sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Acossado pela Casa Branca, Putin defende agora que a ONU condene a Síria

Durou pouco as bravatas do ex-burocrata restauracionista, Putin, contra a brutal ofensiva do imperialismo ianque na Ásia e Oriente. A Rússia que “lavou as mãos” covardemente na guerra de rapina imperial contra a Líbia, ameaçava impor algumas restrições ao cerco imposto a Síria e ao Irã, temerosa que a crescente influência militar e política ianque acabasse por “bater a sua porta”. Mas o “temor” de Putin acabou se confirmando antes mesmo do início das operações militares convencionais contra o Irã e Síria, ou seja, a Casa Branca tratou logo de fomentar uma “oposição democrática” doméstica no curso das eleições parlamentares fraudulentas. E não parou por aí, a dupla Obama e Hillary até já lançaram um candidato de “confiança” para as próximas eleições presidenciais russas, deixando sem sono o ex-agente da KGB que sonhava com a mesma “oposição comunista” de Ziuganov pronta para perder novamente.

O oportunista Putin que pouco antes denunciou o assassinato de Kadaffi como sendo uma operação das forças especiais ianques em território líbio, utilizando inclusive os temíveis Drones, agora propôs que o mesmo covil de bandidos (ONU) que autorizou a rapina no norte da África, imponha mais sanções econômicas a Síria. A proposta da Rússia apresentada no Conselho de Segurança da ONU, que também arrastou os burocratas chineses na mesma direção traidora, acabou sendo rechaçada pela França e Inglaterra que a consideraram “incompleta”. Acontece que as “potências” europeias são na verdade satélites militares do imperialismo ianque, apesar de tentarem passar a coloração política de uma “terceira via”. A “Inflexão” aparentemente repentina de Putin não nos causa estranheza, exatamente pelo caráter de classe do governo russo. Como marxistas revolucionários nunca nutrimos a menor ilusão nos “impulsos” anti-imperialistas do bloco dos BRICs, por se tratar de uma coalizão de países semicoloniais (incluindo os atuais ex-Estados operários), apesar da pujança de seus mercados. A centro-esquerda pequeno-burguesa, apologista da articulação dos BRICs como uma alternativa à hegemonia imperialista, é quem deve explicar a conduta de completa submissão destes países à ofensiva mundial do imperialismo.

Mas os regimes burgueses do Irã e Síria também “padecem do mesmo mal” da traição dos BRICs, não é demais lembrar que durante a agressão imperialista à nação irmã Líbia se mantiveram diplomaticamente “neutros”, ou melhor dizendo, fizeram o jogo sujo da OTAN. Agora, é a própria Síria que assiste os países “irmãos” se juntarem a Casa Branca para impor um governo títere em seu território. Assad sabe muito bem que na “hora H” não poderá contar com o efetivo apoio militar da Rússia e China, apesar de alguma demagogia de condenação inútil aos EUA. No Irã o regime nacionalista dos Aiatolás se prepara para um enfrentamento solitário contra uma ampla coalizão imperialista e seu gendarme de Israel.

A principal lição programática a ser abstraída pela classe operária mundial, diante do rufar dos tambores de guerra no Oriente e Ásia, é que a tarefa do verdadeiro internacionalismo e solidariedade ativa entre os povos, somente pode ser praticada por organizações revolucionárias, estejam a frente de estados ou não. As bravatas anti-imperialistas das burguesias nacionais e seus regimes se desfazem na medida de seus interesses de classe, necessariamente associados ao capital financeiro internacional. Cabe à vanguarda mais combativa e consciente do proletariado lutar incondicionalmente contra a guerra imperialista, como nos ensinou Lenin, o primeiro passo para a revolução socialista mundial.