ataques sofridos que tenha como perspectiva a destruição do enclave nazi-sionista de Israel. O covarde ataque terrorista ao Hamas comprova que massacres como este apenas cessarão quando colocarmos um fim à máquina de guerra assassina que representa este enclave no Oriente Médio, criado artificialmente pelos EUA para controlar a rapina das riquezas energéticas da região pelas grandes corporações imperialistas. Como marxistas revolucionários, nos colocamos incondicionalmente pela vitória militar do Hamas frente às forças imperialistas e sionistas, que preparam também a agressão do Irã. Alertamos que no curso da luta em defesa da libertação da Palestina, a superação das direções burguesas e teocráticas que, apesar das heróicas ações militares que encabeçam, são reféns de um programa teocrátrico-burguês é uma condição fundamental para a conquista da verdadeira pátria palestina no conjunto dos territórios históricos rapinados pela máquina de guerra sionista, rumo à edificação de uma Palestina soviética, baseada em conselhos de operários e camponeses palestinos e judeus!