sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Carta Aberta às organizações de esquerda que não apoiaram nem silenciaram diante dos covardes bombardeios da OTAN a Líbia: Organizar um ato nacional em defesa da resistência líbia contra a ocupação imperialista!

Dia após dias seguidos bombardeios dos caças da OTAN atacam a resistência nacional líbia. As milícias populares leais ao coronel Kadaffi lutam heroicamente, como em Sirte, contra a ocupação do país pelas potências capitalistas que atuam em aliança com os “rebeldes” financiados diretamente pelas transnacionais petrolíferas. Cidades inteiras, hospitais, escolas e estradas são destruídas na tentativa desses verdadeiros abutres controlarem a Líbia para que o país, sob o tacão do governo títere do CNT manietado pelo imperialismo ianque e europeu, passe a exportar petróleo barato a seus novos amos, entregando diretamente suas riquezas naturais nas mãos das grandes companhias e impondo ao povo líbio barbárie, exploração e miséria.

Frente à genocida agressão imperialista é uma tarefa elementar denunciar os bombardeios da OTAN e promover ações públicas de apoio e solidariedade à resistência armada líbia a ocupação imperialista sobre uma nação oprimida. Ainda que se tenha diferenças de caracterização sobre o regime nacionalista de Kadaffi, o curso da guerra impõe as organizações políticas de esquerda que não apoiaram nem silenciaram diante dos covardes bombardeios da OTAN a Líbia a tarefa de organizar um ato nacional em defesa da resistência nacional líbia, se postando claramente por sua vitória militar frente às forças estrangeiras abutres. Assim nos ensinou Lenin e trataremos de honrar essa lição elementar de combate ao principal inimigo dos povos, o imperialismo, como fazemos no Iraque, no Afeganistão e no Haiti, lutando ombro a ombro ao lado da resistência nestes países ocupados!

Trata-se de apoiar incondicionalmente os que lutam contra a ofensiva neocolonisalista na Líbia, investida que o imperialismo pretende “globalizar” atacando outros regimes ou países que tenham fricções com seus interesses políticos e econômicas (Cuba, Venezuela, Coreia do Norte, Irã, Síria), assim como as organizações da esquerda armada como as FARC colombianas. Mesmo que não tenhamos acordo nem com o programa, nem com a estratégia destas forças ou regime, é um dever elementar da esquerda que se reivindica anti-imperialista lutar em frente única com os que se enfrentam com as tropas abutres do império. Só desta forma, na mesma trincheira da resistência, os marxistas revolucionários poderemos ter autoridade política para defender o socialismo como alternativa de classe para esses povos em luta. Nesse sentido, a LBI lança publicamente esta Carta Aberta e desde já conclama outras correntes políticas que se reivindicam anti-imperialistas e revolucionárias a se jogarem na concretização deste ato internacionalista, que deve ser antes de tudo uma construção coletiva de unidade de ação.

É vergonhoso que correntes como o PSTU/LIT, CST-PSOL, PCO e outros grupos menores, em nome do combate a uma suposta “ditadura sanguinária na Líbia”, apóiem os bombardeios da OTAN ou finjam que eles não existem, vendendo a fantasiosa cantilena que o governo Kadaffi foi derrubado por uma verdadeira “revolução de massas” promovida por “rebeldes”, que segundo estes delírios seriam os verdadeiros representantes do povo líbio. Para estes canalhas não foram as bombas da OTAN que abriram caminho por terra para o avanço “rebelde” e sim o suposto apoio popular espontâneo. Trata-se de um completo embuste, já que o fantoche CNT, órgão que representa os supostos “insurretos” não passa de um bando de mercenários a serviço das transnacionais, como publicamente se viu quando receberam com festa em Trípoli os carniceiros Sarkozy e Cameron, os “amigos-abutres da Líbia” que não passam de verdadeiras aves de rapinas ávidas a explorar a preço de banana os recursos naturais do país no norte africano, destruindo as conquistas sociais que ainda sobreviviam oriundas do movimento nacionalista que derrubou a monarquia em 1969. Vergonhosamente, essas correntes estão do outro lado da barricada de classe e são aliadas úteis ao imperialismo na cruzada que a Casa Branca impõe seus interesses econômicos e políticos travestidos cinicamente da defesa dos “direitos humanos” e da “democracia”.

Esta grande farsa está sendo avalizada pela escória da esquerda revisionista como os pilantroskos da LIT, corrente corrompida que recebeu uma “pontinha” do Departamento de Estado norte-americano pela via do ILAESE (Instituto Latino-Americano de Estudos Sócioeconômicos), “instituto” que tem como lema “formação para ação” (e que ação pró-imperialista!), para “formar” e escrever artigos pró-imperialistas escandalosos com uma fachada de esquerda. O responsável pela tal ONG (um canal de entrada para a captação de fundos “democráticos” internacionais), Américo Astuto (o nome já diz tudo!), é autor de textos em que afirma pérolas como: “A Líbia é palco de uma revolução que acaba de ter uma vitória de caráter democrático” (sítio LIT, 21/09).

Estamos em meio a uma guerra de rapina na Líbia, cujos enfrentamentos estão em curso nas areias do deserto norte-africano. Frente a esse quadro dramático, que exige uma firme posição da esquerda anti-imperialista, a direção nacional da LBI propõe publicamente através desta Carta Aberta que as organizações políticas que não apoiaram nem silenciaram diante dos covardes bombardeios da OTAN convoquem o mais rápido possível uma reunião de trabalho para que elaboremos uma convocatória comum chamando à realização de um ato nacional em defesa da resistência líbia a ocupação imperialista! Não há tempo a perder, mãos a obra!

LIGA BOLCHEVIQUE INTERNACIONALISTA

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Obama emite o primeiro sinal de ataque: “Ya ha llegado la hora de que suceda algo en Cuba”

Em uma conferência de imprensa destinada ao público hispânico que reside nos EUA, realizada ontem (28/09) na Casa Branca, o presidente Obama afirmou que “já é chegada a hora de que aconteça algo em Cuba”. O chacal, animado com os “resultados” obtidos na Líbia, ainda que não possa declarar a derrota da resistência nacional à ocupação militar da OTAN, defendeu a continuidade do bloqueio a Ilha operária: “não se vislumbra em Cuba um verdadeiro espírito de transformação que nos anime a suspender o embargo”. As declarações de Obama estão em um primeiro momento destinadas a chantagear politicamente o governo Stalinista cubano, no sentido de acelerar o processo das “reformas democráticas”, leia-se a restauração capitalista. Como fica cristalino no ultimato dado desde a Casa Branca: “Estou disposto a mudar a política com Cuba se identifico que o governo está disposto a outorgar a liberdade a seu povo” (El País, 28/09).

