quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Máfia do PSB/CTB utiliza capangas armados para garantir o resultado da fraude contra a Chapa 2 nas eleições do Sindiágua/Ceará

A primeira cena que chamou a atenção durante a apuração dos votos das eleições do Sindiágua, ocorridas entre os dias 24 a 27 de setembro, foi a movimentação de capangas armados, contratados pela direção do sindicato (PSB) para intimidar os apoiadores e membros da Chapa 2 e assegurar o resultado da fraude eleitoral que impediu a vitória da Chapa 2 - Oposição Unidade na Luta. Terminada a apuração, a chapa 1, da direção do sindicato, obteve 810 votos (70,43%) e a Chapa 2 conquistou 340 votos (29,57%). Como se explica esse resultado tão favorável para uma direção completamente desgastada que há apenas quatro meses foi expulsa de uma assembleia dos trabalhadores da Cagece, em Fortaleza, aos gritos de “covardes” e “traidores” porque deu um golpe na categoria em plena luz do dia e fechou um acordo vergonhoso com o governo da oligarquia “socialista” dos Ferreira Gomes impondo um brutal arrocho salarial, além de abandonar completamente as campanhas salariais dos trabalhadores na maioria dos SAAEs no interior do estado?

Em primeiro lugar, a direção do Sindiágua excluiu do processo eleitoral mais de 500 trabalhadores através do golpe que estabeleceu o prazo mínimo de 12 meses de sindicalização, deixando fora da votação centenas de apoiadores da Chapa 2, que se refiliaram ao sindicato justamente para votar na Oposição. Além disso, vários companheiros não puderam votar porque seus nomes não estavam nas listas de votantes, embora tivessem mais de 12 meses de sindicalização, em uma manobra montada pela comissão eleitoral, controlada pelo sindicato, claramente voltada para tentar assegurar uma maioria artificial na apuração. Desta forma, o cenário para a fraude começava a ser armado e todo o aparato montado esteve voltado a impedir a vitória da Chapa 2, que agrupou os ativistas classistas da categoria e foi encabeçada pelo companheiro Antônio Luis, militante da LBI.

Outra armadilha montada pela burocracia sindical ligada ao PSB/CTB no Sindiágua foi a exigência de que os fiscais das chapas fossem membros da categoria na condição de eleitores. No dia 24/09, a Cagece chegou a comunicar a lista dos fiscais liberados para atuarem nas eleições, mas em poucas horas a direção do Sindiágua, mancomunada com a direção da empresa, mandou suspender as liberações dos fiscais. Assim, das 30 urnas itinerantes (do total de 36) várias saíram para colher votos sem o acompanhamento de nenhum representante da Chapa 2, enquanto todo o aparato do sindicato, da prefeitura de Fortaleza (PT) e dos partidos que compõe a diretoria (PSB e PCdoB) agiam para fraudar a vontade soberana dos trabalhadores. Durante os quatro dias de votação, várias irregularidades foram observadas, como urnas que foram recebidas e conduzidas exclusivamente por membros da chapa 1 e urnas que “dormiram” nas casas dos presidentes das mesas, todos indicados pela direção do sindicato, pessoas com vínculos nas administrações burguesas (vereadores, cargo comissionados, gerentes...). Durante o processo de apuração duas urnas foram impugnadas porque não havia sido feitas sequer as atas de votação e os lacres das urnas não tinham nenhuma assinatura! Além da direção do sindicato controlar todo o processo eleitoral, desde a inscrição das chapas, a chapa 1 utilizou fartamente a própria estrutura do sindicato e contou com o apoio de deputados e vereados do PSB, PCdoB, PT e outros partidos da base de apoio do governo Cid Gomes e da Prefeita Luizianne Lins.

Apesar de toda essa máquina a favor da chapa do continuísmo, a Chapa 2 ainda venceu com ampla maioria dos votos nos SAAEs de Morada Nova, de Iguatu e na Cogerh. Vencemos os governistas também na Cagece-Pici e tivemos uma expressiva votação (40,99%) na Cagece-sede, local de maior concentração de votos e onde estão concentrados os cargos comissionados ligados à direção da empresa. Nossa chapa foi bem votada também em cidades como Limoeiro do Norte, Russas, Quixeramobim, Canindé, Camocim, Quixadá, Acopiara e Sobral. Esse desempenho nos permite estruturar uma oposição cada vez mais forte, com poder de intervenção nas assembleias das campanhas salariais e no congresso da categoria, sem perder de vista o nosso objetivo de derrotar os governistas e traidores para construir um sindicato independente, classista e democrático que luta contra a frente popular tendo por base um programa revolucionário.