quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Obama emite o primeiro sinal de ataque: “Ya ha llegado la hora de que suceda algo en Cuba”

Em uma conferência de imprensa destinada ao público hispânico que reside nos EUA, realizada ontem (28/09) na Casa Branca, o presidente Obama afirmou que “já é chegada a hora de que aconteça algo em Cuba”. O chacal, animado com os “resultados” obtidos na Líbia, ainda que não possa declarar a derrota da resistência nacional à ocupação militar da OTAN, defendeu a continuidade do bloqueio a Ilha operária: “não se vislumbra em Cuba um verdadeiro espírito de transformação que nos anime a suspender o embargo”. As declarações de Obama estão em um primeiro momento destinadas a chantagear politicamente o governo Stalinista cubano, no sentido de acelerar o processo das “reformas democráticas”, leia-se a restauração capitalista. Como fica cristalino no ultimato dado desde a Casa Branca: “Estou disposto a mudar a política com Cuba se identifico que o governo está disposto a outorgar a liberdade a seu povo” (El País, 28/09).

A burocracia Castrista instalada na cabeça do Estado operário cubano optou por um caminho de sucessivas concessões políticas ao imperialismo ianque, ainda que mantendo as principais bases da economia socializada. Com a eleição da ala “democrata” do império em 1992 (Clinton), o próprio Fidel Castro alimentou enormes expectativas na melhoria do relacionamento político com os ianques, o que resultou em um retumbante fracasso, levando inclusive ao relaxamento de normas de segurança que facilitaram a prisão de militantes dos serviços de inteligência cubana em Miame, como atesta o recente livro do escritor “progressista” Fernando Morais (Os últimos soldados da Guerra Fria). Com a posse de Obama, o “fenômeno” da empatia dos Stalinistas cubanos com os carrascos “democratas” se repetiu. Nunca é demais lembrar que Cuba chegou a demonstrar inicialmente simpatia com os “rebeldes” monárquicos da Líbia. Somente quando se delineou a intervenção militar da OTAN, Raul percebeu que o “conto” da tal “revolução árabe” estava voltado a dar uma cobertura “humanitária” a mais uma invasão ianque, e o que é pior, o próximo alvo “democrático” do imperialismo poderia ser a própria Cuba!

Os “ziguezagues” do Castrismo diante da ofensiva mundial do imperialismo ianque colocam em risco a defesa das conquistas históricas da revolução cubana, que mesmo debilitadas por um bloqueio criminoso, permanecem socialmente vigentes para o proletariado da ilha operária. Os próximos passos da Casa Branca estão bastante claros: primeiro a chantagem “democrática”, utilizando a dissidência contrarrevolucionária como as “Damas de Branco”; depois a tradicional agressão militar apoiada na colossal superioridade bélica do Pentágono. Somente a mobilização internacionalista da classe operária poderá fazer frente aos planos do império para aniquilar totalmente a enorme referência mundial da revolução cubana, não devemos depositar nenhuma confiança nos “acordos” amistosos com os chefes “democratas” dos estados terroristas. A trágica lição abstraída da guerra da Líbia, onde Kadaffi “confiou” nos abutres imperiais que logo em seguida devastaram seu país, deve servir como um farol revolucionário para a vanguarda classista do proletariado mundial.