terça-feira, 12 de julho de 2011


Parcerias Público-Privadas (PPPs) nas obras dos estádios da Copa 2014, uma orgia financeira para as empreiteiras garantida pelo Governo Dilma



O atraso das obras de preparação da Copa do Mundo de Futebol de 2014 não ocorre por uma simples questão de excesso de burocracia, mas como um artifício já conhecido para facilitar a orgia financeira com o dinheiro "público". Assim, as obras serão realizadas a toque de caixa, superfaturadas e com toda sorte de desvio de recursos do cofre do estado. Um bom exemplo disso vem ocorrendo com as construções e reformas dos estádios onde serão realizados os jogos da Copa-2014. Ao contrário de serem financiadas pela iniciativa privada, como foi anunciado cinicamente pelo governo da frente popular de Dilma/Lula através do Ministério dos Esportes (PCdoB), as obras dos estádios estão sendo custeadas pelas PPPs (parcerias público-privadas), nas quais mais de 60% destes recursos são bancados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Só os governos da Bahia, Ceará e Pernambuco receberam um financiamento total de R$ 1 bilhão do BNDES para erguer arenas que vão custar, juntas, R$ 1,76 bilhão. A reconstrução do estádio da Fonte Nova, em Salvador, tem 80% do orçamento aportado pelo estado. Vale mencionar ainda que em Natal (RN) para a construção do estádio Arena das Dunas foi formulado um pedido de crédito ao BNDES que equivale simplesmente a 96,5% da obra. Outra aberração ocorre na construção do estádio do Corinthians, orçado em cerca de R$ 700 milhões, dos quais R$ 420 milhões estão garantidos por meio da emissão de Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento (CIDs) emitidos pela Prefeitura de São Paulo, enquanto a outra parte do dinheiro será proveniente de uma linha de crédito do BNDES.  Como mostram estes números, as PPPs representam uma manobra jurídica e contábil para que o setor privado possa se locupletar fartamente com o botim do estado burguês, neste caso, ganhando tanto na execução das obras através das empreiteiras, quanto por meio do direito à concessão dos estádios.  

Já as obras de infraestrutura, sobretudo de mobilidade urbana, 70% estão ainda em fase de projeto como as construções de linhas de veículo leve sobre trilhos (VLT), corredores de ônibus, amplia das vias rodoviárias e etc. No que se refere às reformas de ampliação dos aeroportos e portos as obras sequer saíram do papel. Fica evidente que nesse setor, á pouco menos de três anos da Copa de 2014, tudo não passará de um mero arremedo sem nenhuma contribuição significativa para pelo menos minimizar o caos do transporte coletivo na qual está submetida a população pobre do país.

Como ocorreu nos jogos Pan-americanos realizados no Rio de Janeiro em 2007 o único legado da Copa 2014 para os trabalhadores e o conjunto os explorados será uma estratosférica conta a pagar que, via de regra, será cobrado na forma de aumento de impostos, arrocho salarial e corte no orçamento público dos recursos destinados as já precarizadas áreas da saúde e educação.