sexta-feira, 16 de setembro de 2011

“Rebeldes revolucionários” recebem com festa seus amos imperialistas, Sarkozy e Cameron, em uma Trípoli devastada pelas bombas da OTAN

Os abutres imperialistas, Sarkozy e Cameron, desembarcaram nesta quinta-feira (15/09) na capital líbia, sob um estrondoso esquema de segurança foram recebidos com festa pelos súditos do CNT, que prometeram fidelidade absoluta aos planos de rapina ao seu próprio país por parte das grandes empresas transnacionais. Parece até inacreditável, diante dos fatos, que existam organizações que se dizem de esquerda, ainda sustentando que os “rebeldes” representam uma força “revolucionária e anti-imperialista”. Os assassinos imperiais tiveram um tratamento “VIP”, por parte do presidente do CNT, Mustafá Abdul Jalil, que mandou “grafitar” os muros de Trípoli com frases de agradecimento pelas bombas da OTAN que permitiram a ocupação da capital Líbia pelos “insurgentes”, que hastearam a bandeira da monarquia na Praça Verde.

Outro objetivo da rápida visita dos abutres assassinos, além de reafirmar os novos contratos econômicos para a pilhagem do país, foi o de desviar a atenção mundial dos combates em torno de Sirte, que continua sob o controle do exército nacional líbio, em plena resistência contra um cerco criminoso imposto pelas tropas da OTAN já posicionadas em terra, além dos bombardeios aéreos diários. Ao contrário do regime burguês de Sadam Hussein no Iraque, que não ofereceu grande resistência militar à ocupação imperialista, o governo nacionalista do coronel Kadaffi armou a população (formando as milícias populares) e na medida de seu horizonte político vem dirigindo a resistência nacional. As notícias veiculadas pela mídia capitalista de fuga ou rendição do regime nacionalista burguês instaurado em 1969, não se confirmaram e a guerra segue seu curso da luta de classes, ainda que com uma colossal desproporção de forças no campo militar.

Nesta altura dos acontecimentos da guerra civil na Líbia, fica uma pergunta, será mesmo que as correntes revisionistas do Trotskismo como a LIT, por exemplo, estão simplesmente equivocadas politicamente na caracterização dos “rebeldes” ou se trata de um processo mais profundo de corrupção material diante do Departamento de Estado ianque? Como marxistas revolucionários sabemos muito bem que a existência material determina em última instância a consciência, não são poucos os casos onde tendências revisionistas passaram a refletir em sua plataforma programática a cooptação material que sofreram por parte de setores do imperialismo. Este foi o caso do Lambertismo na França ou mesmo de Alan Woods e sua tendência internacional, corrompida em cada país que atuam. O conflito da Líbia está realmente demarcando o campo de classe entre as correntes da esquerda revisionista que já ultrapassaram o “rubicão” e os genuínos Trotskistas que, mesmo “isolados” da opinião pública pequeno-burguesa, não cederam ao canto “sedutor” do imperialismo “democrático”.