A burocracia Castrista instalada na cabeça do Estado operário cubano optou por um caminho de sucessivas concessões políticas ao imperialismo ianque, ainda que mantendo as principais bases da economia socializada. Com a eleição da ala “democrata” do império em 1992 (Clinton), o próprio Fidel Castro alimentou enormes expectativas na melhoria do relacionamento político com os ianques, o que resultou em um retumbante fracasso, levando inclusive ao relaxamento de normas de segurança que facilitaram a prisão de militantes dos serviços de inteligência cubana em Miame, como atesta o recente livro do escritor “progressista” Fernando Morais (Os últimos soldados da Guerra Fria). Com a posse de Obama, o “fenômeno” da empatia dos Stalinistas cubanos com os carrascos “democratas” se repetiu. Nunca é demais lembrar que Cuba chegou a demonstrar inicialmente simpatia com os “rebeldes” monárquicos da Líbia. Somente quando se delineou a intervenção militar da OTAN, Raul percebeu que o “conto” da tal “revolução árabe” estava voltado a dar uma cobertura “humanitária” a mais uma invasão ianque, e o que é pior, o próximo alvo “democrático” do imperialismo poderia ser a própria Cuba!

Os “ziguezagues” do Castrismo diante da ofensiva mundial do imperialismo ianque colocam em risco a defesa das conquistas históricas da revolução cubana, que mesmo debilitadas por um bloqueio criminoso, permanecem socialmente vigentes para o proletariado da ilha operária. Os próximos passos da Casa Branca estão bastante claros: primeiro a chantagem “democrática”, utilizando a dissidência contrarrevolucionária como as “Damas de Branco”; depois a tradicional agressão militar apoiada na colossal superioridade bélica do Pentágono. Somente a mobilização internacionalista da classe operária poderá fazer frente aos planos do império para aniquilar totalmente a enorme referência mundial da revolução cubana, não devemos depositar nenhuma confiança nos “acordos” amistosos com os chefes “democratas” dos estados terroristas. A trágica lição abstraída da guerra da Líbia, onde Kadaffi “confiou” nos abutres imperiais que logo em seguida devastaram seu país, deve servir como um farol revolucionário para a vanguarda classista do proletariado mundial.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

“Neocomunista” Aldo Rebelo leva rasteira da oligarquia “socialista” dos Arraes e perde “boquinha” no TCU

O Senado da república ratificou ontem (27/09) o nome da deputada federal Ana Arraes (PSB) para a vaga aberta no TCU, com a aposentadoria do tucano Ubiratan Aguiar. Ana já tinha vencido anteriormente a eleição na Câmara dos Deputados, derrotando com uma margem de cerca de 50 votos a fortíssima candidatura do deputado Aldo Rebelo do PCdoB, ex-presidente da casa e considerado imbatível no início da disputa pela “boquinha” no TCU.

A “zebra” aconteceu em função da entrada em cena de dois atores políticos de peso no “time” de Ana Arraes, nada menos que seu próprio filho o governador de Pernambuco Eduardo Campos e do ex-presidente Lula que determinou a vitória da matriarca “socialista”. Mesmo prestando valiosos serviços “sujos” à burguesia, como a recente aprovação do Código Florestal no Congresso Nacional, o “Neocomunista” Aldo não conseguiu granjear apoio político suficiente para sua “aposentadoria” confortável em um dos órgãos mafiosos do Estado capitalista. Agora fica o ressentimento com a “base aliada”, que seguiu a orientação de Lula de votar na “mãe do governador”, gerando inclusive especulações sobre a entrada de Aldo no novo partido do prefeito Kassab, o PSD.

Mas a derrota de Aldo começou mesmo quando seu próprio partido apoiou com reservas sua postulação ao TCU. Comenta-se nos bastidores de Brasília que a “cúpula” dos ex-stalinistas convertidos à ordem burguesa, sinalizou a Lula que não via com bons olhos a “generosa” aposentadoria precoce de seu dirigente “rebelde”. Aldo teria caído em “desgraça” junto a direção maior do PCdoB não por nenhuma dissidência de “esquerda” ou mesmo crítica do atrelamento do partido ao governo da frente popular, mas por defender internamente o abandono formal da referência comunista, que leva o PCdoB a um certo “engessamento” no mapa da política burguesa que desenvolve.

Para a cúpula do PCdoB, não há como se desligar da herança “comunista” sem perder o vínculo com os aparatos sindicais que dirige como a UNE e CTB. Afinal, não querem incorrer no erro político do velho “partidão” que ao se transformar em PPS (sem nenhuma referência ao passado “comunista”) perdeu toda sua base militante de apoio, ficando refém das oligarquias dominantes para sobreviver. A lição dada com a eleição da matriarca “socialista” no TCU, serve como alerta para a direção PCdoB, que mesmo sendo uma legenda de capachos da burguesia não podem confiar integralmente na elite capitalista para a manutenção de sua existência partidária.
Após reconhecer o governo fantoche dos “rebeldes” pró-OTAN na Líbia, Dilma quer enviar tropas ao Líbano para impedir a chegada de armas ao Hezbollah

O governo Dilma acaba de aprovar na Câmara dos Deputados o envio de 300 militares brasileiros para integrar a chamada Força Interina da ONU no Líbano (UNIFIL), instalada no sul do país justamente para impedir que a guerrilha armada xiita possa lançar novos ataques contra o enclave sionista. Depois de servilmente reconhecer o governo fantoche dos “rebeldes” pró-OTAN na Líbia, agora a frente popular liderará as forças marítimas da UNIFIL cujo objetivo é evitar que armas e munições cheguem à resistência libanesa pelo Mar Mediterrâneo, tanto que serão enviadas também embarcações brasileiras para reforçar o bloqueio naval!

Na mensagem remetida ao parlamento, os ministros de Relações Exteriores, Antonio (nada) Patriota e o da Defesa, Celso Amorim, apresentados como expoentes “progressistas” do governo Dilma e os quais os revisionistas do trotskismo como “O Trabalho” e PSTU pedem respeitosamente que “retirem as tropas do Haiti”, defendem agora o envio de equipamentos e militares ao Líbano para “reforçar a liderança brasileira no ambiente marítimo da UNIFIL e dar suporte e autonomia ao comandante da missão, o almirante brasileiro Luiz Henrique Caroli” (O Estado de S.Paulo, 27/10). Como se vê, a própria realidade rapidamente desmascarou os revisionistas que, dentro e fora do PT, vendem ilusões de que o governo Dilma e particularmente o ministro Celso Amorim poderiam ordenar a retirada das tropas brasileiras do Haiti, fazendo-lhes para isto apelos patéticos e inofensivos. Os lambertistas e morenistas não fazem mais que patrocinar pela “esquerda” uma política distracionista e pró-imperialista frente ao governo petista capacho de Washington.

