quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Provocação de Washington contra o Irã é o prenúncio de uma nova ação da OTAN

Nem mesmo conseguiram “dobrar” o adversário na Líbia, que resiste heroicamente à superioridade bélica da OTAN, o imperialismo ianque já saliva o próximo alvo de ataque no mundo árabe, a “bola da vez” agora é o odiado Irã. Uma provocação fajuta que deixa para trás até mesmo o mais ordinário roteiro de um filme trash fabricado em Hollywood, acusa o governo iraniano de patrocinar um atentado “terrorista” contra o embaixador da Arábia Saudita em Washington. O “plano” consistiria na contratação de um cartel do narcotráfico mexicano para assassinar o embaixador saudita, por um iraniano residente nos EUA. O presidente Obama avalizou a grotesca armação e já anunciou que convocará a ONU para impor retaliações ao país persa.

A sórdida campanha ianque contra o Irã ganhou imediatamente a adesão da própria aristocracia saudita e dos “amigos” Cameron e Sarkozy, parceiros de Obama na pilhagem a Líbia. De nada adiantaram as enfáticas negativas do presidente Ahmadinejad, afirmando que não são estúpidos a este ponto de “chutar cachorro morto”, como quer fazer crer a mídia murdochiana. O objetivo central do imperialismo neste momento é minar a aliança político-militar entre Teerã e Damasco, facilitando uma possível ação militar de Israel contra os vizinhos “terroristas”. O governo Assad na Síria encontra-se nas “cordas” sob a pressão de uma oposição “made in CIA”, seria o momento ideal para o Pentágono também colocar na defensiva o regime dos aiatolás.

Como marxistas revolucionários não dissimulamos em um só momento o caráter burguês e obscurantista dos regimes nacionalistas do Irã e da Síria ou do próprio Hezbollah, braço armado do islamismo mais “radical”. Também não podemos ocultar as diversas colaborações contrarrevolucionárias que estes regimes já estabeleceram no passado com Washington, como a repressão às massas palestinas quando lutavam contra as burguesias árabes. Mas estes fatos em nada mudam a posição comunista diante de uma agressão imperialista contra uma nação, seja quem for seu caudilho. Por acaso o regime de Hugo Chávez não vem entregando combatentes anti-imperialistas para os cárceres do império, e qual deveria ser a postura da esquerda diante de um ataque dos EUA a Venezuela?

Não nos omitiremos de estabelecer uma unidade de ação com regime dos aiatolás, diante de uma agressão imperialista, utilizando a lógica canalha de que se trata um estado “fundamentalista”, como fazem os bastardos da LIT. É bom lembrar que os marxistas já estabeleceram uma frente única com os aiatolás na derrubada do Xá Reza Pahlevi e seu regime pró-imperialista, apesar de conhecermos o caráter de classe da direção religiosa muçulmana. Alentado pelo suposto “êxito” das operações político-militares na Líbia, Obama agora tenta uma vingança contra a humilhação sofrida pelos EUA na desastrosa tentativa de intervenção militar no Irã, ainda sob o governo democrata de Jimmy Carter. Pretende o império em severa crise econômica, somar para suas empresas as reservas de petróleo do Iraque, Líbia e Irã e assim deter a hegemonia absoluta do controle energético do planeta. Somente idiotas úteis a Casa Branca podem ignorar estes fatos e declarar “solidariedade” às ações militares da OTAN contra os “bárbaros ditadores” que se recusam a aceitar a “democracia made in USA”.