quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Reunião dos “Amigos da Líbia” em Paris: o início da partilha do botim entre os abutres imperialistas e os “rebeldes protège” da OTAN

Realiza-se neste dia 1º de setembro, em Paris, por iniciativa de Sarkozy e Cameron, reunião das potências imperialistas e aliados, cinicamente intitulados “Amigos da Líbia”, para acertar a rapina das riquezas na Líbia. Participam representantes de 60 países, entre eles o Brasil. Já é público que o governo francês estabeleceu logo após a aprovação da resolução da ONU em março um “acordo secreto” com o CNT para controlar 35% das exportações de óleo cru via transnacional Total, sócia acionária da Petrobras. Agora Sarkozy deseja acomodar seus interesses no marco da aliança imperialista que comandou a agressão da OTAN em conjunto com os “rebeldes” financiados por estes mesmos abutres.

Confirmaram presença nas discussões de hoje a Secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton e a chanceler Angela Merkel, assim como o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, além de dirigentes da Liga Árabe e da União Africana. A quadrilha está formada para partilha do botim da Líbia, já que a Rússia anunciou há poucos dias que também reconhece o CNT como “novo governo legítimo”. Vale registrar que empresas como Alcatel-Lucent, EADS, Sanofi, Veolia, GDF Suez e Thales, entre outras, tomaram parte em junho passado de um seminário de negócios em plena Benghazi, cidade bastião dos “rebeldes” contra-revolucionários.

Esse é o resultado da “revolução árabe” saudada pelos revisionistas que agora começam a balbuciar cinicamente que a insurreição está sendo “confiscada” pelo imperialismo e para enganar tolos vendem a cantilena que os “rebeldes” estão resistindo em meio a “duas guerras”: contra as forças leais a Kadaffi e a OTAN. Trata-se de uma farsa completa, os “rebeldes”, mesmo com grande parte do território líbio já ocupado por mercenários a serviço da OTAN e seus especialistas militares, não conseguem sequer avançar rumo a Sirte, cidade natal de Kadaffi, sem o bombardeios destruidores dos caças da Aliança!

Como a LBI alertou desde o início do conflito em fevereiro, o imperialismo desejava se livrar do papel intermediador do Estado burguês líbio gerenciado por Kadaffi, baseado em um regime nacionalista burguês, produto de uma revolução democrática no final dos anos 60, que fez concessões às massas centralizando ferreamente os negócios do petróleo, em um grau muito maior que o chavismo da Venezuela com seu “Socialismo do Século XXI”. Os facínoras atuais paladinos da “democracia” a la OTAN agora vão impor um regime lacaio, alinhado integramente com a Casa Branca e a UE onde, na condição de novos donos do petróleo, negociem diretamente com as transnacionais sem a intermediação do Estado. A Líbia, como a Venezuela, é um país cuja economia é baseada na monoprodução de petróleo, uma commoditie mineral com baixo valor agregado. A exploração do óleo cru se dava por uma empresa estatal nacional que controla as exportações, sendo desta fonte a principal receita estatal responsável até então por garantir a manutenção da conquistas econômicas no país. Neste ponto específico, da prospecção e exportação de petróleo, é necessário que se diga claramente que apesar das concessões feitas por Kadaffi nos últimos anos, o modelo líbio era ainda o mais “fechado” do mundo. Isto era reconhecido pela própria OPEP, que nunca morreu de amores pelo dirigente líbio. Agora com a farsesca “revolução árabe”, os “amigos da Líbia” vão fazer do país uma nova Arábia Saudita! Não estranhemos se amanhã, quando o imperialismo tentar fazer o mesmo na Venezuela, a corja revisionista do quilate da LIT venha saudar a “insurreição popular” dos esquálidos da direita golpista na América Latina!