Os ministros afirmaram ainda que o envio de tropas ao Líbano “demonstraria o compromisso do Brasil com a promoção da paz no Oriente Médio”, a mesma paz dos cemitérios que os caças da OTAN estão impondo ao povo líbio, buscando eliminar a resistência popular que apóia o coronel Kadaffi e heroicamente luta contra os abutres imperialistas. Com o apoio do governo brasileiro, os EUA e Israel, através das tropas da ONU, já estacionadas no sul do Líbano, podem a qualquer momento armar uma provocação e intervir militarmente no país, buscando desarmar as milícias do Hezbollah e isolar ainda mais o regime sírio e iraniano, que estão claramente na mira do Pentágono. Lembremos mais uma vez que as potências capitalistas estão fazendo exatamente isto neste exato momento na Líbia em nome do apoio à “revolução árabe” saudada pelos mesmos revisionistas que vendem ilusões no governo da frente popular! Não por acaso, o ministro (nada) Patriota e assim como Celso Amorim, ao defenderem a mensagem, afirmaram que a diplomacia brasileira esteja desempenhando um papel chave nas “negociações” da ONU com o Irã e a Síria, ou seja, está apoiando as sanções imperialistas a esses dois países para debilitá-los antes que o imperialismo promova uma agressão militar direta.

Frente ao papel vergonhoso do governo brasileiro, que não passa de um “emergente” agente do imperialismo ianque no Líbano e Haiti, lutemos pela derrota e expulsão das forças da ONU pela insurgência nestes países e prestemos todo apoio às forças da resistência armada líbia em luta contra os abutres da OTAN e seus “rebeldes”!

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Governo Evo Morales, a serviço das transnacionais, reprime covardemente marcha indígena

O governo “bolivariano” de Evo Morales, na tarde do dia 25 de setembro, ordenou que a polícia reprimisse exemplarmente um protesto indígena cujos militantes marchavam há aproximadamente 40 dias rumo à capital La Paz. As centenas de manifestantes, em sua maioria mulheres e crianças, descansavam em um acampamento à beira da estrada, na região de Yucumo (300 quilômetros da capital andina), quando foram repentinamente surpreendidas por bombas de efeito moral, balas de borracha e perseguições às lideranças do movimento, cuja reivindicação passava pela autodeterminação dos povos indígenas e contra a construção da estrada Villa Tunari-San Ignacio de Moxos, uma via de 300 quilômetros que cortará a Floresta Amazônica ao meio em direção ao Oceano Pacífico. Os indígenas foram arrancados de seu acampamento e atirados à força em caminhões e ônibus que seguiram em rumo desconhecido, houve dezenas de prisões e feridos. De acordo com o Comitê da Marcha dos povos indígenas, cerca de 40 ativistas estão desaparecidos até o momento.

Esta é mais uma clara evidência do esgotamento do chamado “Socialismo do Século XXI” desde Chávez na Venezuela. A referida obra beneficiará apenas os exportadores de produtos in natura como o petróleo, o gás, madeira e minérios por empresas transnacionais. A empreiteira brasileira OAS é que se locupletará com as gordas verbas públicas destinadas às obras da estrada – o Brasil “emprestou” à Bolívia a “bagatela” de 332 milhões de dólares para este fim! A via “bolivariana”, por ser uma alternativa burguesa com corte demagógico “socialista” que se nega a atender as demandas populares mais elementares, na Bolívia começou a “fazer água” já na conhecida crise das nacionalizações em 2006, durante a qual Evo efetivou um pacto com as oligarquias regionais e os imperialismos ianque e europeu para “estabilizar” o regime político e arrefecer os ânimos das massas através da repressão estatal. A repressão aos indígenas nada mais é do que a expressão deste vergonhoso pacto oligárquico. As “nacionalizações” do governo de frente popular do MAS foram uma benesse para as transnacionais alemãs (companhia Logística de Hidrocarboneto), a Shell, British Petroleum, Repsol YPF, cujo aríete para todo este processo vem sendo a Petrobras, ontem de Lula, hoje de Dilma Rousseff. Ou seja, às transnacionais foram concedidos bilhões de dólares, enquanto 1/3 da população passa fome e outros 1/3 ganham apenas o suficiente para não morrer de inanição.

A COB demagogicamente convocou uma manifestação em protesto a esta brutal repressão, no entanto até agora nada organizou de concreto neste sentido. A ação violenta da polícia de Evo Morales contou com a cumplicidade das direções sindicais ligadas ao MAS e ao PCB que se calaram diante do fato. A cada confronto das massas exploradas bolivianas fica patente a ausência de uma direção revolucionária dos trabalhadores, onde a COB joga todo seu peso para isolar e dispersar as lutas em curso. Para romper com este quadro de dispersão e engessamento ao governo Evo é necessário que as massas estejam orientadas por uma clara plataforma revolucionária que defenda a ocupação dos campos petrolíferos, os gasodutos, os canteiros de obras das transnacionais e coloquem-nos sob seu controle, o qual deve estender-se para o latifúndio produtivo, às minas, às águas e aos bancos como parte fundamental da luta pela conquista do poder proletário.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Depois dos “rebeldes” na Líbia agora é a vez das “damas” da OTAN entrarem no cenário da agressão a Cuba

A operação política “revolução árabe” comandada pelo aprendiz negro de carniceiro, Obama, está chegando ao seu “happy end” na Líbia. Como a cidade de Sirte decidiu resistir até suas últimas forças a ocupação imperialista, a OTAN diante da impotência dos “rebeldes” resolveu por eliminá-la do mapa, assim como o império romano aniquilou Cartago na mesma região africana há mais de dois mil anos atrás. Dando “posse” ao governo títere do CNT na assembleia geral da ONU, Obama afirmou que os bombardeios da OTAN irão prosseguir até que o último combatente anti-imperialista tombe resistindo ao saque promovido pelos abutres da Casa Branca. A grande “sacada” do Pentágono é que desta vez a ocupação imperialista de uma nação oprimida foi realizada sob o manto de apoiar uma “revolução”, avalizada inclusive pela escória da esquerda revisionista como os pilantroskos da LIT, que não deixaram de receber uma “pontinha” do Departamento de Estado norte americano.

Agora os chacais do decadente império do norte dizem que é chegado o momento de aplicar a mesma tática “revolucionária” em Cuba, para remover uma velha e sanguinária “ditadura estalinista” e já contam com “a cabeceira de ponta” para  promover a contra-revolução. Trata-se do movimento denominado “Damas de branco”, uma versão latino-americana dos rebeldes monarquistas da Líbia. Em uma cerimônia solene, a “dissidência” cubana confirmou hoje o seu papel como a ponta de lança de uma invasão imperialista da ilha operária. Porém, o evento para anunciar essa nova “fase” de denúncias e ativismo, inspirada na “Primavera árabe”, na qual participarão as “Damas de Branco”, não foi realizada em Havana: se não no Capitólio, em Washington, sob os auspícios da congressista republicana, Ileana Ros-Lehtinen, uma filhote bastarda do Tea Party. As declarações de Ileana Ros-Lehtinen estão em sintonia com as que Obama deu recentemente acerca da “primavera árabe”, durante um encontro com jornalistas hispânicos, quando o assunto Cuba veio à tona, e também confirma a afirmação feita recentemente na mídia “murdochiana” onde ficou claro que as ações das chamadas “Damas”, apenas pretendem transformar a ilha operária em uma nova Líbia ocupada e saqueada.

