domingo, 16 de setembro de 2012


Talebã ataca forças da OTAN no Afeganistão: aprofunda-se a crise da ocupação imperialista e do governo fantoche de Karzai

Nos últimos dias, as forças de ocupação da OTAN sofreram vários ataques por parte do Talebã. Primeiro, um comboio de caminhões que levava combustível para veículos militares sofreu uma emboscada e foram incendiados. Depois, a base da OTAN de Camp Bastion, tido como ultrassegura, onde se encontra o Príncipe Herry, foi atacada e seis aviões de combate norte-americanos AV-8B Harrier foram destruídos em solo. Três estações de reabastecimento foram pelos ares e seis hangares de aviões afetados, além de vários soldados ianques mortos. Nunca antes, em mais de dez anos de ocupação, as forças da coalizão imperialista haviam sofrido tais perdas materiais e humanas, em ataques coordenados pelo Talebã. Em “resposta”, um bombardeio aéreo da OTAN deixou vários mortos, entre eles 8 mulheres civis. Esse quadro demonstra claramente o clima de instabilidade que vive o país. O governo fantoche Hamid Karzai, eleito em 2009 por meio de uma fraude escandalosa, está extremamente frágil e pode até vir a cair em um futuro próximo, já que os EUA buscam uma saída de acordo com setores mais moderados do próprio Talebã antes de 2014, data prevista oficialmente para a retirada das tropas do país.

A mídia murdochiana logo tentou ligar os ataques às forças da OTAN à revolta islâmica contra os EUA por conta do filme ofensivo a Maomé, mas a situação no Afeganistão é bem mais complexa, já que as ações contra os alvos militares imperialistas são constantes e foram planejadas com grande antecedência com um nível de profissionalismo militar extremo. As ações do Talebã são um claro aviso ao imperialismo ianque que a resistência popular afegã está em luta aberta contra a ocupação imperialista imposta logo após os ataques à sede da CIA nas Torres Gêmeas e ao Pentágono pela Al-Qaeda há dez anos. Depois de sofrerem esta humilhação histórica pela ação espetacular do grupo islâmico em seu próprio território, os EUA bombardearam o Afeganistão e até hoje ocupam o país através das forças da OTAN, impondo um regime títere. Os espetaculares ataques deste final de semana mostram que passada mais de uma década da ocupação militar ianque após o 11/9, os EUA não conseguiram impor sua dominação sobre o país. A Casa Branca pode até derrubar governos nativos incômodos, como foi o caso do Afeganistão, mas não consegue colocar nada em seu lugar que garanta estabilidade política para as potências capitalistas. O nível de instabilidade no país é o maior desde que os abutres imperialistas agrediram militarmente o país no final de 2001, com alto índice de mortes entre as tropas invasoras.

Frente aos ataques no Afeganistão declaramos que toda nossa simpatia está ao lado dos “bárbaros talebãs” que se levantam com os meios militares de que dispõem, como fizeram no 11 de Setembro, para atacar os alvos do imperialismo. Não fazemos parte da esquerda revisionista, como a LIT, UIT... que “chorou” os mortos das Torres Gêmeas (onde se localizavam os escritórios da CIA em New York) e condenou o Talebã pelo ataque, formando uma frente na época com Bush e se emblocando com o imperialismo “democrático” contra setores das burguesias nacionais, tradicionalmente atrasadas e conservadoras. São os “civilizados” facínoras imperialistas que impõem pela força das armas mais sofisticadas da OTAN seu domínio colonial no planeta. Neste momento, os verdadeiros terroristas ianques, britânicos e franceses e em nome do combate a suposta “ditadura de Assad” fazem provocações contra a Síria depois de terem bombardeado a Líbia e assassinado Kadaffi com o auxílio dos “rebeldes” para impor um regime títere como ocorre atualmente no Afeganistão.

Diante da impossibilidade de derrotar a resistência dos povos oprimidos, Obama vem ampliando a chamada “guerra ao terrorismo”, agora também com a maquiagem de “revolução árabe”, utilizando-se cada vez mais de mercenários “rebeldes” made in CIA, bombardeios com aviões não tripulados ou mísseis altamente letais disparados de longa distância, atingindo propositadamente alvos civis, chacinando principalmente mulheres e crianças, para provocar terror e desespero na população. Essa verdadeira guerra de terror imperialista é a política da Casa Branca para auferir lucros para a poderosa indústria bélica ianque, controlar o petróleo e avançar em seus ditames sobre a região!

Como marxistas revolucionários, apoiamos cada ofensiva sobre os agressores imperialistas e suas tropas de ocupação no Afeganistão, postando-se em frente única, com absoluta independência política, com as forças que enfrentam as tropas de rapina das potências capitalistas. Cada revés sofrido pelos invasores dos EUA e da OTAN no Afeganistão ajuda a elevar o nível de consciência do proletariado e aumenta a sua confiança de que o imperialismo pode ser derrotado, forjando as condições para a construção de uma autêntica direção revolucionária que lute pela edificação do socialismo. Esses ataques representam uma resposta militar dos povos oprimidos e suas organizações ao imperialismo, muitas vezes por meios não convencionais de combate militar. Defendemos a unidade de ação com as forças que estão em luta contra o imperialismo. Nesse combate consideramos justa toda e qualquer ação de resistência armada das massas à dominação belicista das metrópoles capitalistas sobre os povos oprimidos! Lutamos vigorosamente pela expulsão das tropas da OTAN de toda região, impulsionando uma frente de ação político e militar com as forças da resistência nacional afegã contra os saqueadores imperialistas, forjando a construção do partido revolucionário para superar as direções burguesas em suas mais variadas facetas.