terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Crescimento do PIB Chinês aponta a relativa “robustez” da decolagem econômica dos BRICs

A “indústria” midiática da “crise” sofreu mais um duro golpe nesta segunda-feira, ao ser praticamente obrigada a reconhecer o erro em suas previsões catastrofistas acerca do crescimento da economia chinesa para o ano de 2011. O anúncio oficial de um crescimento de 9,2% do PIB Chinês superou inclusive as próprias expectativas do governo, que esperava uma taxa em torno de 8% no ano de 2011. Em meio a um ano de profundas turbulências para o capitalismo global, principalmente no velho continente europeu, a China manteve um excepcional ritmo de crescimento econômico, mesmo se levarmos em conta que em 2010 seu desempenho cravou a marca positiva de 10,4% do PIB. Manter níveis de crescimento econômico em torno de 10% consecutivamente por mais de uma década faz da China o grande mercado consumidor mundial de commodities e por consequência “fiadora” da estabilidade capitalista global, principalmente dos países “emergentes” da Ásia e América Latina.

Longe de ser uma nova “potência imperialista”, como pretende apresentar a esquerda revisionista, a restauração capitalista transformou o antigo Estado operário chinês no maior entreposto comercial e industrial do planeta, algo semelhante ao que ocorreu com Portugal e Espanha à época do capitalismo mercantil no século XVI. A China que arrasta em sua expansão econômica o Brasil, Índia e Rússia, além de mais de uma dezena de países “intermediários” como Argentina e Paquistão, por exemplo, não passa de uma economia capitalista semicolonial, com forte presença da indução estatal, ainda herança da época Estalinista. Seu “boom” econômico dos últimos vinte anos esteve baseado em pesados investimentos imperialistas, procurando um refúgio seguro diante da crise que já se anunciava nos países centrais. A garantia política dada pela burocracia Maoísta, durante todo o processo da restauração capitalista, garantiu o “sucesso” do empreendimento chinês, que acabou se transformando em lastro para as corporações transnacionais escaparem do crash financeiro de 2008.

Contrariando os prognósticos de que também seria afetada pela estagnação econômica mundial, tanto apregoada pelo FMI, a China demonstra claramente com seu PIB de 2011 que manterá sua dinâmica de expansão para os próximos anos, apesar de alguns gargalos no âmbito financeiro (ausência de uma banca privada) e no mercado de exportações. Também cai por terra os prognósticos catastrofistas, a serviço dos rentistas do mercado de capitais, do esgotamento dos BRICs e, por consequência, da chegada de uma forte recessão da economia brasileira hoje atrelada à chinesa.

Desgraçadamente, a esquerda revisionista, impotente e carente de um programa revolucionário, se limita a “torcer” pela chegada da crise capitalista ao Brasil (como se esta já não estivesse presente há várias décadas), como uma maneira de colher algum dividendo eleitoral para a “oposição de esquerda”. A vanguarda classista deve compreender que sua luta em defesa de suas conquistas, independe do “sucesso” ou “fracasso” eleitoral do governo Dilma. Com recessão ou crescimento econômico, o capitalismo seguirá sua tendência histórica de concentração de renda e dos meios de produção, através dos grandes monopólios. Somente a ação direta do proletariado na direção da destruição revolucionária do modo de produção capitalista, poderá representar uma perspectiva progressista para a humanidade, ameaçada pela barbárie imperialista.