O que realmente chama a atenção dos Marxistas revolucionários foi a rapidez do processo de cooptação da chamada esquerda revisionista “moderna” aos planos políticos da ala “democrática” do imperialismo ianque. Salivando um ódio de classe pequeno-burguês pelas “ditaduras” da Líbia, Coréia do Norte, Síria, Irã e Cuba, os “modernosos” da LIT e congêneres passaram velozmente a admirar as democracias dos modelos ocidentais capitalistas como “progressistas” frente aos regimes nacionalistas dos “velhos” caudilhos populistas. Por isso, admitem uma “aliança política pontual” com Obama e Sarkozy em Cuba e na Líbia, enquanto defenestram os “demônios” autoritários como Castro e Kadaffi. Afinal para os senhores da “reforma” que já abandonaram o legado leninista, o imperialismo não é mais o pior inimigo dos povos. O “foco” socialista para os revisionistas de todos os matizes passa a ser a “democracia como valor universal”, portanto a luta revolucionária pela ditadura do proletariado passa a ser uma peça teórica de museu, devendo ser “exorcizada” em conjunto com os regimes que ainda ousam se enfrentar de alguma maneira com o “império civilizatório” da modernidade “democrática”.

domingo, 25 de setembro de 2011

Execução de Troy Davis, uma expressão macabra e assassina do Estado racista norte-americano

Na quarta-feira (21/09), o sistema judiciário norte-americano promoveu mais um ritual macabro de terror racista. Pouco depois da Suprema Corte dos Estados Unidos negar um pedido de suspensão da sentença, o americano Troy Davis foi executado por injeção letal, às 23 horas, na penitenciária de Jackson, na Geórgia. Este é um caso similar ao que vem se submetendo o ativista e militante negro Mumia Abu Jamal, preso há 30 anos nas masmorras ianques aguarda pelo “julgamento” até hoje, acusado através de “provas” forjadas e grotescas falsificações de “matar” um policial branco.

Troy Davis ficou preso durante mais de 20 anos, acusado e condenado à morte, num processo judicial completamente viciado, pelo suposto assassinato de um policial. A principal prova do crime pelo qual o negro Troy Davis foi acusado, a arma que matou o policial branco Mark McPhail, nunca foi encontrada e não há qualquer outro registro que ateste sequer sua presença no local do crime. Desde que foi sentenciado, em 1991, sete das nove testemunhas de acusação se retrataram e disseram que foram coagidas e intimidadas pela polícia para prestarem depoimentos incriminando Troy Davis. Entre as duas testemunhas que não mudaram de opinião, está Sylvester Coles, o homem que denunciou Troy à polícia no dia do assassinato e que foi apontado por outras testemunhas como o verdadeiro autor do crime.

A execução de Troy Davis engrossa as estatísticas que atestam as características reacionárias da sociedade e do Estado norte-americano, como crescimento do racismo, da intolerância e desrespeito aos diretos das minorias. Cerca de 40% dos condenados a morte nos EUA são negros, muito embora estes representem apenas 13% da população do país. Apesar dos vícios e contradições no processo judicial e da campanha que mobilizou mais de 1 milhão de pessoas em todo o mundo pedindo a libertação de Troy Davis, o presidente negro dos Estados Unidos, Barack Obama, se recusou a intervir para impedir a execução. Segundo seu porta-voz Jay Carney, “Obama tem trabalhado para garantir eficiência e justiça no sistema judiciário, especialmente nos casos de pena capital, mas não é apropriado que o presidente dos Estados Unidos se envolva em casos específicos como este, que são da justiça estadual”. Antes de ser uma “aberração da justiça” como todo o conjunto da esquerda revisionista domesticada pela “democracia” dos ricos apresenta o caso Troy Davis, esta demonstra cristalinamente como funciona o sistema capitalista para conduzir um trabalhador pobre e negro à pena capital, no qual o Estado burguês é detentor do monopólio da violência repressiva contra os oprimidos e a classe operária. A luta contra o racismo, portanto, é parte indissociável do combate de classe contra o capitalismo.

Desta forma, o negro Barack Obama, enquanto se declara incompetente para intervir em seu próprio país para impedir a execução de um negro condenado fraudulentamente à morte na Geórgia, um dos estados mais racistas dos EUA, prega em nome da “democracia” norte-americana, o direito do imperialismo ianque intervir em qualquer país do mundo semicolonial, promovendo massacres e ações terroristas, como nas ocupações do Iraque, Afeganistão e os criminosos bombardeios sobre o povo líbio para substituir o governo nacionalista burguês de Kadaffi por um governo fantoche conformado pelo CNT. A histórica luta dos negros norte-americanos contra a opressão e o racismo é, portanto, inseparável da luta de todos os povos oprimidos pela derrota do imperialismo e a edificação de um novo modo de produção.

sábado, 24 de setembro de 2011

Uma comissão de mentira montada pela ex-guerrilheira convertida a gerente do capital para encobrir crimes da ditadura militar

Nesta semana, a Câmara dos Deputados aprovou a chamada “Comissão da Verdade”. Ela em tese irá apurar os assassinatos políticos, tortura e atentados cometidos durante a ditadura militar (1964-1985) e contará com sete membros nomeados pelo governo Dilma, “notáveis” representantes do regime burguês. Esta comissão é uma farsa já que está impedida de julgar ou criminalizar os torturadores e assassinos políticos da ditadura, que são protegidos pela “Lei de Anistia” e pela interpretação vigente que acatou sua proteção aos chamados “crimes conexos”, ou seja, as atrocidades comedidas pelos gorilas. Em nome da estabilização do regime, os autodenominados “setores progressistas” do governo, ligados aos movimentos dos direitos humanos, cederam diante da pressão dos generais e do STF para que não fosse revista a Lei de Anistia. Diante desta completa impotência, os próprios ministros militares deram carta branca ao governo para a instalação da Comissão que não será da verdade, mas de mentirinha, um embuste montado para dar uma satisfação aos organismos internacionais, em especial à facínora OEA, que cobra do governo brasileiro uma manifestação pública em relação à matéria. A “cobrança” da OEA, organismo imperialista responsável por apoiar golpes militares e invasões genocidas, por si só revela a necessidade de utilizar uma cobertura democrática para tentar dissimular suas próprias monstruosidades.

