sábado, 9 de julho de 2011

Maggi rejeita convite para ocupar Ministério dos Transportes com “porteira fechada”

O megalatifundiário, ex-governador do Mato Grosso e atual senador pelo PR, Blairo Maggi, recusou o “convite” feito pela presidente Dilma para assumir o Ministério dos Transportes no lugar do seu colega de partido, o também senador Alfredo Nascimento, demissionário em razão da “chuva de escândalos” surgida no DNIT. O PR, membro histórico da base de apoio do governo Lula, logo apressou-se em garantir a indicação do novo ministro para o partido, apontando preferencialmente o nome de Maggi. Mas o “convite” de Dilma veio acompanhado de uma condição, Blairo e o PR não poderiam mais indicar os cargos do segundo escalão do Ministério dos Transportes, em particular a chefia do DNIT, posto de “quarentena” diante de um dossiê da corrupção no órgão, elaborado possivelmente pelo governador Cid Gomes (PSB) arqui-inimigo de Nascimento.

Acontece que o ex-superintendente do DNIT, Luis Pagot, ocupava o cargo sob indicação do próprio Maggi e agora tornou-se o centro de uma verdadeira operação de chantagem política que envolve altos dirigentes do PT. Pagot já anunciou que não “cairá” sozinho ameaçando o PT, por seu turno, Maggi teme que a lama podre da corrupção do DNIT acabe por respingar em sua imagem de empresário vestal. No momento Maggi “vazou” para a mídia que recusava o convite de Dilma em função das ligações de suas empresas com o governo federal, uma desculpa esfarrapada já que o gabinete de Dilma conta com outros “empresários”, leia-se burgueses que acumularam fortunas com negócios estatais.

O impasse em torno da indicação do novo ministro dos transportes pode alcançar níveis perigosos para o atual governo da frente popular. A última vez que partidos da base aliada resolveram abrir “fogo-amigo” publicamente, resultou nos episódios do “Mensalão” que quase levaram a degola de Lula. Os ingredientes políticos altamente explosivos estão todos postos no cenário, cabe ao movimento de massas irromper nesta conjuntura apresentando uma alternativa independente, radicalmente oposta a da “moralização” das instituições apodrecidas deste regime da democracia dos ricos.