quinta-feira, 14 de julho de 2011

Moratória Norte americana ou mais grana "fácil" para os rentistas de Wall Street


 O governo Obama enfrenta um momento decisivo para os planos de sua reeleição, e isto passa bem longe da possibilidade de uma moratória da dívida pública ser decretada em função de um impasse no congresso ianque, como vem divulgando para "tolos" a mídia internacional. A verdadeira questão em jogo sobre o alargamento do teto da divida a ser autorizado pelo congresso, dominado pelos Republicanos, é aferir a capacidade do futuro governo Obama (em um cenário de sua futura reeleição) de continuar privilegiando os ganhos do capital financeiro em detrimento de uma política de retomada da produção industrial. Quando a divida norte americana atingiu o seu ápice institucional em maio último,  cerca de 15 trilhões de dólares, precisaria do estabelecimento de um novo teto máximo pelo congresso e isto ocorria quase que automaticamente até que setores da burguesia industrial e rural dos EUA decidiram "pressionar" os congressistas republicanos  para que imponham algum limite a política de Obama em beneficiar os barões de Wall Street .

Em torno desta questão real foi criada a panacéia da moratória, uma verdadeira cortina de fumaça  onde até as agencias de risco como a Moody's ameaça rebaixar a classificação dos títulos do tesouro norte americano. Obama entrando no teatro montado pelos grandes bancos logo afirmou: "concordamos que não podemos simplesmente tolerar deixar de pagar nossas obrigações nacionais pela primeira vez na nossa história". Enquanto mostra-se mais confiável ao setor financeiro internacional para obter carta branca em sua ofensiva contra os povos orientais, o desemprego interno atinge níveis alarmantes, ameaçando toda a cadeia produtiva nacional. É o "preço "que o proletariado mais importante no mundo deve pagar para "bancar" o parasitismo  da atual etapa da crise do capitalismo, onde a primazia financeira determina todos os rumos da economia . 

A última vez que o congresso norte americano  paralisou as "atividades" do país   para debater a instituição do teto da divida foi no governo Wilson em 1917 as vésperas da revolução russa e durante a I guerra mundial, quando foram emitidos os "títulos da liberdade", onde Wilson precisava capitalizar os EUA diante da turbulência política mundial. Com certeza não estamos diante da iminência de uma nova guerra mundial e tampouco atravessamos a possibilidade de uma revolução socialista no horizonte mundial, como deliram alguns catastrofistas de plantão. Mas sem sombra de dúvida a ofensiva mundial  contra revolucionária ditada pelo imperialismo, no marco de um profundo retrocesso político da classe operária,  exige  recursos "extras"  do estado ianque pavimentando a atual vaga neo -fascista que ameaça o proletariado .