Apesar de todo alarido sobre a aprovação da “Comissão da Verdade”, como o promovido pelo portal Vermelho, do PCdoB, o texto elaborado pelo governo nem sequer cogita revisar a Lei de Anistia, pois significaria quebrar o acordo firmado com os militares desde a crise do regime militar nos estertores da década de 70. A denominada “transição” da ditadura para o regime “democrático” burguês, elaborada pelo general Golbery tinha como estratégia manter intacta a estrutura e os métodos de repressão política como monopólio do Estado capitalista. A “Lei de Anistia”, promulgada em 1979, inocentou os carrascos dos militantes e ativistas sociais, cujo “vespeiro” a burguesia e seus gerentes e ex-gerentes de farda ou civis não querem abrir, pois traria à tona a imensa podridão do regime capitalista e seus serviçais militares. Todos os documentos relativos a este período estão guardados a sete chaves por exigência das FFAA como ultra-secretos.

Outro aspecto dessa farsa seria o próprio condenado aplicar a pena contra si mesmo e seus pares. O governo Dilma é apenas o atual gestor do Estado burguês, um comitê dos negócios comuns da mesma classe reacionária que promoveu o golpe de 1964 e patrocinou o regime sanguinário. Sob o capitalismo, seja qual face expresse, o Estado não perde seu caráter ditatorial de classe. Portanto, Dilma não pode e nunca irá voltar-se contra os senhores aos quais servem tão dedicadamente. Hoje, sob os signos da democracia, os reformistas armados de ontem administram bilionários negócios em favor de grupos econômicos nacionais e internacionais. Os neo-stalinistas do PCdoB, por exemplo, engalfinham-se junto aos partidos burgueses tradicionais na divisão do botim estatal e dos negócios da Copa do Mundo, defendendo ardentemente todas as instituições do Estado capitalista, a mesma máquina assassina que seus ex-militantes da Guerrilha do Araguaia combateram. Essa é, sem dúvida, a maior ofensa à memória dos que tombaram na luta contra a ditadura militar. Um verdadeiro crime político a ser denunciado energicamente pelos revolucionários.

A criminalização dos movimentos sociais, as torturas cotidianas nas delegacias de polícia contra o povo pobre, a ocupação de favelas pela polícia e Exército, o massacre pelas tropas brasileiras do povo haitiano, são as consequências inequívocas do recrudescimento do aparato repressivo e terror sobre as massas, caudatário do regime militar. A verdade e a punição dos autores dos crimes cometidos pela ditadura militar somente será exposta com a abolição da Lei de Anistia para os torturadores e assassinos durante o regime que seguiu o golpe de 1964. Passa pela abertura imediata dos sinistros arquivos dos órgãos de inteligência dos militares de ontem e de hoje. A criação de tribunais populares para julgar e condenar os militares assassinos é parte integrante de uma tarefa democrática transicional da revolução socialista para pôr a termo o Estado capitalista e seu aparato repressivo. Somente a paciente construção de organismo de classe que aponte para a construção de um governo operário e camponês poderá revelar todos os arquivos secretos da repressão e punir os responsáveis pelas torturas e assassinatos cometidos no período do regime gorila, assim como os crimes que continuam sendo praticados contra os trabalhadores sob o governo da ex-guerrilheira agora convertida a serviçal do imperialismo.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Agroexportadores e rentistas são atendidos: BC libera a disparada do Dólar e “ferra” trabalhadores

Enfim as “preces” dos exportadores de commodities agrominerais foram ouvidas pela equipe econômica do governo Dilma que ordenou ao BC a flexibilização, para cima, na cotação do “deus” Dólar. A “reivindicação” era antiga diante da desvalorização da moeda norte-americana frente ao nosso Real. Os grandes exportadores de soja e minério de ferro, por exemplo, dois elementos fundamentais em nossa pauta do comércio externo, alegavam enormes prejuízos com a valorização do Real e passaram a exigir de Dilma medidas drásticas para “socorrer” a moeda ianque em queda livre mundial. Até os economistas “progressistas” simpáticos à frente popular, que se diziam em oposição “teórica” ao neoliberalismo, se queixavam da alta do Real e prognosticavam uma crise cambial caso permanecesse o quadro. Quase uma “unanimidade nacional” se formou afirmando que um país semicolonial como o Brasil não poderia ter uma moeda forte se pretendesse uma forte inserção no mercado mundial. Agora a especulação do cassino das bolsas internacionais forneceu a “desculpa” necessária para atender a demanda os novos “barões” exportadores, fazendo que o dólar chegue a subir algo em torno de 5% em um único dia!

Acontece que o “modelo” capitalista de desenvolvimento “sonhado” desde a esquerda reformista até os rentistas neoliberais, não pressupõe uma verdadeira independência brasileira frente à divisão internacional do trabalho, imposta pelo imperialismo logo em seguida ao término da Primeira Guerra Mundial. Qualquer tentativa econômica nacional que fuja do modelo “exportador” logo é satanizada como uma lembrança dos tempos de “autarquia” soviética. Logo, um país submisso ao mercado mundial jamais poderá ter uma moeda “forte”, assim reza a cartilha dos economistas burgueses de todas as cepas. O resultado histórico de nosso “modelo” econômico colonial é um país sem produção tecnológica independente e refém da venda de “grãos” e “pepitas” para o mercado capitalista mundial.

A brusca elevação do Dólar, chegando perto da casa de dois reais em apenas um mês, elevará substancialmente todos os insumos da produção, gerando a espiral inflacionária tão desejada pelos especuladores do mercado financeiro. Os trabalhadores que têm seus rendimentos no FGTS “valorizados” em menos de meio ponto percentual ao mês, assistem atônitos a “orgia” do Dólar se sobrevalorizando em 5% em apenas um dia! Isto sem falar no aumento de todos os gêneros alimentícios e nos custos dos transportes balizados na alta da gasolina e do óleo diesel. Os banqueiros e exportadores já podem festejar a chegada do novo ciclo do “fantasma da crise”, mas que curiosamente só fortalece a moeda norte-americana, ou seja, a economia mais atingida pela crise capitalista mundial, que deveria ter sua moeda abalada com a chegada do “crash” e não o contrário. O “deus” Dólar, que vinha andando “acabrunhado” no último período, até o ameaçavam com a criação de uma “cesta de moedas” para realizar as transações comerciais internacionais, agora já pode comemorar a chegada da “crise” onde ganha muita “gente” e perde o conjunto da classe operária carente de uma perspectiva socialista e revolucionaria.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

CUT, CTB e CONLUTAS apóiam medida de Dilma para beneficiar o bando das quatro grandes montadoras transnacionais (WW, Ford, GM e Fiat)

