terça-feira, 12 de junho de 2012

CPI “fria” ouve os governadores Perillo e Agnelo, é a mão suja dos tucanos lavando as porcarias do PT

A CPI do esquema Cachoeira ouviu nesta terça (12/06), na condição de convidado, o governador tucano de Goiás Marconi Perillo. Foram mais de oito horas de depoimento concentrados nas explicações do governador sobre a venda de sua residência pessoal em Goiânia para “laranjas” do bicheiro biliardário. Marconi confessou seu “erro” em não ter maiores critérios para aferir os “pagantes” que supostamente adquiriram seu imóvel. “Eu recebi três cheques pré-datados. E já me arrependi de não ter visto de quem era o cheque”, afirmou o “ingênuo” governador, que somente por gentileza telefonou para Cachoeira no dia de seu aniversário. Mas, quando tudo indicava para um “linchamento” político do tucano na CPI, por parte da bancada de apoio ao governo Dilma, acontece a blindagem e a amnésia coletiva sobre os negócios da megaempreitera Delta. O salvo conduto dado pela base aliada a Perillo tem a contrapartida no depoimento que o governador Petista do DF, Agnelo Queiroz, fará na quarta (13/06) a esta mesma CPI de “mentirinha”. Este instrumento institucional cujo único objetivo é desviar o justo ódio das massas com a decomposição moral do Estado burguês para o pântano parlamentar, ainda é legitimado por todos os naipes de oportunistas de esquerda, “focados” nas eleições de outubro próximo.

Se realmente a ala de Lula, Genuíno e Dirceu esperavam obter alguma revanche ou mesmo moeda de barganha nesta CPI, estão completamente “ferrados”. Ao contrário, a CPI do Cachoeira apenas serviu para acelerar o julgamento dos mensaleiros no STF, e com direito a uma condenação prévia, após o trucidamento público de Lula feito pelo bandido Gilmar Mendes. Pelo que os fatos políticos dos bastidores revelaram, o meliante ex-presidente da corte suprema obteve o sinal verde do planalto para enxovalhar a liderança de um debilitado Lula. A manobra do governo Dilma não passou despercebida e agora é o próprio FHC que aconselha a presidenta a ter cuidado com o “troco” do atual “sapo sem barba”.

Os desdobramentos das “investigações” da natimorta CPI sobre o que realmente é o centro dos negócios de Cachoeira, não as migalhas dos caças-níqueis, são absolutamente nulos. Obviamente, as transações estatais do esquema Cachoeira eram centralizadas pela empreiteira carioca, formalmente sob controle da família Cavendish. Assim como a CPI deve finalizar seus “trabalhos” incólumemente, também a Delta foi “decretada encerrada” pelo governo Dilma, após a tentativa de vende-la a um grande grupo econômico “amigo”. Como acontece na máfia tudo aquilo que a incomoda deve acabar repousando no fundo de um rio, nos círculos do PT a lógica é a mesma.

O movimento operário deve caminhar por sendas opostas à colaboração de classes semeada pela frente popular. A crença nas instituições apodrecidas desta república dos novos barões capitalistas, como advoga o campo revisionista, só pode conduzir a novas derrotas do proletariado. A farsa desta, e de todas as CPIs, é conscientemente alimentada pela chamada “oposição de esquerda”, em parceria com os reformistas “chapa branca”, para objetivos políticos exclusivamente eleitoreiros. Para este amplo setor da esquerda, aparentemente dividido em blocos adversários, a luta pela revolução socialista é apenas uma questão para as “calendas gregas”, ou quem sabe para quando Wall Street “decidir” idilicamente sepultar o modo de produção capitalista.