quinta-feira, 8 de março de 2012

Guerra das quadrilhas do PMDB ameaça “rebelião” contra o PT e o “poste” Dilma

As camarilhas mafiosas do PMDB ensaiam um “motim” contra o governo Dilma, justamente no momento em Lula parece estar temporariamente fora do “jogo” do campeonato de assalto ao botim estatal. A “rebelião” começou semana passada no âmbito da câmara dos deputados, onde mais de cinquenta deputados liderados pelo veterano oligarca potiguar, Henrique Eduardo Alves, assinaram um manifesto reivindicando a ruptura do PMDB com a base parlamentar de apoio ao governo. A “revolta” subiu o tom e se instalou no senado, controlado por Sarney e seu comparsa Renan, quando ontem (07/03) a casa republicana rejeitou a indicação da presidenta Dilma para a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), um cargo sem grande importância, mas que a rejeição de uma nomeação presidencial, praticamente para cumprir um rito burocrático, representa um “desacato” revestido de grande significado político para o campo da frente popular.

Os ratos do PMDB mais alinhados ao Planalto, como o senador Romero Jucá líder do governo, saíram logo a pedir uma trégua com o governo, implorando a Dilma o atendimento imediato das “reivindicações” de seus “bons companheiros”. O Planalto vendo a potencialidade da “crise” se alastrar, ameaçando votações importantes no Congresso Nacional, mandou liberar mais verbas e novos cargos para a quadrilha peemedebista. A oposição Demo-Tucana assiste o impasse intestinal da base aliada paralisada por sua própria crise interna. Um dos senadores Demo“vestais”, Demóstenes Torres, teve que subir a tribuna para dar explicação de sua ligação com o criminoso bicheiro Carlinhos Cachoeira. Já os tucanos não conseguem se entender em seu próprio “ninho”, divididos diante da disputa de suas três alas, e sem nenhuma perspectiva de “poder” para 2014.

A base material da “revolta” do PMDB é absolutamente cristalina e pública, a feroz disputa entre as máfias partidárias pelo controle das generosas verbas estatais em uma etapa de grande “fartura” econômica como a que atravessa o país. Somado a este ingrediente político adicione a relativa estabilidade social, produto do pacto social implícito celebrado pela frente popular com as direções sindicais “chapa branca”. Em um cenário onde os de “baixo” não ameaçam a farra estatal na “casa alheia”, os de “cima” se sentem completamente a vontade para brigar em “família” pelo leme do barco “institucional”.

Assim como as sucessivas demissões dos ministros corruptos em nada abalaram o prestígio político do governo Dilma, a “revolta” da cúpula do PMDB também não ameaçará a governabilidade da frente popular. O “motim” organizado pelos capos Eduardo Alves e Renan Calheiros tende a ser superado “intra-corpus”, a não ser que um agravamento definitivo do quadro de saúde de Lula deflagre uma sangrenta disputa pelo posto de comando político da frente popular. O movimento de massas em sua ação direta e revolucionária (favor não confundir com movimentação sindical corporativista) é a única força que poderá romper o “pacto” podre das elites, que está em plena vigência no país do “novo milagre” econômico.