O aumento do IPI para carros importados, anunciado no começo da semana pela equipe econômica do governo Dilma, vem sendo apresentado pelas centrais sindicais chapa branca e também pela  "oposicionista " CONLUTAS, como uma medida "nacionalista" e em "defesa do emprego no Brasil", uma verdadeira falácia! O objetivo de Dilma ao elevar o IPI, que poderá representar um aumento de até 30% no preço do veiculo importado, não tem absolutamente nada de "nacionalista", pelo contrário, visa beneficiar as grandes montadoras multinacionais imperialistas, instaladas em vários países do mundo para remeter seus lucros para as matrizes centrais. A tal medida "nacionalista" não atingirá os carros importados trazidos do México, país que por coincidência as quatro grandes montadoras (WW, Ford, GM e Fiat) tem verdadeiras fábricas de "maquiagem", onde importam de suas matrizes os veículos e "maquiam" na região para passar como produto "latino". Isto sem falar na isenção de importação já dada aos veículos produzidos na área do MERCOSUL (a Argentina é infestada por "maquiladoras" japonesas como a Toyota). Acontece que o "bando das quatro" impôs já há algum tempo ao governo brasileiro um acordo automotivo com o México, que faz parte da zona de livre comércio com os EUA, no qual considera os veículos "maquiados" no país de Zapata como nacionais. Como a nova medida de Dilma não irá interferir na prática na importação do "bando das quatro", somente as montadoras chinesas e coreanas terão suas taxas de importação elevadas.

Somente tolos e burocratas sindicais corrompidos podem supor que a medida de Dilma representa uma defesa de nossos empregos, quando fica absolutamente cristalino o fato de se tratar de um claro "dumping " estatal para beneficiar os "amos do norte". Como em toda disputa capitalistas pelos mercados, os grandes burgueses contam com seus "aliados" nos governos "gerentes" de plantão, neste caso os trustes imperialistas do velho mundo e EUA foram buscar a valorosa " ajuda" de Dilma, já as montadoras coreanas em franca ascensão pediram o apoio da oposição Demo-Tucana, que rapidamente entrou com um recurso no STF contra a medida considerada "protecionista" do governo da frente popular. Neste "cabo de guerra" inter-burguês, o "santo" mercado já anunciou um aumento geral de preços do conjunto dos veículos, importados ou não, para "celebrar" o boom nas vendas do setor automotivo, ao contrário dos anúncios da chegada do "fantasma da crise".

As centrais sindicais governistas CUT e CTB, se desmancharam em elogios para a falsa "guinada" nacionalista de Dilma, ignorando inclusive as intenções de demissão do "bando das quatro" em suas fábricas no Brasil, em função das facilidades dadas para a via da importação mexicana e argentina. A "surpresa" ficou por conta da oposicionista CONLUTAS, que dirigindo um Sindicato de Metalúrgicos na base de produção da GM (São José dos Campos) foi politicamente a reboque da empresa na bajulação ao governo da frente popular. Para a classe operária a luta consequente pela defesa do emprego e reposição salarial não passa por apoiar um capitalista "ianque" contra outro capitalista asiático. Somente a mobilização permanente, independente do governo e dos patrões, poderá infringir uma derrota real nos planos de arrocho e desemprego levados a cabo pelo governo pró-imperialista do PT e seus aliados da oposição de "esquerda".


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

PSTU implora por “frente classista” com PSOL, enquanto Marcelo Freixo se alia à “tropa de elite” da burguesia para concorrer à prefeitura do Rio de Janeiro

O PSTU lançou nos últimos dias um patético chamado para a conformação de uma “frente classista e socialista” com o PSOL do Rio de Janeiro. De olho na popularidade do deputado estadual Marcelo Freixo, candidato a prefeito da capital fluminense e novo “queridinho” da classe média carioca, o PSTU pretende entabular uma aliança eleitoral para realizar o sonho de emplacar um vereador na coligação, fazendo com que talvez Ciro Garcia volte ao parlamento burguês municipal. Ironicamente, os morenistas fizeram essa proposta justamente na mesma semana em que a “grande mídia” divulgou que Freixo estava se reunido com Fernando Gabeira (PV), aliado do DEM/PSDB e também havia acertado que o diretor de Tropa de Elite, José Padilha, seria o coordenador de sua campanha de TV. Padilha irá articular encontro com doadores e declarou “vou organizar encontros com empresários que queiram ajudar” (Folha de S.Paulo, 18/09). O candidato do PSOL à prefeitura do Rio de Janeiro também anunciou que espera ter o apoio de Marina Silva, aproximação que está sendo alinhavada pela própria Heloísa Helena, recém-ingressa no movimento de Marina, mas que permanece no PSOL.

A moribunda “oposição de esquerda” se fragmentará ainda mais nestas eleições municipais. O PSOL irá buscar alianças não só com o PV, mas também com o PDT, o PPS e até o PSB das oligarquias nordestinas... além do próprio PT. Tanto que chegou a oferecer para Eduardo Suplicy a legenda do partido para que este falso vestal concorresse à prefeitura de São Paulo tamanha a identidade do PSOL com esse tipo de gente. Em Belém, Edmilson Rodrigues está cabalando apoio a sua candidatura com este mesmo arco de partidos patronais. Edmilson se encontra bem posicionado nas pesquisas eleitorais, tendo como “credenciais” junto à burguesia sua gestão passada, quando estava no PT, onde atacou direitos, reprimiu greves através da guarda municipal e retirou conquistas dos trabalhadores. O PCB segue o mesmo caminho, basta lembrar que nas eleições passadas, em 2010, ingressou em uma coligação burguesa cujo candidato a governador era Lucas Barreto, do PTB, apoiado pela oligarquia Sarney no Amapá.

O mais hilário é que o PSTU, mesmo sabendo de tudo isso, implora por uma suposta “frente classista e socialista” com arroubos ortodoxos com essas legendas venais e ainda tem a cara-de-pau de afirmar que “Achamos que é possível chegar a um acordo programático que preserve a independência de classe. Vamos nos esforçar para isso”. E que esforço fará o PSTU! Em nome do seu eleitoralismo topam tudo para fechar essa aliança oportunista. Já fizeram isso em 2006 quando apoiaram Heloísa Helena como candidata a presidente da república, com esta defendendo as maiores aberrações “programáticas” (respeito à constituição burguesa, defesa da propriedade privada, repressão ao MLST, criminalização do aborto...) que passavam longe de qualquer vestígio de “independência de classe”! Os que posam de principistas se mostram, na verdade, profundos eleitoralistas. De fato, a frente só não sai se o PSOL não quiser, já que o partido não tem qualquer interesse em “premiar” o PSTU, via coligação proporcional, com uma vaga de vereador da capital fluminense, já concorrida à tapa dentro da própria legenda entre correntes como CST, MTL e os eternos “independentes” do grupo de Chico Alencar, como o atual vereador Eliomar Coelho.

