sexta-feira, 26 de agosto de 2011

ONU, covil de abutres que autorizou agressão imperialista a Líbia, é alvo do legítimo ódio do povo da Nigéria

A sede da ONU na Nigéria, país localizado no chamado Magreb Islâmico, região africana próxima a Líbia, foi alvo de um ataque com carro-bomba nesta sexta-feira, 26/08, que deixou aproximadamente 20 mortos. A ação contra a representação da ONU, organismo internacional que autorizou a agressão imperialista ao território líbio e acaba de liberar mais de 1 bilhão de dólares para os “rebeldes” pró-OTAN, é um claro ato de repúdio a guerra de ocupação levada a cabo no país vizinho. O ataque a sede da ONU, localizada nas proximidades da Embaixada dos Estados Unidos na Nigéria, foi precedido de outras ações contra alvos policiais e fazem parte da justa e legítima reação dos povos oprimidos e suas organizações políticas contra a sistemática guerra de colonização levada a cabo pelo imperialismo e suas “alianças multilaterais” sobre os países semicoloniais da região africana, muitas vezes com a cumplicidade de governos nativos lacaios, como é o caso da Nigéria.

Obama, Sarkozy e Cameron, os mesmos carniceiros “democráticos” que bombardeiam a Líbia e caçam Kadaffi em conjunto com os “rebeldes” mercenários a serviço da ONU e da OTAN, saíram a condenar o ataque como um “ato terrorista bárbaro”, com a mídia alardeando que possivelmente a ação foi desatada pelo grupo Boko Haram ou AQIM (Al Qaeda no Maghreb Islâmico). Trata-se de um completo embuste, os verdadeiros “terroristas” são as potências capitalistas que assassinam o povo líbio com bombardeios diários nos últimos quatro meses para controlar o petróleo e rapinar o ouro do país. Vergonhosamente, o presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, havia anunciado poucos dias antes do ataque a sede da ONU que reconhecia os lacaios da OTAN na Líbia agrupados em torno do CNT como a nova “autoridade legítima”, rompendo a unidade da União Africana que até então se colocava formalmente contra as investidas ao regime nacionalista de Kadaffi.

Frente ao ataque a sede da ONU na Nigéria, declaramos que toda nossa simpatia está ao lado dos “bárbaros” nigerianos que se levantam com os meios militares não convencionais (carro-bomba) que dispõem para atacar os alvos do imperialismo “democrático”. São os “civilizados” facínoras imperialistas que impõem pela força das armas mais sofisticadas da OTAN seu domínio colonial no planeta. Neste momento os verdadeiros terroristas ianques, britânicos e franceses, sobre a chancela da ONU e em nome do combate a suposta “ditadura de Kadaffi” ocupam a Líbia com o auxílio dos “rebeldes” para impor um regime títere, cabeça de ponte do imperialismo ianque em todo Magreb africano.

Precisamente por estes motivos políticos e militares todos os responsáveis pelo genocídio imperialista na Líbia são alvos do justo ódio das massas, inclusive a própria ONU. O ataque a sua sede na Nigéria é legítimo, ainda que possamos ter profundas diferenças políticas e programáticas com a força política que o organizou. Ações como a ocorrida no país africano tendem a se multiplicar como forma dos povos oprimidos e suas organizações enfrentarem a sanha belicosa de Washington com os meios de que dispõe. Esta realidade se potencia, já que não há mais o contraponto político e militar da URSS ao poderio norte-americano que se apresenta como uma hiper-potência mundial, a polícia suprema do mundo. Esses ataques representam uma resposta militar dos povos oprimidos e suas organizações ao imperialismo, muitas vezes por meios não convencionais de combate militar. Como trotskistas, lutamos pela revolução proletária mundial e a reconstrução da IV Internacional. Defendemos a unidade de ação com as forças que estão em luta contra o imperialismo. Nesse combate consideramos justa toda e qualquer ação de resistência armada das massas à dominação belicista das metrópoles capitalistas sobre os povos oprimidos!

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