Como se vê, apesar de todo o “esforço” do PSTU para fechar uma frente eleitoral com o PSOL no Rio de Janeiro, Freixo está muito mais interessado em construir uma alternativa burguesa pra-valer que se contraponha à candidatura de Eduardo Paes (PMDB), conquistando o mesmo eleitorado de classe média “indignada” partidária da ética na política e anticorrupção que Gabeira e Padilha agrupam e influenciam. Ainda não será desta vez que o PSTU conseguirá na cidade maravilhosa conquistar seu “lugarzinho ao sol” no parlamento municipal. Aos morenistas, cada vez mais diluídos e adaptados à democracia dos ricos, o regime burguês parece ter lhe reservado o eterno papel de manter-se comportadamente na gerência do sindicalismo de (poucos) resultados próprio do economicismo vulgar dominante na Conlutas!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Lutemos pela derrota e expulsão das forças de ocupação da ONU comandadas pelo exército brasileiro, todo apoio as forças da insurgência haitiana! Lobby para governo Dilma "retirar as tropas" é política ditracionista e pró-imperialista!

Nos últimos dias foi denunciada uma série de abusos sexuais cometidos pelas tropas da ONU no Haiti contra adolescentes da ilha negra ocupada. O contingente militar protagoniza todos os dias torturas, chacinas, estupros, que a grande mídia burguesa e a imprensa dos países invasores tratam de ocultar para manter a fachada de pacificadores e justificá-las a pretexto de “perseguir gangues mafiosas”. Esta é mais uma consequência da barbárie imposta pelas tropas invasoras comandadas pelo exército brasileiro em um país devastado por terremotos, doenças e fundamentalmente pela miséria social imposta pela recolonização imperialista. Já fazem mais de 7 anos, desde junho de 2004, que as tropas da ONU ocupam o país depois que o imperialismo ianque através dos seus marineres impuseram a saída de Aristide via um golpe de estado e mudam seus marionetes a frente do governo fantoche, sendo o mais recente o cantor Michel Martelly, ou seja, um “novo” presidente foi escolhido para manter a velha dominação neocolonial.

Com a escolha de Celso Amorim para o Ministério da Defesa, alguns setores petistas agora promovem atos e manifestos solicitando que o governo Dilma retire o contingente brasileiro da ilha em comum acordo com a ONU, não perdendo a oportunidade de elogiar Amorim: “A Presidente Dilma deve tomar a iniciativa, trazendo de volta o contingente brasileiro... No Brasil, o novo ministro da Defesa, Celso Amorim declarou que ‘é hora de discutir uma saída organizada, inclusive com as Nações Unidas, claro. Não sei se em agosto, dezembro, janeiro, não é o que importa’” (Comitê Defender o Haiti é defender a nós mesmos). Já o PSTU afirma que “independentemente das avaliações que fazemos sobre o governo Lula e mesmo sobre o governo Dilma, é hora de exigirmos que Celso Amorim, agora à frente do Ministério da Defesa, faça jus às suas próprias palavras e atue pela imediata retirada das tropas brasileiras do Haiti e o fim definitivo da ocupação militar no país” (sítio PSTU, 05/08). A iniciativa patrocinada pelos petistas trata-se de um claro embuste, já que não passa de um limitado movimento distracionista de pressão sobre o governo da frente popular para, diante do desgaste das tropas de ocupação, encontrar uma saída negociada com o imperialismo e seu novo fantoche Martelly que mantenha o processo de superexploração econômica das empresas brasileiras e outras transnacionais sobre o país ocupado, reduzindo lenta e gradualmente a presença militar estrangeira direta aos moldes do modelo de deslocar exércitos de mercenários privados para a Ilha, como Obama vem fazendo no Afeganistão/Iraque e como a própria ONU já planeja segundo declarou o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon.

Não esqueçamos que o governo Dilma acaba de reconhecer os “rebeldes” pró-OTAN como novo governo legítimo da Líbia, apoiando assim os agressores imperialistas e a investida neocolonizadora também neste país norteafricano. Os petistas que subscrevem o pedido de “retirada das tropas” são os mesmos que apóiam a política pró-imperialista do governo Dilma com relação a Líbia agredida pela OTAN! Desta forma, os revisionistas do trotskismo, dentro e fora do PT, têm com pequenas diferenças de grau, a mesma política pró-imperialista na Líbia e agora, pasmem, reivindicam justamente ao responsável por organizar a missão de ocupação no governo Lula a retirar as tropas brasileiras do Haiti! Lembremos que Amorim foi o responsável direto por todas as etapas da montagem desta ocupação militar sob as ordens de Washington.

Longe de apoiar a inócua política distracionista de pressão sobre o Conselho de Segurança da ONU, que se reúne em outubro para renovar a missão de ocupação do Haiti, e de "sensibilizar" o governo burguês de Dilma a "retirar as tropas" é preciso fomentar uma saída operária para a barbárie social imposta pelo imperialismo, a única alternativa que pode evitar o agravamento das desgraças do país. Por isto, os revolucionários apóiam a organização da resistência armada haitiana pela derrota e expulsão das tropas invasoras, inclusive as brasileiras, uma vez que a ONU e o imperialismo nunca cederão aos apelos piedosos “pela retirada das tropas” como prega a esquerda reformista. Contra a tragédia capitalista incrementada pelo terremoto, cólera, os estupros e a miséria social é necessário que as massas da ilha organizem a resistência por uma nova expulsão dos colonizadores responsáveis pela “moderna” escravidão assalariada imposta pelo imperialismo através das tropas da ONU comandadas pelo exército brasileiro. No Brasil, lutemos por derrotar o governo Dilma e denunciemos sua vergonhosa política de submissão a Casa Branca no Haiti e na Líbia!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Traição apresentada como ato de soberania: Abbas irá pedir que ONU reconheça “bantustões” cercados pelo enclave sionista como sendo o Estado palestino

Está marcada para o próximo dia 23 de setembro a reunião do Conselho de Segurança da ONU em meio a 66ª Assembleia Geral das Nações Unidas. Nesta ocasião Mahmoud Abbas, presidente da ultracorrompida Autoridade Nacional Palestina (Al Fatah), pedirá o reconhecimento da ANP como Estado de “pleno direito” com assento nas Nações Unidas. Longe de ter qualquer caráter progressista, a proposta de Abbas representa o prolongamento dos Acordos de Oslo, acrescido desta vez, com a participação da recém-cooptada direção política do Hamas para este projeto de formalização do “bantustão” palestino. Al Fatah e o Hamas querem, na realidade, pressionar possíveis “aliados” internos em Israel, como o trabalhismo e a suposta “esquerda sionista” assim como a União Europeia para que tomem posição em defesa de um acordo com as direções palestinas em torno da tese dos “dois Estados”, uma vez que Netanyahu vem ampliando selvagem e violentamente à ponta de baioneta os assentamentos de colonos israelenses sobre o território da Cisjordânia, o que fez as “negociações de paz” emperrarem, já que a ANP “exigia” o reconhecimento de um “Estado palestino” restrito à Faixa de Gaza e à Cisjordânia. Por esta “solução” uma ficção de Estado palestino conviveria lado a lado com a máquina de guerra sionista. Esta é a mesma “autonomia” que uma galinha teria dentro de um viveiro de raposas, a de ser devorada! Mesmo frente esta proposta vergonhosa, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, com o apoio do imperialismo ianque lançou a ameaça: “O Conselho de Segurança é como o Governo das Nações Unidas e estou convencido de que, como resultado da ação dos Estados Unidos em estreita colaboração com outros Governos, a tentativa fracassará” (G1, 18/9). Os EUA já declararam antecipadamente que exercerão seu poder de veto.

No Brasil, o governo da frente popular declarou seu apoio à proposta da ANP. Dilma Rousseff abrirá os trabalhos da 66ª Assembleia Geral das Nações Unidas e em seu discurso dará o aval à “solução dois Estados”. A esquerda reformista caminha por esta mesma trilha (PT, PCdoB, PSOL, MST, CUT...) e tem hoje como princípio a defesa entusiasta deste fictício Estado, tanto é verdade que marcaram um ato público em São Paulo no dia 20 para demonstrar seu apoio à criação desta farsa de país “soberano” através do policlassista “Movimento Palestina para Todos”. A criação de um fictício Estado palestino, tal qual propugna a ANP, é em suma, uma traição histórica à causa palestina e uma impossibilidade política, pois estará restrito a pequenas faixas estéreis de seu território original, bantustões fragmentados e sem recursos econômicos e forças armadas, enquanto os nazi-sionistas continuariam com o filão, as terras férteis, a passagem para o mar e prosseguiriam com os massacres e a rapina colonialista sob as bênçãos do imperialismo ianque. Tanto é assim que  na semana passada foram descobertas (e macabramente testadas) novas armas químicas contra a população civil criadas pelo enclave de Israel.

Não será a ONU, um covil de abutres responsável por autorizar a agressão imperialista à Líbia, que terá a capacidade de “garantir” a existência de um “Estado nacional palestino” se este continua cercado e atacado por Israel, mas a luta de seu povo contra o imperialismo e o enclave sionista através da retomada dos territórios históricos pela resistência popular. Portanto, a única alternativa que poderá dar uma resolução cabal à legítima reivindicação nacional do povo palestino, assim como livrar as massas e trabalhadores da região de seus gigantescos sofrimentos ao longo de vários séculos, é a defesa de uma Palestina Soviética baseada em conselhos de operários e camponeses palestinos e judeus. A expropriação do grande capital sionista, alimentado em décadas pelo imperialismo ianque, impossível de ser conquistada sem a destruição revolucionária do Estado de Israel, garantirá a reconstrução da Palestina sob novas bases socialistas, trazendo para seu povo o progresso e a paz tão almejada durante décadas de guerra de rapinagem imperialista nesta região onde historicamente vários povos já viveram com harmonia e solidariedade.

domingo, 18 de setembro de 2011

Derrota da ocupação imperialista em Sirte e Bani Walid: sem a ajuda das bombas da OTAN a “revolução na Líbia” não avança um quilômetro sequer!

Há mais de uma semana depois de expirado o ultimato (já prorrogado por duas vezes) dado pelos “rebeldes” para a rendição das forças leais ao regime do coronel Kadaffi, o governo títere do CNT não conseguiu avançar nem um passo sobre os quatro bastiões sob controle do exército nacional líbio. As cidades de Sirte, Bani Walid, Jufra e Sabha repeliram com firmeza as investidas das tropas do CNT, que foram obrigadas a bater em retirada como ratos covardes no deserto, sob a proteção dos caças da OTAN. Em outras localidades como Harawa, a 80 Km de Sirte, os combates seguem quadra a quadra da cidade. Se como diz um velho provérbio chinês, a vitória em uma guerra é determinada pelo estado de ânimo da tropa, ontem (17/09) o dos “rebeldes” não parecia atravessar seu melhor momento. O criminoso cerco imposto a Sirte, pelas tropas da OTAN vem provocando um efeito contrário ao pretendido pelos chacais imperialistas, ou seja, a população vem redobrando sua capacidade de resistência à ocupação, apesar da intensidade dos bombardeios, inclusive em complexos habitacionais como o de Tamin, deixando um rastro assassino de mais de 400 mortos civis.

Apesar do estardalhaço da mídia capitalista mundial, desgraçadamente seguido pela esquerda revisionista, acerca do suposto colapso final do regime nacionalista burguês líbio, a “rendição”do coronel Kadaffi ainda está muito longe de acontecer. A extraordinária capacidade de luta da população e das massas líbias não é obra de nenhum “segredo” militar, sabem muito bem o que está em jogo nesta guerra de rapina, são suas conquistas históricas produto da revolução democrática ocorrida em 1969. O fato do empantanamento militar dos “rebeldes” após a “conquista” de Trípoli, sob os auspícios da OTAN, obrigou o CNT a deslocar o coronel Ahmed Bani para conceder uma coletiva a “inquieta” imprensa internacional onde “explicou” que a tomada de Sirte poderia levar dias ou mesmo semanas... e não horas como pretendiam os periodistas a soldo do grande império. Neste quadro de “incertezas” para os abutres e seus acólitos, o porta-voz da OTAN declarou que prosseguirá com os pesados ataques aéreos, mesmo após as denúncias do brutal massacre de Tamin. Não parece muito estranho ainda desprender tantas “energias” e centenas de mísseis de milhões de dólares contra um “cadáver”, insepulto?

Em pleno mundo “murdochiano” continuam a viver os revisionistas da LIT/PSTU, que nem em “pensamento” admitem o papel cumprido pela OTAN na guerra civil da Líbia. Segundo a LIT, tudo que ocorre no país norte-africano é produto da “legitima revolução” sob a direção dos “rebeldes” contra a “tirania do ditador Kadaffi”. Para estes revisionistas até mesmo os criminosos bombardeios operados pela maior frota aérea imperialista já reunida após a Segunda Guerra Mundial, não passam de uma ficção criada por Chávez e Castro. Não se trata de nenhum exagero de nossa parte, em sua última matéria sobre a Líbia (Reconstruir Libia para los trabajadores y el pueblo), datada de 13/09, a LIT não menciona uma única vez sequer o nome da OTAN em mais de dez parágrafos! Este silêncio cúmplice da LIT diante dos bárbaros ataques da OTAN, com certeza não é fruto da “desinformação ou ingenuidade” da corrente Morenista, como já alertamos anteriormente trata-se de um processo de corrupção ideológica e material frente ao regime da democracia dos ricos, inclusive capitulando a governos imperiais “humanitários” como o de Obama, um dos protagonistas da farsesca “revolução árabe”.

sábado, 17 de setembro de 2011

Leia a mais recente edição do Jornal Luta Operária, nº 222, Primeira Quinzena de Setembro/2011

EDITORIAL
Movimento de massas permanece atomizado diante do “cai, cai” no governo Dilma